TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG
Lembrando aqui, dos Gripens.
Não ia vir outro de barco da Suécia?
E a Embraer, mais umas semanas já vai fazer um ano da tal 'linha de montagem' em GPX, demora tanto assim pra montar um avião?
Não ia vir outro de barco da Suécia?
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- FCarvalho
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG
Supostamente era para ter chegado uma segunda unidade no começo deste ano, como foi informado a público, e não veio com o último recebido em Dezembro.
Em 2023 seriam 3 caças a receber. Dois chegaram no começo do ano e o último em dezembro, que a FAB informou à época que seriam 2. Obviamente não aconteceu.
Este ano, pelo cronograma, é para receber mais 3 caças. Mas eu começo a duvidar que mais este cronograma seja respeitado.
Um Gripen E leva de 18 a 24 meses para ser fabricado, segundo a SAAB. O avião produzido na Embraer provavelmente deve ser entregue apenas em 2025.
Para 2026 e 2027 está prevista a entrega de 10 e 11 unidades, respectivamente, por ano, o que me parece totalmente inviável. Para não dizer fora da realidade orçamentária da FAB.
Lembrando que os Gripen F não serão produzidos pela Embraer, e são 8 unidades apenas. Assim, para os dois últimos anos, as entregas da Embraer devem focar na produção de pelo menos 10 a 15 unidades do modelo E.
A SAAB deve fazer voar o Gripen F até o final do ano conforme o cronograma estabelecido. Daí até o oitavo e último vão mais 3 anos.
A FAB já tem hoje entregues 8 unidades, com 7 no GDA e 1 na Embraer.
Em 2023 seriam 3 caças a receber. Dois chegaram no começo do ano e o último em dezembro, que a FAB informou à época que seriam 2. Obviamente não aconteceu.
Este ano, pelo cronograma, é para receber mais 3 caças. Mas eu começo a duvidar que mais este cronograma seja respeitado.
Um Gripen E leva de 18 a 24 meses para ser fabricado, segundo a SAAB. O avião produzido na Embraer provavelmente deve ser entregue apenas em 2025.
Para 2026 e 2027 está prevista a entrega de 10 e 11 unidades, respectivamente, por ano, o que me parece totalmente inviável. Para não dizer fora da realidade orçamentária da FAB.
Lembrando que os Gripen F não serão produzidos pela Embraer, e são 8 unidades apenas. Assim, para os dois últimos anos, as entregas da Embraer devem focar na produção de pelo menos 10 a 15 unidades do modelo E.
A SAAB deve fazer voar o Gripen F até o final do ano conforme o cronograma estabelecido. Daí até o oitavo e último vão mais 3 anos.
A FAB já tem hoje entregues 8 unidades, com 7 no GDA e 1 na Embraer.
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG
A salvação da lavoura da FAB, com a desativação dos A-1 em 2025, e a aposentadoria dos últimos F-5EM em 2033 é a suplementação do contrato atual, com mais 15 aeronaves e a assinatura de um novo contrato para mais 36 Gripen, como estava previsto no planejamento estratégico da FAB.
Com estas quantidades, e o possível aditamento de ambos contratos, poderemos chegar até 102 caças, ou pouco mais, no longo prazo.
Tudo vai depender da vontade, ou da falta dela, nos governos de plantão para resolver o problema. E nada garante que os F-5 duram mais 9 anos.
Com estas quantidades, e o possível aditamento de ambos contratos, poderemos chegar até 102 caças, ou pouco mais, no longo prazo.
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG
Não vai acontecer enquanto houver um presidente de esquerda em Brasília. E antes que me venham encher o saco citando o exemplo da compra dos Leopard 1A5, eu vos lembro que estes foram comprados a troco de pinga e já eram considerados inferiores aos M60A3 TTS operados pelo Exército Brasileiro.FCarvalho escreveu: ↑Qui Abr 18, 2024 3:07 pm A salvação da lavoura da FAB, com a desativação dos A-1 em 2025, e a aposentadoria dos últimos F-5EM em 2033 é a suplementação do contrato atual, com mais 15 aeronaves e a assinatura de um novo contrato para mais 36 Gripen, como estava previsto no planejamento estratégico da FAB.
