MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#8401 Mensagem por gusmano » Ter Ago 10, 2021 4:31 pm

https://outline.com/LGLZMu

Veja como a causa , na prática, é outra e o cenário futuro é de piora.

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Jabuti em PEC dos precatórios acaba com trava da regra de ouro e libera endividamento
AUGUST 10, 2021
O governo inseriu na PEC (proposta de emenda à Constituição) que parcela precatórios, apresentada nesta semana, um trecho que autoriza o Executivo a descumprir a regra de ouro das contas públicas sem um aval específico do Congresso.

A regra de ouro impede que o governo se endivide para pagar despesas correntes (como salários e aposentadorias). Isso só pode ocorrer hoje quando o Congresso autorizar o endividamento para finalidades precisas, e após votação por maioria absoluta.

Agora, o governo tenta mudar a Constituição para poder se endividar para essas despesas, bastando que os montantes estejam previstos e autorizados pelo Orçamento.

Desde 2019, o governo não consegue cumprir o estabelecido na regra e precisa pedir aval ao Congresso para o descumprimento. Caso contrário, fica sujeito a crime de responsabilidade.

Para 2021, por exemplo, o governo incluiu em sua proposta de Orçamento uma projeção de R$ 453,7 bilhões que seriam obtidos por meio de títulos públicos para pagar essas despesas. Em 2020, a equipe econômica estimou que precisaria de autorização para emitir títulos no valor de R$ 367 bilhões. Em 2019, foram R$ 248 bilhões.

Mais recentemente, a regra de ouro já vinha sendo alvo de flexibilizações extraordinárias. Em 2020, o Congresso autorizou a suspensão dessa e de outras normas fiscais para destravar recursos para o combate à pandemia de Covid-19 e seus efeitos.

Em 2021, R$ 44 bilhões para o pagamento do auxílio emergencial haviam sido retirados das regras fiscais pela chamada PEC Emergencial.

A PEC dos precatórios contém outras flexibilizações em regras fiscais para abrir caminho para a execução de despesas em eleitoral.

Além da mudança na regra de ouro, está previsto o parcelamento de precatórios (dívidas da União reconhecidas pela Justiça) para driblar a regra do teto de gastos no ano que vem e abrir espaço para outras despesas.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#8402 Mensagem por Túlio » Ter Ago 10, 2021 5:45 pm

Grande cupincha @gusmano, quando eu aporto a MINHA opinião com o devido embasamento e a sustento, e tu me respondes com a opinião de outrem (infelizmente está virando REGRA, tipo "outro pensa melhor do que eu"), onde está o DEBATE, razão de ser do DB? Se o cara que escreveu isso aí quisesse ou tivesse condições de debater comigo, deveria fazê-lo ele com suas razões.

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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#8403 Mensagem por Rurst » Ter Ago 10, 2021 10:50 pm

“Mercosul verde” pode ser a saída para impasse no bloco

https://relatorioreservado.com.br/noticias/

O governo estaria buscando uma fórmula capaz de fazer do limão azedo do Mercosul uma “limonada verde”. Uma ideia sobre a mesa seria levar a Argentina, Uruguai e Paraguai – além do Chile e Bolívia, Estados associados – a proposta de transformação do Mercado Comum do Cone Sul em um bloco de discussão ambiental junto à União Europeia. Segundo a fonte do RR, esta hipótese estaria sendo tratada, ainda em petit comité, entre os Ministérios da Economia, do Meio Ambiente e das Relações Exteriores.

Para além das questões tarifárias, esse “Mercosul padrão ESG” passaria a pautar suas negociações e seus acordos multilaterais também com base em critérios ambientais e climáticos. Procurado pelo RR, a Pasta da Economia informou que “não há iniciativa no âmbito do Ministério” neste sentido. O órgão diz ainda que o “acordo firmado entre o Mercosul e a União Europeia tem um capítulo moderno sobre desenvolvimento sustentável, com compromissos voltados para questões ambientais”.

Os Ministérios do Meio Ambiente e das Relações Exteriores não se manifestaram. O surgimento de uma pauta desta magnitude poderia ajudar a distensionar as relações entre os membros do Mercosul. As discussões em torno da Tarifa Externa Comum (TEC) e da eventual flexibilização das regras do bloco econômico se dariam em um novo contexto, em que cada um dos países aceitaria ceder um pouco em sua posição, a começar justamente pelo Brasil. O ministro Paulo Guedes tem adotado uma postura intransigente em relação ao assunto. Está longe de ser algo surpreendente.

