AFEGANISTÃO
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Re: AFEGANISTÃO
https://www.dailymail.co.uk/news/articl ... -2014.html
Former president released five Taliban commanders from Guantanamo in 2014
He promised US public Taliban Five would be stopped from harming Afghanistan
But one of them ended up brokering terms of US troop withdrawal this year
Khairullah Khairkhwa was sent to Qatar after detention camp but formed regime
He promised Biden's Afghanistan envoy that Taliban wouldn't launch offensive
But the warlords are now trying to track down Afghans who sided with allies
US soldier they were exchanged for has since been dishonourably discharged
Former president released five Taliban commanders from Guantanamo in 2014
He promised US public Taliban Five would be stopped from harming Afghanistan
But one of them ended up brokering terms of US troop withdrawal this year
Khairullah Khairkhwa was sent to Qatar after detention camp but formed regime
He promised Biden's Afghanistan envoy that Taliban wouldn't launch offensive
But the warlords are now trying to track down Afghans who sided with allies
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Triste sina ter nascido português
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Re: AFEGANISTÃO
Mais um episódio infame na política externa americana, sobre os ombros de um presidente que, embora não responsável pelos meios que levaram a esta situação, será certamente culpado pelas suas escolhas para o triste fım alcançado. Resta-nos aguardar pelo inevitável ressurgimento do extremismo e do ódio pelo Ocidente, e uma conta muito mais alta a pagar, principalmente por todos os que são deixados para trás e para quem a paz é agora um sonho ainda mais inatingível do que há 20 anos.
https://observador.pt/opiniao/biden-e-a ... fegao/amp/
Triste sina ter nascido português
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Re: AFEGANISTÃO
https://inconveniente.pt/crepusculo-afegao/
Crepúsculo afegão
O resultado das guerras costuma ser determinante no destino das nações, e ganhar ou perder depende frequentemente, como a História mostra, da vontade e da capacidade de uso da força.
Como dizia Tu Yu em “A Arte da Guerra”, de Sun Tsu (séc. IV a.C.):
“Há ocasiões, na guerra, em que muitos não podem atacar poucos e outras em que os fracos podem dominar os fortes. Quem tais circunstâncias souber manipular, sairá vitorioso.”
Esta é uma verdade cartesianamente evidente que podemos comprovar não só nas guerras que a História documenta, mas também nos episódios de pancadaria que eram comuns na infância de anteriores gerações em tempos em que, pelo menos os rapazes tinham de, por si mesmos, literalmente lutar para estabelecer a sua posição na hierarquia dos grupos de que iam fazendo parte. É verdade que os mais fortes tinham uma vantagem inicial, pela percepção de poder que incutiam nos outros, mas alguns putos, mais reguilas e destemidos, ainda que franzinos, conseguiam, em regra, marcar também a sua posição, porque eram temerários e não se encolhiam.
Foi assim também em incontáveis batalhas e guerras.
Para não ir mais longe, em Aljubarrota, numa batalha cujo aniversário se comemorou há três dias, o exército castelhano, ainda que largamente superior, em número, armas, treino e equipamento, desmoronou-se psicologicamente, debandou desordenadamente, e sofreu uma espantosa derrota.
No Afeganistão, para além das estratégias, das tácticas, dos pormenores, e das diversas incidências circunstanciais, terá acontecido algo parecido e o Exército afegão, muito superior em número, equipamento e organização, evaporou-se quase instantaneamente face a uma horda de “estudantes de teologia” cujas únicas vantagens são intangíveis, como a determinação, o querer e sobretudo uma crença.
Porque razão isto aconteceu, ainda se irá apurar em pormenor e haverá certamente as mais especiosas teorias.
Na minha opinião, o facto de ter sido formado e treinado à imagem do Ocidente, segundo um modelo funcional que há muito deixou de valorizar os incorpóreos de combate, para apostar todas as fichas no gesto técnico, no saber fazer, na tecnologia, na máquina, terá sido uma das explicações.
Este Exército, referem aqueles que por lá passaram, tinha tudo menos coesão e vontade de lutar e não tinha esses intangíveis, porque não só eles escasseiam também no arsenal daqueles que o construíram, como as próprias lealdades tribais se sobrepõem ali a qualquer identidade do tipo nacional.