Com estas quantidades, e o possível aditamento de ambos contratos, poderemos chegar até 102 caças, ou pouco mais, no longo prazo.
Tudo vai depender da vontade, ou da falta dela, nos governos de plantão para resolver o problema. E nada garante que os F-5 duram mais 9 anos.
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG
Cara, foi no governo do atual presidente que firmaram acordos de compra de gripen, subs, guaranis, helicópteros, desenvolvimento do kc390, etc...no de direita, tivemos apenas os dois 330, salvo engano. Histórico por histórico...Viktor Reznov escreveu: ↑Qui Abr 18, 2024 10:29 pmNão vai acontecer enquanto houver um presidente de esquerda em Brasília. E antes que me venham encher o saco citando o exemplo da compra dos Leopard 1A5, eu vos lembro que estes foram comprados a troco de pinga e já eram considerados inferiores aos M60A3 TTS operados pelo Exército Brasileiro.FCarvalho escreveu: ↑Qui Abr 18, 2024 3:07 pm A salvação da lavoura da FAB, com a desativação dos A-1 em 2025, e a aposentadoria dos últimos F-5EM em 2033 é a suplementação do contrato atual, com mais 15 aeronaves e a assinatura de um novo contrato para mais 36 Gripen, como estava previsto no planejamento estratégico da FAB.
Com estas quantidades, e o possível aditamento de ambos contratos, poderemos chegar até 102 caças, ou pouco mais, no longo prazo.
Tudo vai depender da vontade, ou da falta dela, nos governos de plantão para resolver o problema. E nada garante que os F-5 duram mais 9 anos.
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG
Infelizmente, no Brasil, direita, esquerda ou meio de campo pouco se importam de fato com o tema Defesa Nacional. Qualquer investimento feito nos últimos anos o foi tendo em vista de conseguir o aplauso e\ou a omissão dos militares em relação aos pequenos interesses do Palácio do Planalto e do congresso.
Não há política de Estado no Brasil para nada. Os coronéis de barranco instalados em Brasília nunca se importaram, e continuam não se importando, com nada que não seja seus próprios interesses pessoais, leia-se, dinheiro no bolso e muita mordomia paga com o dinheiro do contribuinte. Isto assegurado, o resto é resto. E se para garantir seus interesses tiverem que, aqui e ali aportar uns trocados para os militares se entreterem, e não encher o saco, negócio fechado. É assim desde o Sarney. E os comandos das forças estão até o fio do cabelo comprometidos desde então com a manutenção do status quo.
Vamos ser honestos. Não temos, e não tivemos, investimentos de longo prazo, regulares e previsíveis junto à manutenção de uma capacidade de investimento e custeio em defesa sob qualquer governo desde 1985. O que existe é muita propaganda, pouco ou nenhum investimento, e aquisições paliativas e\ou de oportunidade tentando melhorar a relação com a caserna, ou obter sua complacência. O orçamento da defesa é o exemplo mais claro e fático desta realidade.
E para completar, não temos um Ministério da Defesa que se preste a alguma coisa útil. Sempre servil e com o rabo entre as pernas, quando não, balançando-o alegremente para o governo de plantão e seus pequenos interesses, e não do país.
O projeto FX levou 15 anos para chegar a uma decisão. E ainda assim, o foi meio que a contragosto pela PR do momento, que não estava nem um pouco interessada no assunto. Pelo contrário, desprezava-o, assim como qualquer assunto relativo à defesa. Mas, decisão tomada, vamos levar outros 13 anos para receber apenas três dúzias de caças, com o cronograma original já defenestrado, e sem qualquer compromisso concreto deste e de qualquer outra gestão federal na sua manutenção. E pelo passo em que estamos, caminhamos céleres para um terceiro ou quarto cronogramas de recebimento. E isso porque são apenas 36 unidades. Imagine-se se a FAB tivesse se arrogado o intento de comprar 108 de uma única vez.
