AVIBRAS
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- gabriel219
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- mauri
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Re: AVIBRAS
Sem acordo:
O Sindicato propôs que a dívida trabalhista seja dividida em até quatro parcelas, com pagamento de todas as multas. Também estão na proposta do Sindicato:
* Data para restabelecimento do plano de saúde;
* 13º salário a ser pago no dia 20 de dezembro;
* Reajuste das cláusulas econômicas em 4%;
* Estabilidade no emprego para todos os trabalhadores até abril de 2025;
* Extensão das cláusulas sociais do Acordo Coletivo até 31 de agosto de 2026.
https://www.sindmetalsjc.org.br/n/6915/ ... exta-feira
- J.Ricardo
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Re: AVIBRAS
o sindicato tem que reivindicar mesmo, mas se puxar muito a corda a empresa acaba fechando e o destino dos trabalhadores vai ser igual os da Gurgel, Engesa e outra falidas que tem por aí...
Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
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- gabriel219
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Re: AVIBRAS
O que o tal de João fez com a Avibrás é trabalho profissional, não foi falta de capacidade não.
- FCarvalho
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Re: AVIBRAS
Quanto mais o tempo passa, e não se tomam decisões, pior fica o cenário e menos chances a empresa tem de se reerguer. Tudo bem que o sindicato defender os direitos dos trabalhadores, mas, se não pensar, também, na viabilidade da empresa, não vai haver mais emprego e nem pelo que negociar. É o pior dos cenários.
Os caras sabem muito bem que o governo não vai mover uma palha para salvar a Avibras, e muito menos os empregos de quem ainda está ligado à empresa. E não haverá dinheiro público neste negócio.
Agora, tem que saber o que é menos ruim. Manter a empresa aberta e os empregos, e dispor de algumas vantagens no longo prazo, ou simplesmente dificultar tudo e ver a empresa ser fechada e todo mundo no olho da rua e sem condições de arrumar outro trabalho no curto prazo.
Porque o sindicato não vai arrumar emprego para todo mundo que afundar junto com a Avibras, com certeza.
Aliás, se a Avibras fechar, os poucos projetos que a empresa ainda mantém, vão para a lata do lixo junto com ela, porque não há na BIDS quem queira ou tenha cacife para dar-lhes continuidade. E o exército ainda vai ficar com esse abacaxi nas mãos.
E pensar que se houvesse um mínimo de responsabilidade com a defesa nacional essa empresa hoje seria uma das maiores e mais importantes e lucrativas da BIDS.
Os caras sabem muito bem que o governo não vai mover uma palha para salvar a Avibras, e muito menos os empregos de quem ainda está ligado à empresa. E não haverá dinheiro público neste negócio.
Agora, tem que saber o que é menos ruim. Manter a empresa aberta e os empregos, e dispor de algumas vantagens no longo prazo, ou simplesmente dificultar tudo e ver a empresa ser fechada e todo mundo no olho da rua e sem condições de arrumar outro trabalho no curto prazo.
Porque o sindicato não vai arrumar emprego para todo mundo que afundar junto com a Avibras, com certeza.
Aliás, se a Avibras fechar, os poucos projetos que a empresa ainda mantém, vão para a lata do lixo junto com ela, porque não há na BIDS quem queira ou tenha cacife para dar-lhes continuidade. E o exército ainda vai ficar com esse abacaxi nas mãos.
E pensar que se houvesse um mínimo de responsabilidade com a defesa nacional essa empresa hoje seria uma das maiores e mais importantes e lucrativas da BIDS.
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- gabriel219
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Re: AVIBRAS
E o Sindicato dos trabalhadores da Avibrás continua sua jornada para forçar o GF a estatizar, como querem:
Pelo que soube, a nova proposta atendeu 90%, mas rejeitaram ainda assim. Já é um milagre alguém de fora oferecer isso e os caras ainda ficam de putaria.➡ Informe Avibras: 22/11/24 ⬅
Em continuidade às negociações para validação da eventual aquisição do controle da Avibras por investidor brasileiro, representantes da empresa e do investidor, apresentaram nesta sexta-feira, dia 22/11, uma nova proposta ao Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos em resposta à pauta apresentada pela entidade sindical em 19/11.
