GNR reforçada com 2,3 milhões para vigilância e controlo costeiro
O Governo aprovou um projeto de 2,3 milhões de euros para reforçar a vigilância e controlo costeiro da Guarda Nacional Republicana (GNR), anunciou hoje o Ministério da Administração Interna (MAI).
A maioria da verba para o projeto vem de fundos comunitários, que vão cobrir 75% dos custos, correspondendo a 1,7 milhões de euros, informou o gabinete do MAI em comunicado enviado para as redações.
“Reforçar o controlo da navegação marítima e aumentar os níveis de segurança interna a nível nacional e da União Europeia é um dos principais objetivos a atingir com o novo Sistema de Identificação Automática (AIS, siga em inglês) de embarcações e múltiplas câmaras de vigilância”, explica o MAI.
Segundo a tutela, as novas câmaras de vigilância irão ampliar as potencialidades do Sistema Integrado de Vigilância, Comando e Controlo (SIVICC), que é gerido e operado pela Unidade de Controlo Costeiro (UCC) da GNR.
A UCC é a unidade responsável pelo cumprimento da missão da GNR com competências de vigilância, patrulhamento e interceção terrestre ou marítima em toda a costa e mar territorial.
A sua importância é cada vez mais maior devido ao papel que tem no controlo da maior fronteira externa marítima da UE, na segurança da pesca, na investigação criminal contra o tráfico de droga e de seres humanos e no acompanhamento de fluxos migratórios.
Eu não sei quando custaria a versão NaPaOc da Meko A100, mas a julgar pelos valores de um navio que essencialmente deve primar pela facilidade de manutenção, operação e dias-mar, além obviamente de custos muito baixos, os valores que hoje estão sendo pagos no contrato da Marinha pelas 4 fragatas Tamandaré - algo em torno hoje de US$ 1,672 bi - poderiam facilmente serem convertidos para a compra dos 12 NaPaOc que se pretende a priori. E talvez até sobrasse um troco para os NaPa 500 BR ou mais unidades daquele navio.
Navios patrulha tem que ser bons, nem tão bonitos assim e essencialmente baratos. Não vejo porquê não fazer este investimento agora dado que os alemães não teriam problema algum em construir 12 navios para nós ao invés de 4 tudo pelo mesmo preço. Não vai fazer nenhuma diferença mesmo ter 4 navios novos do que 10 velhos. Não ao menos para os 5,2 milhões km2 admitidos como nossa ZEE atual. Já 12 ou mais NaPaOc com certeza fariam alguma diferença.
Sei lá, Patrulhas custam uma fração de Corvetas e, pelo menos que eu saiba, a autorização para fazer mais cinco da Classe de NaPaOcs Ingleses (como o APA) segue em vigência; justamente por não serem tão complexos, me parece que poderiam fazer até no ultra-hiper-mega obsoleto AMRJ, um por um, se fosse (provavelmente é) o caso. Talvez até customizar interfaces, sensores, comunicações e armamento (tipo tirar o 30 da proa e botar um Bofors 40 ou 57 e nos bordos umas CORCED .50).
Largar de mão algo COMPROVADO para ir em direção a algo que, por DIFERENTE, "por certo é MELHOR" , é pensamento tipicamente MIRJ, a meu ver.
jambockrs escreveu: ↑Seg Abr 05, 2021 10:10 amMeus prezados A cidade das luzes que flutua próximo as 200 milhas do mar territorial argentino
por LUIZ PADILHA
Imagem da cabine do Boeing 787 de Enrique Piñeyro, comandado por ele mesmo (de costas na foto). O que você vê através do vidro é a cidade dos barcos de pesca estrangeiros. (Foto: Franco Fafasuli)
Por Joaquin Sanchez Mariño
O voo especial foi produzido por Enrique Piñeyro para sobrevoar o Mar Argentino e ver a enorme quantidade de barcos pesqueiros estrangeiros que se acumulam em torno das 200 milhas, onde termina nossa Zona Econômica Exclusiva e os peixes são levados para seus países. Infobae participou de um voo especial sobre o Mar Argentino.
