ECO-DEFESABRASIL - CONSERVAÇÃO, INCÊNDIOS, AMEAÇAS
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Re: ECO-DEFESABRASIL - CONSERVAÇÃO, INCÊNDIOS, AMEAÇAS
E lá vou eu disseminar mais "desinformação": Greta sendo "presa"...
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: ECO-DEFESABRASIL - CONSERVAÇÃO, INCÊNDIOS, AMEAÇAS
Renováveis Portugal tem um dos mais ambiciosos planos da Europa para as eólicas no mar. A tecnologia ainda não está madura. Mas o Governo está determinado em avançar
Eólica offshore: uma nova indústria à vista
INFOGRAFIAS JAIME FIGUEIREDO
O plano do Governo português é instalar 10 gigawatts (GW) de capacidade eólica no mar. E para Marco Alves, que há duas décadas acompanha o tema das energias renováveis offshore, é “uma grande ambição”. Se toda essa potência for instalada, estaremos a falar de 35 terawatts hora (TWh) por ano de produção, cerca de 75% do consumo elétrico nacional atual. E é exequível? “Eu acho que é exequível... mas quem é que vamos envolver?”, questiona o presidente do Wavec, um centro de investigação português fundado em 2003 e ligado inicialmente à energia das ondas, mas que depois estendeu a sua atuação às eólicas offshore. Para Marco Alves será importante o país atrair atores com experiência e capacidade para pôr em marcha uma nova fileira industrial.
Marco Alves admite que “é muito difícil” Portugal conseguir ter já em 2030 em operação os 10 GW ambicionados pelo Governo, devido ao tempo que projetos desta natureza levam a ser desenvolvidos. “Mas se chegarmos a 3 ou 4 GW em 2030 já considero uma grande vitória”, observa. Para o presidente executivo do Wavec, o leilão que Portugal realizará para atribuir as áreas de exploração terá de ser faseado, porque ainda não há uma cadeia de abastecimento preparada para entregar todos os equipamentos. “Não pode ser de outra maneira”, sublinha.
E assim será. “Serão lançados leilões sequenciais até se perfazer o objetivo de alcançar 10 GW. Uma proposta de calendarização e de potências a leiloar constará do relatório final do grupo de trabalho [criado em setembro de 2022], a ser entregue até 31 de maio”, contextualiza o Ministério do Ambiente, garantindo, em resposta a questões colocadas pelo Expresso, que “mantém o objetivo de realizar o leilão ainda este ano”.
O plano português para as eólicas no mar é uma oportunidade de investimento industrial de larga escala em vários portos. Se os 10 GW vierem a ser concretizados com turbinas de última geração, de 15 megawatts (MW), haverá necessidade de produzir plataformas e componentes para mais de 650 torres. O Governo português já sinalizou que pretende fazer da incorporação local um dos critérios de adjudicação das áreas marítimas a explorar. Isso trará empregos no fabrico dos equipamentos e na logística da montagem dos parques eólicos e, depois, na manutenção das infraestruturas. Em março, o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, estimou em pelo menos €30 mil milhões o investimento que Portugal poderá atrair nas eólicas offshore.
EÓLICAS NO MAR
“Fizemos já três sessões sobre as áreas offshore e estreitámos a relação com as comunidades piscatórias”
Ana Fontoura Gouveia
Secretária de Estado da Energia e Clima
“Há um interesse muito grande dos investidores em olhar para Portugal”, nota Pedro Amaral Jorge, presidente da Apren — Associação Portuguesa de Energias Renováveis, que na próxima semana realiza em Lisboa uma conferência dedicada ao tema das renováveis oceânicas. Pedro Amaral Jorge realça que o grupo interno da Apren para acompanhar o tema das eólicas offshore arrancou com 11 empresas em setembro e hoje já conta com 22. Aí se incluem empresas como Ocean Winds (EDP/Engie), Galp, Iberdrola, Finerge, Orsted, Repsol, RWE, TotalEnergies e Vestas, entre outras.