O Ocidente, do qual fazem parte os militares que tentarem construir aquele Exército, é também cada vez mais uma frágil construção kantiana, relativista, que abomina o nacionalismo, aspira a ilegalizar a guerra e se acredita já para lá da História, tendendo a pensar que as guerras são indesejáveis reflexos de um mundo antigo e deixando-se embalar na ideia de que só devem ser travadas em tabuleiros assépticos, desenhados segundo determinadas regras.
Como nas guerras reais, o “outro” não colabora e não hesita em usar as regras “éticas” do inimigo para se proteger e atacar, os mais fortes surgem frequentemente em manifesta desvantagem porque embora disponham de capacidades organizacionais e tecnológicas aparentemente superiores, estão cada vez mais limitados no seu uso por uma intrincada teia de condicionamentos éticos, morais, legais, estratégicos, organizacionais e instrumentais que os transformam em Gullivers, enojados de si mesmos e voluntariamente à mercê de liliputianos determinados.
Por isso, não ganharão nenhuma guerra em que se confrontem com um “hostis” determinado e coeso. Essa foi a razão pela qual a guerra no Afeganistão se arrastou ao longo de tantos anos.
A NATO e os países que colocaram tropas no terreno, auto-limitaram-se nos objectivos, nos meios, nas estratégias e no próprio uso da força face a inimigos que, sabendo não ter hardware para vencer, transferiram o esforço para o campo das vontades e dos interditos (legais e morais). No Afeganistão, o combate foi sempre levado a cabo sob múltiplas restrições e caveats a que, em 2006, o antigo SACEUR (Comandante Supremo Aliado para a Europa) da Nato, o general James Jones, chamou “cancro operacional”.
Como se a guerra fosse uma justa de cavalaria, com lanças embotadas e cavaleiros galantes e leais.
A vitória nestas condições era manifestamente impossível.
O efeito cumulativo e corrosivo das auto-limitações ao uso da força, traduz-se na redução da capacidade de dissuasão, encorajando os pequenos actores a avançar.
E assim, tendo vergonha de explorar a sua superioridade tecnológica, temendo as baixas próprias, civis e do inimigo, atormentado pela compulsão moralista de limitar os danos infligidos ao inimigo, o Ocidente vê-se sempre na contingência, ou de combater em desvantagem ou de declarar unilateralmente a derrota e render-se.
É que, quando as batalhas não se travam ou não decidem, a guerra é um mero teste de vontades e será ganha por aquele que a mostre como inabalável. Quem usa a força de forma previsível, tíbia, limitada e pouco dissuasora, estimula apenas a agressão e não a desistência do inimigo.
Foi assim que os EUA perderam a guerra do Vietname, foi assim que a NATO perdeu no Afeganistão.
Mas a fuga desordenada do Exército afegão, tem uma outra causa: a desastrosa decisão da Administração Biden, embebida até à medula de ideologia “woke”, de não lutar.
Não lhe teria sido difícil parar a ofensiva taliban.
Com alguns ataques aéreos maciços tinha feito duas coisas essenciais, no campo das vontades: incutir medo aos atacantes, dissuadindo-os de avançar; e dar confiança ao Exército afegão. A dissuasão depende da percepção (pelo adversário) da nossa capacidade e vontade de usar a força e a Administração Biden deu todos os sinais de que não tinha essa vontade.
Em consequência, os taliban avançaram com o destemor do puto reguila e os soldados do Exército afegão percepcionaram-se a si mesmos como derrotados. Ninguém luta muito por algo a que não “pertence” e dai ao medo e ao pânico foi um instante e o matulão fugiu do recreio acossado pelo puto franzino.
O que há aqui é sobretudo uma assimetria de querer. De um lado há paixão, causas, crenças e outros intangíveis; do outro lado, apenas armas e gente que não se reconhece em nada de relevante, que não tem um “nós” que agregue e pelo qual lute. De um lado identidade, pertença e coesão; do outro alteridade, relativismo e atomização.
Como escreveu Yeats, em The Second Coming (1919):
“The best lack all conviction, while the worst
Are full of passionate intensity.”
(“Aos melhores faltam convicções,
enquanto os piores estão cheios de uma intensidade apaixonada”).
