E outra. Ouvi rumores não confirmados de que a Akaer teria comprado vários projetos de armas desenvolvidas pela Denel. Procurei informações sobre isso mas não encontrei. Alguém mais ouviu falar disso?
Era um míssil ar-ar de longo alcance proposto pela (na época) Kentron. Coisa dos anos noventa.
Muito obrigado @Glauber Prestes pela informação.
Me revolta ainda a forma como perdemos tantas e tantas oportunidades de dispor aqui de sistemas made in Brazil através dos vários projetos da Denel, mesmo diante da derrocada da empresa.
Mas se tratamos a BIDS nacional do jeito que é aqui, não dava para esperar outra coisa.
Para nossa sorte, ainda bem que somos um gigante de pés de barro e um anão diplomático e militar irrelevante em um canto esquecido do mundo.
Por quanto tempo, não sabemos, mas tomara continuem nos ignorando. Para nosso próprio bem.
Já considerando aqui que deverá haver uma versão aerolançada do MANSUP-ER, propelido a turbina, trago este vídeo de um lançamento do Harpoon por um P-3C da USAF.
Reparem que o motor do míssil é iniciado segundos antes do lançamento. Diferentemente por exemplo do Exocet ar-superfície, em que há uma breve queda livre antes da ignição do motor foguete.
Essa sequência provavelmente deve valer também para o MICLA-BR. Informações mais antigas davam conta de que, mesmo sem o efetivo lançamento, foi possível fazer este teste de partida do motor com o míssil preso à aeronave (no caso, um F-5), incluindo um ensaio não-destrutivo do funcionamento do míssil.
Esperamos ver no futuro o mesmo ocorrendo com o MANSUP-ER.
Se bobear, é capaz da versão aero lançada do Mansup ER ficar pronta antes do MICLA da FAB.
Seria bom saber como fica o AV-MTC e eventuais desdobramentos para outras versões deste míssil da Avibras, que até agora não se sabe como ficou, mesmo com o dito investimento da empresa da Arábia Saudita.
Duvido que haja tantas vagas assim para mais de um míssil no Brasil nas três forças.
E o Mansup ER, pelo que se diz agora, terá versões até de ataque terrestre. E antes do que se pensa.
A ver se a Avibras resiste a essa surra de gestão e finanças dos árabes.
Eu não acho que a FAB vai querer abrir mão de um programa estratégico seu (MICLA-BR), deixando de receber e controlar a verba $$$ que receberia normalmente neste projeto.
Saindo do lado político e indo pro técnico, o MICLA tem vantagens grandes sobre o MANSUP, como alcance significativamente maior (pelo menos 300 contra 200 km) além da ogiva de 200 kg, contra 150 kg do MANSUP. São como Storm Shadow vs Harpoon.
Na moral, o Flávio viaja na maionese de uma maneira muito profissional. Não é qualquer um que consegue ser assim não, parabéns.
Qualquer míssil AN pode ser usado para ataques em terra, isso desde os anos 70, então não entendi qual é a novidade que, sem absolutamente nenhum sentido, vai supostamente ameaçar o MICLA.
A questão é que o orçamento é curto tanto para investimento quanto para custeio.
Se o projeto do Mansup conseguir dispor de variantes capazes de fazer o mesmo que o MICLA da FAB, e supostamente o AV-MTC do exército - nada diz que os árabes não possam mandar desenvolver uma versão compatível com o ASTROS para ataque terrestre - alguém em algum momento vai perguntar: porque três mísseis distintos se um só pode fazer tudo para todos e custando menos?
Para mim, para vocês e para muitos que acompanham o DB e a área de defesa do país pode até parecer uma pergunta capciosa, mas para quem não entende e não acompanha esse tipo de debate, como os nossos adoráveis engravatados de Brasília, sempre muito bem dispostos em relação a tudo que diz respeito à Defesa, é um questionamento natural e até lógico.
E se não houver resposta de pronto, não somente técnica e gabaritada, mas sobretudo que fale na língua dessa gente, é piscar o olho e adeus verba para MICLA, AV-MTC e viva o super hiper mega faz tudo Mansup.
Tem que pensar com a cabeça e a falta de raciocínio de quem assina o cheque e\ou de quem decide o que pode e o que não pode ter nas ffaa's, que no geral veem qualquer investimento no setor de Defesa como gasto ou despesa. Simples assim. E fácil de ser cortado. Porque ninguém vai reclamar mesmo.