A secretária de Estado da Energia e Clima, Ana Fontoura Gouveia, diz ao Expresso que tem mantido “um contacto muito próximo com a indústria”, que tem manifestado um “interesse muito forte” no leilão, com empresas “de várias geografias” de olho em Portugal. Mas o leilão também tem suscitado preocupação da indústria pesqueira, pelas restrições associadas aos futuros parques no mar. “Fizemos já três sessões públicas sobre as áreas [para as eólicas]. Estreitámos a relação com as comunidades piscatórias. Não faremos nada que não esteja alinhado com o interesse nacional”, afirma Ana Fontoura Gouveia.
A QUE CUSTO?
A confirmar-se, a eólica offshore será uma das maiores vagas de investimento estrangeiro no país das últimas décadas, criando, juntamente com os novos projetos de energia solar em terra, uma oferta abundante de energia renovável, muito acima das necessidades atuais do nosso sistema elétrico. Uma parte dessa energia responderá ao acréscimo de procura na mobilidade elétrica e nos edifícios, outra parte será canalizada para a produção de hidrogénio verde. Mas a que custo chegará a nova eletricidade vinda do mar?
Pedro Amaral Jorge, da Apren, defende que “a melhor forma de desenvolver estes projetos” são os CfD — Contracts for Differences, contratos em que o produtor recebe ou paga a diferença entre o preço de mercado a que comercializa a sua energia e um valor pré-acordado na adjudicação da área a explorar (o que lhe garante uma previsibilidade de receitas futuras). “Os projetos têm de ser o mais bancáveis possível”, defende o presidente da Apren. Mas as eólicas offshore em plataformas flutuantes ainda são uma tecnologia cara. Marco Alves, do Wavec, admite que “provavelmente há um custo que o consumidor vai ter de assumir”.
Segundo Luísa Amorim, analista da Bloomberg New Energy Finance (BNEF), “o Governo português tem de considerar a atribuição de subsídios para garantir o sucesso dos leilões eólicos offshore”. “Mesmo em mercados eólicos offshore bem estabelecidos, como é o caso do Reino Unido, o Governo subsidia projetos de energia eólica flutuante, uma vez que este mercado se encontra numa fase inicial de desenvolvimento”, frisa a especialista em energia eólica.
Um estudo de 2021 dos investigadores Abel Martinez e Gregorio Iglesias (da University College Cork, da Irlanda) analisou o custo expectável da energia eólica em plataformas flutuantes na Europa. E estimou para Portugal um custo de €125 por megawatt hora (MWh). A título de comparação, o mercado de contratos futuros da eletricidade na Península Ibérica projeta preços em torno de €100 por MWh para 2024 e abaixo dos €60 a partir de 2027. Há semanas, João Peças Lopes, diretor associado do instituto InescTec, indicou que a industrialização das eólicas flutuantes deverá gerar economias de escala e permitir baixar o seu custo para perto de €50 por MWh.
Segundo Luísa Amorim, “espera-se que a energia eólica flutuante continue uma trajetória acentuada de redução de custos à medida que é ganho conhecimento operacional e os projetos aumentam em escala”. A BNEF está a trabalhar com o pressuposto de que projetos flutuantes que entrem em operação em 2030 impliquem investimentos de €3,7 milhões por MW, que recuarão para €3 milhões por MW em 2040.
Em boa parte do Norte da Europa, com menores profundidades de água, estão a ser construídos parques eólicos com estruturas fixas ao leito marinho, com custos mais baixos. Em 2022, o Reino Unido leiloou contratos para quase 7 GW de eólicas offshore garantindo-lhes preços da ordem de €44 por MWh (um dos projetos vencedores foi o parque Moray West, da Ocean Winds, empresa da EDP Renováveis e da Engie).
O custo nivelado da energia (LCOE na sigla em inglês para levelized cost of energy) é um indicador do preço a que a eletricidade precisará de ser vendida, ao longo da vida útil do ativo, para garantir a recuperação do investimento. E o mais recente relatório do banco de investimento Lazard, de abril, aponta para as eólicas offshore um LCOE de 72 a 140 dólares (€66 a €128) por MWh. O documento coloca-as num patamar mais caro do que a energia solar de larga escala, a eólica em terra e as centrais de ciclo combinado a gás natural, mas com preços competitivos face aos das centrais nucleares e das centrais a gás que operam em períodos de picos de procura.
DEMASIADA AMBIÇÃO?