Esta falta de querer e de pertença, é também facilmente discernível nas nossas sociedades nas quais, por via ideológica ou por emergência de determinados valores que substituem aqueles pelos quais se luta e se morre, o nosso “nós” está a desagregar-se e a tornar-se detestável a largos sectores da sociedade, conduzindo ao ódio a si mesmo e ao grupo do qual se faz parte.
Anteontem, Yanis Varoufakis, o darling grego da esquerda festiva e woke, manifestava a sua alegria pela “derrota do imperialismo e do liberal-neo-conservadorismo”, o qual aconteceu às mãos de um movimento retrógrado islamista. Quanto às mulheres, condenadas à irrelevância, à ignorância e à subalternidade, atirou-lhes um hipócrita “aguentem-se”. Que diria a espantosa criatura se fosse a sua filha a ter de “aguentar-se” na escravatura?…
Esta derrota no Afeganistão não é contudo um mero problema local, mas mais um sinal de que o matulão tem medo e foge.
Os inimigos do Ocidente percebem bem isto e, tal como a URSS aproveitou a débacle americana do Vietname para avançar em todos os palcos, naquilo que, durante uns tempos, foi uma ofensiva imparável, o que se segue a esta derrota, e sobretudo à forma como ocorreu, vai reforçar as percepções de que o recreio tem novos senhores.
E quando o antigo senhor se retrai, trai os amigos e se morde a si mesmo, como está a acontecer pela marcada divisão interna, a perda de coesão, de orgulho nacional, e de pertença, as hienas avançam e impõem a sua regra.
Esta Administração americana, tão louvada pelos média, tão protegida pelas redes sociais, tão lustrada pelos fracos políticos europeus, soma desastres sobre desastres e, a menos que haja uma ressurgência do patriotismo, da confiança e do orgulho nacional, o Afeganistão poderá muito bem ter sido o prego mais determinante no caixão da era americana. E, por consequência, o sinal do advento de uma nova era na qual os nossos descendentes, aqui também na Europa, vão ter de sair do condomínio kantiano e enfrentar por si mesmos a realidade hobbesiana que os novos bárbaros lhe trarão até às portas.
Num conflito existencial o que importa é quem prevalece, e não se pode ser agnóstico ou neutral em questões existenciais. Há que assumir que, em determinadas circunstâncias, o uso da força não só é legítimo como necessário. Mas só eficaz quando se baseia num núcleo duro de valores indiscutíveis, em torno dos quais se endurece a coesão.
Quem deseja a paz, não pode vacilar na vontade de pagar o preço desse bem essencial que jamais foi gratuito. E que, muito menos, depende dos apelos patéticos do Secretário-Geral Guterres e do Papa Bergoglio, cujas intervenções cada vez mais fazem lembrar a converseta das misses nos concursos de beleza.
Igitur qui desiderat pacem, praeparet bellum (“Portanto, quem quer a paz, prepare a guerra”) escreveu Vegécio, há mais de 1.500 anos. Oxalá não tenhamos de reaprender isto da pior maneira.
José do Carmo
Editor de Defesa do Inconveniente
Crepúsculo afegão
O resultado das guerras costuma ser determinante no destino das nações, e ganhar ou perder depende frequentemente, como a História mostra, da vontade e da capacidade de uso da força.
Como dizia Tu Yu em “A Arte da Guerra”, de Sun Tsu (séc. IV a.C.):
“Há ocasiões, na guerra, em que muitos não podem atacar poucos e outras em que os fracos podem dominar os fortes. Quem tais circunstâncias souber manipular, sairá vitorioso.”
Esta é uma verdade cartesianamente evidente que podemos comprovar não só nas guerras que a História documenta, mas também nos episódios de pancadaria que eram comuns na infância de anteriores gerações em tempos em que, pelo menos os rapazes tinham de, por si mesmos, literalmente lutar para estabelecer a sua posição na hierarquia dos grupos de que iam fazendo parte. É verdade que os mais fortes tinham uma vantagem inicial, pela percepção de poder que incutiam nos outros, mas alguns putos, mais reguilas e destemidos, ainda que franzinos, conseguiam, em regra, marcar também a sua posição, porque eram temerários e não se encolhiam.
Foi assim também em incontáveis batalhas e guerras.
Para não ir mais longe, em Aljubarrota, numa batalha cujo aniversário se comemorou há três dias, o exército castelhano, ainda que largamente superior, em número, armas, treino e equipamento, desmoronou-se psicologicamente, debandou desordenadamente, e sofreu uma espantosa derrota.
