CRAIC CR929
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Re: CRAIC CR929
Eles não tem muito para onde correr em matéria de tecnologias que ainda não dominam em certos aspectos da engenharia do projeto.Cassio escreveu: Sex Mar 04, 2022 6:36 am Nessas horas os chinas devem estar repensando a parceria com os russos!!!!
Vamos dar tempo ao tempo. Os russos estão muito encrencados agora e no curto prazo. Mas essa situação não vai durar muito tempo.
Ademais a economia russa é grande demais e seus laços comerciais no mundo não podem ser simplesmente ignorados no longo prazo, inclusive pela indústria ocidental.
Vamos torcer para que os respingos que fatalmente atingirão a indústria aeronáutica civil no mundo não atrapalhe o projeto sino-russo.
Já o MC-21eu não tenho tanta certeza assim.
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Re: CRAIC CR929
Pensando aqui para onde é que eu vou voar com essas gracinhas daqui de casa.
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Re: CRAIC CR929
Eu queria uma dessas só pra mim sem precisar ir para a China ou Nova Zelândia.
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Re: CRAIC CR929
Agora lascou-se.
https://www.cavok.com.br/russia-quer-de ... raic-cr929
Rússia quer deixar parceria no programa CRAIC CR929
Ruim para todo mundo.
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Re: CRAIC CR929
FCarvalho escreveu: Qua Jan 18, 2023 5:30 pm Agora lascou-se.
https://www.cavok.com.br/russia-quer-de ... raic-cr929
Rússia quer deixar parceria no programa CRAIC CR929
Ruim para todo mundo.
Tô falando. Mas isso deve ser pressão deles em cima dos chineses. Como eu já disse, o que os russos estão pedindo dos chineses no projeto(eliminação total dos componentes ocidentais) é simplesmente impossível a curto e médio prazo.
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Re: CRAIC CR929
Se continuarem neste ritmo, vão ficar sem turbina e nem avião para chamar de seu, porque são dos dólares chineses que estão pagando a conta da PD-35. E eles não tem nada para colocar no lugar antes de 2040.
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Re: CRAIC CR929
Na realidade, quem está pagando a conta do PD-35 é a própria Rússia. Veja bem, do projeto CR929 vão sair duas aeronaves diferentes, a versão russa do CR929 terá motores e aviônicos russos em vez dos motores e aviônicos ocidentais usados na versão chinesa do CR929. Com a invasão na Ucrânia e as sanções impostas, temos quase certeza que a configuração original do projeto da versão chinesa com motores ocidentais e aviônicos sofreram alterações, ainda assim, os russos querem a eliminação total dos motores e aviônicos ocidentais da versão chinesa, o que é impossível, ainda não sabemos se o PD-35 russo vai equipar a versão chinesa do CR929, o motor original da versão chinesa tinha dois candidatos finalistas ocidentais, GEnX da General Electric e o Trent 7000 da Rolls Royce - não ouvimos mais falar sobre isso.FCarvalho escreveu: Seg Fev 27, 2023 5:18 pm Se continuarem neste ritmo, vão ficar sem turbina e nem avião para chamar de seu, porque são dos dólares chineses que estão pagando a conta da PD-35. E eles não tem nada para colocar no lugar antes de 2040.
Muitas aeronaves têm várias opções de motor. É bem comum na verdade. Os aviônicos da Honeywell da versão chinesa do CR929 devem suportar totalmente os tipos de motores adicionais, o motor ocidental se ainda for equipado para a aeronave chinesa, seria o candidato natural mas devido a situação política atual, muito duvidoso ser feito isso quando a China vai sofrer pressão dos dois lados, tanto Ocidente vai embargar os motores para a aeronave chinesa por causa da relação do projeto com os russos e os russos farão a mesma coisa por causa do Ocidente, isso será um incentivo maior para a China ir direto para o motor nacional CJ-2000 de uma vez, o problema maior é que até lá, vão ficar sem motor ou vão ter que configurar para o motor russo, só que aqui existe um problema, os aviônicos ainda serão ocidentais, poderiam em tese estar na mira de serem embargados pelo Ocidente também por causa do PD-35, o que vai atrasar a aeronave por anos na tentativa de eliminar os aviônicos ocidentais.