Do céu e no meio da noite você pode vê-los. Parecem uma frota inimiga esperando o momento certo para atacar. De certa forma, eles são.
Sabíamos que ele existia, mas ver é outra coisa. No meio do nada, depois de quilômetros e quilômetros de puro mar, uma parede de luzes aparece no céu. Da direção em que voamos poderia ser Bahía Blanca, mas é impossível: estamos a 200 milhas da costa argentina, sobrevoando o limite que separa as águas internacionais das nacionais.
A imagem se confunde com a que você tem quando chega de avião a uma cidade no meio da noite. Mas não estamos chegando a uma cidade, mas cruzando o oceano Atlântico. O que esta cidade repentina está fazendo flutuando lá? É o que descobrimos.
O avião é um gigantesco Boeing 787 que até o ano passado pertencia à Aeroméxico e agora pertence a Enrique Piñeyro, o piloto, cineasta, empresário gastronômico, médico, filantropo, ator e também, de alguma forma, ativista sócio ambiental. Ele o adquiriu justamente para poder fazer voos que gerem algum tipo de impacto positivo no planeta, e o que estamos fazendo agora é voar por cinco horas no meio da noite para ver com nossos próprios olhos o que ele viu por décadas nessas águas.
Enrique Piñeyro fez este voo em seu próprio avião e cuidando de todas as despesas para que alguns jornalistas pudessem registrar o que acontece no mar argentino. O piloto recuperou a licença para voar no ano passado. (Foto: Franco Fafasuli)
“Desde a primeira vez que fiz um vôo de Ezeiza para Ushuaia – há mais de 20 anos – já vi isso. Também passou sem procurar, a mais de 12 mil metros de altura. Mas com o tempo a atividade cresceu e hoje parece o litoral de Nova York”, afirma.
Os motivos que o motivaram a gerar esta fuga foram muitos, mas sobretudo a indignação, aquela força poderosa. “É um problema que não está resolvido. Não há patrulha, você não pode vigiar os navios, não há como interceptar, deter. Falta logística e é preciso dar o peso político que isso tem. Isso é sério, é uma predação monstruosa”, acrescenta ele, durante uma breve entrevista que fazemos em pleno voo.
O itinerário do voo: de Ezeiza à área de San Clemente, de lá até a milha 200 ao largo da costa, depois ao sul até Comodoro Rivadavia e de volta a Ezeiza.
Pode-se dizer que sua campanha para tornar a situação visível começou há dois meses, quando ele sobrevoou a área novamente depois de muito tempo e quando viu a imagem, ele a compartilhou no Twitter. Ele publicou:
“31 de janeiro de 2021. Voo noturno sobre o mar de Ushuaia a Ezeiza. O que parece lua é lua, e o que parece costa de Nova York é a frota pesqueira estrangeira que ataca nossos mares e depois os vende como produto importado”. Ele acompanhou seu tweet com um vídeo que acumula mais de 200 mil visualizações. A imagem é chocante, e seria difícil de acreditar se não fosse pela aeronave descendo repentinamente para 5.000 pés (aproximadamente 1.700 metros) e a mesma coisa aparecer na nossa frente.
Certa vez, o escritor italiano Alessandro Baricco se perguntou, olhando para o mar, quais seriam os olhos do oceano. Navios, disse a si mesmo, as pálpebras abertas na vastidão da água. Mas o romantismo, esse romantismo, não tinha nada a ver com esses navios, com essas luzes que vemos do ar. Mais do que olhos, bocas, mais do que bocas, dentes. E afiado.
É que a predação do mar – não só do argentino, mas dos oceanos em geral – é totalmente descontrolada. O Greenpeace vem denunciando essas práticas de pesca insustentáveis há anos e pedindo um tratado global para proteger os oceanos. É que em águas internacionais não existe lei que diga o que pode ou não ser feito. Assim, os barcos pesqueiros chegam principalmente da China, Coréia, Japão, Espanha e destroem tudo. Não só porque pescam sem parar (sem permitir que a flora e a fauna marinhas se regenerem), mas porque, em muitos casos, utilizam técnicas (como a pesca de arrasto) que destroem os solos e a vida subaquática.
