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Mensagem
por FCarvalho » Qua Jul 06, 2022 11:57 am
Se me permitem um aparte, tudo o que foi e está sendo projetado para o Gripen E desde o começo do projeto já deixava muito claro que as capacidades do caça em matéria de sistemas eletrônicos seriam tão ou mais capazes vários dos que existem hoje nos F-35 e que os americanos não conseguem ainda fazer funcionar direito.
O maior mérito do Gripen E está justamente no investimento que se fez e faz em seus sistemas eletrônicos, tornando o caça superlativo neste aspecto, o que junto aos sistemas de armas que ele pode levar, tornam o pequeno caça sueco capaz de enfrentar, e vencer, todos os caças de 4a ou 4,5a geração atuais, e quiçá, mesmo F-35 e F-22 dependendo das condições. Combate de verdade entre caças não é puro e simples super trunfo como se costuma dizer por aqui.
Assim, a FAB, ciente de tudo o que o caça pode oferecer, está simplesmente adaptando-o as suas necessidades e TO no continente sul americano e para as missões que ele deverá desempenhar aqui. Obviamente que não saberemos tudo do que a versão BR do Gripen E será capaz, mas a julgar pelo que os suecos estão colocando nele, há de se prever que os Gripen E\F brasileiros serão tão ou mais capazes que os suecos, e obviamente, que qualquer caça da vizinhança nos dois lados do Atlântico Sul e mesmo ao norte dele, em relação a vizinhos europeus que temos por perto.
Vale lembrar que uma guerra aérea na perspectiva dos suecos não se ganha apenas com caças capazes de realizar suas missões de forma proficiente, mas sobretudo pela disposição de um completo e eficiente sistema NCW, o que a FAB mal ou bem já tinha desde os anos 1970 com o SISDABRA, em nível de complexidade muito menor que os suecos faziam em casa, mas de qualquer forma, uma cultura que já havia por aqui, mas nos faltava desenvolver mais e explorar todas as possibilidades possíveis do sistema. Algo que vamos poder fazer agora com os Gripen E dada as suas enormes capacidades neste campo. E isso irá nos permitir ter superioridade aérea ou mesmo a tal supremacia aérea em nosso TO por muitos anos. Mas como eu sempre digo por aqui, nós não vivemos sozinhos no mundo, ao contrário do que se possa crer na cultura do populacho tupiniquim. E a FAB sabe disso.
Enfim, ter ou não ter tudo o que o Gripen E pode oferecer em termos de capacidade é questão de conveniência operacional, doutrinária e financeira. A FAB nos dois primeiros aspectos foi muito feliz em escolher o Gripen E. Já no terceiro, duvido que qualquer um dos finalistas do FX2 fizesse qualquer diferença, dado o eterno desprezo com que o tema Defesa no Brasil é tratado. Se não tem para Gripen E, que é reconhecidamente um caça barato de comprar, manter e operar, para F-18 e Rafale, pior ainda. E sem tudo o que o sueco oferece hoje para nós.
Carpe Diem