Desse projeto, a China é a parte mais fraca e vulnerável. O Ocidente pode embargar tudo se a China escolher o PD-35, os russos podem sair do projeto se os chineses manterem os aviônicos ocidentais assim como os motores, isso explica o motivo da pressão dos russos em cima da China em eliminar os componentes ocidentais, eles estão com a vantagem.
Se a China escolher manter os aviônicos ocidentais e os motores, os russos vão sair do projeto e podem tocar o desenvolvimento sozinho do PD-35 em uma fuselagem do ll-96, se isso acontecer, a China vai ter que se desdobrar pra redesenhar o CR929.
Os russos fazem isso na tentativa de eliminar totalmente o Ocidente na questão da aeronave da versão chinesa do CR929 para obrigar a China a aderir todos os componentes russos da versão russa do CR929 que estaria equipado com aviônicos e motores russos. É uma jogada comercial.
Já expliquei isso aqui: https://defesabrasil.com/forum/viewtopi ... 7#p5623397
e aqui: https://defesabrasil.com/forum/viewtopi ... 8#p5623398
É claro que se a China quiser componentes russos, eles também serão fornecidos. Se tudo correr conforme o planejado, esperaria que o PD-35 estivesse disponível para instalação em uma aeronave em 4 anos. Dois anos para construir a bancada de testes, um ano para fazer os testes de solo e outro ano para fazer testes de transporte cativo. Eu não ficaria surpreso se houvesse um retrocesso nesse cronograma por 1-2 anos, devido a possíveis eventualidades imprevistas. Você pode apostar que a Rússia construirá um motor nessa classe de carga útil. Eles precisam dele para o An-124 e sua substituição. E o governo russo está empenhado no desenvolvimento do PD-35 junto com Izdeliye RF. A única questão é quando isso vai acontecer. Nesse ritmo, o Izdeliye RF estará disponível antes do PD-35, o que é inesperado.
Uma outra coisa é que era uma empresa canadense responsável por projetar a bancada de testes do motor PD-14 em Perm para a Aviadvigatel e também deveria projetar a bancada de testes para o PD-35. O estande de teste do motor PD-14 demorou mais do que o esperado para entrar em serviço. E você pode adivinhar o que aconteceu com a participação da empresa canadense no estande de testes PD-35 com as sanções.
A Aviadvigatel deve redirecionar um estande de teste de motor mais antigo disponível perto deles para testar todo o PD-35 no solo. Mas isso levará tempo para ser colocado em serviço. O projeto do motor em si está basicamente pronto, a Aviadvigatel também testou o gerador de gás em uma bancada de testes separada e funcionou bem, então cerca de 70% do risco foi eliminado, pois isso significa que a parte de alta temperatura do motor funciona bem. As pás do ventilador composto foram testadas em um motor PD-14 sub-escala e devem funcionar bem também.
O chefe da Aviadvigatel pensou que o governo não daria a eles mais fundos para a campanha de teste PD-35 por causa desses atrasos. Que o dinheiro seria realocado para o novo prédio da fábrica para a construção expandida do motor PD-14 para o MC-21, agora que o motor P&W para o MC-21 não está disponível e a Rússia precisa construir mais aeronaves desse tipo do que esperado. A Boeing e a Airbus também não venderão mais aviões para eles também por causa das sanções. Mas o governo russo posteriormente aumentou o financiamento para o PD-35 com uma alocação orçamentária específica para ele depois que o chefe da Aviadvigatel deu aquela palestra à imprensa e aumentou a alocação orçamentária para fazer a fábrica de motores PD-14. Então o problema não é falta de dinheiro. É porque não há bancada de teste para todo o motor. Você pode apostar que eles terão um motor para testar, pronto e feito, quando o banco de testes estiver disponível em provavelmente 2 anos. Em vez de esperarem que a bancada de testes esteja disponível para realmente construí-la, isso eu citei nesse post: https://defesabrasil.com/forum/viewtopi ... 8#p5623398 sobre o atraso de 2 anos do PD-35.