Historicamente, Guedes sempre manteve aversão conceitual ao Mercado Comum dos países do Cone Sul, posição que tem seguidores ferrenhos dentro da gestão Bolsonaro. Com relação à TEC, o Ministério da Economia disse ao RR que “permanece engajado com o intuito de encontrar, com todos os sócios do Mercosul, o caminho ideal para a inserção competitiva do bloco na economia mundial”. Talvez o caminho ideal ao qual o Ministério da Economia se refere seja um fato diplomático e político de alcance internacional.

Mesmo porque o Brasil precisa demonstrar interesse em reverter a imagem de destruidor ambiental, a partir de ações com forte repercussão no exterior. Haveria uma boa dose de pragmatismo nessa mudança de postura. De pouco adiantarão a redução da TEC ou a flexibilização das regras do Mercosul se o país permanecer no índex da comunidade internacional, com constantes ameaças de boicote a produtos agropecuários brasileiros.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#8404 Mensagem por knigh7 » Qua Ago 11, 2021 12:06 am

Rust, vc viu este documentário?
viewtopic.php?p=5588504#p5588504

O buraco é mais embaixo, sobretudo com a França...




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#8405 Mensagem por Rurst » Qua Ago 11, 2021 1:19 pm

Sensação de governo pró-mercado ofusca risco contra a democracia

https://obastidor.com.br/politica/sensa ... racia-1399

O diretor da Prospectiva Consultoria, Ricardo Sennes, afirma que parte relevante da elite brasileira troca facilmente a democracia por uma sensação de país estável e governo pró-mercado. Na avaliação dele, os líderes do setor privado que conseguem enxergar riscos a médio e longo prazos ficam mais assustados com a crise política que o Brasil enfrenta atualmente.

Sennes é economista e atua como associado do Atlantic Council, em Washington. Ele ressalta um comentário feito por um experiente embaixador Brasileiro para quem as empresas preferem atuar, em primeiro lugar, em países estáveis com governos pró-mercado e democracias. Em segundo lugar, países estáveis, pró-mercado, mesmo sem democracia.

A dificuldade em precificar a falta da democracia para muitos operadores do mercado financeiro ocorre no Brasil, mas em muitos outros países, segundo Sennes. Cenários parecidos como esse ocorrem na China e na Rússia, mas já aconteceram, por exemplo, no Peru presidido por Alberto Fujimori (1990-2000) e na ditadura militar no Chile liderada pelo general Augusto Pinochet (1973-1990).
knigh7 escreveu: Qua Ago 11, 2021 12:06 am Rust, vc viu este documentário?
viewtopic.php?p=5588504#p5588504

O buraco é mais embaixo, sobretudo com a França...
Ainda não, centenas de vídeos no youtube ainda para assistir.

kkkkkk




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#8406 Mensagem por Rurst » Qua Ago 11, 2021 2:24 pm

Lei do saneamento completa um ano entre judicialização e leilões
Apesar de atrasos e incertezas, setor comemora a criação de 63 blocos regionais e prevê ‘boom’ de projetos


https://valor.globo.com/empresas/notici ... loes.ghtml

Imagem

ICMS sobre combustível divide Estados e postos
Especialistas defendem debate mais amplo sobre objetivo de combater variações intensas dos preços


https://valor.globo.com/brasil/noticia/ ... stos.ghtml

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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#8407 Mensagem por Rurst » Qua Ago 11, 2021 10:03 pm

Caminhoneiros no radar do GSI

https://relatorioreservado.com.br/noticias/

O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) intensificou o monitoramento dos sindicatos de caminhoneiros. Fonte da área de Inteligência informou a RR que o GSI acompanha, desde o último fim de semana, líderes da categoria. Eles têm discutido a possibilidade de uma greve de advertência. A probabilidade de uma paralisação vem crescendo entre os sindicalistas. Seria uma reação ao aumento médio de R$ 0,10 nos preços do diesel anunciado na semana passada. As atenções do GSI estariam voltadas, sobretudo, para São Paulo e Rio Grande do Sul, onde os caminhoneiros, nos últimos tempos, têm se mostrado mais hostis ao governo. Foram os dois estados que articularam a fracassada tentativa de paralisação da categoria no fim de janeiro. Procurado pelo RR, o GSI informou que “não irá se pronunciar, positiva ou negativamente, por se tratar de assunto de Inteligência de Estado”.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#8408 Mensagem por gabriel219 » Qui Ago 12, 2021 12:46 am

Em caso de ruptura institucional, o que é bem provável, não acho que somente os Grupos Econômicos iriam achar melhor pela estabilidade, mas também os Estados Unidos.