No Afeganistão, para além das estratégias, das tácticas, dos pormenores, e das diversas incidências circunstanciais, terá acontecido algo parecido e o Exército afegão, muito superior em número, equipamento e organização, evaporou-se quase instantaneamente face a uma horda de “estudantes de teologia” cujas únicas vantagens são intangíveis, como a determinação, o querer e sobretudo uma crença.
Porque razão isto aconteceu, ainda se irá apurar em pormenor e haverá certamente as mais especiosas teorias.
Na minha opinião, o facto de ter sido formado e treinado à imagem do Ocidente, segundo um modelo funcional que há muito deixou de valorizar os incorpóreos de combate, para apostar todas as fichas no gesto técnico, no saber fazer, na tecnologia, na máquina, terá sido uma das explicações.
Este Exército, referem aqueles que por lá passaram, tinha tudo menos coesão e vontade de lutar e não tinha esses intangíveis, porque não só eles escasseiam também no arsenal daqueles que o construíram, como as próprias lealdades tribais se sobrepõem ali a qualquer identidade do tipo nacional.
O Ocidente, do qual fazem parte os militares que tentarem construir aquele Exército, é também cada vez mais uma frágil construção kantiana, relativista, que abomina o nacionalismo, aspira a ilegalizar a guerra e se acredita já para lá da História, tendendo a pensar que as guerras são indesejáveis reflexos de um mundo antigo e deixando-se embalar na ideia de que só devem ser travadas em tabuleiros assépticos, desenhados segundo determinadas regras.
Como nas guerras reais, o “outro” não colabora e não hesita em usar as regras “éticas” do inimigo para se proteger e atacar, os mais fortes surgem frequentemente em manifesta desvantagem porque embora disponham de capacidades organizacionais e tecnológicas aparentemente superiores, estão cada vez mais limitados no seu uso por uma intrincada teia de condicionamentos éticos, morais, legais, estratégicos, organizacionais e instrumentais que os transformam em Gullivers, enojados de si mesmos e voluntariamente à mercê de liliputianos determinados.
Por isso, não ganharão nenhuma guerra em que se confrontem com um “hostis” determinado e coeso. Essa foi a razão pela qual a guerra no Afeganistão se arrastou ao longo de tantos anos.
A NATO e os países que colocaram tropas no terreno, auto-limitaram-se nos objectivos, nos meios, nas estratégias e no próprio uso da força face a inimigos que, sabendo não ter hardware para vencer, transferiram o esforço para o campo das vontades e dos interditos (legais e morais). No Afeganistão, o combate foi sempre levado a cabo sob múltiplas restrições e caveats a que, em 2006, o antigo SACEUR (Comandante Supremo Aliado para a Europa) da Nato, o general James Jones, chamou “cancro operacional”.
Como se a guerra fosse uma justa de cavalaria, com lanças embotadas e cavaleiros galantes e leais.
A vitória nestas condições era manifestamente impossível.
O efeito cumulativo e corrosivo das auto-limitações ao uso da força, traduz-se na redução da capacidade de dissuasão, encorajando os pequenos actores a avançar.
E assim, tendo vergonha de explorar a sua superioridade tecnológica, temendo as baixas próprias, civis e do inimigo, atormentado pela compulsão moralista de limitar os danos infligidos ao inimigo, o Ocidente vê-se sempre na contingência, ou de combater em desvantagem ou de declarar unilateralmente a derrota e render-se.
É que, quando as batalhas não se travam ou não decidem, a guerra é um mero teste de vontades e será ganha por aquele que a mostre como inabalável. Quem usa a força de forma previsível, tíbia, limitada e pouco dissuasora, estimula apenas a agressão e não a desistência do inimigo.
Foi assim que os EUA perderam a guerra do Vietname, foi assim que a NATO perdeu no Afeganistão.
Mas a fuga desordenada do Exército afegão, tem uma outra causa: a desastrosa decisão da Administração Biden, embebida até à medula de ideologia “woke”, de não lutar.
Não lhe teria sido difícil parar a ofensiva taliban.
Com alguns ataques aéreos maciços tinha feito duas coisas essenciais, no campo das vontades: incutir medo aos atacantes, dissuadindo-os de avançar; e dar confiança ao Exército afegão. A dissuasão depende da percepção (pelo adversário) da nossa capacidade e vontade de usar a força e a Administração Biden deu todos os sinais de que não tinha essa vontade.