Os russos têm distribuído verbas para o maior número possível de testes paralelos de motores, desde que as sanções aconteceram, para que os produtos saiam mais rápido. Uma prova disso é que eles iniciaram imediatamente os testes de voo do PD-8 após o término dos testes de solo. Eles já haviam fabricado a nacele do motor e provavelmente um motor separado para teste de ar antes mesmo de os testes de solo terminarem. Supostamente, o motor PD-8 está 12 meses adiantado por causa disso.
Porém, na matéria que vc linkou tem uma notícia interessante e afirma o seguinte:
A Rússia vai passar de parceira a fornecedora. E se mesmo assim eles sancionarem a aeronave porque ela tem peças fabricadas na Rússia, os russos podem mudar as instalações de produção dessas peças para dentro do território chinês. A UAC já disse que a fábrica de produção das asas pode ser construída no Extremo Oriente da Rússia ou na China e eles ainda não decidiram um local. Os russos também parecem querer que os chineses construam uma aeronave com componentes russos e chineses que eles possam usar. E acho que isso beneficiaria a China. Quanto mais cedo eles tiverem uma base de componentes não dependente de componentes ocidentais, melhor. Empresas ocidentais não são confiáveis como foi visto com as sanções ocidentais à Rússia, onde eles nem mesmo fornecem peças e suprimentos para as aeronaves que venderam, e retiveram aeronaves russas fazendo manutenção na Europa. A China já teve os motores canadenses P&W negados para o MA700 e o COMAC colocado em uma lista negra do governo dos EUA, há chances extremamente altas de o COMAC também ser sancionado de maneira semelhante ao que aconteceu com a Rússia.De acordo com a agência de notícias russa Tass, o ministro do Comércio, Denis Manturov, disse que é bem possível que seja tomada a decisão “de passar de parceiro neste projeto a fornecedor de unidades e componentes”. Tendo em vista a situação atual, na qual os fabricantes ocidentais ainda são planejados como fornecedores, esta é a única opção viável.
- FCarvalho
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Re: CRAIC CR929
Olá @Suetham
Há claramente uma demanda suportável para a produção dos CR929 no curto e médio prazo tanto na Rússia quanto na China. E essa demanda pode ser o que eles precisam para chegar a um denominador comum neste projeto. O impasse está no fato de que a China quer exportar desde já o avião, enquanto a Rússia precisa dele, e suas variantes, essencialmente para abastecer o mercado interno, e só depois se virar para o externo. E isso só deve acontecer depois, na verdade, muito depois que a guerra na Ucrânia tiver um resultado final e se puder avaliar mais concretamente suas consequências na indústria russa.
Por enquanto eles podem se segurar com os IL-96 e Tu-214 modernizados, e mais para frente com o MS-21-300\400 para dar conta. Mas em algum momento eles precisarão trocar esses aviões pelos CR929, algo que não deve acontecer antes de 2030. O problema deles é mais emergencial do que a China está disposta a aceitar par abrir mão de suas próprias necessidades e interesses. Até o momento.
Se bem me lembro, estão trabalhando com a possibilidade de remotorizar os IL-96 com os PD-35 como um tipo de solução intermediária até que os CR929 estejam disponíveis. Talvez o Izdeliye RF possa ser uma solução apaziguadora caso consiga ser desenvolvido antes do PD-35, o que é pouco provável, mas não impossível, em variantes, diria, menos potentes ou incompletas, já que seria voltado para a aviação comercial, menos exigente que a militar. E podem mesmo derivar uma versão civil desta motor, se isto for conveniente para eles. E seria um plus a mais que colaboraria na menor dependência de insumos ocidentais e ajudaria, quiçá, a diminuir os custos do projeto e do motor em si ao longo da vida. Motores civis de aviação tendem a sofrer transformações mais rápidas que os militares, que demoram mais para receber modernizações.
Talvez quando a versão do PD-14M estiver disponível, um Tu-214 remotorizado seja uma alternativa viável do ponto de vista de custos e operação, já que ele atenderia excepcionalmente o mercado interno russos, e ainda seria uma plataforma de testes\avaliação para o motor antes da integração final com o MS-21-400. Aliás, sou fã do Tupolev, que infelizmente apareceu em um momento pouco propício para ele na história russa. De qualquer forma, o avião em si tem ótimas qualidades que poderiam, se atualizadas e melhoradas, deixar o TU-214 como uma alternativa mais que aceitável não apenas para o mercado russo. Mas ele acabaria competindo contra o MS-21 e isto é algo que os russos definitivamente não precisam agora, e nem depois. Azar do Tupolev, de novo.