Em Portugal, a maior parte das áreas marítimas a leiloar estarão afastadas da costa, a profundidades de água de 100 a 200 metros. As áreas propostas pelo grupo de trabalho criado pelo Governo somam mais de 3 mil quilómetros quadrados e foram recebidas, em sede de consulta pública, com alguma preocupação por parte da indústria pesqueira e de associações ambientalistas.
Francisco Ferreira, presidente da associação Zero, diz que uma linha vermelha deve ser a Rede Natura: estas áreas devem simplesmente ser excluídas dos perímetros a licitar. Por outro lado, defende que o leilão inclua “critérios além do preço”, o que pode passar por contrapartidas para as comunidades das regiões costeiras próximas das zonas a explorar. O presidente da Zero lamenta “algumas falhas” no processo de preparação, por parte do Governo, desta aposta nas eólicas offshore. “O grupo de trabalho nunca se reuniu com as associações do ambiente, que só foram ouvidas na consulta pública [após a apresentação da proposta de áreas]. O processo podia ser mais participado”, aponta.
Portugal é atualmente um dos países europeus em que a energia eólica mais pesa na produção de eletricidade (26%), apenas atrás de Reino Unido, Irlanda e Dinamarca (neste caso, a eólica contribuiu com 55% e boa parte foi offshore). Os relatórios da Windeurope mostram que nos últimos anos a maior parte da nova capacidade eólica na Europa tem sido instalada em terra. Mas as projeções da associação mostram uma aceleração até 2030, em especial dos projetos no mar. E os investidores internacionais estão atentos aos planos de vários países. O Reino Unido e a Alemanha destacam-se, com metas de 50 GW e 30 GW para 2030, respetivamente. Mas os 10 GW assumidos pelo Governo português batem as ambições de países de dimensão similar e vão muito além dos 3 GW admitidos até ao momento pela vizinha Espanha.
Terá Portugal demasiada ambição? A secretária de Estado da Energia e Clima considera que não, notando que “a definição de objetivos para eólicas offshore está a ser ajustada por vários países”. “Agora o nosso potencial de crescimento nas renováveis está na eólica offshore. É esse o caminho”, conclui a governante.
AS DIFERENTES SOLUÇÕES E ESTRUTURAS PARA EXPLORAR EÓLICAS NO MAR
FIXAÇÃO COM COLUNA As estruturas monopile, como são conhecidas em inglês, são colunas de aço fixas a uma fundação no leito marinho e indicadas para águas pouco profundas, normalmente até 30 metros. É uma das soluções mais simples e baratas (mas não é apropriada para as elevadas profundidades ao largo da costa portuguesa). Está muito presente nas eólicas no Mar do Norte.
ESTRUTURA TIPO JACKET Bastante comuns no Mar do Norte, os jackets são estruturas metálicas indicadas para profundidades de água até 60 metros. A maior parte do equipamento fica submerso e fixo ao leito marinho e uma pequena parte fica acima da linha de água. Pelo peso e dimensão, têm de ser transportados em navios maiores, o que pode aumentar os custos logísticos.
PLATAFORMA FLUTUANTE À medida que entramos em águas profundas torna-se tecnicamente inviável sustentar as torres eólicas em estruturas fixas. As plataformas do tipo barge (barcaça) são estruturas flutuantes que tendem a usar uma superfície de contacto com a água relativamente grande, para dar estabilidade à torre, e que estão amarradas por cabos ao leito marinho.
TENSION LEGS Outra solução possível para eólicas no mar é a TLP (para tension legs platform), uma plataforma em que cada uma das colunas (ou pernas) da estrutura está presa ao leito marinho por cabos de aço em tensão. Após a colocação da torre eólica, a plataforma fica na sua maior parte submersa. É uma solução comum na indústria petrolífera e agora adaptada às eólicas offshore.