Qual o local preferido?
O buraco azul, onde devido às condições de profundidade e luz costuma haver mais vida do que em outros pontos. Mas o paradoxo brilha tão forte quanto as luzes: onde mais vida, mais exploração. Mais morte, a frase diria se buscasse impacto.
Centenas de barcos se acumulam em torno da milha 200 com as luzes acesas para atrair os peixes. Foto: Franco Fafasuli.
O mar argentino termina a 200 milhas náuticas da costa. Lá em cima está nossa Zona Econômica Exclusiva (ZEE), então começam as águas internacionais. Se qualquer embarcação de pesca estrangeira entrar em nossas águas, estará infringindo a lei, mas devido à vasta extensão de nosso país, é muito difícil para as forças de segurança nacional patrulharem a área com eficácia. O trabalho realizado pela Marinha e pela Prefeitura Naval é um esforço fenomenal, mas como disse Piñeyro, não há recursos suficientes disponíveis para a tarefa.
Como saber então se uma embarcação de pesca está explorando águas nacionais ou internacionais?
Tarefa difícil, o normal é que os barcos se movam de acordo com sua conveniência, entrando e saindo da Zona Econômica Exclusiva, perseguindo os cardumes. Mas se eles podem ser vistos espreitando as 200 milhas, é exatamente porque há mais e melhor atividade nas águas argentinas. Em qualquer caso, a questão da jurisdição é apenas um dos debates. Talvez o principal seja se os modos de exploração do mar são sustentáveis, não importa se os nossos ou de outrem.
Vista aérea de uma das centenas de embarcações que pescam de forma irrestrita entrando e saindo do mar argentino. Alguns desses barcos podem pescar até 500 toneladas. (Foto: Franco Fafasuli)
No entanto, para a indústria pesqueira nacional a questão das águas e das 200 milhas em si assume grande importância. Muitos desses barcos de pesca estrangeiros – o próprio Piñeyro denuncia em seu tweet – levam as lulas, os camarões, a pescada para o seu país de origem e de lá vendem para nós depois, oferecendo-nos algo que na verdade é nosso como importado.
Piñeyro conhece o assunto, não por seu papel como piloto, mas por seu lado como empresário gastronômico. Desde 2018, quando Anchoita foi inaugurada, un restaurante no bairro da Chacarita onde trabalha de forma única: um de seus chefs, por exemplo, é pesquisador do CONICET e passa o tempo viajando pelo país conhecendo produtores de alimentos locais. Assim, eles sabem perfeitamente onde vemos os produtos que compraram.
Você quer camarão argentino? Não há, porque eles pegam todos e os levam embora. E não há como competir com eles. Aí você vai na Espanha ou naqueles lugares e eles vendem com uma placa que diz ‘camarão argentino’, e aqui acabamos comprando os equatorianos. Então? Nosso país possui um recurso bestial, temos 5.000 quilômetros de litoral, temos litoral interior, existem cooperativas de pesca artesanal (trabalhamos com uma delas), e aí autorizam 16 toneladas de exportação de pescado. A pesca artesanal não é predação, isto é predação”, conta ao Infobae.
Os navios são principalmente chineses, sul-coreanos e espanhóis. Eles podem passar meses no mar sem retornar aos seus países de origem. Foto: Franco Fafasuli.
Pouco depois, o vôo chega ao fim. Itinerário: decolamos do aeroporto de Ezeiza às 20h30, voamos para o sul até o alto de Comodoro Rivadavia e voltamos. Aterrissamos aproximadamente às 00h30 na sexta-feira, 2 de abril. Quando era meio-dia estávamos na linha de voo que poderia ter nos levado às Ilhas Malvinas, justamente no dia que marca o 39º aniversário da guerra. Mas já estávamos começando nosso retorno.