Sensível aos pontos levantados pelos trabalhadores, a referida proposta trouxe um importante avanço na negociação contemplando a maioria das reivindicações feitas pelos trabalhadores como uma proposta de pagamento alternativo e parcial das multas, evolução nas tratativas para restabelecimento do plano de saúde (fornecedor já foi contatado) e o pagamento do 13º salário no dia 20/12/2024 e do salário de dezembro em 30/12/24, entre outros itens da pauta.
A nova proposta está condicionada ao eventual fechamento (closing) da compra da Avibras, à aprovação dos trabalhadores e ao término da greve. Reiteramos que o Sindicato e os colaboradores desempenham um papel importante neste processo de recuperação da companhia e sua decisão será fundamental para o eventual fechamento da aquisição ou para sua inviabilização.
Após escutar a nova proposta tentativa apresentada, o Sindicato rejeitou e trouxe uma contraproposta reiterando os itens já pedidos na reunião anterior.
Os representantes da empresa rejeitaram a contraproposta e foi agendada nova reunião para o dia 28/11 (quinta-feira).
A Avibras e o investidor prosseguem confiantes e empenhados na conclusão da transação.
Novas informações sobre o processo serão divulgadas em momento oportuno.
Assessoria de Imprensa
22/11/24
- J.Ricardo
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Re: AVIBRAS
é o maldito espírito que habita as mentes de esquerda desse mundão, tudo tem que vir do estado, vão acabar enterrando a empresa na estúpida e cretina esperança da empresa virar ".gov"!
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- FCarvalho
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Re: AVIBRAS
Eu não sei até onde a aprovação do sindicato é necessária e\ou impositiva para o fechamento do negócio.
Pelo que se sabe os funcionários não tem ações ou participação na gestão da empresa, ou seja, não são donos de nada, e não mandam em nada na gestão da mesma.
No máximo podem requerer em juízo os seus direitos, mas isso de ficar regatiando com possíveis compradores é algo meio que fora da lógica negocial e empresarial. E mesmo da jurisprudência. Ao menos não sei de casos anteriores onde sindicatos eram parte na negociação de empresas.
Mas bem, se estão forçando a barra para melar o negócio, o governo será o principal culpado e responsável por isso, dado que o sindicato não atua sem o amparo de mentes doentias dentro do próprio governo.
Pelo que se sabe os funcionários não tem ações ou participação na gestão da empresa, ou seja, não são donos de nada, e não mandam em nada na gestão da mesma.
No máximo podem requerer em juízo os seus direitos, mas isso de ficar regatiando com possíveis compradores é algo meio que fora da lógica negocial e empresarial. E mesmo da jurisprudência. Ao menos não sei de casos anteriores onde sindicatos eram parte na negociação de empresas.
Mas bem, se estão forçando a barra para melar o negócio, o governo será o principal culpado e responsável por isso, dado que o sindicato não atua sem o amparo de mentes doentias dentro do próprio governo.
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- gabriel219
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Re: AVIBRAS
E não vai virar uma .gov, o recado foi claro. Existem vários tipos de falência e ai existe o nível mais baixo, a Avibrás, o que fizeram foi trabalho criminoso intencional e profissional, a antiga administração foi chutada com bolso cheio de dinheiro. O BNDES seria o responsável por pagar a conta e a Akaer ia praticamente ganhar a Avibrás, ai que o Governo viu o valor que era e deixou quieto.
Os Sauditas agora estão dispostos a pagar maior parte para que tenham uma segurança de produção e tecnologia fora do Oriente Médio, mantendo aqui no Brasil, ofereceram mais que o próprio governo e o Sindicato fica de putaria.
Os Sauditas agora estão dispostos a pagar maior parte para que tenham uma segurança de produção e tecnologia fora do Oriente Médio, mantendo aqui no Brasil, ofereceram mais que o próprio governo e o Sindicato fica de putaria.