SEMISSUBMERSÍVEL As plataformas semissubmersíveis têm vários cilindros unidos entre si numa estrutura flutuante mas amarrada ao leito marinho. A tecnologia windfloat, da norte-americana Principle Power, é uma das soluções semissubmersíveis e foi a escolhida para o primeiro parque eólico offshore em Portugal, ao largo de Viana do Castelo, com três torres.
https://www.windfloat-atlantic.com/pt-pt/
https://leitor.expresso.pt/semanario/se ... ia-a-vista
Eólica offshore: uma nova indústria à vista
INFOGRAFIAS JAIME FIGUEIREDO
O plano do Governo português é instalar 10 gigawatts (GW) de capacidade eólica no mar. E para Marco Alves, que há duas décadas acompanha o tema das energias renováveis offshore, é “uma grande ambição”. Se toda essa potência for instalada, estaremos a falar de 35 terawatts hora (TWh) por ano de produção, cerca de 75% do consumo elétrico nacional atual. E é exequível? “Eu acho que é exequível... mas quem é que vamos envolver?”, questiona o presidente do Wavec, um centro de investigação português fundado em 2003 e ligado inicialmente à energia das ondas, mas que depois estendeu a sua atuação às eólicas offshore. Para Marco Alves será importante o país atrair atores com experiência e capacidade para pôr em marcha uma nova fileira industrial.
Marco Alves admite que “é muito difícil” Portugal conseguir ter já em 2030 em operação os 10 GW ambicionados pelo Governo, devido ao tempo que projetos desta natureza levam a ser desenvolvidos. “Mas se chegarmos a 3 ou 4 GW em 2030 já considero uma grande vitória”, observa. Para o presidente executivo do Wavec, o leilão que Portugal realizará para atribuir as áreas de exploração terá de ser faseado, porque ainda não há uma cadeia de abastecimento preparada para entregar todos os equipamentos. “Não pode ser de outra maneira”, sublinha.
E assim será. “Serão lançados leilões sequenciais até se perfazer o objetivo de alcançar 10 GW. Uma proposta de calendarização e de potências a leiloar constará do relatório final do grupo de trabalho [criado em setembro de 2022], a ser entregue até 31 de maio”, contextualiza o Ministério do Ambiente, garantindo, em resposta a questões colocadas pelo Expresso, que “mantém o objetivo de realizar o leilão ainda este ano”.
O plano português para as eólicas no mar é uma oportunidade de investimento industrial de larga escala em vários portos. Se os 10 GW vierem a ser concretizados com turbinas de última geração, de 15 megawatts (MW), haverá necessidade de produzir plataformas e componentes para mais de 650 torres. O Governo português já sinalizou que pretende fazer da incorporação local um dos critérios de adjudicação das áreas marítimas a explorar. Isso trará empregos no fabrico dos equipamentos e na logística da montagem dos parques eólicos e, depois, na manutenção das infraestruturas. Em março, o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, estimou em pelo menos €30 mil milhões o investimento que Portugal poderá atrair nas eólicas offshore.
EÓLICAS NO MAR
“Fizemos já três sessões sobre as áreas offshore e estreitámos a relação com as comunidades piscatórias”
Ana Fontoura Gouveia
Secretária de Estado da Energia e Clima
“Há um interesse muito grande dos investidores em olhar para Portugal”, nota Pedro Amaral Jorge, presidente da Apren — Associação Portuguesa de Energias Renováveis, que na próxima semana realiza em Lisboa uma conferência dedicada ao tema das renováveis oceânicas. Pedro Amaral Jorge realça que o grupo interno da Apren para acompanhar o tema das eólicas offshore arrancou com 11 empresas em setembro e hoje já conta com 22. Aí se incluem empresas como Ocean Winds (EDP/Engie), Galp, Iberdrola, Finerge, Orsted, Repsol, RWE, TotalEnergies e Vestas, entre outras.
A secretária de Estado da Energia e Clima, Ana Fontoura Gouveia, diz ao Expresso que tem mantido “um contacto muito próximo com a indústria”, que tem manifestado um “interesse muito forte” no leilão, com empresas “de várias geografias” de olho em Portugal. Mas o leilão também tem suscitado preocupação da indústria pesqueira, pelas restrições associadas aos futuros parques no mar. “Fizemos já três sessões públicas sobre as áreas [para as eólicas]. Estreitámos a relação com as comunidades piscatórias. Não faremos nada que não esteja alinhado com o interesse nacional”, afirma Ana Fontoura Gouveia.
A QUE CUSTO?