Bom, caças para a FAB são um elemento tão estranho quanto comprar blindados para o EB ou fragatas para a marinha, já que ninguém até hoje soube ou quer responder, efetivamente, para que servem as forças armadas. E como a resposta não é evidentemente politicamente correta, e não combina com os ideais de primazia do humanismo sociológico alienante do governo de plantão, então pode esquecer, pois vamos passar à eternidade com o assunto sendo tratado a pagode, e se muito sendo motivo de piadas ou discussões irrelevantes no planalto central. Ou pior, como usar os militares em coisas mais úteis" e sociais, já que não temos guerra por aqui e ninguém acredita nisso como missão primária das ffaa's. A começar pelos próprios militares.
Não há política de Estado no Brasil para nada. Os coronéis de barranco instalados em Brasília nunca se importaram, e continuam não se importando, com nada que não seja seus próprios interesses pessoais, leia-se, dinheiro no bolso e muita mordomia paga com o dinheiro do contribuinte. Isto assegurado, o resto é resto. E se para garantir seus interesses tiverem que, aqui e ali aportar uns trocados para os militares se entreterem, e não encher o saco, negócio fechado. É assim desde o Sarney. E os comandos das forças estão até o fio do cabelo comprometidos desde então com a manutenção do status quo.
Vamos ser honestos. Não temos, e não tivemos, investimentos de longo prazo, regulares e previsíveis junto à manutenção de uma capacidade de investimento e custeio em defesa sob qualquer governo desde 1985. O que existe é muita propaganda, pouco ou nenhum investimento, e aquisições paliativas e\ou de oportunidade tentando melhorar a relação com a caserna, ou obter sua complacência. O orçamento da defesa é o exemplo mais claro e fático desta realidade.
E para completar, não temos um Ministério da Defesa que se preste a alguma coisa útil. Sempre servil e com o rabo entre as pernas, quando não, balançando-o alegremente para o governo de plantão e seus pequenos interesses, e não do país.
O projeto FX levou 15 anos para chegar a uma decisão. E ainda assim, o foi meio que a contragosto pela PR do momento, que não estava nem um pouco interessada no assunto. Pelo contrário, desprezava-o, assim como qualquer assunto relativo à defesa. Mas, decisão tomada, vamos levar outros 13 anos para receber apenas três dúzias de caças, com o cronograma original já defenestrado, e sem qualquer compromisso concreto deste e de qualquer outra gestão federal na sua manutenção. E pelo passo em que estamos, caminhamos céleres para um terceiro ou quarto cronogramas de recebimento. E isso porque são apenas 36 unidades. Imagine-se se a FAB tivesse se arrogado o intento de comprar 108 de uma única vez.
Bom, caças para a FAB são um elemento tão estranho quanto comprar blindados para o EB ou fragatas para a marinha, já que ninguém até hoje soube ou quer responder, efetivamente, para que servem as forças armadas. E como a resposta não é evidentemente politicamente correta, e não combina com os ideais de primazia do humanismo sociológico alienante do governo de plantão, então pode esquecer, pois vamos passar à eternidade com o assunto sendo tratado a pagode, e se muito sendo motivo de piadas ou discussões irrelevantes no planalto central. Ou pior, como usar os militares em coisas mais úteis" e sociais, já que não temos guerra por aqui e ninguém acredita nisso como missão primária das ffaa's. A começar pelos próprios militares.