O sonho do Biden é surgir alguma terceira via, porém está óbvio que a disputa é Bolsonaro vs Lula. Lula pro EUA é um desastre, bom pra Rússia e China. Bolsonaro talvez seja o que consiga agradar quase a todos, apesar de ser um desagrado a China, mas a relação entre Bolsonaro e Putin é muito boa e Biden tá apaziguando demais a relação.

Nos próximos anos, haverão muitos países que terão ruptura institucional e isso já está ocorrendo.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#8409 Mensagem por gusmano » Qui Ago 12, 2021 11:21 am

Túlio escreveu: Ter Ago 10, 2021 5:45 pm
Grande cupincha @gusmano, quando eu aporto a MINHA opinião com o devido embasamento e a sustento, e tu me respondes com a opinião de outrem (infelizmente está virando REGRA, tipo "outro pensa melhor do que eu"), onde está o DEBATE, razão de ser do DB? Se o cara que escreveu isso aí quisesse ou tivesse condições de debater comigo, deveria fazê-lo ele com suas razões.

E tu com as tuas, hôme véio. 8-]
Opa, calma lá velho gaudério. Talvez tenha faltado de minha parte deixar claro que a noticia justifica, no meu entendimento, que a causa raiz da inflação / estagflação não foram as medidas de "quarentena" parcialmente adotadas no Brasil e sim as aventuras economicas do governo. Que se por um lado avança em áreas importantes ( desestatização) brinca com o populismo barato de outro (BF/Emendas liberadas aos montes etc) .


Aproveitando o post, sob ruptura institucional eu não vejo estabilidade em nenhuma frente. Uma ruptura que esta se desenhando no Brasil se aproxima muito mais da "Venezuela" do que Rússia/China. E por fim, vai ter fumaça para caramba, mas não acredito em ruptura.


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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#8410 Mensagem por Túlio » Qui Ago 12, 2021 1:04 pm

gusmano escreveu: Qui Ago 12, 2021 11:21 am
Opa, calma lá velho gaudério. Talvez tenha faltado de minha parte deixar claro que a noticia justifica, no meu entendimento, que a causa raiz da inflação / estagflação não foram as medidas de "quarentena" parcialmente adotadas no Brasil e sim as aventuras economicas do governo. Que se por um lado avança em áreas importantes ( desestatização) brinca com o populismo barato de outro (BF/Emendas liberadas aos montes etc) .
Faltou definires o que é "populismo barato" e o que é "populismo não-barato" (eventualmente CARO) e também "não-populismo". Faltou também notares que NOTÍCIA é uma coisa, OPINIÃO é outra e é disso que se trata aquele ARTIGO, e da FSP ainda por cima, ou seja, parcial até dizer chega.

De toda forma, não é meu (nem teu) papel aqui no DB, seja como User, seja como Moderador, passar pano para este e/ou descer o porrete naquele, ainda mais em um não-tema para nós (exceção ao SMEoS, aguardes) como são IDEOLOGICE e política partidária: isso é no outro fórum (além de Twitter, FAKEbook, ZAP & quetales). Notes o meu post anterior ao que quotaste (e que nem sei se leste) e vejas se há ali alguma coisa falsa ou puro achismo meu: tudo o que está ali ou é ponto basilar em Economia (e que curiosamente quem tem formação acadêmica nesta área parece não saber) ou está acontecendo debaixo dos nossos narizes agora mesmo. Tua relutância em admitir o papel tão fulcral quão nefasto dessa loucura de #fikenkaza é IDEOLÓGICA, não RACIONAL. Por fim, bastaria tentares responder com tuas palavras - TUAS, não de um sujeito que é pago para espalhar a "boa nova" - em que eu estou errado.
gusmano escreveu: Qui Ago 12, 2021 11:21 am Aproveitando o post, sob ruptura institucional eu não vejo estabilidade em nenhuma frente. Uma ruptura que esta se desenhando no Brasil se aproxima muito mais da "Venezuela" do que Rússia/China. E por fim, vai ter fumaça para caramba, mas não acredito em ruptura.


