knigh7 escreveu: Sáb Jan 30, 2021 8:15 pm
Li seus posts até o último, mas eu escolhi esse para comentar.
O EB está fazendo a escolha de Sofia: ou parte para um sistema de média altura com capacidade onerosa de C-RAM (vai utilizar um míssil na faixa de USD 1 milhão pra isso) ou partiria para sistemas de fato C-RAM.
Eu ando pesquisando os TCCs sobre AAAe dos oficiais de Artilharia. E a pesquisa de campo (que é realizada entre eles ) é valiosíssima para saber o que se passa na cabeça deles.
O que deu para depreender sobre os trabalhos e como eles pensam:
Para eles é importante até que o sistema seja transportado por helicóptero. Valorizam demais a modularidade e a facilidade de montagem.
Dão muita importância à utilização na Região Norte.
Existem as áreas de proteção, mas não pensam em utilizar a média altura no local. Isso é trabalho para os canhões.
Devem evitar o adversário saber aonde sistema de artilharia de média altura está. O radar da Bia AAAe preferencialmente deve ser ligado para orientar míssil ou trabalhar em conjunto com outro de outra Bia.
Na minha opinião, como os oficiais ligados a AAAe pensam,o EB fez uma boa escolha em colocar à frente a aquisição de sistemas de média altura em detrimento dos sistemas de fato C-RAM (AAAe de tubo, começando a receber estes à partir do PEEx 2028 em diante), pois o benefício será maior.
Deixa eu tentar entender melhor.
Modularidade e facilidade de montagem - isto significaria que o EB ainda pensa em deslocar tais sistemas país afora e não simplesmente fazer o óbvio - a meu ver - que é dispor de quantidade tal que cubra o país como um todo, o menos no que diz respeito aos comandos militares de área. Todos os sistemas atuais atendem em partes ou na íntegra essa questão, mas tem-se que saber qual o limite enxergado pelo EB para ambos. Um Pantsyr SM é muito mais modular e fácil de montar que um IRIS´T SLM ou Barak MX, sistemas muito mais completos, e nem por isso eu consideraria ele favorito na lista de compras do exército. E nem temos helos pesados para pensar em transporte de sistemas AAe até agora mostrados ao EB. Os HM-4 poderiam quebrar um galho, mas não ideiais para esta tarefa, e nem existem em quantidade que possa suportar o apoio necessário as operações da AAe.
A região norte é um caso a parte porque o que funciona nas outras não funciona exatamente da mesma forma aqui. O mesmo serve para AAe. Seria o caso então de um sistema específico para nós, ou algo que possa operar aqui de tal forma que helos e meios fluviais consigam dar-lhe a mobilidade necessária de emprego? Qual sistema consegue fazer isso hoje? Eu não vejo nada além do Pantsyr, que é pequeno, modular e flexível em termos de transporte. Os outros são basicamente sistemas de defesa e área. Movimentá-los chama a atenção de qualquer um a distância bem grandes. Novamente. Seria o caso de um sistema AAe próprio para a região norte ou não?
O que seriam estas áreas de proteção? E por que o uso de canhões e não míssil/canhões ou míssil? Exemplo: os centros C2 das regiões/comandos militares, bases logísticas e locais de importância política e econômica.
Só tem dois jeitos de camuflar a presença de um sistema AAe hoje. Deixa desligado ou esconde ele em locais de difícil ou muito difícil localização e/ou acesso. Ambos tornam o seu uso marginal e pouco eficiente. O que o radar tem a ver com omitir a localização da AAe? Via de regra drones, satélites e aeronaves ISR são usados para identificar e localizar a AAe. Se o radar funcionar, vão saber. Se ficar desligado, de que adianta? Se ligar só na hora, qual vantagem? Não temos sistemas ISR em quantidade e qualidade que possam nos antecipar a consciência situacional necessária para fornecer informações aos GAAe/BiAAe de forma a antecipar as ações de eventual oponente, dependendo do TO.
Eu tendo a crer que sistemas C-RAM só são necessários no EB no caso de ele resolver fazer a defesa de pontos fulcrais do poder político e econômico do país. E isto ao que parece não está na agenda dele. Seria o caso então de MB e FAB lançarem mão do uso deste tipo de sistemas, já que alhures as missões da AAe do EB, elas tem necessidades que imputam a posse e uso deste tipo de sistemas, já que seriam em tese as primeiras a ter sua estrutura atacado da forma tradicional que conhecemos via PGM, mísseis e afins. O EB parece e contentar com canhões para esta conformidade. Mas eles são bastante limitados no que diz respeito a defesa AAe em ataques massivos. Seria necessário uma quantidade absurda de canhões AAe para dar um mínimo de eficácia a defesa conta este tipo de ataque. E me parece que não é o caso de adquirirmos grandes quantidades, a não o suficiente para os atuais GAAe, que são somente 6 OM.
Talvez uma ideia interessante fosse pensar em um canhão AAe nacional lançando mão do que já temos hoje como o TORC30 como base para a sua criação. Acho que é mais fácil produzir canhões AAe por aqui do que simplesmente importar, devido as quantidades necessárias para serem realmente efetivos. Meia dúzia de sistemas é que não vão resolver o problema. Se é que queremos resolver de fato, ou apenas manter doutrina.