A confirmar-se, a eólica offshore será uma das maiores vagas de investimento estrangeiro no país das últimas décadas, criando, juntamente com os novos projetos de energia solar em terra, uma oferta abundante de energia renovável, muito acima das necessidades atuais do nosso sistema elétrico. Uma parte dessa energia responderá ao acréscimo de procura na mobilidade elétrica e nos edifícios, outra parte será canalizada para a produção de hidrogénio verde. Mas a que custo chegará a nova eletricidade vinda do mar?
Pedro Amaral Jorge, da Apren, defende que “a melhor forma de desenvolver estes projetos” são os CfD — Contracts for Differences, contratos em que o produtor recebe ou paga a diferença entre o preço de mercado a que comercializa a sua energia e um valor pré-acordado na adjudicação da área a explorar (o que lhe garante uma previsibilidade de receitas futuras). “Os projetos têm de ser o mais bancáveis possível”, defende o presidente da Apren. Mas as eólicas offshore em plataformas flutuantes ainda são uma tecnologia cara. Marco Alves, do Wavec, admite que “provavelmente há um custo que o consumidor vai ter de assumir”.
Segundo Luísa Amorim, analista da Bloomberg New Energy Finance (BNEF), “o Governo português tem de considerar a atribuição de subsídios para garantir o sucesso dos leilões eólicos offshore”. “Mesmo em mercados eólicos offshore bem estabelecidos, como é o caso do Reino Unido, o Governo subsidia projetos de energia eólica flutuante, uma vez que este mercado se encontra numa fase inicial de desenvolvimento”, frisa a especialista em energia eólica.
Um estudo de 2021 dos investigadores Abel Martinez e Gregorio Iglesias (da University College Cork, da Irlanda) analisou o custo expectável da energia eólica em plataformas flutuantes na Europa. E estimou para Portugal um custo de €125 por megawatt hora (MWh). A título de comparação, o mercado de contratos futuros da eletricidade na Península Ibérica projeta preços em torno de €100 por MWh para 2024 e abaixo dos €60 a partir de 2027. Há semanas, João Peças Lopes, diretor associado do instituto InescTec, indicou que a industrialização das eólicas flutuantes deverá gerar economias de escala e permitir baixar o seu custo para perto de €50 por MWh.
Segundo Luísa Amorim, “espera-se que a energia eólica flutuante continue uma trajetória acentuada de redução de custos à medida que é ganho conhecimento operacional e os projetos aumentam em escala”. A BNEF está a trabalhar com o pressuposto de que projetos flutuantes que entrem em operação em 2030 impliquem investimentos de €3,7 milhões por MW, que recuarão para €3 milhões por MW em 2040.
Em boa parte do Norte da Europa, com menores profundidades de água, estão a ser construídos parques eólicos com estruturas fixas ao leito marinho, com custos mais baixos. Em 2022, o Reino Unido leiloou contratos para quase 7 GW de eólicas offshore garantindo-lhes preços da ordem de €44 por MWh (um dos projetos vencedores foi o parque Moray West, da Ocean Winds, empresa da EDP Renováveis e da Engie).
O custo nivelado da energia (LCOE na sigla em inglês para levelized cost of energy) é um indicador do preço a que a eletricidade precisará de ser vendida, ao longo da vida útil do ativo, para garantir a recuperação do investimento. E o mais recente relatório do banco de investimento Lazard, de abril, aponta para as eólicas offshore um LCOE de 72 a 140 dólares (€66 a €128) por MWh. O documento coloca-as num patamar mais caro do que a energia solar de larga escala, a eólica em terra e as centrais de ciclo combinado a gás natural, mas com preços competitivos face aos das centrais nucleares e das centrais a gás que operam em períodos de picos de procura.
DEMASIADA AMBIÇÃO?
Em Portugal, a maior parte das áreas marítimas a leiloar estarão afastadas da costa, a profundidades de água de 100 a 200 metros. As áreas propostas pelo grupo de trabalho criado pelo Governo somam mais de 3 mil quilómetros quadrados e foram recebidas, em sede de consulta pública, com alguma preocupação por parte da indústria pesqueira e de associações ambientalistas.
Francisco Ferreira, presidente da associação Zero, diz que uma linha vermelha deve ser a Rede Natura: estas áreas devem simplesmente ser excluídas dos perímetros a licitar. Por outro lado, defende que o leilão inclua “critérios além do preço”, o que pode passar por contrapartidas para as comunidades das regiões costeiras próximas das zonas a explorar. O presidente da Zero lamenta “algumas falhas” no processo de preparação, por parte do Governo, desta aposta nas eólicas offshore. “O grupo de trabalho nunca se reuniu com as associações do ambiente, que só foram ouvidas na consulta pública [após a apresentação da proposta de áreas]. O processo podia ser mais participado”, aponta.