Em consequência, os taliban avançaram com o destemor do puto reguila e os soldados do Exército afegão percepcionaram-se a si mesmos como derrotados. Ninguém luta muito por algo a que não “pertence” e dai ao medo e ao pânico foi um instante e o matulão fugiu do recreio acossado pelo puto franzino.
O que há aqui é sobretudo uma assimetria de querer. De um lado há paixão, causas, crenças e outros intangíveis; do outro lado, apenas armas e gente que não se reconhece em nada de relevante, que não tem um “nós” que agregue e pelo qual lute. De um lado identidade, pertença e coesão; do outro alteridade, relativismo e atomização.
Como escreveu Yeats, em The Second Coming (1919):
“The best lack all conviction, while the worst
Are full of passionate intensity.”
(“Aos melhores faltam convicções,
enquanto os piores estão cheios de uma intensidade apaixonada”).
Esta falta de querer e de pertença, é também facilmente discernível nas nossas sociedades nas quais, por via ideológica ou por emergência de determinados valores que substituem aqueles pelos quais se luta e se morre, o nosso “nós” está a desagregar-se e a tornar-se detestável a largos sectores da sociedade, conduzindo ao ódio a si mesmo e ao grupo do qual se faz parte.
Anteontem, Yanis Varoufakis, o darling grego da esquerda festiva e woke, manifestava a sua alegria pela “derrota do imperialismo e do liberal-neo-conservadorismo”, o qual aconteceu às mãos de um movimento retrógrado islamista. Quanto às mulheres, condenadas à irrelevância, à ignorância e à subalternidade, atirou-lhes um hipócrita “aguentem-se”. Que diria a espantosa criatura se fosse a sua filha a ter de “aguentar-se” na escravatura?…
Esta derrota no Afeganistão não é contudo um mero problema local, mas mais um sinal de que o matulão tem medo e foge.
Os inimigos do Ocidente percebem bem isto e, tal como a URSS aproveitou a débacle americana do Vietname para avançar em todos os palcos, naquilo que, durante uns tempos, foi uma ofensiva imparável, o que se segue a esta derrota, e sobretudo à forma como ocorreu, vai reforçar as percepções de que o recreio tem novos senhores.
E quando o antigo senhor se retrai, trai os amigos e se morde a si mesmo, como está a acontecer pela marcada divisão interna, a perda de coesão, de orgulho nacional, e de pertença, as hienas avançam e impõem a sua regra.
Esta Administração americana, tão louvada pelos média, tão protegida pelas redes sociais, tão lustrada pelos fracos políticos europeus, soma desastres sobre desastres e, a menos que haja uma ressurgência do patriotismo, da confiança e do orgulho nacional, o Afeganistão poderá muito bem ter sido o prego mais determinante no caixão da era americana. E, por consequência, o sinal do advento de uma nova era na qual os nossos descendentes, aqui também na Europa, vão ter de sair do condomínio kantiano e enfrentar por si mesmos a realidade hobbesiana que os novos bárbaros lhe trarão até às portas.
Num conflito existencial o que importa é quem prevalece, e não se pode ser agnóstico ou neutral em questões existenciais. Há que assumir que, em determinadas circunstâncias, o uso da força não só é legítimo como necessário. Mas só eficaz quando se baseia num núcleo duro de valores indiscutíveis, em torno dos quais se endurece a coesão.
Quem deseja a paz, não pode vacilar na vontade de pagar o preço desse bem essencial que jamais foi gratuito. E que, muito menos, depende dos apelos patéticos do Secretário-Geral Guterres e do Papa Bergoglio, cujas intervenções cada vez mais fazem lembrar a converseta das misses nos concursos de beleza.
Igitur qui desiderat pacem, praeparet bellum (“Portanto, quem quer a paz, prepare a guerra”) escreveu Vegécio, há mais de 1.500 anos. Oxalá não tenhamos de reaprender isto da pior maneira.