- FCarvalho
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Re: AVIBRAS
Sindicalistas vivem no mundo da lua particular deles, a base de ideologia e de uma suposta "guerra" entre patrões capitalistas malvadões e operários (pobres coitados explorados pelo capital) que nunca irão sequer chegar perto de ter a importância que acham que tem.
Por mim, ficar discutindo qualquer coisa com sindicato é pura perda de tempo. O negócio é entre quem quer comprar e quem quer vender. Ponto. Negócio fechado, fala-se então com os empregados e vê o que dá para fazer.
Se quiseram continuar a birra, bem, com certeza São José dos Campos e entorno deve haver muita gente interessada em trabalho e carteira assinada.
A vida não está boa para ninguém, em lugar nenhum.
Por mim, ficar discutindo qualquer coisa com sindicato é pura perda de tempo. O negócio é entre quem quer comprar e quem quer vender. Ponto. Negócio fechado, fala-se então com os empregados e vê o que dá para fazer.
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Re: AVIBRAS
@FCarvalho, não é assim. Uma parcela da dívida da Avibras é justamente a trabalhista. É dívida como qualquer outra. Imagine que ela deva também a instituições bancárias, e é de se esperar que lá os possíveis compradores também estejam buscando um acordo, e quanto mais descontos o comprador obtiver na quitação do passivo, melhores as condições para viabilidade da compra. Alguma coisa te faz crer que um banco vai simplesmente abrir mão de sua parte em juros? Não acho que o comprador nesse caso tenha opção de simplesmente pagar o quanto decidir que quer pagar. E sem essa negociação, simplesmente não vale a pena comprar a empresa.
Não é nada diferente com os funcionários. Como são credores, possivelmente um dos maiores, logo são parte interessada no negócio. Sabem que tem o recebível, mas também que para acessa-lo é necessário oferecer condições e possivelmente um desconto.
Não sei onde entra ideologia nisso, o sindicato está fazendo justamente o que lhe cabe fazer nesse caso, tentar obter as condições mais vantajosas para a quitação do que é devido aos trabalhadores.
Veja que é um negócio bilionário, então não me parece que três rodadas de negociações sejam o abuso que você parece imaginar que é. Haverá uma nova reunião, e os investidores trarão outra proposta. Se não saíram da mesa, é porque estão interessados e também é porque tem mais cartas a oferecer. Me desculpe, mas quem aceita a primeira proposta, até mesmo na venda de uma moto ou carro usado, está sendo feito de trouxa e vai ser passado para trás.
O que é uma semana a mais de negociação se você tem a receber o valor equivale a entrada de uma casa, se vc é trabalhador? O que é uma semana a mais de negociação se o que está na mesa é uma redução de algumas dezenas de milhões no passivo do seu negócio? Então vamos deixar as coisas acontecerem antes de julgar dessa forma.
Não é nada diferente com os funcionários. Como são credores, possivelmente um dos maiores, logo são parte interessada no negócio. Sabem que tem o recebível, mas também que para acessa-lo é necessário oferecer condições e possivelmente um desconto.
Não sei onde entra ideologia nisso, o sindicato está fazendo justamente o que lhe cabe fazer nesse caso, tentar obter as condições mais vantajosas para a quitação do que é devido aos trabalhadores.
Veja que é um negócio bilionário, então não me parece que três rodadas de negociações sejam o abuso que você parece imaginar que é. Haverá uma nova reunião, e os investidores trarão outra proposta. Se não saíram da mesa, é porque estão interessados e também é porque tem mais cartas a oferecer. Me desculpe, mas quem aceita a primeira proposta, até mesmo na venda de uma moto ou carro usado, está sendo feito de trouxa e vai ser passado para trás.
O que é uma semana a mais de negociação se você tem a receber o valor equivale a entrada de uma casa, se vc é trabalhador? O que é uma semana a mais de negociação se o que está na mesa é uma redução de algumas dezenas de milhões no passivo do seu negócio? Então vamos deixar as coisas acontecerem antes de julgar dessa forma.
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Re: AVIBRAS
Olá Brasileiro.