abs
Não acredito muito em RUPTURA mas admito ser uma possibilidade, discordo apenas disso de "venezuelização" ou mesmo "argentinização" e não tenho problemas em embasar com minhas próprias palavras: o Brasil está mais para EUA (institucionalmente) do que para os Países por ti citados, ambos somos FEDERAÇÕES e, ao contrário dos demais, o País todo não gravita ao redor de uma só cidade (Buenos Aires/Caracas ou mesmo Moscou/Beijing), que seria Brasília ou DC, há gente (governadores, prefeitos, $upremo$) tomando decisões que podem ser totalmente opostas às tomadas nestas cidades e elas valem: dá ou dava para fazer isso na Argentina ou Venezuela? NECAS!

De novo, acho que (enfim um achismo meu :mrgreen: ) estás dando bola para quem está aí só pra fazer a cabeça dos outros. Caso o - reitero, PARA MING :twisted: - improvável aconteça, temos o exemplo do Bukele em El Salvador (where the hell are the fuckin' Marines? [003] ) e, julgando pelo nosso tamanho e capacidade (QUEM move o amperímetro na América do Sul, Venezuela, Argentina ou BRASIL?), não é mole alguém vir se fresquear. Pior, será que essas "visitinhas cordiais" dos falcões do DP que têm ocorrido recentemente são mesmo para DISSUASÃO? Lembres, em 64 (na verdade desde 61 até 69), quando estavam "cozinhando" o "gópi", não era bem o Partido Republicano que estava no poder lá. E piora: já é inegável que há uma Guerra Fria 2.0 em andamento... 8-]


PS.: PQP, acabei falando mais de política do que gostaria. Portanto, isso NÃO É um convite a um debate que não é permitido, apenas o que vi como necessário para embasar meu post. Se julgares excessivo, apenas me indiques as partes que DE FATO o são, demonstres e deleto sem problemas.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#8411 Mensagem por Rurst » Qui Ago 12, 2021 6:59 pm





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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#8412 Mensagem por Túlio » Qui Ago 12, 2021 9:18 pm

Rurst escreveu: Qui Ago 12, 2021 6:59 pm
Resposta ao "e agora?", sem sequer ter clicado no vídeo (não sei o que diabos tenho com o Ullrich, na maior parte das coisas pensamos praticamente igual, deve ser ranço de VÉIO mesmo, embora eu tenha marcado o vídeo para assistir algum dia):

BITCOIN FIXES THIS! :twisted: :twisted: :twisted: :twisted:



Imagem



PS.: este foi um movimento ÓBVIO: trocar EMISSÃO DE DÍVIDA por AUMENTO DOS CU$TO$ DA DÍVIDA. Se eu não fosse tão alérgico a pedir crédito, teria feito um empréstimo em FIAT e comprado tudo de BTC. Em meio ano já estaria no lucro de novo...🤑 🤑 🤑 🤑




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#8413 Mensagem por Túlio » Sex Ago 13, 2021 11:39 am

Informamos que alguns posts foram movidos por já haver tópico específico e aqui acabariam atrapalhando os debates.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#8414 Mensagem por Rurst » Sex Ago 13, 2021 3:27 pm

Entrevista interessante

Auxílio Brasil tem 'bom diagnóstico', mas o 'tratamento' pode piorar as coisas, diz Paes de Barros
Economista, um dos criadores do Bolsa Família, critica a ampliação dos benefícios do programa e diz que medidas podem gerar incentivos equivocados, tirando o foco da questão principal: o combate à pobreza


https://economia.estadao.com.br/noticia ... 0003807184

Um dos formuladores do programa Bolsa Família, o economista Ricardo Paes de Barros, pesquisador do Insper, afirma ao Estadão/Broadcast que o desenho do Auxílio Brasil ataca de maneira “inadequada” os problemas atuais da política social do governo. “O médico está fazendo um bom diagnóstico, mas está dando um tratamento que talvez possa piorar as coisas”, afirma.