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG
É bom que se diga. Antes de 1985, e mesmo antes de 1964, nunca houve no país elementos estruturantes para a organização da defesa nacional enquanto política de Estado. Defesa é um assunto tão estranho e aleatório ao brasileiro médio quanto um jogo de golf ou hugby. E a politicagem de plantão sempre, invariavelmente, acompanha tal alienação do populacho eleitor. Se educação, saúde, justiça e saneamento básico são tratados do jeito que são no Brasil, que se pode dizer da aquisição de caças para a força aérea brasileira...
O brasileiro acredita e bota fé nas suas ffaa's menos por suas capacidades de defender o país, do que pelas suas muitas ingerências no mundo do assistencialismo social reinante no país desde 1822, complementando, ou mesmo substituindo, que é a regra, os organismos civis do poder público no seu mister. E tudo isso é visto como natural, tanto pela sociedade, que aplaude e vê nisso utilidade prática para a manutenção das ffaa's, e pelos políticos, que usam e abusam dos recursos da caserna a seu bel prazer e interesses com a desculpa de atender a sociedade.
Lembrando um pouco do histórico da caça no Brasil, é preciso dizer que a FAB nunca foi uma força exatamente voltada para a sua missão primária no Brasil, ao contrário, a maioria dos seus projetos desde o fim da guerra em 1945 sempre esteve voltado para missões secundárias, ou complementares, como se diz. E isto foi feito ao longo de décadas, criando uma cultura dentro e fora das ffaa's que hoje seria muito difícil de tirar, e mesmo questionar. Nem os militares engolem o fato de alguém querer tirar-lhes a pecha de "mão amiga" do país. Mesmo que isso lhes trouxesse melhorias exponenciais no sentido de atender sua missão primária.
Entre os P-47 e os Gloster Meteor, levamos quase 10 anos para se tomar uma decisão de substituição. Uma vez baixados estes últimos, tivemos mais duas décadas na prática sem um vetor de caça efetivo, com o país tateando no escuro com versões de caça de jatos treinadores, como o F-8 e Xavante. Somente no final da década de 1960 a FAB interveio em favor da caça e aludiu a criação de um sistema de defesa aérea e a compra dos Mirage III que só chegaram no início dos anos 1970. E foram complementados pelos F-5E\F pouco depois, com os AMX chegando no final da década seguinte.
Se passaram quase 30 anos para a FAB tomar nova decisão em favor da substituição dos jatos franceses, que continuaram operando neste tempo todo sem modernizações ou atualizações que lhe aumentasse as capacidades. E começamos com pouca pretensões, com apenas 12 aeronaves, depois 24, e por por fim 36 unidades. Os F-5 tiveram melhor sorte e foram modernizados no começo dos anos 2000, com sua retirada planejada até 2015, o que obviamente não aconteceu. Os AMX tiveram menos sorte neste aspecto, com apenas 9 unidades modernizadas. Pois bem, o projeto FX que visava em princípio tirar os Mirage III de cena, evolui para a substituição de toda a frota de caças, prevendo-se até 108 unidades, o que a nível de Brasil é uma quantidade gigantesca, e claramente questionável por todos, vide a completa inépcia do assunto na sociedade e meio político. E o FX teve que esperar 15 anos para uma decisão. E teremos que esperar quase outros 15 anos até termos apenas 36 caças, e sem perspectivas de outros lotes no curto e médio prazo.
Por fim, revendo um pouco da história da caça no Brasil, é possível perceber que ela nunca foi de fato um ativo de primeira importância no planejamento estratégico da FAB, que sempre priorizou questões acessórias à implantação e organização do poder aeroespacial nacional. E fez muito bem, aliás, visto que se não fosse as ações da FAB neste campo, muito provavelmente estaríamos hoje dependentes ainda de fornecedores estrangeiros para tudo nesse país em termos de aviação. E a Embraer sequer existiria. Mas ela pagou um preço como força armada muito alto para apor ao Brasil tudo o que ele tem hoje no setor aeroespacial e aeronáutico. Ao que parece, desde 2022 o comando da força aérea deu uma guinada completa em relação aos objetivos de seus planejamentos, com a caça assumindo destaque no sentido de apor os recursos necessários à plena manutenção do cronograma de recebimento dos Gripen E\F. Mas não sem percalços. E eles são, e ainda serão muitos, em uma sociedade estritamente viciada e dependente das ações sociais militares, mas principalmente, do assistencialismo do Estado.