O sindicato parece mais interessado em deixar as coisas mais difíceis desde o início, pois até mesmo nas reuniões na justiça nenhum tipo de negociação foi possível e simplesmente eles não arredam pé um milímetro das suas posições. E isto não me perece ser algo bem intencionado, como alguém que quer de fato atingir as melhores condições possíveis, e não simplesmente travar qualquer possibilidade de negociação em favor de interesses que não são dos trabalhadores.
Sindicatos no Brasil não são independentes em absolutamente nada desde sempre. E o que representa os trabalhadores da Avibras é bem conhecido pelas óbvias ligações que tem com o partido do governo, e mesmo com certas personalidades petistas bem conhecidas pelos discursos retrógrados e enviesados.
A ver o que sai disso tudo.
O sindicato parece mais interessado em deixar as coisas mais difíceis desde o início, pois até mesmo nas reuniões na justiça nenhum tipo de negociação foi possível e simplesmente eles não arredam pé um milímetro das suas posições. E isto não me perece ser algo bem intencionado, como alguém que quer de fato atingir as melhores condições possíveis, e não simplesmente travar qualquer possibilidade de negociação em favor de interesses que não são dos trabalhadores.
Sindicatos no Brasil não são independentes em absolutamente nada desde sempre. E o que representa os trabalhadores da Avibras é bem conhecido pelas óbvias ligações que tem com o partido do governo, e mesmo com certas personalidades petistas bem conhecidas pelos discursos retrógrados e enviesados.
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Re: AVIBRAS
O processo de venda da AVIBRAS tornou-se uma mesa de pôquer, com poucas cartas à mostra e uma boa dose de blefes. A chinesa NORINCO, que já era dada como um jogador fora da disputa, está tentando voltar ao game por um caminho curioso.
Os asiáticos têm feito gestões junto ao BNDES. No último dia 9 de outubro, dois diretores da NORINCO no Brasil, Dagoberto Porto e Walter Haddad, estiveram reunidos com o próprio presidente do banco, Aloizio Mercadante.
A princípio, a investida dos chineses soa como um contrassenso, uma vez que o BNDES recebeu do governo a missão de costurar a negociação da AVIBRAS para uma empresa brasileira. No entanto, os representantes da NORINCO sinalizaram que o grupo aceitaria ter uma participação minoritária em um consórcio liderado por capital nacional. Seria uma forma de quebrar a resistência de vários setores do governo, a começar pelas Forças Armadas, à transferência do centro de decisões de uma Empresa Estratégica de Defesa (EED) para o exterior.
Segunda reunião com o representante do Grupo Investidor e o Sindicato dos Metalúrgicos. Foto Lucas Lacaz Ruiz Agência X9 Especial para DefesaNet
No entanto, a boa vontade da NORINCO – um mega conglomerado industrial que, além de equipamentos de defesa (sistemas de ataque de precisão, armas anfíbias, armas de supressão de longo alcance, sistemas antiaéreo e antimísseis etc.), fabrica automóveis, caminhões, máquinas, produtos químicos – é vista com reservas no governo. Não parece fazer sentido que o grupo entre no negócio e coloque dinheiro na Avibras para ficar com uma posição subalterna. De boas intenções, Pequim está cheia.
Segundo uma fonte, há um receio em determinados segmentos das Forças Armadas de que um eventual sócio brasileiro, ainda que formalmente majoritário, na prática não passe de um mero figurante, cabendo aos chineses dar as cartas na AVIBRAS. Trata-se de uma preocupação pertinente, até porque a negociação de venda da companhia brasileira virou um estranho jogo de esconde-esconde.
Carlos Fortner a face visível do Grupo Investidor Foto Lucas Lacaz Ruiz Agência X9 Especial para DefesaNet
Nas últimas semanas, surgiu um candidato “mascarado” à compra da AVIBRAS. Em tese um grupo brasileiro até agora sem nome e com um rosto só: o de Carlos Fortner, que presidiu os Correios no governo Temer.
Na última terça-feira (19NOV2024), Fortner se reuniu com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, que representa os trabalhadores da empresa. Foi a sua segunda visita à entidade em duas semanas. Em ambas, promessas de que a compra da AVIBRAS está perto de ser fechada e que todos os débitos trabalhistas serão quitados.