As luzes sobre o mar, à medida que sentimos a subida do Boeing, vão desaparecendo, mas sabemos que ainda estão lá, atraindo os peixes para os apanhar. Eles ainda estarão lá depois deste vôo e depois de muitos outros.
Alguém pode se perguntar: eles perceberam o avião passar por cima deles? Eles poderiam ter imaginado que estávamos a cinco mil pés de distância, olhando para eles, estupefatos?
Imagino a resposta mesmo no meio da noite, enquanto escrevo essas linhas após o pouso. Eu olho para o céu de onde acabei de voltar. Um avião passa, ao longe, mas continuo com minha vida. O mesmo, digo a mim mesmo, os barcos de pesca no mar, todos com luzes no escuro, todos produzindo para o mesmo sistema.
Vídeo: Matías Arbotto. Fotos: Franco Fafasuli. Fonte: INFOBAE via blog Defesa Aérea & Naval 3 abr 2021 Em breve veremos esta cidade das luzes flutuantes nas nossas costas brasileiras.
Sugestão sobre o tema: o documentário Seaspiracy da NETFLIX, que incrivelmente deu um bico BEM forte na canela das máfias e cartéis que estão destroçando o VERDADEIRO pulmão do mundo, os oceanos. Inacreditável ver em imagens o que só se tem lido; eu mesmo, que nem vegano sou, fiquei assombrado:
Se precisam de recomendação extra, apenas vejam o que a Lame$tream de sempre diz (cobras e lagartos) a respeito: se eles são contra, bueno, algo há...
EDIT - Para terem uma ideia, isso mudou até a minha opinião sobre os "piratas" da Somália: tens um barco a motor mas as traineiras te impedem de pescar para o sustento, não seria melhor procurar outra profissão? Eu sei o que faria, se fosse o caso...
Os problemas com a pesca ilegal e toda uma miríade de ilegalidades que se comete à luz ou nas sombras bem debaixo da omissão e/ou cumplicidade de vários países, sejam costeiros ou não, é bastante conhecida dos fóruns mundiais temáticos. Mas como bem ilustrado na chamada do filme, interesses muito além da mera concorrência comercial estimulam um tipo de depredação do meio ambiente marinho que não pode ser tratada de outra forma que não com a atuação entre Estados.
Mais uma vez ressalta-se o papel e importância de se dispor de guardas costeiras que se prestem a ser mais do que uma simples "ronda no bairro". E a MB sabe disso, mas questões internas impedem que as soluções avancem. E como o quadro político interno também não coopera, é muito difícil conseguirmos fazer o que vivamente os representantes brasileiros arguem para os outros nos mais diversos fóruns internacionais.
Me parece que sem uma intervenção do poder público na MB a fim de reestabelecer as prioridades reais que se deve ter em matéria de política naval para o país, inclusive aquelas que a comunidade científica, também, julga serem necessárias e prudentes, vamos continuar na situação de sempre, com uma marinha se comportando como algo que nunca foi de fato, e nem tem cacife para ser. E ao mesmo tempo, negando-se a acolher as funções ditas "menos nobres" do poder naval.
O projeto da Meko A100 já nasceu como tendo uma de suas variantes o NaPaOc, o quê faz com que pouco mude para nós em termos de desing final do navio em si. O que muda realmente é a adoção de sistemas mais simples e baratos que podem, inclusive, serem os que a Marinha desenvolve em conjunto com a BID e a indústria naval local. Se a classe Amazonas ainda tem em aberto a possibilidade de fabricação sob licença, isto com certeza seria uma ótima opção dependendo dos custos que ela apresentar, e também levando em consideração a possibilidade do máximo uso de insumos nacionais na mesma. Precisamos de demanda para poder tirar do papel vários projetos da MB que poderiam ser bem utilizados neste tipo de navio assim como nos NaPa 500 BR. E isso não se consegue com as Tamandaré, sejam 4, 5 ou 6 unidades.
