knigh7 escreveu: Qua Fev 14, 2024 12:30 am
Nos anexos do RFP, vale colocar 2 assuntos.
Na lista de questionamentos a ofertante tem de responder se ela garante 25 anos de suporte logístico (é diferente do Suporte Logístico Integrado, no qual o EB está disposto a pagar pelos 3 anos iniciais).qOutro, um requisito, cujo print vou colocar aqui:
No que tange a primeira questão, a CSD poderá dar sustentabilidade às viaturas por este tempo, e além, tendo em vista que o EB não deve parar nas 36 unidades a serem compradas. A aquisição de novos obuseiros AR 155 também deve ser um fator a colaborar para que este requisito seja atendido.
A integração de diversos sistemas em desenvolvimento no CTEx e em operação para a artilharia de campanha - como o Gênesis - e outros que se aplicam à diversas áreas, também são fator colaborativo para este fim. E a CSD, bem como outras empresas parte da licitação podem\devem investir neste aspecto para dar longevidade à logística proposta de seus sistemas.
Um ponto importante aqui ressaltar é saber quantas empresas da BIDS estariam envolvidas na proposta da CSD para o T5\52, uma vez que ela por si mesma não cobre todos os amplos aspectos da transferência de tecnologia e produção ou montagem dos obuseiros da Denel no país. A manutenção da logística pós venda no país e a construção de uma capacidade interna de suporte para as operações dos obuseiros é condição sine qua non para a escolha do sistema a ser operado. E isto deve incluir o mais que possível a BIDS.
Neste aspecto, até o momento, fora a proposta da CSD, só a Elbit apresentou dados concretos sobre este aspecto, dada a participação da AEL e Ares, além de outras possíveis subcontratadas a posteriori da assinatura do contrato, que podem ser, ou não, empresas da BIDS.
Até onde se pode saber, salvo erro, franceses, eslovacos, chineses e sérvios não apresentaram nada de público neste aspecto da concorrência. Ainda falta ver se a Bae System irá apresentar a sua proposta na forma do Archer e se eventualmente outros candidatos possam fazê-lo até o fim desta fase da concorrência como os turcos.
Em referência ao requisito do quadro exposto, aparentemente, a ideia deste requisito é simplesmente deixar de fora qualquer sistema que não esteja em operação, de forma a diminuir a lista de candidatos e pré-determinar na prática a short list a ser indicada, uma vez que são poucos os obuseiros AP SR em operação no mundo. E o EB é ciente de quais são e de onde vem. Oras, nestes termos, esta licitação a meu ver nada mais serve do que manter as aparências de uma concorrência pseudo justa e igual entre os ofertantes, visto que, internamente uma decisão já deve ter sido tomada sobre a "viatura" a ser adquirida e as condições para isto indicadas no RFI\RFQ.
Neste sentido, resta perguntar: o que é mais importante em termos de argumentos, técnica, indústria, logística e tecnologia nesta concorrência: a viatura ou o obuseiro em si?
O próprio EB reza nos requisitos emanados da VBCOAP SR que o sistema adotado deve, de preferência, usar uma plataforma veicular nacional, blindada, e com manutenção e logística integrada no país. Bem, quantos caminhões são produzidos no Brasil com tais características?
Por sim, na minha opinião, resta dizer que este processo, da forma como está proposto e escrito, apenas serve para dar um certo ar de tecnicismo e idoneidade à uma decisão que na verdade já foi tomada, e que espera apenas contar o tempo para a assinatura do contrato, com o vencedor previamente escolhido internamente.
Se isto não é prevaricação, eu não sei o que é.