Portugal é atualmente um dos países europeus em que a energia eólica mais pesa na produção de eletricidade (26%), apenas atrás de Reino Unido, Irlanda e Dinamarca (neste caso, a eólica contribuiu com 55% e boa parte foi offshore). Os relatórios da Windeurope mostram que nos últimos anos a maior parte da nova capacidade eólica na Europa tem sido instalada em terra. Mas as projeções da associação mostram uma aceleração até 2030, em especial dos projetos no mar. E os investidores internacionais estão atentos aos planos de vários países. O Reino Unido e a Alemanha destacam-se, com metas de 50 GW e 30 GW para 2030, respetivamente. Mas os 10 GW assumidos pelo Governo português batem as ambições de países de dimensão similar e vão muito além dos 3 GW admitidos até ao momento pela vizinha Espanha.
Terá Portugal demasiada ambição? A secretária de Estado da Energia e Clima considera que não, notando que “a definição de objetivos para eólicas offshore está a ser ajustada por vários países”. “Agora o nosso potencial de crescimento nas renováveis está na eólica offshore. É esse o caminho”, conclui a governante.
AS DIFERENTES SOLUÇÕES E ESTRUTURAS PARA EXPLORAR EÓLICAS NO MAR
FIXAÇÃO COM COLUNA As estruturas monopile, como são conhecidas em inglês, são colunas de aço fixas a uma fundação no leito marinho e indicadas para águas pouco profundas, normalmente até 30 metros. É uma das soluções mais simples e baratas (mas não é apropriada para as elevadas profundidades ao largo da costa portuguesa). Está muito presente nas eólicas no Mar do Norte.
ESTRUTURA TIPO JACKET Bastante comuns no Mar do Norte, os jackets são estruturas metálicas indicadas para profundidades de água até 60 metros. A maior parte do equipamento fica submerso e fixo ao leito marinho e uma pequena parte fica acima da linha de água. Pelo peso e dimensão, têm de ser transportados em navios maiores, o que pode aumentar os custos logísticos.
PLATAFORMA FLUTUANTE À medida que entramos em águas profundas torna-se tecnicamente inviável sustentar as torres eólicas em estruturas fixas. As plataformas do tipo barge (barcaça) são estruturas flutuantes que tendem a usar uma superfície de contacto com a água relativamente grande, para dar estabilidade à torre, e que estão amarradas por cabos ao leito marinho.
TENSION LEGS Outra solução possível para eólicas no mar é a TLP (para tension legs platform), uma plataforma em que cada uma das colunas (ou pernas) da estrutura está presa ao leito marinho por cabos de aço em tensão. Após a colocação da torre eólica, a plataforma fica na sua maior parte submersa. É uma solução comum na indústria petrolífera e agora adaptada às eólicas offshore.
SEMISSUBMERSÍVEL As plataformas semissubmersíveis têm vários cilindros unidos entre si numa estrutura flutuante mas amarrada ao leito marinho. A tecnologia windfloat, da norte-americana Principle Power, é uma das soluções semissubmersíveis e foi a escolhida para o primeiro parque eólico offshore em Portugal, ao largo de Viana do Castelo, com três torres.
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Re: ECO-DEFESABRASIL - CONSERVAÇÃO, INCÊNDIOS, AMEAÇAS
Enquanto isto, no mundinho encantado dos WOKES...
