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A permanecer essa questão do limite de peso do CC abaixo das 50 ton, eu tenho cá comigo que os chineses vão se bandear de vez para o lado do Type 15 + VN-17
made in Brazil o que os torna, potencialmente, concorrentes bem sérios a serem vistos, mesmo com toda a oposição do EB. Afinal, não estamos queimando notas de 100 dólares para acender charutos cubanos.
Particularmente, penso que se os chineses conseguirem a proeza de "nacionalizar" em tal nível os seus blindados, de forma que a sua logística interna satisfaça a todos os requisitos do EB para a VBC CC e VBC FUZ, vai ficar muito difícil não aceitar o fato de que estes bldos possam ser a solução para nossos problemas. E quase ninguém aqui no DB, e fora dele, costuma dar a atenção devida às RTLI dos programas do exército. Mas são elas, a meu ver, que no final, decidem quem ganha e quem perde. Preço e custos nós sabemos que os chineses tem, e podem oferecer opções de financiamento quase impossíveis de igualar por qualquer oferta do nosso mundinho ocidental.
Neste certame findo em dezembro, facilitaram para vários concorrentes baixando o calibre do canhão para o mínimo de 105mm até 120mm. A torre do Type 15 atende à primeira questão, podendo, em teoria, receber uma arma de 120mm conforme demanda, que seria ou não o caso do exército. Os chineses, em teoria, também não se opõe a criar e\ou adaptar uma arma neste calibre para o EB de qualquer fornecedor que se dispuser a integrar o seu produto ao seu bldo. A pergunta que fica é: os italianos admitiriam integrar a HITFACT II ao Type 15, caso o EB solicite

Isto serve para todos os fornecedores ocidentais.
O mesmo se dá em relação ao VN-17, que pode ter uma torre ocidental integrada, ou manter a torre chinesa original, a depender dos custos implicados. É bom lembrar que ambos bldos usam basicamente a mesma plataforma com as adaptações necessárias as funções de cada um. A integração logística neste sentido é bem grande, facilitando bastante a sua manutenção e operação.
Não faço ideia de qual a relação os chineses tem com a BIDS, mas, se eles aprenderam alguma coisa com os programas anteriores de que participaram, estão bem cientes de quanto mais a indústria local estiver implicada nas suas propostas, de forma concreta e não apenas para fazer cena, maiores as chances de se saírem bem no próximo round da VBC CC e VBC FUZ, mesmo com o exército fazendo birra.
Eu tenho aqui comigo que seria algo interessante eles oferecem, por exemplo, a título de transferência de tecnologia, criar um canhão de 120mm derivado do modelo 105mm do Type 15 ou dos canhões de 125mm que já possuem, dando à BIDS a primazia da direção deste desenvolvimento. Restaria saber quem aqui teria condições de receber e arcar com um projeto assim.
Na parte de sensores e eletrônica, a BIDS tem condições de receber transferência de tecnologia chinesa, ou mesmo, caso o EB solicite, dispor de sistemas apontados pela força terrestre para integração no bldo chinês, como penso, seria a lógica. Idem para a parte mecânica e motorização do mesmo.
Assim também a área de proteção ativa e passiva tem na BIDS hoje algumas referência que podem receber tecnologia chinesa, ou mesmo aplicar suas próprias tecnologias nos dois bldos sinos. O mais interessante seria produzir aqui sob licença sistemas de defesa ativa, com a devida transferência de tecnologia, porque em termos de defesa passiva estamos até relativamente bem, em teoria.
Enfim, vamos ver até onde de fato os chinas estão interessados em colocar seus produtos militares aqui, sem com isso esperar que a gente meta os rabo entre as pernas, ou fique abanando ele toda vez que o mestre mandar, como se faz por aqui costumeiramente com os fornecedores ocidentais.