gabriel219 escreveu: Dom Jan 17, 2021 7:15 pm
Brasileiro escreveu: Dom Jan 17, 2021 7:13 pm
Correto, para fazer despencar as mortes, não é preciso muito mais do que 20% da população imunizada. Isso é parte do problema. A matéria ali fala em imunidade coletiva, impedir a circulação do vírus. Por que é importante? Porque apesar de jovens morrerem muito menos, a distribuição etaria de internações é bem mais distribuída que a de mortes, e as vezes gera mais transtornos que mortes por si só.
Não é desejável manter ocupação elevada de leitos por mais um ano ou 2 até que se tenha imunidade de rebanho, por mais que hajam menos mortes. É um estresse no sistema de saúde, estresse social e no final das contas, gastos. Então melhor vacinar todo mundo de vez, conseguir imunidade coletiva o mais depressa possível e acabar com essa história.
Cara, desculpa, mas você ao menos tem algum embasamento em dados pra relacionar número de internações em leitos de UTI com vacinar todo mundo?
Pessoas entre 20 a 39 anos correspondem a 46,2% dos infectados, dos quais, em média, somente 1,6% disso evoluem para o quadro grave da doença, sendo estes somados a fatores de risco, como diabates, pressão alta e obesidade. Ou seja, 99,4% dos casos não evoluem para o quadro grave. 85% deles são assintomáticos.
A chance de alguém na faixa de 20-45 anos de desenvolver a forma grave da doença está em 5,2%, de óbito em 1,01%. 30% dos Brasileiros possuem ao menos um fator de risco para agravamento a Covid-19, 15% da população possui 2 fatores e 5% deles, 3 fatores.
Crianças e Adolescentes é até ridículo falar, já que essa estatística vai abaixo dos 0,001%. Aliás queria saber quem foi o imbecil que teve a ideia de doente mental em fechar escolas e universidades.
Qual a lógica aqui de vacinar quem não faz parte do grupo de risco e com base em quê?
Você está apontando a mira pro lado errado. Uma coisa é jovens terem menor propensão a desenvolverem formas graves da doença, apesar de se infectarem muito mais. Outra coisa (na verdade, o mais importante quando se tem que decidir a quem vacinar) é qual a proporção de cada faixa etária entre os que já estão internados. Metade das internações são de 60 anos ou mais (grupo este que representa 75% das mortes), a outra metade das internações, 15% (50 a 59 anos), 13% (40 a 49), 11% (30 a 39),e 6% (20 a 29 anos)% , 15% (19 pra baixo, maior parte crianças). Ou seja, só imunizando os mais velhos, você diminui na metade o potencial de possíveis internados.
Ajuda? Claro! Por isso mesmo é que são prioritários a receber. Teoricamente, se da noite pro dia 100% dos acima de 60 anos estivessem imunizados, a ocupação de leitos por Covid cairia à metade algum tempo depois. E isso, partindo da premissa que os idosos terão 100% de imunidade ao receber a vacina, isso é a teoria. Não temos estes dados, mas é fácil supor que na prática será bem menos que isso. Pela ineficácia esperada das vacinas (<100% no geral e menos ainda nos idosos), pelo fato de que nem todos mesmo do grupo de risco irão se imunizar (<100%, tem muito idoso falando que não vai tomar), é possível e até razoável esperar que uma grande parte dos idosos e grupos de risco continuem expostos ao vírus oriundo de parcelas fora de risco, que embora desenvolvam muito menos a doença, transmitam livremente aos demais.
Literalmente, é o jovem tomar vacina para proteger o velho que não quis tomar, ou cujo corpo não reagiu à vacina (quantos % somarão essas duas situações?). E na verdade, a vacina é esperada para impedir a doença, mas não garante a não-transmissão, apenas diminui sua probabilidade. Mas o quanto? Também não sabemos. O tomador de decisão precisa se munir dessa cautela, e nessa situação, principalmente em tendo-se certificada a segurança, a cautela com certeza aponta para a maior imunização possível.
Resumindo: por todo esse conjunto de ineficiências (opção em não vacinar + organismo menos responsivo ao agente), pela significativa prevalência de internações entre adultos e jovens (mais da metade dos internados), é melhor que a maior quantidade possível seja imunizada. E não apenas pelo aspecto sanitário, mas social e segurança para que as coisas sigam seu ritmo, nos estádios, nos shows, baladas etc, que provavelmente geram de receita, empregos, renda e ganhos indiretos muito mais que gasto com as vacinas em si.