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Re: ECO-DEFESABRASIL - CONSERVAÇÃO, INCÊNDIOS, AMEAÇAS
cabeça de martelo escreveu: ↑Sáb Mai 20, 2023 10:31 am Renováveis Portugal tem um dos mais ambiciosos planos da Europa para as eólicas no mar. A tecnologia ainda não está madura. Mas o Governo está determinado em avançar
Eólica offshore: uma nova indústria à vistaA instalação de cataventos dentro do mar, o tal offshore, deve ser bem mais dispendioso que a colocação dos mesmos em terra firme. Em países com pouco espaço disponível em terra pode ser justificavel, além do que os ventos, em mar aberto, são mais constantes o que dá um rendimento maior na geração de energia. O atual governo brasileiro também apresentou um projeto para instalação de eólicas offshore aqui na costa brasileira. A costa do nosso estado, Rio Grande do Sul, está entre as áreas indicadas para receberem os tais cataventos em mar aberto.INFOGRAFIAS JAIME FIGUEIREDO
O plano do Governo português é instalar 10 gigawatts (GW) de capacidade eólica no mar. E para Marco Alves, que há duas décadas acompanha o tema das energias renováveis offshore, é “uma grande ambição”. Se toda essa potência for instalada, estaremos a falar de 35 terawatts hora (TWh) por ano de produção, cerca de 75% do consumo elétrico nacional atual. E é exequível? “Eu acho que é exequível... mas quem é que vamos envolver?”, questiona o presidente do Wavec, um centro de investigação português fundado em 2003 e ligado inicialmente à energia das ondas, mas que depois estendeu a sua atuação às eólicas offshore. Para Marco Alves será importante o país atrair atores com experiência e capacidade para pôr em marcha uma nova fileira industrial.
Não vejo vantagem alguma, por aqui, neste tipo de instalação. Há muito espaço disponível, em terra firme para colocar cataventos além de que já há, também, um bom conhecimento da tecnologia de instalação e manuseio dos geradores e da transmissão de energia. Além disso a instalação offshore será muito dispendiosa por aqui. No inverno as tempestades, com ondas fortes, são comuns no Atlantico Sul o que vai exigir bases muito sólidas e , por consequência, muito caras.
Penso que, por aqui, é só uma promessa de políticos. Tramandaí e Imbé não vão ver cataventos poluindo suas praias.
Todas coisas que nós ouvimos são uma opinião, não um fato. Todas coisas que nós vemos são uma perspectiva, não a verdade. by Marco Aurélio, imperador romano.
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Re: ECO-DEFESABRASIL - CONSERVAÇÃO, INCÊNDIOS, AMEAÇAS
Salve as florestas, queime um.................
.....................................................CANADENSE!!!
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Re: ECO-DEFESABRASIL - CONSERVAÇÃO, INCÊNDIOS, AMEAÇAS
Calma, o segundo semestre esta chegando e junto com ele as queimadas, mas dessa vez vai ser de boa, o amor venceu.
Mas dou a mão a palmatória, o atual governo é bem melhor com retóricas, vai ser tranquilo.
Mas dou a mão a palmatória, o atual governo é bem melhor com retóricas, vai ser tranquilo.
Editado pela última vez por J.Ricardo em Qua Mai 31, 2023 11:18 am, em um total de 1 vez.
Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
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Re: ECO-DEFESABRASIL - CONSERVAÇÃO, INCÊNDIOS, AMEAÇAS
delmar escreveu: ↑Sáb Mai 27, 2023 7:49 pmcabeça de martelo escreveu: ↑Sáb Mai 20, 2023 10:31 am Renováveis Portugal tem um dos mais ambiciosos planos da Europa para as eólicas no mar. A tecnologia ainda não está madura. Mas o Governo está determinado em avançar
Eólica offshore: uma nova indústria à vista
A instalação de cataventos dentro do mar, o tal offshore, deve ser bem mais dispendioso que a colocação dos mesmos em terra firme. Em países com pouco espaço disponível em terra pode ser justificavel, além do que os ventos, em mar aberto, são mais constantes o que dá um rendimento maior na geração de energia. O atual governo brasileiro também apresentou um projeto para instalação de eólicas offshore aqui na costa brasileira. A costa do nosso estado, Rio Grande do Sul, está entre as áreas indicadas para receberem os tais cataventos em mar aberto.
Não vejo vantagem alguma, por aqui, neste tipo de instalação. Há muito espaço disponível, em terra firme para colocar cataventos além de que já há, também, um bom conhecimento da tecnologia de instalação e manuseio dos geradores e da transmissão de energia. Além disso a instalação offshore será muito dispendiosa por aqui. No inverno as tempestades, com ondas fortes, são comuns no Atlantico Sul o que vai exigir bases muito sólidas e , por consequência, muito caras.
