Energys escreveu: ↑Dom Jun 12, 2022 8:05 pm
Poti escreveu: ↑Dom Jun 12, 2022 3:18 pm
Simplesmente avaliaram que era melhor para eles e não nos cabe dizer o que ele devem comprar ou deixar de comprar.
Se não colocamos no contrato "devem comprar X KC390" não temos que reclamar de nada.
Se o KC390 for bom e com preço competitivo ele encontrará seu caminho. Como já postei aqui, parece que ele é bom mas sem preço competitivo. O futuro nos dirá e torço para que dê certo. Agora. os suecos compram o que quiser e não é traição quando não se acordou fidelidade eheheh.
Você não leu a discussão que veio na sequência e não sabe da missa a metade. Há conversas com os suecos há anos para que comprem o avião da Embraer, até então a modernização dos C130H era a "desculpa".
Aliás, essa questão de estar no contrato estamos vendo que não é bem assim. Espero que já tenham dado "adeus" à construção da versão F aqui conforme previa o contrato e estejam rezando/orando todos os dias para que os suecos, tão bonzinho e prestativos, aceitem fabricar aqui algumas unidades da versão E para dar "uma maquiada" para a plateia e não ficar muito evidente que o contrato neste quesito virou um pedaço de papel com letrinhas.
O Gripen também não tem um preço competitivo. F-18 via FMS faria o mesmo, até melhor, com preço de compra menores e manutenção sem surpresas. Aliás, aos F-18 não lhes falta integrar nada.
"eheheh", riu a hiena.
Notar alguns pontos.
1. O FX começou como uma simples substituição dos Mirage III e acabou como um complexo negócio com transferências de tecnologia, off set e afins. O Gripen venceu o primeiro e o segundo tempo do jogo. E em ambos os tempos, seja como substituto dos Mirage III, seja como solução estratégica e tecnológica ele largamente venceu os demais nas decisões técnicas da FAB.
2. O KC-390 dependia, e depende, da FAB como programa industrial para pagar seus custos de desenvolvimento e apronto. Isto a FAB fez e ainda está fazendo. Como programa comercial, a FAB foi comprometida com 28 unidades, dando assim o ponta pé inicial, mas, venhamos e convenhamos, seria impossível à instituição no longo prazo manter as encomendas tal como foram postas sem os sobressaltos econômicos típicos da nossa realidade orçamentária em defesa. Se alguém duvidava disso, bem... olha o prejuízo aí.
3. Os suecos, grosso modo, não dependiam - e não dependem - de nós para nada em relação ao desenvolvimento do Gripen E, tanto que o projeto veio se arrastando até conseguirem fechar o FX-2, dado que era apenas mais uma questão de conveniência financeira e comercial agregar o Brasil ao programa, mas nunca orçamentária, tecnológica e, principalmente, operacional. Eles podem encomendar hoje, amanhã, semana que vem e depois quantos lotes entenderem ser necessários do caça da SAAB independente de quaisquer fatores externos, dada a sua doutrina de defesa, que não mudou ainda, mesmo com a invasão russa da Ucrânia, mas apenas reforçou o fato de que precisam continuar e manter sua autonomia no campo da industrial e tecnológico da defesa. Se o Brasil entrar para dar uma forcinha, melhor do que gastar dinheiro sozinho, e ainda lucrar com isso vendendo suas soluções para nós. Sejam fabricadas aqui ou lá, isso é realmente o de menos para eles.
4. Dado o ponto acima, é mera questão de conveniência a compra dos C-130J italianos, assim como o será a compra de eventuais KC-390, caso a FAB e o governo de plantão do país aqui resolvam colocar isso como off set para o próximo lote. E penso eles aceitariam de bom grado, já que uma coisa é comprar os aviões, outra é receber e operar. Isso eles podem fazer daqui a 1 ou 10 anos. Vai depender do que for acertado entre ambos os países. A FAB vai seguir recebendo o avião da Embraer até 2034. Neste aspecto, não há problema dos suecos comprarem agora, semana que vem, ou ano que vem, e receberem os seus na próxima década também.
5. A linha de produção do KC-390 na Embraer está superavitária em relação aos que foi proposto em termos de cronograma e capacidade produtiva com a diminuição da encomenda da FAB. Ou seja, está sobrando espaço hoje e nos próximos anos - 12 anos, até 2034 - que podem, e devem penso eu, ser ocupados por exportações que se consiga realizar no curto e médio prazo. Hoje a empresa com certeza deve estar conversando com bem mais de uma dezenas de países em relação ao seu cargo militar, e pode estar oferecendo uma facilidade que o Hércules -J hoje não tem, que é a entrega no curtíssimo prazo, caso o cliente pague por isso. Dos 11 países visitados recentemente, ao menos 6 deles no oriente médio tem competência financeira para fazer exatamente isso. E a Embraer tem agora como responder a esta eventual "pressa" de clientes potenciais do KC-390. Isto poderá ajudar inclusive em vendas na Europa, caso elas sejam realizadas. Holanda e Rep Checa são um exemplo. Outro pode ser a Coréia do Sul.
6. Por fim, espera-se que as ligações da Embraer com o MD, ABIMDE, MRE, APEX Brasil e demais órgãos do governo possam ajudar o nosso cargo - e toda a BID com ele - a trilhar caminhos mais suaves até suas próximas vendas de exportação, que ocorrerão naturalmente, apesar de toda a demora e contratempos. A folga na linha de produção, a inserção operacional dos aviões na FAB, que já contam com mais 5 mil horas de voo operacionais, as demonstrações lá fora, as feiras, as conversas entre governos e empresas, tudo isso irá contribuir para que o futuro do KC-390 seja bem mais auspicioso do que se possa pensar de momento. E quanto a isso, caso a Embraer consiga um bom acerto com a IAF, bem, os números propostos daquela força para o extinto MTA eram de cerca de 60 aviões. É só pensar nos possíveis desdobramentos futuros.