O Auxílio Brasil é a proposta do governo Jair Bolsonaro para suceder o Bolsa Família. Na entrevista, Paes de Barros critica a ampliação do público do programa, num momento em que a focalização deveria ser a prioridade, e aponta medidas que podem gerar incentivos equivocados. O economista também afirma que os auxílios voltados à inclusão produtiva previstos no texto são “cortina de fumaça”, uma vez que o programa não tem nada voltado efetivamente para esse fim.

Quais são as principais diferenças entre o Bolsa Família e o Auxílio Brasil?

O governo está tentando enfrentar uns cinco problemas que o Bolsa Família historicamente tem. Em certo sentido, é um andar para frente.
Eu não tive acesso aos estudos que dão base a essa proposta, mas é uma tradição que o ministério tem de ter uma base sólida. Mas ela (proposta) parece não tão bem idealizada. Estão tentando mexer em alguns pontos importantes, mas de uma maneira meio inadequada. O médico está fazendo um bom diagnóstico, mas está dando um tratamento que talvez possa piorar as coisas.

Quais eram os problemas do Bolsa?
O Bolsa Família tinha três grandes desafios, que acho que a gente não está enfrentando. Um desafio é organizar melhor a fila e ser mais bem focalizado, isso não está sendo atacado. Outro grande desafio era retomar o pilar da inclusão produtiva que a gente tinha no Brasil Sem Miséria, e a gente definitivamente não está atacando isso, embora a palavra inclusão produtiva apareça a toda hora. Ela se dá pela oferta de oportunidades, intermediação de mão de obra, assistência técnica, apoio à comercialização... Aqui (no Auxílio Brasil) não tem muito isso. É um programa de transferência de renda que tenta juntar várias transferências para as famílias. Sem a inclusão produtiva, os 5 a 10 milhões de trabalhadores que perderam o trabalho na pandemia terão dificuldade em voltar à sua vida economicamente ativa. Esse programa em si não ajuda em nada. E o risco é que ele colocou uma certa cortina de fumaça, porque fala muito de inclusão produtiva, mas não tem nada disso dentro dele.

Como assim?

Por exemplo, uma coisa muito importante para os pais que querem trabalhar é poder ter uma creche para deixar seus filhos. E uma das coisas malucas no Brasil é que a taxa de cobertura de crianças de famílias pobres de mães que trabalham é muito baixa e menor do que a média. A nossa fila para a creche está mal organizada. Essa proposta cria um Auxílio Criança Cidadã. Você é uma família do programa? Está trabalhando? Seu filho está na creche? Não, então vamos dar um jeito nisso. Dá uma espécie de cupom com que você vai conseguir vaga numa creche, no setor privado. A intenção de dar acesso à creche é muito boa. Agora, a maneira de fazer parece totalmente desarticulada e desarticuladora das redes de educação infantil municipal. A maneira de fazer isso seria dizer para cada município organizar adequadamente sua fila de acordo com certos critérios. Famílias pobres que querem trabalhar ou estão trabalhando têm prioridade. Se a gente fizer isso, vai aumentar o número de famílias do Bolsa Família com acesso à creche. É claro que, como cada município tem a sua autonomia, vou ter que negociar isso.

Hoje cada município tem o próprio critério?
Sim, mas é muito fácil. Pega o dinheiro e convence o município que aderir ao programa. Ele adere, recebe um dinheiro a mais. O que a presidente Dilma (Rousseff) fez no Brasil Carinhoso? Ela dobrou o benefício do Fundeb para creche se a criança for do Bolsa Família. Claro, quem não quiser participar não participa, mas negocia com a vasta maioria. Vai ter um impacto muito maior do que o que está sendo proposto, um custo muito menor, e obviamente aquele município que já deu prioridade e continua sem vagas você pode dar dinheiro a mais para contratar setor privado ou fazer de maneira estatal. Nada contra a provisão privada desse serviço público, mas o município poderia ter muito mais poder para negociar, como um grande monopolista local, com essas instituições e com um número grande de vagas. Tem outro problema, eles estão preocupados só com os pais ocupados. Grande parte dos pais que precisam de creche estão desempregados, procurando trabalho.