Notar que no plano anterior da MB eram 46 NaPa 500 BR a serem construídos. Hoje são 23, e sem previsão de qualquer encomenda. A classe Macaé praticamente acabou com as 4 unidades que a marinha tenta terminar e integrar. Os NaPaOc são 12 ao todo. E por enquanto continuam sendo. A meu ver, como possuímos 6 DN ao longo da costa, deveria haver pelo menos um esquadrão destes navios para cada um deles. Ou seja, entre 3 a 6 navios, o que nos dá uma demanda razoável entre 18 e 36 navios. Mas alguém parece achar que tal quantidade poderia ser desmedida em relação as nossas necessidades. Bem, não vejo assim, e a própria MB tem dado motivos para isso, pois "até outro dia" nossa ZEE tinha 4 a 4,5 milhões de km2. Hoje já estamos em 5 milhões. O que vai ser daqui a dez anos? Tentar fingir proteger uma área deste tamanho com apenas 12 navios é no mínimo questionar a inteligência alheia.
Há sim. A COTECMAR da Colômbia tem um projeto bem interessante de navio patrulha e que poderia ser objeto, também, de negociação. Afinal, estamos tentando vender Gripen e KC-390 para eles. E como há um hiato ali entre os números do NaPa BR e também dos NaPaOc entre o proposto e a realidade, quem sabe conseguimos encaixar aquele navio entre um e outro. Seria bom para todo mundo. A classe Amazonas poderia também ser incluída, e argumentos para a sua construção no Brasil é que não faltam. Principalmente neste momento em que precisamos urgentemente de investimentos para gerar emprego e renda. Isso soa como música para aquela gente de Brasília. É a língua que eles entendem.
Mesmo sendo um projeto baseado na CV-3, este navio do CPN pode ser parte da solução para a vigilância e proteção da nossa ZEE e além, quando e se necessário.
Com o devido tratamento por alguma empresa estrangeira que eleve o projeto de nível, como disse no post anterior, é possível chegar a bom termos no sentido de conseguir os apoios necessários à construção destes meios ao longo dos próximos dez anos, já que os números indicados no PEM 2040 atualmente estão muito aquém do que realmente precisamos em termos de disposição de meios de patrulha no meu ponto de vista.
Se o objetivo final fosse a obtenção de até 36 navios como mencionei, poderíamos ter convenientemente 4 projetos em construção no país. E eu tenho certeza que não faltaria vontade e disposição as bancadas federal e estaduais assim como governadores para obter para seus estados um naco deste investimento. Se já foi um rolo do tamanho do mundo a disputa pela construção das Tamandaré, imagine-se o que não seria a construção de 4 modelos diferentes em estados diferentes.
Ou seja, seriam destinados a MB naquele ano, coisa de R$ 2,5 bilhões de reais para a construção e manutenção de meios para os distritos navais e meios auxiliares. Em dólares para ficar um pouco mais claro, seriam US$ 440 milhões de dólares.
Um valor que com certeza se não nos permite comprar todos os navios que precisamos, pelo menos não deixaria o Pronapa jogado para escanteio há anos tal como está.
Tomo a liberdade de responder-te no tópico que criaste e que é sem dúvida o mais apropriado. Bueno, é isso:
FCarvalho escreveu: ↑Qua Abr 28, 2021 11:03 am
Meu caro amigo gaudério, eu nem de longe poderia discordar mais da lógica do seu reciocínio, dada que ela também me apraz.
Eu pessoalmente não só concordo com ela, como apoio este modelo de desenvolvimento. O que escrevi até o momento é apenas uma tentativa de ilustrar o pensamento estratégico da MB e não o meu particular.
Como disse várias vezes em outros tópicos, me parece muito mais lúcido e coerente desenvolver a priori navios de patrulha oceânica com o máximo de insumos nacionais, inclusive aqueles que a MB desenvolve em seus centros de tecnologia, mas que nunca tem a produção iniciada pela simples falta de processo construtivo regular e de longo prazo, do que colocar menos da metade deles em navios maiores e que no final, pouco ou nada nos acrescenta em P&D ou operacionalmente se levarmos em conta os 5,2 milhões km2 da nossa ZEE.