Tudo pelas mãos do tal investidor “brasileiro”. Pode ser. A questão é que nacionalidade se tornou uma variável difusa na venda da AVIBRAS. O investidor representado por Fortner tanto pode ser efetivamente nacional quanto ter outras colorações com uma leve camada de verde e amarelo por cima. Além da Norinco, nas últimas semanas surgiram notícias do interesse do fundo soberano da Arábia Saudita de comprar a fabricante brasileira de equipamentos de defesa.
Outro candidato citado é a australiana DefendTex. Em nota à imprensa, divulgada após a reunião de terça-feira entre Fortner e o Sindicato, a AVIBRAS confirma as tratativas com “investidor brasileiro”, sem citar qualquer nome. Afirma que ambos “estão plenamente empenhados e confiantes na conclusão da transação, que poderá marcar o fim do processo de recuperação e o início de uma nova fase de crescimento para a companhia”.
Em contato com o RR, quando perguntada especificamente sobre as negociações com outros investidores, nacionais e estrangeiros, a AVIBRAS não se manifestou.
A solução ideal para o governo Lula e o estamento militar ainda é a fusão da AVIBRAS com outra empresa nacional do setor. A principal candidata é a AKAER, especializada no desenvolvimento de tecnologias e equipamentos para a área de defesa, especialmente o setor aeroespacial.
Há uma peculiaridade que conta ainda mais a favor da empresa. Em 2023, a Akaer voltou a ser uma companhia 100% brasileira. Por meio da Connectus Gestão e Participações, o acionista controlador Cesar Augusto Teixeira Andrade e Silva recomprou os 42,21% que estavam nas mãos da sueca SAAB. A AKAER tem interesse em incorporar a AVIBRAS, mas seu apetite estaria condicionado a um apoio financeiro do BNDES.
Entre cartas viradas de cabeça para baixo e blefes, a AVIBRAS definha à espera de um novo investidor. Os funcionários não recebem salários há 19 meses. Em estado de greve desde setembro de 2022, os próprios trabalhadores chegaram a propor que o governo assumisse a empresa. Não colou. Em recuperação judicial, a companhia, controlada por João Brasil Carvalho Leite, filho do fundador, João Verdi Carvalho Leite, carrega um passivo de mais de R$ 600 milhões. (Nota DefesaNet – o montante de dívidas é um contencioso aberto que pode multiplicar o total de dívida várias vezes)
Quase metade corresponde a dívidas com o próprio governo, de débitos tributários a financiamentos contraídos junto a BNDES, FINEP e Banco do Brasil. A erosão da AVIBRAS se manifesta ainda em outros pontos. Fontes que visitaram a fábrica de Jacareí ficaram alarmadas com a obsolescência e a degradação do parque industrial.
Além disso, nos últimos anos, a empresa perdeu muito do seu capital humano, notadamente engenheiros de ponta, para outras companhias da área de defesa, especialmente a Mac Jee, que iniciou um programa espacial em parceria com a Força Aérea.
Nota DefesaNet
Além da captura de importantes engenheiros da AVIBRAS por outras empresas da região, como a Mac Jee e a própria AKAER, há outro ponto importantíssimo
Uma divisão nas foças armadas. A Marinha salvou seu projeto do Míssil Anti-Navio de Superfície (MANSUP) com uma associação da empresa brasileira SIATT com o EDGE Group dos Emirados Árabes. A FAB procurou as empresas AKAER e Mac Jee para avançar com os projetos espaciais.
Ficou o Exército com o ASTROS 2020 e o Míssil Tático de Cruzeiro na AVIBRAS.
A questão de propulsão dos projetos da FAB e MB é uma situação em aberto.
Fonte: https://www.defesanet.com.br/astros/que ... a-avibras/
Os asiáticos têm feito gestões junto ao BNDES. No último dia 9 de outubro, dois diretores da NORINCO no Brasil, Dagoberto Porto e Walter Haddad, estiveram reunidos com o próprio presidente do banco, Aloizio Mercadante.