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Re: AFEGANISTÃO
Pessoal, se liguem, há muita mas MUITA desiformação sobre o que está acontecendo lá e a razão disso, como sempre, é intere$$e disfarçado em IDEOLOGICE e partidos: experimentem pesquisar sobre coisas muito pouco divulgadas como Bacha Baz ou o Martland Act e verão com outros olhos o Talibã (não que eu os ache santos nem nada) e seu grande rival, a chamada Aliança do Norte. Verão também o que ninguém gosta de mostrar, a principal razão pela qual existe esta rivalidade e também porque os puliça e os milicos Afegãos eram (e são) detestados pelos supertroopers dos EUA, e é por razão bem diferente de não saberem fazer polichinelo e usar capacete do avesso; pesquisem antes de derramar desinformadas lágrimas por causa de "bárbaras execuções" sobre quem praticava barbaridades muito piores. Por exemplo:
https://sofrep.com/news/bacha-baz-ana-a ... f-pashtun/
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“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: AFEGANISTÃO
Repórter da CNN registra tumulto e tiros próximo ao aeroporto de Cabul
Pelo menos 17 pessoas ficaram feridas em novo episódio de tumulto no aeroporto; afegãos tentam deixar o país após Talibã tomar o poder
Diego Pavão, da CNN, em São Paulo
18 de agosto de 2021 às 08:55
https://www.cnnbrasil.com.br/internacio ... o-de-cabul
Pelo menos 17 pessoas ficaram feridas em novo episódio de tumulto no aeroporto; afegãos tentam deixar o país após Talibã tomar o poder
Diego Pavão, da CNN, em São Paulo
18 de agosto de 2021 às 08:55
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Re: AFEGANISTÃO
Retorno ao poder
Quem é Abdul Ghani Baradar, o líder do Talibã cotado para ser presidente do Afeganistão
Por
Gazeta do Povo e Agência EFE
18/08/2021 11:05
O mulá Abdul Ghani Baradar, um dos fundadores do Talibã que foi libertado de uma prisão no Paquistão há três anos a pedido dos EUA, voltou ao Afeganistão após o colapso de Cabul e declarou vitória do grupo fundamentalista islâmico após duas décadas de conflito.
Baradar é a face mais pública do Talibã e provavelmente será anunciado como o próximo presidente do Afeganistão. Chefe do gabinete político do grupo em Doha, no Qatar, Baradar está logo abaixo de Mawlawi Akhundzada, o comandante supremo do Talibã desde 2016 e sua principal autoridade política, religiosa e militar.
Ele nasceu em 1968, na província afegã de Uruzgan e cresceu em Kandahar, a terra natal do Talibã. Nos anos 1980, foi parte dos mujahideen que lutaram contra a invasão soviética no Afeganistão.
Em meio à guerra civil que seguiu a retirada soviética, Baradar fundou o Talibã ao lado de seu cunhado Mohammed Omar, em 1994. Ele fazia parte do governo afegão durante o regime talibã, e se tornou um importante estrategista militar do grupo, que comandou o Afeganistão até 2001, quando o regime foi derrubado por tropas comandadas pelos EUA. Baradar ocupava o cargo de vice-ministro da Defesa quando foi removido do poder.
Liberado da prisão a pedido dos EUA
Após a queda do Talibã, Baradar viveu escondido, e diz-se que ele se manteve ativo na liderança do grupo no exílio. A sua reputação era a de um líder militar poderoso e operador político discreto.
Baradar foi preso em 2010 em uma operação conjunta entre Estados Unidos e Paquistão. No entanto, foi libertado em 2018, a pedido do governo do presidente americano Donald Trump, deixando a prisão no Paquistão e se transferindo para o Qatar. O enviado de Trump ao Afeganistão, Zalmay Khalilzad, pediu que Baradar fosse solto para que pudesse liderar as negociações de paz.
Em seguida, foi apontado chefe do gabinete político do Talibã no Qatar – que havia sido instalado em 2013, a pedido dos EUA para facilitar negociações de paz – e supervisionou a assinatura do acordo com os EUA, em Doha, em fevereiro de 2020, que previa a retirada das tropas americanas do Afeganistão. Em troca, o Talibã prometeu não usar o país asiático como base para ataques contra os EUA ou os seus aliados.
Volta ao Afeganistão
Abdul Ghani Baradar chegou ao Afeganistão nesta terça-feira (17), após declarar o fim da guerra e a vitória do grupo, o que representa a primeira viagem oficial de um líder talibã ao país desde a queda do regime insurgente em 2001.