O brasileiro acredita e bota fé nas suas ffaa's menos por suas capacidades de defender o país, do que pelas suas muitas ingerências no mundo do assistencialismo social reinante no país desde 1822, complementando, ou mesmo substituindo, que é a regra, os organismos civis do poder público no seu mister. E tudo isso é visto como natural, tanto pela sociedade, que aplaude e vê nisso utilidade prática para a manutenção das ffaa's, e pelos políticos, que usam e abusam dos recursos da caserna a seu bel prazer e interesses com a desculpa de atender a sociedade.
Lembrando um pouco do histórico da caça no Brasil, é preciso dizer que a FAB nunca foi uma força exatamente voltada para a sua missão primária no Brasil, ao contrário, a maioria dos seus projetos desde o fim da guerra em 1945 sempre esteve voltado para missões secundárias, ou complementares, como se diz. E isto foi feito ao longo de décadas, criando uma cultura dentro e fora das ffaa's que hoje seria muito difícil de tirar, e mesmo questionar. Nem os militares engolem o fato de alguém querer tirar-lhes a pecha de "mão amiga" do país. Mesmo que isso lhes trouxesse melhorias exponenciais no sentido de atender sua missão primária.
Entre os P-47 e os Gloster Meteor, levamos quase 10 anos para se tomar uma decisão de substituição. Uma vez baixados estes últimos, tivemos mais duas décadas na prática sem um vetor de caça efetivo, com o país tateando no escuro com versões de caça de jatos treinadores, como o F-8 e Xavante. Somente no final da década de 1960 a FAB interveio em favor da caça e aludiu a criação de um sistema de defesa aérea e a compra dos Mirage III que só chegaram no início dos anos 1970. E foram complementados pelos F-5E\F pouco depois, com os AMX chegando no final da década seguinte.
Se passaram quase 30 anos para a FAB tomar nova decisão em favor da substituição dos jatos franceses, que continuaram operando neste tempo todo sem modernizações ou atualizações que lhe aumentasse as capacidades. E começamos com pouca pretensões, com apenas 12 aeronaves, depois 24, e por por fim 36 unidades. Os F-5 tiveram melhor sorte e foram modernizados no começo dos anos 2000, com sua retirada planejada até 2015, o que obviamente não aconteceu. Os AMX tiveram menos sorte neste aspecto, com apenas 9 unidades modernizadas. Pois bem, o projeto FX que visava em princípio tirar os Mirage III de cena, evolui para a substituição de toda a frota de caças, prevendo-se até 108 unidades, o que a nível de Brasil é uma quantidade gigantesca, e claramente questionável por todos, vide a completa inépcia do assunto na sociedade e meio político. E o FX teve que esperar 15 anos para uma decisão. E teremos que esperar quase outros 15 anos até termos apenas 36 caças, e sem perspectivas de outros lotes no curto e médio prazo.
Por fim, revendo um pouco da história da caça no Brasil, é possível perceber que ela nunca foi de fato um ativo de primeira importância no planejamento estratégico da FAB, que sempre priorizou questões acessórias à implantação e organização do poder aeroespacial nacional. E fez muito bem, aliás, visto que se não fosse as ações da FAB neste campo, muito provavelmente estaríamos hoje dependentes ainda de fornecedores estrangeiros para tudo nesse país em termos de aviação. E a Embraer sequer existiria. Mas ela pagou um preço como força armada muito alto para apor ao Brasil tudo o que ele tem hoje no setor aeroespacial e aeronáutico. Ao que parece, desde 2022 o comando da força aérea deu uma guinada completa em relação aos objetivos de seus planejamentos, com a caça assumindo destaque no sentido de apor os recursos necessários à plena manutenção do cronograma de recebimento dos Gripen E\F. Mas não sem percalços. E eles são, e ainda serão muitos, em uma sociedade estritamente viciada e dependente das ações sociais militares, mas principalmente, do assistencialismo do Estado.