A princípio, a investida dos chineses soa como um contrassenso, uma vez que o BNDES recebeu do governo a missão de costurar a negociação da AVIBRAS para uma empresa brasileira. No entanto, os representantes da NORINCO sinalizaram que o grupo aceitaria ter uma participação minoritária em um consórcio liderado por capital nacional. Seria uma forma de quebrar a resistência de vários setores do governo, a começar pelas Forças Armadas, à transferência do centro de decisões de uma Empresa Estratégica de Defesa (EED) para o exterior.
Segunda reunião com o representante do Grupo Investidor e o Sindicato dos Metalúrgicos. Foto Lucas Lacaz Ruiz Agência X9 Especial para DefesaNet
No entanto, a boa vontade da NORINCO – um mega conglomerado industrial que, além de equipamentos de defesa (sistemas de ataque de precisão, armas anfíbias, armas de supressão de longo alcance, sistemas antiaéreo e antimísseis etc.), fabrica automóveis, caminhões, máquinas, produtos químicos – é vista com reservas no governo. Não parece fazer sentido que o grupo entre no negócio e coloque dinheiro na Avibras para ficar com uma posição subalterna. De boas intenções, Pequim está cheia.
Segundo uma fonte, há um receio em determinados segmentos das Forças Armadas de que um eventual sócio brasileiro, ainda que formalmente majoritário, na prática não passe de um mero figurante, cabendo aos chineses dar as cartas na AVIBRAS. Trata-se de uma preocupação pertinente, até porque a negociação de venda da companhia brasileira virou um estranho jogo de esconde-esconde.
Carlos Fortner a face visível do Grupo Investidor Foto Lucas Lacaz Ruiz Agência X9 Especial para DefesaNet
Nas últimas semanas, surgiu um candidato “mascarado” à compra da AVIBRAS. Em tese um grupo brasileiro até agora sem nome e com um rosto só: o de Carlos Fortner, que presidiu os Correios no governo Temer.
Na última terça-feira (19NOV2024), Fortner se reuniu com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, que representa os trabalhadores da empresa. Foi a sua segunda visita à entidade em duas semanas. Em ambas, promessas de que a compra da AVIBRAS está perto de ser fechada e que todos os débitos trabalhistas serão quitados.
Tudo pelas mãos do tal investidor “brasileiro”. Pode ser. A questão é que nacionalidade se tornou uma variável difusa na venda da AVIBRAS. O investidor representado por Fortner tanto pode ser efetivamente nacional quanto ter outras colorações com uma leve camada de verde e amarelo por cima. Além da Norinco, nas últimas semanas surgiram notícias do interesse do fundo soberano da Arábia Saudita de comprar a fabricante brasileira de equipamentos de defesa.
Outro candidato citado é a australiana DefendTex. Em nota à imprensa, divulgada após a reunião de terça-feira entre Fortner e o Sindicato, a AVIBRAS confirma as tratativas com “investidor brasileiro”, sem citar qualquer nome. Afirma que ambos “estão plenamente empenhados e confiantes na conclusão da transação, que poderá marcar o fim do processo de recuperação e o início de uma nova fase de crescimento para a companhia”.
Em contato com o RR, quando perguntada especificamente sobre as negociações com outros investidores, nacionais e estrangeiros, a AVIBRAS não se manifestou.
A solução ideal para o governo Lula e o estamento militar ainda é a fusão da AVIBRAS com outra empresa nacional do setor. A principal candidata é a AKAER, especializada no desenvolvimento de tecnologias e equipamentos para a área de defesa, especialmente o setor aeroespacial.
Há uma peculiaridade que conta ainda mais a favor da empresa. Em 2023, a Akaer voltou a ser uma companhia 100% brasileira. Por meio da Connectus Gestão e Participações, o acionista controlador Cesar Augusto Teixeira Andrade e Silva recomprou os 42,21% que estavam nas mãos da sueca SAAB. A AKAER tem interesse em incorporar a AVIBRAS, mas seu apetite estaria condicionado a um apoio financeiro do BNDES.
