Wolfgang escreveu: Ter Jan 10, 2023 3:09 pm
Bom, já disse que meu ponto de vista não é partidário. Nenhum país sério fornecerá equipamentos de ponta se sentirem que o Brasil está colapsando ou corre risco institucional. Se vocês acham que isso é falar de partido, problema de vocês.
Olá
@Wolfgang
Em termos internacionais, ideologicamente o Brasil está hoje alinhado com as principais potências hegemônicas do mundo, como USA e França, que sabem muito bem como a banda toca por aqui, e como são, e estão, as relações entre o mundo político-institucional e os militares.
E também sabem que Defesa não é um assunto prioritário para o atual governo - nunca foi para nenhum - assim como sabem também que ele precisará de apoio no que diz respeito à manutenção da "isenção" das ffaa's nas disputas políticas internas, seja através da gestão orçamentária via MD, seja por simplesmente não mexer em assuntos internos e direitos adquiridos nos últimos anos. E isso para os militares é muito mais sério e prioritário do que qualquer projeto estratégico.
Quanto ao mais, os militares já deram vários sinais ao grupo anterior, e ao atual, de que não vão se meter em picuinhas políticas de nenhum dos dois lados, se mantendo apenas atentos ao que eles consideram sagrado, que a inviolabilidade do território nacional, em qualquer aspecto.
Tanto o secretário de Estado como o Pentágono e o secretário de defesa, mantém o país sob constante vigilância da suas respectivas inteligências, e é, por assim dizer, mais fácil Washington saber o que se passa em Brasília, e seus bastidores, do que nós. Assim, qualquer tentativa ou menção à quebras institucionais seriam notadas muito antes por lá do que no Brasil.
A geração atual de militares pegou quase nada do regime militar, e poucos tem lembranças daquele tempo e de suas ideologias, estando a maioria criada dentro do regime atual democrático pós-1985. Podemos dizer com segurança que é estranha essa conversa de golpe e "intervenção militar" à imensa maioria dos militares das três forças, não passando de mera curiosidade dentro da caserna. Mas é claro, em todos os lugares existem exceções.
Aqui e ali sempre se irá ouvir dizer que os yankees farão isso e aquilo se caso essa ou aquela situação ocorrerem no Brasil. Mas isso faz parte do jogo. É uma forma, também, de "enviar recados" aos militares por aqui sobre eventuais consequências em relação à supostas intenções ou tratativas de quebras do status quo.
Os militares no Brasil hoje estão muito mais interessados em suas atividades fim do que com a sujeirada varrida para debaixo do tapete que sempre se joga entre uma eleição e outra, entre um governo e outro. Já vimos isso antes, e não é lá uma novidade. Segue o barco. Ainda temos mais 26 Gripen E\F para negociar, e outras tantas necessidades, sempre maiores, para arrumar soluções. E o pessoal lá fora sabe muito bem disso. E também as consequências de eventuais intervenções externas nos assuntos tidos como indiscutíveis pelas ffaa's.
Segue o barco.