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG
E uma das maiores pandemias que a humanidade já presenciou, com a economia sendo profudamente afetada durante pelo menos 2 anos, mas vamos esquecer isso é um mero detalhe...
Peço desculpas aos demais foristas pelo comentário, sei que aqui não é lugar para politica, mas se é pra citar histórico, pelo menos que seja o completo.
Um abraço e t+
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG
Eu iria além...Pablo Maica escreveu: ↑Sex Abr 19, 2024 3:29 pmE uma das maiores pandemias que a humanidade já presenciou, com a economia sendo profudamente afetada durante pelo menos 2 anos, mas vamos esquecer isso é um mero detalhe...
Peço desculpas aos demais foristas pelo comentário, sei que aqui não é lugar para politica, mas se é pra citar histórico, pelo menos que seja o completo.
Um abraço e t+
Completo e honesto!
Abraços,
Wesley
"A medida que a complexidade aumenta, as declarações precisas perdem relevância e as declarações relevantes perdem precisão." Lofti Zadeh
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG
Foi no governo da DILMA que foi firmado o contrato do Gripen. E que aliás só foi feito como retaliação aos Americanos pela espionagem do gabinete da Presidência, já que a FAB queria o Super Hornet. E aliás, foi em governo de direita, durante a ditadura militar, que aviação de caça supersônica realmente veio a se formar na FAB, então não venha com essas desculpinhas esfarrapadas de Petista suas. E tem mais, no governo do Bolsonaro, durante a pandemia que foi iniciada pelos Chineses, o confinamento social compulsório e fechamento dos negócios destruiu nossa economia minando as contas do Estado e impedindo que se fizessem qualquer tipo significativo de compras.Matheus escreveu: ↑Sex Abr 19, 2024 8:10 amCara, foi no governo do atual presidente que firmaram acordos de compra de gripen, subs, guaranis, helicópteros, desenvolvimento do kc390, etc...no de direita, tivemos apenas os dois 330, salvo engano. Histórico por histórico...Viktor Reznov escreveu: ↑Qui Abr 18, 2024 10:29 pm
Não vai acontecer enquanto houver um presidente de esquerda em Brasília. E antes que me venham encher o saco citando o exemplo da compra dos Leopard 1A5, eu vos lembro que estes foram comprados a troco de pinga e já eram considerados inferiores aos M60A3 TTS operados pelo Exército Brasileiro.
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG
Ai te dou razão, foi nos 20 anos de governo de direita e nos 14 da esquerda que tivemos as melhores gestões para as nossas FAs, mesmo por que o resto não foi governo, era apenas uma marolinha, seja de ex-comunistas, ou seja de um capitão mané.Viktor Reznov escreveu: ↑Sex Abr 19, 2024 4:53 pmFoi no governo da DILMA que foi firmado o contrato do Gripen. E que aliás só foi feito como retaliação aos Americanos pela espionagem do gabinete da Presidência, já que a FAB queria o Super Hornet. E aliás, foi em governo de direita, durante a ditadura militar, que aviação de caça supersônica realmente veio a se formar na FAB, então não venha com essas desculpinhas esfarrapadas de Petista suas. E tem mais, no governo do Bolsonaro, durante a pandemia que foi iniciada pelos Chineses, o confinamento social compulsório e fechamento dos negócios destruiu nossa economia minando as contas do Estado e impedindo que se fizessem qualquer tipo significativo de compras.