Espero que eles cheguem a bom termo sobre o CR929, já que uma solução que seja boa para ambos neste primeiro momento para tirar o avião do papel, e torná-lo comercialmente viável, é mais importante a meu ver do que essa briguinha de comadre para ver quem coloca o que neles. Se conseguirem provar e estabelecer todas as tecnologias que estão sendo propostas nos três modelos do avião nos próximos 10\15 anos, ele será de verdade um competidor qualificado para enfrentar A330 e A350 além dos 787. Mas isso só o tempo irá dizer sobre a racionalidade das decisões que serão tomadas por russos e chineses. Assim espero.
Há claramente uma demanda suportável para a produção dos CR929 no curto e médio prazo tanto na Rússia quanto na China. E essa demanda pode ser o que eles precisam para chegar a um denominador comum neste projeto. O impasse está no fato de que a China quer exportar desde já o avião, enquanto a Rússia precisa dele, e suas variantes, essencialmente para abastecer o mercado interno, e só depois se virar para o externo. E isso só deve acontecer depois, na verdade, muito depois que a guerra na Ucrânia tiver um resultado final e se puder avaliar mais concretamente suas consequências na indústria russa.
Por enquanto eles podem se segurar com os IL-96 e Tu-214 modernizados, e mais para frente com o MS-21-300\400 para dar conta. Mas em algum momento eles precisarão trocar esses aviões pelos CR929, algo que não deve acontecer antes de 2030. O problema deles é mais emergencial do que a China está disposta a aceitar par abrir mão de suas próprias necessidades e interesses. Até o momento.
Se bem me lembro, estão trabalhando com a possibilidade de remotorizar os IL-96 com os PD-35 como um tipo de solução intermediária até que os CR929 estejam disponíveis. Talvez o Izdeliye RF possa ser uma solução apaziguadora caso consiga ser desenvolvido antes do PD-35, o que é pouco provável, mas não impossível, em variantes, diria, menos potentes ou incompletas, já que seria voltado para a aviação comercial, menos exigente que a militar. E podem mesmo derivar uma versão civil desta motor, se isto for conveniente para eles. E seria um plus a mais que colaboraria na menor dependência de insumos ocidentais e ajudaria, quiçá, a diminuir os custos do projeto e do motor em si ao longo da vida. Motores civis de aviação tendem a sofrer transformações mais rápidas que os militares, que demoram mais para receber modernizações.
Talvez quando a versão do PD-14M estiver disponível, um Tu-214 remotorizado seja uma alternativa viável do ponto de vista de custos e operação, já que ele atenderia excepcionalmente o mercado interno russos, e ainda seria uma plataforma de testes\avaliação para o motor antes da integração final com o MS-21-400. Aliás, sou fã do Tupolev, que infelizmente apareceu em um momento pouco propício para ele na história russa. De qualquer forma, o avião em si tem ótimas qualidades que poderiam, se atualizadas e melhoradas, deixar o TU-214 como uma alternativa mais que aceitável não apenas para o mercado russo. Mas ele acabaria competindo contra o MS-21 e isto é algo que os russos definitivamente não precisam agora, e nem depois. Azar do Tupolev, de novo.
Espero que eles cheguem a bom termo sobre o CR929, já que uma solução que seja boa para ambos neste primeiro momento para tirar o avião do papel, e torná-lo comercialmente viável, é mais importante a meu ver do que essa briguinha de comadre para ver quem coloca o que neles. Se conseguirem provar e estabelecer todas as tecnologias que estão sendo propostas nos três modelos do avião nos próximos 10\15 anos, ele será de verdade um competidor qualificado para enfrentar A330 e A350 além dos 787. Mas isso só o tempo irá dizer sobre a racionalidade das decisões que serão tomadas por russos e chineses. Assim espero.
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