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Mensagem
por FCarvalho » Sex Dez 01, 2023 12:25 am
A titulo de ilustração, como dispus no mapa acima do estado de Roraima, no caso da Venezuela resolver bancar essa brincadeira, já saímos ferrados porque, no mínimo, o EB se verá obrigado a enviar de pronto - 24 a 72 horas - nada menos que 4 batalhões para reforçar os únicos PEF existentes naquele TO, além de, ao menos 1 batalhão para a região do Monte Roraima, onde está a tríplice fronteira.
Os PEF são Pacaraima, Uiramutã, Bonfim e Normandia. Principalmente este ultimo onde a única estrada federal liga o Brasil ao território guianês. Mas tá, de onde o EB vai mesmo tirar pelo menos 5 batalhões de infantaria e colocá-los no extremo norte em tão pouco tempo, considerando que o pessoal já está aqui com duas bdas pertencentes à Forpron e a menos de 1 mil km de distância? Ou essa Forpron não passa de mais uma jogada de marketing para escamotear as capacidades e operacionalidades irreais de sempre?
Se poderia fazer isso antecipadamente se a inteligência militar fizer o seu trabalho, dando tempo suficiente a uma decisão de Brasília no sentido de autorizar a mobilização o mais rápido possível, ainda que de forma discreta, se é que isso é possível hoje, ou mesmo se justifica, já que estamos nos movendo dentro de nosso território e não devemos satisfação disso a ninguém.
Bom, só aí já dá para ver que estamos bem ferrados em termos de recursos, tropas e tempo, uma vez que a FAB vai estar ocupada com seus próprios problemas, além da frota de transporte ser basicamente restrita a 18 aviões de médio porte, entre KC-390 e C-105.
Agora pensem, se mal e porcamente conseguimos mover as tropas do CMA e CMN para Roraima, ou falta vontade mesmo, para que mover gente do RJ, SP, PR ou RS e PE, e sabe-se lá mais de onde, a mais de 3.000 km de distância quando a necessidade urge em tempo e apronto?
Não seria simplesmente mais lógico e sensato colocar a 1a Bda e a 23a Bda de plantão junto com os esquadrões de transporte da FAB e fazer o que se deve a partir daqui, e só depois se pensar em reforçar mais ainda com tropas de outras localidades do pais?
Será que só eu que consigo pensar nisto como algo lógico ou estou sendo irracional nesta questão?
Esqueçam esse merda de enviar cav mec e bldos em Roraima. O que podemos e precisamos fazer é infestar o nosso lado da fronteira com infantaria a perder de vista. Cada metro quadrado. E infantaria é o que não nos falta desde sempre.
Lembrem-se que o governo não autoriza, e não irá autorizar, o envio de qualquer reforço para o norte de Roraima até o último segundo, e mesmo assim, com sérias restrições quanto ao que será de fato enviado, já que não há qualquer disposição política de tornar essa situação fora de controle, principalmente se norte americanos e britânicos resolverem fincar pé na Guiana. Mas isso já está acontecendo, sem maiores reclamos de nossa parte, oficialmente.
Da região, ainda poderiam ser enviados como apoio às GU acima mencionadas o 54o BIS\Humaitá e o 17o BIS\Tefé, respectivamente da 17a BdaInfSlv e 16a BdaInfSlv, que estão localizados em locais em que sua ausência não traria maiores problemas. Ou seja, conseguimos reunir coisa de 8 BIS, contando o 7o BIS\Roraima, como força de resposta rápida dentro do TO amazônico. Isto posto, é importante salientar também que a 22a Bda Inf Slv de Macapá não irá mover-se para Roraima visto que sua missão primária é a defesa da foz do Rio Amazonas. São 3 BIS subordinados a esta brigada. O mesmo se aplica à 2a BdaInfSlv que é responsável pela fronteira com Venezuela e Colombia, e o Cmdo Alto Solimões em Tabatinga, com o 8o BIS.
Então, não vejo problema deixar a FAB de alerta com seus 11 C-105 (obviamente os que estiverem disponíveis) e os 7 KC-390 a fim de dispor estes meios para o transporte dos 7 BIS que se pode enviar ao extremo norte em Roraima quando e se necessário, e que não precisa dizer, chegariam muito antes lá de qualquer Pqd ou Amv vindas dos fim do mundo e que levariam semanas até estarem todas aqui com seus equipamentos de apoio.
Há sim, olhem com atenção o mapa acima, e percebam que 8 BIS é apenas o mínimo básico necessário para reforçar os PEF, e ocupar alguns espaços vazios entre eles como resposta rápida a um ataque venezuelano ao país vizinho. Além destas OM, vamos precisar de todas as Forpron que o EB puder levar para lá, como já dispus neste tópico anteriormente. O problema é saber se o governo vai estar realmente disposto a bancar toda essa movimentação, e pior, sua manutenção pelo tempo que for preciso enquanto durar o imbróglio. Estamos falando de pelo menos 10 mil homens fora de sede por tempo indeterminado. E isso é muita coisa para para um exército pouco acostumado a mover quiçá um batalhão ou uma simples CiaInf em exercícios simplórios sem maiores complexidades.
E nem falei das tropas de apoio, já que nem só de infantaria se faz uma guerra. Já dizia Napoleão, os exércitos marcham sobre seus estômagos. E o do soldado brasileiro costuma ser bem vazio.
Carpe Diem