Depois de deixar Doha com uma delegação dos talibãs, Abdul Ghani Baradar "chegou no final da tarde ao aeroporto de Kandahar, no Afeganistão", informou o porta-voz político do grupo, Naeem Wardak, no Twitter.
O líder político foi recebido em Kandahar por "unidades especiais de protocolo", segundo antecipou um integrante do setor da imprensa talibã, Muhammad Jalal.
Esta é, aparentemente, a primeira vez desde a queda do regime talibã com a invasão americana, em 2001, que uma delegação de alto nível do grupo viaja ao Afeganistão. Também é significativo que o primeiro destino não seja Cabul, mas Kandahar, o berço do movimento.
Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/q ... eganistao/
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Quem é Abdul Ghani Baradar, o líder do Talibã cotado para ser presidente do Afeganistão
Por
Gazeta do Povo e Agência EFE
18/08/2021 11:05
O mulá Abdul Ghani Baradar, um dos fundadores do Talibã que foi libertado de uma prisão no Paquistão há três anos a pedido dos EUA, voltou ao Afeganistão após o colapso de Cabul e declarou vitória do grupo fundamentalista islâmico após duas décadas de conflito.
Baradar é a face mais pública do Talibã e provavelmente será anunciado como o próximo presidente do Afeganistão. Chefe do gabinete político do grupo em Doha, no Qatar, Baradar está logo abaixo de Mawlawi Akhundzada, o comandante supremo do Talibã desde 2016 e sua principal autoridade política, religiosa e militar.
Ele nasceu em 1968, na província afegã de Uruzgan e cresceu em Kandahar, a terra natal do Talibã. Nos anos 1980, foi parte dos mujahideen que lutaram contra a invasão soviética no Afeganistão.
Em meio à guerra civil que seguiu a retirada soviética, Baradar fundou o Talibã ao lado de seu cunhado Mohammed Omar, em 1994. Ele fazia parte do governo afegão durante o regime talibã, e se tornou um importante estrategista militar do grupo, que comandou o Afeganistão até 2001, quando o regime foi derrubado por tropas comandadas pelos EUA. Baradar ocupava o cargo de vice-ministro da Defesa quando foi removido do poder.
Liberado da prisão a pedido dos EUA
Após a queda do Talibã, Baradar viveu escondido, e diz-se que ele se manteve ativo na liderança do grupo no exílio. A sua reputação era a de um líder militar poderoso e operador político discreto.
Baradar foi preso em 2010 em uma operação conjunta entre Estados Unidos e Paquistão. No entanto, foi libertado em 2018, a pedido do governo do presidente americano Donald Trump, deixando a prisão no Paquistão e se transferindo para o Qatar. O enviado de Trump ao Afeganistão, Zalmay Khalilzad, pediu que Baradar fosse solto para que pudesse liderar as negociações de paz.
Em seguida, foi apontado chefe do gabinete político do Talibã no Qatar – que havia sido instalado em 2013, a pedido dos EUA para facilitar negociações de paz – e supervisionou a assinatura do acordo com os EUA, em Doha, em fevereiro de 2020, que previa a retirada das tropas americanas do Afeganistão. Em troca, o Talibã prometeu não usar o país asiático como base para ataques contra os EUA ou os seus aliados.
Volta ao Afeganistão
Abdul Ghani Baradar chegou ao Afeganistão nesta terça-feira (17), após declarar o fim da guerra e a vitória do grupo, o que representa a primeira viagem oficial de um líder talibã ao país desde a queda do regime insurgente em 2001.
Depois de deixar Doha com uma delegação dos talibãs, Abdul Ghani Baradar "chegou no final da tarde ao aeroporto de Kandahar, no Afeganistão", informou o porta-voz político do grupo, Naeem Wardak, no Twitter.
O líder político foi recebido em Kandahar por "unidades especiais de protocolo", segundo antecipou um integrante do setor da imprensa talibã, Muhammad Jalal.
Esta é, aparentemente, a primeira vez desde a queda do regime talibã com a invasão americana, em 2001, que uma delegação de alto nível do grupo viaja ao Afeganistão. Também é significativo que o primeiro destino não seja Cabul, mas Kandahar, o berço do movimento.