Mas ainda tem mais por vim, aguardem o nosso novo porta avião e novo lote de Gripen.
Chega de pessimistas aqui no grupo, dar é vergonha ver este povo falar que nossos vizinhos são superiores, eu sou bem velho e posso dizer com firmeza, o único pais da America Latina que eu vi ser superior ao Brasil, foi a Argentina, e hoje está num poço!!
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG
Eu sei que a coisa tá sodas no DB quando os melhores posts que eu acho, a ponto de dar "joinha", são do @Matheus e do @mauri, e isso que discordar deles é feijão com arroz pra MING...
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG
O problema nunca foi se era governo A, B ou C, mas a nossa incapacidade de gerar projetos na área de defesa que tenham um mínimo de continuidade e procedência durante todo o período de implementação. E isso absolutamente nunca houve em qualquer momento.
É só trocar qualquer zé ruela da presidência, que simplesmente muda tudo da noite para o dia, sem a mínima responsabilidade com políticas de Estado, mas com coisas do tipo "fui eu que fiz".
Getúlio Vargas comprou os P-47 para a FAB poder voar na Europa na GM II. Ditadura civil. 15 anos no poder.
Getúlio Vargas, de novo, mandou comprar os Gloster Meteor nos anos 1950. Um breve respiro supositório de democracia. Durou menos que o tempo que ele passou no poder.
Médici mandou comprar Mirage III e F-5. Ditadura militar. 21 anos no poder.
Sarney, Collor, Itamar, FHC I e II, Lula I e II, todos tiveram a oportunidade de lidar cada um a seu tempo, com a questão da obsolescência dos caças da FAB. Nenhum o fez. Todos declinaram da obrigação.
Dilma comprou os Gripen E\F em 2014. 29 anos de regime democrático no Brasil. 45 anos após a compra dos Mirage III, e 42 anos após sua introdução operacional na FAB.
Os F-5 e AMX também serão substituídos pelo F-39 Gripen E\F. 6 primeiros F-5E\B operacionais no Brasil em 1975. O primeiro A-1 entrou em 1989. Gripen entregue em 2019. 5 anos após assinatura do contrato, 45 anos após a introdução do F-5E\B, e 30 anos após o primeiro AMX. E vamos levar, pelo menos, mais 4 anos para receber as 28 unidades restantes a entregar.
O governo já deu luz verde para complementar o contrato atual, mas ainda nada de concreto foi proposto, tendo em vista a diversidades de acontecimentos que aparentemente impuseram limites a esta questão. A ideia é aproveitar para barganhar com os suecos a compra de KC-390 da Embraer. Se não houvesse o KC-390 a disposição seria a mesma? Tenho as minhas dúvidas. O comprometimento da área econômica com os projetos da defesa são nulos ou antagônicos e o PR atual não costuma contrariar seu ministro da fazenda, a não ser que isto incorra em problemas com suas bases de apoio eleitoral e apoio político no congresso. No mais, o MD segue com o pires na mão "implorando" por ajuda do congresso para que os nobres deputados se dignem a fazer o que lhes é de obrigação. E nunca fazem, a não ser quando compelidos por interesse próprio.
Um segundo e terceiro lote não estão nos planos deste e de nenhum outro governo. E 36 Gripen E\F não fazem diferença nenhuma para a defesa aérea de um país com 15 milhões de km2 de espaço aéreo para dar conta.
Ideologices nove fora, nenhum governo brasileiro nos últimos 83 anos envidou fazer da defesa um assunto de Estado, a fim de que fosse tratado como deve, sem mesquinharias, pessoalidades e sem tergiversar, mantendo-se independente de quem está com a bunda sentada na cadeira do rei.