Na minha ignóbil opinião, fosse para fazer algo minimamente decente em termos de patrulha, deveríamos lançar mão de 18 unidades, incialmente, e não apenas 12 como descrito antes. São 6 DN ao longo da costa. Com apenas 3 navios por cada, atingiríamos os 18 NaPaOc que aludi. Ainda é pouco pois mal forma um simples esquadrão. Se levarmos na ao pé da letra o que é um esquadrão de navios, aquele número poderia facilmente dobrar. Mas o que são 36 navios de patrulha para o tamanho da nossas necessidades no mar a nossa frente? Pouco, me parece, mas já seria muito mais do que jamais tivemos algum dia.
(...)
Mas eu já disse e repito: ter ou não ter uma guarda costeira ou marinha de guerra é essencialmente um projeto de Estado e uma decisão Política, com P maiúsculo. Não temos nada disso aqui no Brasil.
Quem foi que decidiu que deveríamos ter primeiro uma marinha de águas azuis no país?
Com certeza em Brasília é que não foi.
Sem dúvida que é uma decisão política e mais, deve ser um Programa de Estado, independente de quem governa; quanto aos aristocráticos Almirantes lá na Corte do Rio, a "escolha" seria simples: ou topam ou vamos implementar uma Guarda Costeira (de preferência com capacidade fluvial, ao menos para os grandes rios. O resto fica com as PMs e EB, que já fazem mesmo isso; aqui no RS o que não falta é lancha da PATRAM/BM, bem como aí no AM o que não falta é "Voadeira" e ambas caçando contrabandista, pesca ilegal - tipo na Piracema - e até pirataria) que faça o serviço. A escolha seria mais ou menos esta:
Optar pela "pílula vermelha" implica reconhecer que como está não anda e que a principal função, a que justifica a existência de uma Força Naval, é a proteção dos acessos aquáticos ao território de um País e seus recursos naturais, tanto por/em água doce quanto salgada; já optar pela "azul" implica em achar mais importante a capacidade de travar gloriosas batalhas navais nas famosas "águas azuis" e o resto a gente vê depois se dá pra fazer e mui especialmente SE CONVÉM.
Como no filme, cada escolha traz uma consequência: a implica em priorizar o que é prioritário e começar pelo que mencionei, enche tudo de Patrulha (pelo ar também, e a FAB que se vire para entender e se achar ruim, azar dela) sem esquentar com quantidades predeterminadas*, o importante é dar trabalho a empresas Nacionais (desde um Estaleiro até os desenvolvedores e fornecedores dos mais variados insumos, e aí tá valendo até startup) e, provendo a necessária sustentabilidade, de Batch em Batch os bichos vão evoluindo, até aparecer o que é natural: a primeira Escolta 100% BR (acho brabo, para a MIRJ só presta se for Inglês ou Alemão ); já a implica na criação da Guarda Costeira, com a consequente perda dos Distritos Navais para ela; a Esquadra então passa oficialmente a ser só do RJ, apenas aparecendo de vez em quando para dar uma conferida nas Províncias do Império (que é o que já faz), a ver se continuam leais ao D. sei-lá-quem eles acham que é. E deu, mantém o PROSUB e o que ainda tiver de navio, que o resto a gente vê depois. Talvez até uma consequência natural seja a monárquica MIRJ ir se extinguindo e dando lugar a uma (finalmente Republicana) Marinha do Brasil.
(*) - Essas quantidades e modelos predeterminados engessam tudo; não sei de onde as tiras mas, se for de fuente oficial, por certo é o mínimo do mínimo, o que não é o caso aqui e sim o necessário para ter controle de nossas águas. De resto, o que ocorrer longe da Corte e acima da capacidade de detecção e enfrentamento da GC a FAB resolve. Projeto nunca faltou:
A partir destes esboços se pode começar a propor estudos e contratos à INICIATIVA PRIVADA, após dar-lhe as necessárias garantias (por isso falei em Programa de Estado) de sobrevivência e desenvolvimento - e constantes encomendas de várias Classes de navios mui dificilmente não irão atrair encomendas externas, o que irá/iria melhorar ainda mais o quadro geral de situação. Aliás, neste aspecto o que proponho é fomentar a criação de uma "EMBRAER dos barcos" e nisso não dá para contar com a MIRJ, sempre afeita apenas ao que pode comprar no exterior.