Há algum outro problema relacionado à inclusão produtiva?

Da mesma maneira, a proposta diz que eu tenho que incentivar as pessoas a trabalharem. Aí surge o tal Auxílio à Inclusão Produtiva Urbana. Se você tiver alguma renda do trabalho eu te dou uma transferência adicional. Parece uma ideia legal. Mas vamos olhar para trás no programa. Isso é um remendo em cima de uma série de coisas erradas. Você quer incentivar o trabalho? Para medir a pobreza da família, devia não contabilizar a renda do trabalho. Se ganhar, não vai fazer você parecer menos pobre, até um limite. O que essa proposta faz? Ela diz que se recebeu o BPC (Benefício de Prestação Continuada, no valor de um salário mínimo), não conta. Se trabalhar, conta toda a renda bruta. Se você recebe seguro-desemprego, não conta. Mas se trabalha, conta. Se você fez um bico, conta. Então não dá pra entender... está medindo a pobreza de alguém pela renda do trabalho. E pelo benefício de superação da extrema pobreza, se sua renda do trabalho aumentar R$ 100, o que vai receber é R$ 100 a menos. Você está trabalhando para quem? Para o Ministério da Cidadania. Você vai ganhar R$ 100 e eles vão descontar R$ 100.

Como resolver?
Se você quer incentivar a renda do trabalho, teria que fazer alguma coisa do tipo até R$ 500 não considera. A partir daí eu considero a metade, e a partir de R$ 1 mil, toda a renda do trabalho. Tem um problema grave no desenho que atrapalha, desincentiva as pessoas a terem renda do trabalho, porque quanto mais renda do trabalho eles têm, maior a chance de eles saírem da parte de extrema pobreza e perderem o benefício. Isso é um impacto gigantesco. Depois que criou esse desincentivo todo, você tentar criar um incentivo que é se você tiver um emprego, e tem que ser emprego com carteira, ou seja, desincentivo também ao empreendedorismo, a uma empregada doméstica que poderia trabalhar em vários lugares... Não entendi a lógica.

O sr. citou três desafios. Qual é o terceiro?

A terceira coisa que para o Bolsa Família era muito importante, mas estamos andando de marcha à ré, é essa necessidade de integrar melhor o governo federal, estadual, municipal, o Centro de Referência de Assistência Social. Ter um Bolsa Família que o governo federal saiba descentralizar para que o CRAS lá na ponta possa identificar os pobres. Aproveitar esses nove mil CRAS espalhados pelo Brasil para entregar recurso para quem realmente mais precisa de maneira adequada. Nisso a gente anda de marcha à ré.

O sr. falou da focalização, por que não está sendo endereçada?
Realmente está na hora do Brasil ser mais generoso, dar uma expandida no Bolsa Família. Minha opinião é que a gente tem que dar maiores benefícios para quem mais precisa. Mais para talvez um número menor de pessoas. Se o objetivo aqui vai ser aumentar o número de beneficiários, eu não acho que a gente tá indo na direção correta. Vai pulverizar mais os recursos, e a gente tinha que, para combater a pobreza mais eficazmente, concentrar mais, identificando aqueles que mais precisam.

O sr. critica a expansão pela expansão?
Eu acho que precisa focalizar melhor o Bolsa Família. Ele atende a família A e a família B, e ele dá mais ou menos o mesmo benefício para A e B. Só que A precisa de muito mais, e B não precisa tanto. Então tem que pegar parte dos recursos que dou para B e dar para A. Isso é melhorar a focalização. O Brasil devia focar sua atenção a um número até menor de famílias e dar a essas famílias um valor de benefício bem maior. Mas qualquer generosidade é bem-vinda. Se ela for um benefício um pouco maior para um número maior de pessoas. Ok. Bom. Não é ruim. Seria melhor se fosse um benefício muito maior para quem mais precisa.