Mas não foi o que vimos, e vemos, na historiografia da força aérea. E não veremos outra coisa, mesmo que nos vejamos pontualmente forçados a lançar mão dela enquanto força armada - algo feito muito a contra gosto, diga-se de passagem - e não um simples táxi aéreo de luxo para uns e basicão para outros, que é o que de fato se vê e quer dela. Não sem a ajuda dos próprios brigadeiros.
É só trocar qualquer zé ruela da presidência, que simplesmente muda tudo da noite para o dia, sem a mínima responsabilidade com políticas de Estado, mas com coisas do tipo "fui eu que fiz".
Getúlio Vargas comprou os P-47 para a FAB poder voar na Europa na GM II. Ditadura civil. 15 anos no poder.
Getúlio Vargas, de novo, mandou comprar os Gloster Meteor nos anos 1950. Um breve respiro supositório de democracia. Durou menos que o tempo que ele passou no poder.
Médici mandou comprar Mirage III e F-5. Ditadura militar. 21 anos no poder.
Sarney, Collor, Itamar, FHC I e II, Lula I e II, todos tiveram a oportunidade de lidar cada um a seu tempo, com a questão da obsolescência dos caças da FAB. Nenhum o fez. Todos declinaram da obrigação.
Dilma comprou os Gripen E\F em 2014. 29 anos de regime democrático no Brasil. 45 anos após a compra dos Mirage III, e 42 anos após sua introdução operacional na FAB.
Os F-5 e AMX também serão substituídos pelo F-39 Gripen E\F. 6 primeiros F-5E\B operacionais no Brasil em 1975. O primeiro A-1 entrou em 1989. Gripen entregue em 2019. 5 anos após assinatura do contrato, 45 anos após a introdução do F-5E\B, e 30 anos após o primeiro AMX. E vamos levar, pelo menos, mais 4 anos para receber as 28 unidades restantes a entregar.
O governo já deu luz verde para complementar o contrato atual, mas ainda nada de concreto foi proposto, tendo em vista a diversidades de acontecimentos que aparentemente impuseram limites a esta questão. A ideia é aproveitar para barganhar com os suecos a compra de KC-390 da Embraer. Se não houvesse o KC-390 a disposição seria a mesma? Tenho as minhas dúvidas. O comprometimento da área econômica com os projetos da defesa são nulos ou antagônicos e o PR atual não costuma contrariar seu ministro da fazenda, a não ser que isto incorra em problemas com suas bases de apoio eleitoral e apoio político no congresso. No mais, o MD segue com o pires na mão "implorando" por ajuda do congresso para que os nobres deputados se dignem a fazer o que lhes é de obrigação. E nunca fazem, a não ser quando compelidos por interesse próprio.
Um segundo e terceiro lote não estão nos planos deste e de nenhum outro governo. E 36 Gripen E\F não fazem diferença nenhuma para a defesa aérea de um país com 15 milhões de km2 de espaço aéreo para dar conta.
Ideologices nove fora, nenhum governo brasileiro nos últimos 83 anos envidou fazer da defesa um assunto de Estado, a fim de que fosse tratado como deve, sem mesquinharias, pessoalidades e sem tergiversar, mantendo-se independente de quem está com a bunda sentada na cadeira do rei.
Mas não foi o que vimos, e vemos, na historiografia da força aérea. E não veremos outra coisa, mesmo que nos vejamos pontualmente forçados a lançar mão dela enquanto força armada - algo feito muito a contra gosto, diga-se de passagem - e não um simples táxi aéreo de luxo para uns e basicão para outros, que é o que de fato se vê e quer dela. Não sem a ajuda dos próprios brigadeiros.
Carpe Diem
- Matheus
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG
Pois é, não não se briga com fatos. Gostando ou não, sem discussão apaixonadas, falar que não espera nada da esquerda em relação as ffaas é desconhecer a própria história recente. E olha que não falei de P3, modernização dos F5 e A1....so não foi melhor pq a anta da Dilma quebrou a economia. Embora, como nos investimentos, rendimento passado não é garantia de rendimentos futuros.