Penso que, por aqui, é só uma promessa de políticos. Tramandaí e Imbé não vão ver cataventos poluindo suas praias.
Delmar veja o artigo acima que está tudo muito bem explicado. A solução que será empregue em Portugal será das plataformas semissubmersíveis que têm vários cilindros unidos entre si numa estrutura flutuante mas amarrada ao leito marinho. Ou seja uma espécie de plantaforma petrolifera, mas mais pequena e barata de fazer e manter.
Há várias vantagens sobre as soluções em terra, uma delas é que depois de feita é só rebocar para o local onde ficará, já as em terra é preciso gastar muito tempo, dinheiro e recursos para levá-las para os montes onde ficaram. Não podem ficar em qualquer local, têm de ficar em localizações onde o vento é suficientemente constante para ser lucrativo.
Retirado de um site do governo Norte-Americano:
Vantagens:
A velocidade do vento offshore tende a ser mais rápida do que em terra.
Pequenos aumentos na velocidade do vento resultam em grandes aumentos na produção de energia: uma turbina com vento de 15 mph pode gerar o dobro de energia de uma turbina com vento de 12 mph. Velocidades de vento mais rápidas no mar significam que muito mais energia pode ser gerada.
As velocidades do vento offshore tendem a ser mais constantes do que em terra. Um fornecimento mais constante de vento significa uma fonte de energia mais confiável.
Muitas áreas costeiras têm necessidades energéticas muito elevadas. Metade da população dos Estados Unidos vive em áreas costeiras, com concentração nas principais cidades costeiras. A construção de parques eólicos offshore nessas áreas pode ajudar a atender às necessidades de energia de fontes próximas.
Os parques eólicos offshore têm muitas das mesmas vantagens dos parques eólicos terrestres – fornecem energia renovável; não consomem água; fornecem uma fonte de energia doméstica; criam empregos; e não emitem poluentes ambientais ou gases de efeito estufa.
- J.Ricardo
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Re: ECO-DEFESABRASIL - CONSERVAÇÃO, INCÊNDIOS, AMEAÇAS
Por aqui também esta em andamento projetos para geração de energia eólica no mar, com potencial de 700 gigawatts.
https://www.cnnbrasil.com.br/economia/s ... r-em-2023/
https://www.cnnbrasil.com.br/economia/s ... r-em-2023/
Os primeiros passos rumo à geração eólica offshore no Brasil começam ser dados em 2023, com perspectiva de um primeiro leilão de cessão do uso do mar no primeiro semestre do ano que vem, disse à Reuters a presidente da Associação Brasileira da Energia Eólica (ABEEólica), Elbia Gannoum, nesta terça-feira (27).
Ela estima que o Brasil tem um potencial de 700 gigawatts para a fonte, sendo que já há projetos que somam 169 gigawatts para geração de energia no mar. O Brasil já tem um marco regulatório ambiental e aguarda a regulamentação do decreto publicado em janeiro sobre marco contratual.
Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
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- Túlio
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Re: ECO-DEFESABRASIL - CONSERVAÇÃO, INCÊNDIOS, AMEAÇAS
Pra que matar só gaivotas se dá pra matar BALEIAS também?
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
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Re: ECO-DEFESABRASIL - CONSERVAÇÃO, INCÊNDIOS, AMEAÇAS
É incrível como esses animais se recusam a aceitar que reatores nucleares e hidroelétricas são a solução pra energia limpa, até resíduo de combustível nuclear anda sendo usado pra medicina e MOX.
Falo daqueles que não são financiados, claro.
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Re: ECO-DEFESABRASIL - CONSERVAÇÃO, INCÊNDIOS, AMEAÇAS
gabriel219 escreveu: ↑Sex Jun 02, 2023 1:40 am É incrível como esses animais se recusam a aceitar que reatores nucleares e hidroelétricas são a solução pra energia limpa, até resíduo de combustível nuclear anda sendo usado pra medicina e MOX.
Falo daqueles que não são financiados, claro.
É o resultado da qualidade da "informação" que os caras têm lá, só olhes o vídeo postado pelo WOKEHEAD acima, eles são bombardeados 24/7/365 com AGITPROP da mais tosca mas, como é só o que eles têm, nada lhes resta senão acreditar até em fadas e unicórnios...
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P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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