Pelo pouco que conheço do pensamento reinante na marinha, a solução seria a escolha da pílula azul.
O almirantado jamais admitirá uma guarda costeira independente no Brasil se isso significar perda de espaço, poder, e recursos.
Ademais, como tenho comentado, uma guarda costeira é algo que realmente ameaça na prática a existência da marinha enquanto força naval dado nosso histórico de péssimas relações entre o mundo político e militar. Na verdade diria a falta de relações.
Mas como eu não sou ministro da defesa e acho ninguém em sã consciência na MB sabendo das minhas opiniões aquiesceria tal coisa, fica difícil tentar uma solução outra que não tirando a guarda costeira das costelas da própria marinha.
Seria um processo doloroso e muito difícil de emagrecimento forçado e urgente, mas a curto e médio prazo, com certeza nós teríamos um bom retorno em termos operacionais. Principalmente se o devido apoio e acolhimento político da empreitada fosse obtido em Brasília. Mas claro, nãos se espera que o almirantado engula isso sem reagir.
Há muita empresas no Brasil, estaleiros ou escritórios de engenharia naval, que poderiam ser aquinhoados por este programa de Estado visando o equipamento da guarda costeira. Já postei várias vezes aqui mesmo que só em matéria de aeronaves (fixa e/ou rotativa) contando com os projetos que temos aqui, seriam necessários mais de uma centena de unidades, entre leves, média e pesadas. Pode parecer até um número imaginário, mas se julgarmos que temos 9 distritos navais para dar conta e que estes sequer tem a disposição todos os recursos que a realidade se lhes impõe para realizar bem o seu trabalho. Eu tenho certeza que qualquer engravatado em Brasília teria todo o prazer do mundo em tentar puxar indústrias e investimentos para seus estados/municípios a fim de amparar essa infraestrutura, seja ela naval, fluvial, aérea e terrestre.
Eu gostaria de crer que a marinha pudesse largar mão desse osso da patrulha e deixar ela ter vida própria, mas fato é que em um país onde as pessoas zelam muito mais por burocracia, postos e tradicionalices fica muito complicado falar em operacionalidade, mesmo quando ela trás benefícios ao país, e nenhum aos interesses particulares de fulano e beltrano nesta ou naquela força armada.
Eu não sei onde foi que eu coloquei aqui neste tópico, mas, no que dependesse dos holandeses em matéria de navios de patrulha, teríamos muito oficial da marinha pedindo arrego para a guarda costeira.
FCarvalho escreveu: ↑Qua Abr 28, 2021 6:02 pm
(...) no que dependesse dos holandeses (...)
Eles por acaso têm dois cérebros cada ou são ETs? Se podem fazer isso, podemos fazer igual ou melhor sem pagar royalties. Lembrar do Caminha: "aqui em se plantando tudo dá". É plantar e...
Eles por acaso têm dois cérebros cada ou são ETs? Se podem fazer isso, podemos fazer igual ou melhor sem pagar royalties. Lembrar do Caminha: "aqui em se plantando tudo dá". É plantar e...
Em todo caso, a questão fulcral que se coloca é: quanto tempo levamos até sabermos plantar e dar frutos um desses por aqui?
Se a percepção nacional sobre uma guarda costeira já muito vaga e perniciosa, uma marinha de guerra não leva menos que meio século até conseguirmos uma que valha o nome.
Como nos assegurar que nada aconteça neste meio tempo enquanto aprendemos, ou reaprendemos, a fazer do básico ao mais complexo?
Cerimónia alusiva ao papel da GNR como Guarda Costeira na qual será inaugurada a Lancha de patrulhamento costeiro “Bojador”.