Entre cartas viradas de cabeça para baixo e blefes, a AVIBRAS definha à espera de um novo investidor. Os funcionários não recebem salários há 19 meses. Em estado de greve desde setembro de 2022, os próprios trabalhadores chegaram a propor que o governo assumisse a empresa. Não colou. Em recuperação judicial, a companhia, controlada por João Brasil Carvalho Leite, filho do fundador, João Verdi Carvalho Leite, carrega um passivo de mais de R$ 600 milhões. (Nota DefesaNet – o montante de dívidas é um contencioso aberto que pode multiplicar o total de dívida várias vezes)
Quase metade corresponde a dívidas com o próprio governo, de débitos tributários a financiamentos contraídos junto a BNDES, FINEP e Banco do Brasil. A erosão da AVIBRAS se manifesta ainda em outros pontos. Fontes que visitaram a fábrica de Jacareí ficaram alarmadas com a obsolescência e a degradação do parque industrial.
Além disso, nos últimos anos, a empresa perdeu muito do seu capital humano, notadamente engenheiros de ponta, para outras companhias da área de defesa, especialmente a Mac Jee, que iniciou um programa espacial em parceria com a Força Aérea.
Nota DefesaNet
Além da captura de importantes engenheiros da AVIBRAS por outras empresas da região, como a Mac Jee e a própria AKAER, há outro ponto importantíssimo
Uma divisão nas foças armadas. A Marinha salvou seu projeto do Míssil Anti-Navio de Superfície (MANSUP) com uma associação da empresa brasileira SIATT com o EDGE Group dos Emirados Árabes. A FAB procurou as empresas AKAER e Mac Jee para avançar com os projetos espaciais.
Ficou o Exército com o ASTROS 2020 e o Míssil Tático de Cruzeiro na AVIBRAS.
A questão de propulsão dos projetos da FAB e MB é uma situação em aberto.
Fonte: https://www.defesanet.com.br/astros/que ... a-avibras/
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Re: AVIBRAS
AVIBRAS -Tensão e Exaustão nas Negociações entre Grupo Investidor e Sindicato
Notas do Sindicato Metalúrgicos de São José dos Campos e Comunicado da Diretoria da AVIBRAS representando o Grupo Investidor refletindo as negociações da reunião do dia 22 Novembro 2024.
O nível de tensão e exaustão dos negociadores está visível nas fotos de Lucas Lacaz.
Próxima reunião dos negociadores marcada para 28 Novembro 2024.
Nota do Sindicato
Sob o olhar do presidente do Sindicato Weller Carlos Fortner cumprimenta participantes da reunião. Foto Lucas Lacaz Ruiz Agência X0 especial para DefesaNet
Sem acordo sobre multas, negociação entre Sindicato e investidor da Avibras continua
Uma nova reunião já está agendada para o dia 28
A recusa do possível investidor em pagar as multas trabalhistas devidas pela Avibras travou mais uma rodada de negociação com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região. A reunião aconteceu nesta sexta-feira (22) e, novamente, terminou sem acordo. Um novo encontro acontecerá na quinta-feira (28), às 15h.
Na terceira rodada de negociação, o representante do investidor que está interessado em comprar a Avibras manteve a proposta para que os trabalhadores abram mão de aproximadamente R$ 300 milhões em multas referentes aos atrasos salariais.
Em substituição às multas na íntegra, o investidor oferece o valor equivalente a duas vezes a correção dos valores salariais atrasados pelo INPC. O pagamento seria feito em fevereiro de 2026.
Poucos avanços
Na negociação anterior, o investidor havia proposto parcelar em 13 vezes os salários que estão em atraso. Na proposta apresentada hoje, o parcelamento ficaria entre oito e 13 meses. O Sindicato propôs entre cinco e sete parcelas. Não houve consenso e as negociações continuarão.
Em relação ao pagamento do 13º salário, o investidor aceitou a proposta apresentada pelo Sindicato, para que seja depositado no dia 20 de dezembro a todos os trabalhadores.
Falta transparência
Mesmo após três rodadas de negociação, o nome do investidor continua sob sigilo. Nas reuniões, ele está sendo representando por Carlos Fortner. A omissão dessa informação essencial dificulta, ainda mais, os avanços nas negociações.