O sr. vê outros problemas?
Tem mais duas coisas que estão na direção certa, mas de forma estranha. A primeira é que, ainda mais em um mundo de pandemia, é importante dar incentivo para o jovem concluir o ensino médio. Então a extensão para 21 anos é uma boa ideia. Agora, é feita de uma maneira que eu gostaria de ver a razão pela qual foi escolhida. A primeira razão é: se você tem 15 anos, pensa que se concluir o médio aos 17, vão tirar minha bolsa aos 17. Se der uma embromada e ficar até os 19, vou ter bolsa até os 19. Porque quem conclui perde a bolsa. Por que não se diz que vai dar uma bolsa para quem estiver cursando ou para quem concluir? Em princípio deveria dizer que vai manter a bolsa. É claro que fica mais caro. E é claro que depois de concluir o ensino médio não está incentivando nada, mas incentivou lá atrás. Outra coisa, é difícil entender que, para um jovem de 20 anos, dar o dinheiro para mãe não é incentivo tão grande. Por que não dá o dinheiro para ele? Esse programa não é mais um programa de combate à extrema pobreza, ele também dá incentivos.

Qual sua avaliação sobre as bolsas de mérito?
Todos nós somos a favor de celebrar ações de mérito da nossa juventude. Agora, essa é a melhor maneira de fazer? Acho que não, por duas razões básicas. Primeiro, nós estamos dizendo que mérito é ou esporte ou ciência. E tem um monte de mérito que não é esporte nem ciência. Um jovem que trabalha duro para a garantia dos direitos humanos na comunidade, ajuda na conservação do meio ambiente, serve de tutor para os menos jovens. Um jovem que tem um profundo respeito pela diversidade, não faz bullying. Tem uma série de características, ações que um jovem pode fazer que a sociedade brasileira inteira consideraria de alto mérito. O governo federal não sabe quem são esses jovens, mas nem precisa saber. Claramente a escola sabe quais são os alunos com alto mérito. Seria natural pegar cada escola e dizer ‘tenho aqui cinco auxílios para sua escola escolher cinco jovens que, numa noção multidimensional, tem méritos’. Pode até escrever um manual dizendo, a Rayssa (Leal, medalhista em Tóquio no skate), você inclui ela, ela ganhou uma Olimpíada. Não tira autonomia, mas dá um guia. Aqui (no Auxílio Brasil) você olha o mérito de uma maneira totalmente bidimensional e está usando uma medida relativamente tosca, quando o agente local tem maneira melhor de avaliar. Esse é outro caso, parecido com o da creche, em que a gente está federalizando decisões que deveriam ser completamente locais. Decisões que parecem inadequadas foram tomadas.

O Auxílio Brasil também permite a contratação de empréstimo consignado, vinculado ao benefício. Qual é sua avaliação?
Quanto mais a gente avança nesses programas de transferência de renda e mais a gente alcança a inclusão financeira, mais importante vai ser a educação financeira para essas pessoas. A autonomia deve ser preservada. Ele poderia pegar o cartão dele e dar para um agiota. Ele pode fazer grandes bobagens com o dinheiro. Então, eu não seria contra essa possibilidade de consignar. Mas o programa deve vir junto com uma atenção do CRAS com a educação financeira, levar mais informação sobre o que tudo isso significa. Acredito que os pobres são bem inteligentes, aprenderam com dificuldades, sabem muito bem como sobreviver, então nunca achei que restringir o leque de opções ajudaria.

Como o sr. vê essa virada na postura da presidente, que quer turbinar um programa ao qual ele já se referiu como “voto de cabresto”? O sr. vê interesse eleitoral?
O pobre brasileiro não está querendo saber por que o Executivo está querendo fazer isso. Eu não sei dizer quais as intenções eventuais que possam existir, mas certamente essa mudança no programa pode ajudar a reduzir a pobreza. Não me parece um desenho de muita qualidade. Agora, não é um retrocesso.

As pessoas entendem mais a importância do programa?
O Bolsa Família se tornou um programa consensual, queridinho de todos. Minha preocupação é não transformar um programa tão exitoso quanto o Bolsa Família num programa que vai perdendo seus méritos porque o desenho vai piorando ao longo do tempo. E o que está propondo aqui não é menos generoso, mas me parece pior desenhado.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#8415 Mensagem por NaScImEnTToBR » Sáb Ago 14, 2021 6:51 pm

''Nada é tão permanente quanto um programa temporário do governo''

-Milton Friedman.

O cara critica a expansão do Bolfa famia du Lula feita pelo ''Bolodemilho 2018'', mas defende que municípios tenham o direito de fazê-lo, logo não vejo coerência..




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