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Re: AFEGANISTÃO
https://www.reuters.com/world/uk/pm-joh ... 021-08-18/August 18, 2021
1:38 PM -03
Last Updated 32 minutes ago
United Kingdom
UK lawmakers condemn PM Johnson and U.S. President Biden over Afghanistan
By William James and Elizabeth Piper
LONDON, Aug 18 (Reuters) - British lawmakers vented their anger on Wednesday at Prime Minister Boris Johnson and U.S. President Joe Biden over the collapse of Afghanistan into Taliban hands, calling it a failure of intelligence, leadership and moral duty.
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Re: AFEGANISTÃO
Da entrevista coletiva no Pentágono agora:
[url=https://postimg.cc/vgDqrvmd]
A nação mais poderosa do mundo está nas mãos do Talibã
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Re: AFEGANISTÃO
Talibãs declaram Emirado Islâmico do Afeganistão e mudam símbolos. Conheça a nova bandeira
https://multinews.sapo.pt/atualidade/ta ... -bandeira/
https://multinews.sapo.pt/atualidade/ta ... -bandeira/
Os talibãs anunciaram oficialmente esta quinta-feira uma mudança no nome e na bandeira do Afeganistão, na sequência da tomada do país que começou no passado domingo.
Numa publicação na rede social Twitter, o porta-voz dos talibãs, Zabihullah Mujahid, declarou hoje o “Emirado Islâmico do Afeganistão”, substituindo assim o nome do país no 102º aniversário da independência do domínio britânico.Para além disso, o responsável apresentou também uma nova bandeira, onde é visível a alteração do símbolo anterior e do brasão de armas, que vão passar a figurar na bandeira país.
Esta não é a primeira vez que este nome é utilizado. Já entre 1996 e 2001, os talibãs tinham denominado o país de Emirado Islâmico do Afeganistão.
Recorde-se que Cabul foi tomada no domingo pelas forças talibãs, na sequência de uma campanha militar incrementada desde o passado mês de maio, altura em que os militares norte-americanos começaram a retirada final do Afeganistão.
Os talibãs tomaram o controlo da cidade, depois de terem entrado sem encontrar resistência, com quase todas as províncias debaixo do seu domínio.
“O Emirado Islâmico [como os Talibãs se autodenominam] deu ordens aos seus mujahideen e mais uma vez reitera que ninguém pode entrar em casa de ninguém sem autorização. A vida, a propriedade e a honra não serão prejudicadas”, escreveu na rede social ‘Twitter’ o porta-voz talibã, Suhail Saheen.
Os meios de comunicação locais relataram imagens dramáticas de milhares de pessoas no aeroporto de Cabul a tentar fugir do país, apesar do cancelamento da maioria dos voos comerciais e das restrições.
Esta quinta-feira um militar britânico deu conta do desespero de algumas mulheres afegãs, que atiraram os seus bebés a militares estrangeiros, junto ao aeroporto, de forma a salvá-los dos talibãs.
“As mães estavam desesperadas e a ser espancadas pelos talibãs. Só gritaram, ‘salve o meu bebé’ e atiraram-nos as crianças, algumas caíram no arame farpado. Foi horrível o que aconteceu. No final da noite, não havia nenhum dos nossos homens que não estivesse a chorar”, disse um militar britânico ao ‘The Independent’.
As cenas de violência brutal desenrolaram-se numa das rotas para o lado militar do aeroporto de Cabul, capital afegã, onde milhares de pessoas, ameaçadas pelos jihadistas, estão a ser transportadas de helicóptero pelos Estados Unidos, Reino Unido e outros governos estrangeiros.
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Re: AFEGANISTÃO
Talibã está sobre R$ 5,4 trilhões em minerais necessários para o mundo
Reservas de minerais como ferro, cobre e ouro estão espalhadas pelas províncias do Afeganistão
Julia Horowitz , CNN Business
19 de agosto de 2021 às 04:30 | Atualizado 19 de agosto de 2021 às 07:22
https://www.cnnbrasil.com.br/internacio ... ra-o-mundo
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Re: AFEGANISTÃO
A China agradeceknigh7 escreveu: ↑Qui Ago 19, 2021 12:35 pm Talibã está sobre R$ 5,4 trilhões em minerais necessários para o mundo
Reservas de minerais como ferro, cobre e ouro estão espalhadas pelas províncias do Afeganistão
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19 de agosto de 2021 às 04:30 | Atualizado 19 de agosto de 2021 às 07:22
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