GNR - Guarda Nacional Republicana
Cerimónia alusiva ao papel da GNR como Guarda Costeira na qual será inaugurada a Lancha de patrulhamento costeiro “Bojador”.
Decorrerá hoje, dia 7 de maio de 2021, no Terminal de Cruzeiros do Cais da Rocha Conde de Óbidos, em Lisboa, a cerimónia alusiva ao papel da GNR como Guarda Costeira, na qual será inaugurada a nova embarcação de patrulhamento costeiro “Bojador”, que terá como objetivo reforçar os meios da Unidade de Controlo Costeiro (UCC), tendo a mesma sido adquirida no âmbito do Fundo para a Segurança Interna.
A cerimónia contará com a presença de Sua Excelência o Ministro da Administração Interna, Dr. Eduardo Cabrita, entidade que preside, e do Comandante-Geral da Guarda Nacional Republicana, Tenente-general Rui Clero, tendo a mesma a seguinte sequência:
• Briefing sobre o papel da GNR como Guarda Costeira, bem como o empenhamento da UCC na FRONTEX;
• Demonstração de meios terrestres e marítimos da UCC;
• Inauguração da Lancha de Patrulhamento Costeiro (LPC) “Bojador”.
A UCC é a unidade especializada responsável pelo cumprimento da missão da Guarda em toda a extensão da costa e no mar territorial, com competências específicas de vigilância, patrulhamento e interceção terrestre ou marítima em toda a costa e mar territorial do continente e das regiões autónomas, competindo-lhe, ainda, gerir e operar o Sistema Integrado de Vigilância, Comando e Controlo (SIVICC), distribuído ao longo da orla marítima.
A aquisição da Bojador foi cofinanciada pelo Fundo para a Segurança Interna, com uma taxa de financiamento de 75% do total das despesas elegíveis.
Eles por acaso têm dois cérebros cada ou são ETs? Se podem fazer isso, podemos fazer igual ou melhor sem pagar royalties. Lembrar do Caminha: "aqui em se plantando tudo dá". É plantar e...
Em todo caso, a questão fulcral que se coloca é: quanto tempo levamos até sabermos plantar e dar frutos um desses por aqui?
Se a percepção nacional sobre uma guarda costeira já muito vaga e perniciosa, uma marinha de guerra não leva menos que meio século até conseguirmos uma que valha o nome.
Como nos assegurar que nada aconteça neste meio tempo enquanto aprendemos, ou reaprendemos, a fazer do básico ao mais complexo?
Charla fiada e eu demonstro:
Nos anos 60/70 o EB queria blindados SR. O CTEx/IME desenvolveu, o GF botou $$$ na mesa e logo apareceu empresa para completar o desenvolvimento, produzir, aperfeiçoar e até exportar. Ninguém foi lá fora pagar royalties para aprender como fazer;
Na mesma época a FAB queria avião. O CTA/ITA desenvolveu o primeiro, o GF botou $$$ e criaram uma empresa para desenvolver, produzir, aperfeiçoar e até desenvolver novos tipos, sempre exportando. Ninguém foi lá fora pagar royalties para aprender como fazer;
Também na mesma época a MIRJ queria Fragata e SSK. Como aristocrata não fala com plebeu, foram à "melhor nobreza" (UK) pedir uma variante melhorada da Type 21 (enquanto eles projetavam a 22 para si) para fazer aqui e alguns exemplares da Classe Oberon (enquanto eles projetavam a Upholder) "chave na mão" mesmo, que com os NOBRES DOS NOBRES não se discute, se acata.
Atualmente o problema é com o GF botar $$$: ninguém confia mais (exceto a FAB), basta ver a hecatombe da BID nos anos 80/90. Então o EB teve que contratar os Italianos para fazer o que se fazia aqui (e bem), porque empresário no Brasil pode ser tudo, menos DOIDO.
Já a MIRJ, dado possuir uma ventoinha e considerá-la como sua bússola, ninguém com algum juízo leva muito a sério mesmo...
Abaixo, planejamento e execução dos planos da MIRJ: