knigh7 escreveu: ↑Seg Abr 17, 2023 2:05 pm
FCarvalho escreveu: ↑Seg Abr 17, 2023 12:36 pm
Acho que quase todos notaram, mas ninguém toca no assunto, que os russos não deram as caras na LAAD 2023.
As linhas de produção de armamentos na Rússia estão operando 24h por dia para atender as demandas do governo e o Putin chegou a ameaçar tomar o controle das empresas que não cumprissem com o cronograma. É provável que seja por causa disso.
E a Rússia deveria reconhecer que estão em guerra. Vai tornar mais claro o entendimento da situação.
Eu costumo comparar a situação da indústria militar russa e ucraniana com a nossa. A primeira tinha, e tem, tudo nas mãos para ser um fator decisivo para o enlace final da guerra, mas está pagando o pão que o diabo amassou com os embargos econômicos de USA e UE. E por causa desta dependência, o que poderia ser um fator positivo a favor do país, está atrasando, de certa forma, o seu final e o desempenho das tropas em campo.
Por outro lado a indústria ucraniana bem menos abastada e ainda dependente de suporte russo e de maquinário militar soviético, não conseguiu aproveitar de todo a guerra civil desde 2014 para se reestruturar e tornar-se um ativo importante para a guerra com a Rússia, que cedo ou tarde, todos sabiam viria. E ficou nisso. Hoje não produz nada de relevante e não permitiu que o país se tornasse autônomo pelo menos em relação aos insumos básicos necessários, e não evoluiu tecnologicamente, deixando o país na inteira dependência de fornecedores externos.
A BIDS no Brasil de certa forma tem um pouco de cada uma das indústrias destes países. Muitas lições estão sendo dadas neste último ano em relação à importância, diria, necessidade, de se ter uma base industrial azeitada e capaz de não apenas oferecer soluções e produtos, mas sobretudo capaz de sobreviver no mercado internacional sem contudo deixar-se ser limitado por ele em relação ao serviço que presta ao país.
Infelizmente apesar de vários sinais positivos vistos aqui e ali nos últimos anos, não superamos na verdade a síndrome da Engesa, e continuamos a repetir os mesmos erros de quarenta anos atrás. É só questão de tempo os resultados aparecerem. De novo.