Será que o empurrão definitivo de que o novo turbohélice comercial da Embraer precisa para sair do papel não seria, mais uma vez, olhar para as necessidades do setor de defesa nacional, com a ajuda da vizinhança?
O que vier depois disto, o modelo comercial, é lucro.
Como já comentei neste tópico, a FAB possui apenas 3 esquadrões de patrulha em sua atual organização. Ou seja, para um avião do mesmo porte do P-3, em tese, seriam pelo menos 12 novos aviões para equipar minimamente aquelas OM. Se consideramos que a MB assuma a patrulha naval, seja para equipar os 6 DN ao longo do litoral ou apenas manter as 3 OM atuais da FAB, novamente, em tese, seriam pelo menos 12 a 24 aviões a serem encomendados.A FAB irá substituir os P-3 na próxima década. A FAA seguirá no mesmo rumo. Sabemos que a demanda apenas da FAB não justificaria o desenvolvimento de um avião ASW pela Embraer, mas se colocarmos argentinos e chilenos, a coisa já muda de figura. E temos ainda Peru e Colombia com demandas semelhantes. A Embraer está tentando envidar o projeto de um novo turbohélice comercial. Um avião que pelo que já foi mencionado até agora, será algo no mínimo do mesmo porte dos P-3. Uma versão ASW a partir desse avião pode ser algo mais viável do que transformar um E-2 em patrulheiro. E com o apoio ao projeto destes países...
Qualquer outra perspectiva pelas qual se possa ver esta questão, levando-se em conta a infraestrutura da FAB e MB no médio e longo prazo para operar a patrulha naval, nos leva a números que podem justificar o investimento em uma nova aeronave turbohélice ASW baseada no modelo comercial que a Embraer pensa lançar no mercado mundial, mas que ainda não tem o apoio financeiro necessário para sair do papel. Uma empreitada de risco, obviamente.
Por outro lado, o Bandeirante nasceu de uma necessidade e iniciativa da Defesa no Brasil e só depois ganhou o mundo como avião comercial. Por que não repetir a dose novamente, só que agora com o auxilio da vizinhança? Para se pensar a sério no assunto.
abs