Concordo em quase todos os pontos - com minhas ressalvas, claro - especialmente a adaptabilidade da VKS, que creio que foi restrita na parte do ISTAR muito pelas demandas da SV e quando ainda era o guarda-chuva da mesma o uso de Iskanders e com a implementação do Tornado-S, apenas se adaptaram aos novos armamentos, valendo também para as UMPCs e UMPBs. Outra demanda vinda diretamente da SV - e quando ler demanda leia-se exigência - é o apoio mais efetivo de helis de ataque da VKS e é o que vimos durante a contink dos Ukras em Maio de 2023.Suetham escreveu: Dom Jun 09, 2024 7:51 am Acredito que nesta altura da guerra, não se pode descartar absolutamente nenhuma coisa. Eu concordo que é muito improvável, mas é uma consideração a fazer, mesmo que as probabilidades sejam extremamente baixas. Uma thread que eu já postei aqui é referente ao emprego de operadores da OTAN atuando na Ucrânia sob "serviço contratado", desde operador de Himars até pilotos de caças, isso é uma sugestão que eu ainda considero bem realista, na medida que mais equipamentos avançados vão sendo transferidos para a Ucrânia, sendo assim, eu realmente não tenho a intenção de descartar nada, mas me inclino com a sua decisão de que isso é improvável, por enquanto.
Não sei se eles conseguem aumentar as missões de vigilância aérea do A-50U. Os russos certamente ainda podem manter um alerta permanente com os A-50U on-station prontos para decolar assim que um chamado for declarado, mas não acho que eles tenham condições de aumentar essas patrulhas. Considerando que precisa-se de um mínimo de 3 necessários a qualquer momento para uma vigilância completa e um conhecimento situacional completo do espaço aéreo ucraniano, assumindo 8 horas na estação e vigilância 24 horas por dia, 7 dias por semana, a Rússia precisa de uma frota de pelo menos 10-12 A-50U implantados operacionalmente, exigindo uma frota de cerca de 14-15 A-50U. Mesmo reduzindo isso pela metade, os russos ainda terão problemas por causa da baixa quantidade de aeronaves indisponíveis, mesmo desconsiderando qualquer abate alegado pela Ucrânia.
O que a Rússia pode fazer e ainda está fazendo é aumentar a quantidade de radares nas partes mais interessadas da fronteira e da linha de frente, priorizando o emprego de caças para cobrir as lacunas expostas dos radares terrestres, mas isso só ofereceria uma cobertura de médio alcance, uma deficiência que a Ucrânia certamente poderia explorar com o uso decente do F-16 vetorado pelo AEW&C ou sem ele também.
Sobre o R-37M, eu já tinha alertado que qualquer alvo - incluindo caças - entre 25 metros a 25.000 metros poderiam ser interceptados a centenas de km, eu sei que eles estão sendo usados regularmente, mas ainda não sei a sua taxa de efetividade e nem em quais condições ele foi empregado, talvez com a entrada do F-16, veremos a real capacidade dele em abate BVR, pois a interceptação de F-16 na Ucrânia por caças russos certamente vai ter de ser empregado o R-37M, isso não passará despercebido pela mídia.
Eu realmente tenho sérias dúvidas sobre o emprego do F-16 para essa missão estilo OCA, mesmo vetorado por um AEW&C, os F-16s ainda estão expostos aos caças russos para o lançamento do AIM-120, eu não sei se eles vão realmente começar a empregar o F-16 dessa forma. Uma informação recente que saiu foi de que os primeiros caças F-16 que foram entregues ao centro de formação do F-16, serão transferidos para a 114ª Brigada de Aviação Tática(MiG-29) e mais alguma outra unidade que agora me fugiu a mente, a 114ª Brigada fica baseado em Ivano-Frankivsk, no oblast de Ivano-Frankivsk, geralmente pode usar as bases aéreas de Lutsk e Ozerne, além do próprio aeroporto internacional de Ivano-Frankivsk, os cincos primeiros caças foram dois F-16AM construídos em 1991 e um 1988, um caça F-16BM construído em 1988 e outro caça F-16BM construído em 1986. Acredito que, como as primeiras unidades são da região ocidental - sob o Comando Aéreo Ocidental, eu afirmaria que os caças F-16 vetorados por AEW&C teriam a missão primordial de defesa aérea contra mísseis de cruzeiro e os drones que a Rússia emprega, dessa forma, com uma rede IADS integrada robusta, os ucranianos podem limitar os ataques de bombardeios russos. Eu não acho que os F-16 serão empregados da forma como todos estão pensando, até porque, a prioridade da Ucrânia deveria ser conter os bombardeios russos.
As barragens de mísseis e o fluxo constante de drones são um grande problema e podem ter um efeito semelhante da ofensiva de bombardeio estratégico aliado na SGM. Para conter isso, estão usando até o Yak-52, provavelmente usarão o Mirage-2000-5, uma aeronave que a Ucrânia desprezou anteriormente, mas agora parece no passo iminente de recebê-la. Com F-16 + AEW&C, além de toda a rede IADS em terra, eles poderiam ter os meios para conter os bombardeios, de forma a minimizar os danos, porque isso é tudo o que a Rússia pode fazer em termos estratégicos.
Quanto aos russos, se observarmos o aprendizado de todos os serviços da Rússia durante a condução da guerra, o VKS é o que menos se adaptou ao conflito. Apesar de sofrer as menores baixas desse conflito, o VKS não melhorou seu desempenho, em comparação com as forças terrestres. O VKS está realmente falhando como instituição, a aviação russa só recentemente começou a fazer alguma coisa, com o emprego de bombas de planagem(uma inovação para o VKS), isso depois de todas as escolhas esgotadas, com o VKS ficando na total imponência nas missões de uso massivo de meios aéreos e só permaneceu no conflito nas operações defensivas dentro do seu próprio espaço aéreo. O VKS tinha todos os meios necessários para projetar força com sucesso, mas não sabia como e tinha medo de aprender da maneira mais difícil.
O mais novo recente "aprendizado" do VKS:
Até acredito que aqui poderia ser um decoy, pois o VKS está fazendo uso massivo dessa forma de dissimulação nas bases aéreas, mas se confirmado, isso só mostra que o VKS está realmente falhando como instituição.
De resto, a VKS ainda teima em manter conceitos antigos, como é o caso do Su-57 agora, me pela imagem de satélite o dano foi mínimo do mínimo, nem existem marcas claras ao ponto de ser uma danificação PT. Aliás me cheira muito a decoy, pois pelo buraco dos impactos, com toda certeza a eletrônica pegaria fogo, mesmo que não tivessem abastecidos.
A minha única discordância é achar que a AFU seria lógica, como empregar os F-16 corretamente, em manter as linhas de suprimento em Ivano-Francinsk, Lviv e Rivne, repelindo ataques de mísseis nessa região, limitando sua AD a tentar algo contra mísseis supersônicos e os hipersônicos não há o que fazer. É extremamente propagandístico pra AFU usar F-16 pra abater qualquer coisa da VKS, ainda mais que o principal terror das tropas da AFU tem sido o emprego massivo de UMPCs, quase 100 por dia em alguns pontos do fronte. Eu tenho a prática certeza que irão querer colocar F-16 em Kryriv Rih, Odessa e talvez Mykolaiv pra tentar a sorte bombardeando ou derrubando algo na Criméia.
Se eu sou os Russos, reforço todo sistema CAP na região da Criméia, pois não vejo sentido nos F-16 invadirem o espaço aéreo de Belgorod pra destruir qualquer coisa que um ATACMS ou drone qualquer poderia fazer.