Nunca vou superar que a FAB investiu 100 milhões de doletas no A-darter pra no final, quando o míssil tá pronto, decidir comprar os mísseis ar-ar Iris-T.
A marinha escolhe o Sea-ceptor, que é derivado do ASRAAM, também um concorrente...
E na defesa antiaérea do exército provavelmente receberemos a proposta do IRIS-T SL e CAMM...
Tudo isto demanda que poderia tá sendo atendida pelo mesmo sistema, fabricado aqui no Brasil. Mas preferimos jogar 100 milhões de dólares no lixo e depois comprarmos de outros...
Lywis escreveu: ↑Sex Nov 17, 2023 5:31 pm
E na defesa antiaérea do exército provavelmente receberemos a proposta do IRIS-T SL e CAMM...
O CAMM-ER não atende os nossos requisitos. Se bem que o Akashão menos ainda. Mas é provável que venha este. Guarde o choro para depois. Um míssil de 750kg que tem uma autonomia de 30km...
Os indianos tem projetos a perder de vista na área de defesa. Quase todos nos interessam. Inclusive mísseis BVR, entre outros. E questão de negociar o que nos é favorável em termos de parceria.
A FAB se quisesse poderia ter corrido atrás do prejuízo e fabricar o ADater aqui, já que seriam ao menos 72 mísseis a comprar a priori. Em qualquer lugar sério se encomendaria o dobro disso para começar, a fim de manter estoques estratégicos e a manutenção da operacionalidade dos pilotos, com exercícios de tiro real ao longo do ano. Mas, não fazemos nada disso.
Então não tem nem como manter e justificar uma linha de produção aberta de quase nada aqui na área de defesa que exija investimento em tecnologia.
Um lote do A Dater para 36 Gripen seria de pelo menos 108 unidades para manter o básico.
Se a FAB fizesse a "loucura" de disparar 36 mísseis por ano já dava para manter a linha de produção aberta. No entanto, acho que nem a FAB sabe qual foi a última vez que ela disparou um míssil de verdade.
O envolvimento financeiro dos EAU e Arábia Saudita com empresas da BIDS, dentre outros potenciais financiadores endinheirados deveria ao menos ser motivo de revisão das decisões tomadas em relação a dois projetos:A Dater e MAR-1.
O MSS 1.2 finalmente vai sair, enquanto o Mansup levou apenas 6 meses para ter uma versão ER e com dois contratos de venda.
Se o problema sempre foi financeiro, deveríamos pensar em avaliar as condições de retomar os projetos de mísseis e outras armas inteligentes no campo aeronáutico.
Temos espertise aqui e capacidade de montar linhas de produção.
Até o Marlin e o Unkhonto poderiam ser comprado os projetos e tocar pra frente.
Mas para isso tem de haver vontade de nossa parte. Porque dinheiro os sheiks arrumam.
FCarvalho escreveu: ↑Qua Nov 22, 2023 1:42 am
O envolvimento financeiro dos EAU e Arábia Saudita com empresas da BIDS, dentre outros potenciais financiadores endinheirados deveria ao menos ser motivo de revisão das decisões tomadas em relação a dois projetos:A Dater e MAR-1.
O MSS 1.2 finalmente vai sair, enquanto o Mansup levou apenas 6 meses para ter uma versão ER e com dois contratos de venda.
Se o problema sempre foi financeiro, deveríamos pensar em avaliar as condições de retomar os projetos de mísseis e outras armas inteligentes no campo aeronáutico.
Temos espertise aqui e capacidade de montar linhas de produção.
Até o Marlin e o Unkhonto poderiam ser comprado os projetos e tocar pra frente.
Mas para isso tem de haver vontade de nossa parte. Porque dinheiro os sheiks arrumam.
O ER é só mockup, não? Desses aí, acho que valeria a pena o MAR. O resto iria se tornar os piranha 3.0.
Boa parte desses programas não são da SIATT, mas da antiga Mectron, a Edge terá que recomprar os direitos, que hoje devem estar com a Odebrecht.
Aliás, vejam a fala do CEO da SIATT sobre o MSS. Pelo o que ele disse, terão que reprojetar o míssil. Ele disse que boa parte dos componentes do míssil nem se quer são disponíveis no mercado, dizendo que terá que substituir por novos, o que exigirá um retrabalho no sistema, o que muito provavelmente será retrabalho no míssil.
Acho muito difícil a Edge aproveitar o míssil do MSS pra dar continuidade ao projeto, vejo que veremos um míssil novo, aproveitando o CLU modernizado.