“Os trabalhadores estão dispostos a negociar, mas é difícil abrir mão desse valor, que é um direito deles. Além disso, é muito complicado aprovar qualquer acordo sem saber com quem estamos negociando. Queremos construir uma proposta que atenda às expectativas dos trabalhadores”, afirma o presidente do Sindicato, Weller Gonçalves.
Fonte: https://www.defesanet.com.br/astros/avi ... sindicato/
Notas do Sindicato Metalúrgicos de São José dos Campos e Comunicado da Diretoria da AVIBRAS representando o Grupo Investidor refletindo as negociações da reunião do dia 22 Novembro 2024.
O nível de tensão e exaustão dos negociadores está visível nas fotos de Lucas Lacaz.
Próxima reunião dos negociadores marcada para 28 Novembro 2024.
Nota do Sindicato
Sob o olhar do presidente do Sindicato Weller Carlos Fortner cumprimenta participantes da reunião. Foto Lucas Lacaz Ruiz Agência X0 especial para DefesaNet
Sem acordo sobre multas, negociação entre Sindicato e investidor da Avibras continua
Uma nova reunião já está agendada para o dia 28
A recusa do possível investidor em pagar as multas trabalhistas devidas pela Avibras travou mais uma rodada de negociação com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região. A reunião aconteceu nesta sexta-feira (22) e, novamente, terminou sem acordo. Um novo encontro acontecerá na quinta-feira (28), às 15h.
Na terceira rodada de negociação, o representante do investidor que está interessado em comprar a Avibras manteve a proposta para que os trabalhadores abram mão de aproximadamente R$ 300 milhões em multas referentes aos atrasos salariais.
Em substituição às multas na íntegra, o investidor oferece o valor equivalente a duas vezes a correção dos valores salariais atrasados pelo INPC. O pagamento seria feito em fevereiro de 2026.
Poucos avanços
Na negociação anterior, o investidor havia proposto parcelar em 13 vezes os salários que estão em atraso. Na proposta apresentada hoje, o parcelamento ficaria entre oito e 13 meses. O Sindicato propôs entre cinco e sete parcelas. Não houve consenso e as negociações continuarão.
Em relação ao pagamento do 13º salário, o investidor aceitou a proposta apresentada pelo Sindicato, para que seja depositado no dia 20 de dezembro a todos os trabalhadores.
Falta transparência
Mesmo após três rodadas de negociação, o nome do investidor continua sob sigilo. Nas reuniões, ele está sendo representando por Carlos Fortner. A omissão dessa informação essencial dificulta, ainda mais, os avanços nas negociações.
“Os trabalhadores estão dispostos a negociar, mas é difícil abrir mão desse valor, que é um direito deles. Além disso, é muito complicado aprovar qualquer acordo sem saber com quem estamos negociando. Queremos construir uma proposta que atenda às expectativas dos trabalhadores”, afirma o presidente do Sindicato, Weller Gonçalves.
Fonte: https://www.defesanet.com.br/astros/avi ... sindicato/
- FCarvalho
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Re: AVIBRAS
O ASTROS e o projeto do AV-MTC, salvo engano, são de propriedade intelectual do exército.Skiperd2024 escreveu: ↑Sáb Nov 23, 2024 6:03 pm Ficou o Exército com o ASTROS 2020 e o Míssil Tático de Cruzeiro na AVIBRAS.
A questão de propulsão dos projetos da FAB e MB é uma situação em aberto.
Fonte: https://www.defesanet.com.br/astros/que ... a-avibras/
Mas de nada adiantará isso se a empresa falir, e não conseguirmos ninguém na BIDS - se é que existe - disposto a consertar toda essa sujeira, que com certeza será jogada para debaixo do tapete pela pequenez e mediocridade política de praxe diante da derrocada da empresa.
Alguns vão sair muito felizes e satisfeitos. Outros, com uma mão na frente e outra nas costas. FFAA's incluso.
Mas não vejo ninguém realmente preocupado de fato com isso em lugar algum em Brasília.
Carpe Diem