Eu trocaria o termo
superioridade por
DOMÍNIO (
Air Dominance), que é o que eles têm feito desde os começos, incluindo a Sérvia ainda no século passado: quem eles atacam não pode ter chance de botar alguma coisa no céu que ameace suas aeronaves e pilotos, muito menos capaz de detonar suas forças no chão. Não que eu considere isso como "cruel", guerra é tudo menos justa, sempre foi assim.
A primeira tentativa de sair da "zona de conforto" foi na Geórgia, onde arrumaram o comedor de gravatas pra fazer umas provocações (ataques à Ossétia e Abkházia) pra ver se a Rússia ficava quieta outra vez, como o fez quando chovia bomba na aliada Sérvia; não deu muito certo, como todos sabemos, e a razão que levou os Russos à guerra então foi exatamente a mesma que os levou na tentativa seguinte, incrivelmente igual, agora na Ucrânia: são os famosos "amortecedores", que anos atrás quase não tinha dia em que não se falasse a respeito aqui no DB.
Como deveríamos lembrar, trata-se de países que isolam a Rússia de ter contato direto (fronteiriço) com mais países da OTAN; mexer nisso é sempre perigoso
(*), especialmente para o
proxy que se dispuser a fazê-lo. A Geórgia o fez (como a Ucrânia) após uma tale de "revolução rosa", pró-UE e pró-OTAN, tendo elegido o já citado cara das gravatas. Como era um país pequeno, a situação foi rapidamente resolvida mas a verdadeira salvação da Geórgia foi ter mantido suas reivindicações sobre as republiquetas pró-Rússia: sem isso poderia ingressar quase de imediato às duas organizações (o que teria feito o Putin manter a guerra em andamento, como está fazendo hoje), a que, pelo resultado, segue como aspira até hoje e é mais seguro manter-se assim, hostil mas sem oferecer risco real.
E a Ucrânia?
Como um equivalente à "rosa" dos Georgianos, a Ucrânia fez seu "euromaidan" com as mesmíssimas finalidades e, pelo menos até agora, resultados: a Rússia aproveitou um pretexto sobre seus próprios
proxies (Donbass) e atacou. Concordo com uma assertiva naquele texto postado pelo @akivrx78, o Putin não vai querer saber de paz, pelo menos não a desejada pelos ocidentais, em troca de ficar com os territórios (até agora) ocupados - e isto ser reconhecido pelo presidente-comediante - porque, passando a ser um país sem conflitos (oficialmente) pendentes, a tinta das assinaturas no tratado de paz nem vai ter secado ainda e já estarão em andamento negociações para a adesão da Ucrânia às duas organizações. O hôme quer seu "amortecedor", não um inimigo reforçado pelo status de membro da OTAN!
IMHO, esta guerra segue até:
1 - Não haver mais nada que possa ser chamado de Ucrânia (quem sabe uma republiqueta ao redor de Kiev mas sem fronteira com a Rússia e sim com algum/ns outro/s "amortecedor/es", talvez alguma autoproclamada república que se relacione bem com os Russos, possivelmente cercada por elas), seja com sua tomada completa e reincorporação à Rússia (da qual fez parte na maioria de sua História), o que me parece indesejável, pois restariam muitas questões mal resolvidas e, na prática, uma "super-Chechênia", agora como novo
proxy da OTAN, a ser domada;
2 - O atual "governo" ser derrubado e o que assumir levar a política externa de volta aos tempos anteriores ao "euromaidan", desagradando o zorópa e os ianques mas salvando o país (pelo menos o que sobrou dele, porque duvido que a Rússia vá devolver a Criméia e o Donbass, para ficar só no filé, porque quanto mais tempo isso durar, mais terra a Rússia vai tomar). Já mencionei isso mas vai de novo, basta olhar algumas fotos e filmes para ter ideia da enormidade dos estragos causados, e a reconstrução, com montanhas de dinheiro envolvidas, decerto seria entregue a empresas Russas mas especialmente haveria uma crescente participação de UCRANIANAS recentemente criadas, pois precisa ser muito ingênuo para não considerar que a esta altura das coisas já esteja praticamente formada a nova
NOMENKLATURA que, à semelhança da Russa, apenas aguarda a situação se definir para impor o que será o país daí para a frente, uma nova Belarus talvez, e muitas vezes mais rica;
3 - Há ainda a possibilidade de vizinhos cobiçosos como a Polônia, ao verem que a casa tá caindo, invadirem também e pegarem o que puderem para si: o caso
2 tornaria isso excessivamente perigoso, embora dirigentes europeus não pareçam ter noção dos perigos a que estão expondo seus cidadãos (ou pior, isso pode muito bem ser
deliberado), e os "progressistas" acabam de tomar o poder entre os polacos.
(*) - FINLÂNDIA
A Finlândia acabará descobrindo - do pior jeito - a asneira que foi trocar sua neutralidade por ser mais um
proxy da OTAN, mesmo como membro pleno: resolvido (e cedo ou tarde o será) o caso da Ucrânia, basta o Putin cumprir sua ameaça de começar a aumentar suas forças nas proximidades da fronteira e a Economia dos caras se irá ao brejo, pois haja dinheiro pra comprar e sustentar tantos F-35, Patriots & outros caríssimos Sistemas de Armas necessários para conter o "perigo soviético". E logo eles, que já apanharam dos caras e até perderam territórios (mapa acima), mesmo se aliando aos nazistas da Alemanha para poder contra-atacar. Há ainda o risco crescente de que os EUA simplesmente não tenham mais crédito (logo, dinheiro) suficiente para manter enormes bases e frotas de caças, belonaves e blindados lá, para poupar um pouco os Finlandeses da destruição de sua própria Economia.
É o que penso.
BONUS - Vejam que belo incentivo para um pobre diabo Ucraniano ir morrer no front para defender sua mulher, noiva ou namorada dos Russos malvados: