Frasle Mobility nacionaliza pecas para veículos militares
https://www.autodata.com.br/noticias/20 ... res/62046/
Alguns pontos que considero importantes para reflexão neste processo de nacionalização de partes e peças do Leopard 1A5.
1. A indústria de autopeças no Brasil não tem interesse comercial no que tange a PDI regular de insumos para os bldos do EB pela inexistência de um mercado interno rentável;
2. O exército não possui capacidade orçamentária de investimento e custeio capaz para fomento à indústria no que tange o suporte logístico nacional de todos os seus bldos SR e\ou SL, não havendo no país capacidade instalada para realizar serviços que demandem tecnologias, equipamentos e conhecimento necessários, o que aumenta a dependência de insumos e fornecedores externos, e consequentemente, limita a nossa capacidade operacional e logística militar;
3. O programa Guarani que buscava apoiar-se na BIDS e na indústria nacional, mesmo auferindo mais de 60% de nacionalização, segundo o EB, não obstante, ainda não conseguiu criar um verdadeiro sistema logístico independente da IDS, e por conseguinte, das indústrias ligadas direta ou indiretamente a ela no país. Poucas indústrias nacionais fazem tem algum interesse em participar do processo produtivo das VBTP Guarani. Idem com VBMT Guaicurus.
4. O processo de nacionalização dos Leo 1A5 pode trazer alguns benefícios para a indústria no que tange a sua produção no país, já que, como visto na matéria acima, isto envolveu IES, indústria e centros de pesquisa privados, que mesmo sem ter em mente, a priori, a rentabilidade do negócio, se propôs a desenvolver as peças solicitadas. É um processo de capacitação necessário, e importante, no longo prazo caso o país queira de fato dispor de uma indústria capaz de sustentar a sua logística militar de forma mais independente;
5. Cabe questionar como este processo seguirá, enquanto alternativa de fomento à indústria, ou se permanecerá apenas como uma solução de oportunidade e pontual, para logo depois ser embargada pela eterna falta de recursos e prioridades outras que a força terrestre possui;
6. No caso do processo ter sucesso, como o EB pretende tirar o mesmo do papel e permitir sua implementação em escala industrial economicamente sustentável, sem os recursos para tal; não há previsão neste momento para que a modernização dos Leo 1A5 aconteça, e a nacionalização de poucos deste bldos pode não garantir a necessária sustentabilidade da produção das partes e peças em questão, assim como outras. Sem escala de produção sustentável é impossível tirar as soluções aprovadas do papel. A indústria não trabalha de graça, e precisa ser remunerada em algum momento;
A ver se esta solução que o EB por agora tenta engendrar nos Leo 1A5 pode amparar e sustentar linhas de produção viáveis junto à indústria. Como visto no primeiro apontamento, não há interesse e nem compromisso com soluções que não sejam duradouras e rentáveis. Em tempo, talvez a substituição dos sistemas eletroeletrõnicos da torre proposta pela ARES traga algum alento também à indústria, e ao próprio EB, assim como os sistemas em que a AKAER está trabalhando nos EE-9 possibilitem ampliar o escopo de emprego para outros bldos do exército.
A ver.