Sea Gripen - O caça naval da Saab

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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Re: Sea Gripen - O caça naval da Saab

#106 Mensagem por Morcego » Seg Dez 07, 2020 6:27 pm

Sejamos objetivos, SE a MB precisa de um avião de caça, então, tem que ser para operar a partir de Porta Aviões, SE não vai ter Porta Aviões, então me explica pra que vai gastar com isso? É contra producente isso tudo.

SE, e somente SE, o Br passar a ter um foco de projetar poder na África ou sei la, no Timor Leste, então ok, vamos montar uma estrutura com Porta Aviões, seus helicópteros, aviões e escoltas, e ai nesse caso, pelo amor de Deus né, se ja ta o Gripen la na Fab, então vamos otimizar a coisa toda e ja vai pro Gripen Naval.




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Re: Sea Gripen - O caça naval da Saab

#107 Mensagem por FCarvalho » Seg Dez 07, 2020 6:29 pm

Morcego escreveu: Seg Dez 07, 2020 4:28 pm Concordo, pra mim, mesmo esse PHM Atlântico é INÚTIL para o BR.
Vamos precisar desembarcar onde? Vamos invadir quem???
Pra mim, 1 SSN nem é o suficiente, precisa de pelo menos 3.
3 SSN, uns 10 AIP e mais uns 20 Diesel elétrico.
Fragatas ok, Corvetas e NapaOCS, ok tb, beleza, mas Porta Aviões, Cruzadores e outras coisas de marina de superfície me parecem desperdício de energia e recursos.
O poder naval é como uma mesa de 4 pernas. Investir em qualquer uma delas e deixar as outras de lado significa pré-aviso de derrota.
Não precisamos ser uma US Navy da vida, mas, também não podemos defender nossos interesses em nosso plano geopolítico naval com uma guarda costeira equipada com subnucs.
Equilíbrio é tudo. E leva muito tempo para conseguir isso em termos de uma marinha de águas azuis.

abs




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Re: Sea Gripen - O caça naval da Saab

#108 Mensagem por Morcego » Seg Dez 07, 2020 6:34 pm

SubNucs tb não concordo, tem que ser monstruosos assassinos com torpedos nucleares tb que é pra destruir até Netuno se for preciso.

Nos precisamos otimizar nossos recursos, não vamos invadir ninguém, não conseguimos invadir nem o morro do alemão, então, vamos nos concentrar no que precisamos fazer, afundar qualquer merda de navio agressor que chegue perto do BR, e de preferência, com subs que disparem misseis na costa do pais adversário, é isso que a MB tem que fazer, se concentrar em afundar e MATAR os navios inimigos. O resto é frescura.

FCarvalho escreveu: Seg Dez 07, 2020 6:29 pm
O poder naval é como uma mesa de 4 pernas. Investir em qualquer uma delas e deixar as outras de lado significa pré-aviso de derrota.
Não precisamos ser uma US Navy da vida, mas, também não podemos defender nossos interesses em nosso plano geopolítico naval com uma guarda costeira equipada com subnucs.
Equilíbrio é tudo. E leva muito tempo para conseguir isso em termos de uma marinha de águas azuis.

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Re: Sea Gripen - O caça naval da Saab

#109 Mensagem por FCarvalho » Seg Dez 07, 2020 6:49 pm

Morcego escreveu: Seg Dez 07, 2020 6:27 pm Sejamos objetivos, SE a MB precisa de um avião de caça, então, tem que ser para operar a partir de Porta Aviões, SE não vai ter Porta Aviões, então me explica pra que vai gastar com isso? É contra producente isso tudo.
SE, e somente SE, o Br passar a ter um foco de projetar poder na África ou sei la, no Timor Leste, então ok, vamos montar uma estrutura com Porta Aviões, seus helicópteros, aviões e escoltas, e ai nesse caso, pelo amor de Deus né, se ja ta o Gripen la na Fab, então vamos otimizar a coisa toda e ja vai pro Gripen Naval.
Sejamos objetivos, SE a MB precisa de um avião de caça, então, tem que ser para operar a partir de Porta Aviões
Não obrigatoriamente. Em termos de doutrina naval, o poder aéreo pode ser tanto lançado de Nae como operado de terra. Depende do quadro estratégico em que está inserida a força naval de cada país.
Ex: a Rússia possui Nae há décadas, mas não abre mão de operar sua aviação naval de caças a partir das bases de terra que possui. E ela não concorre com a VVS. Pelo contrário, complementa-a.
SE não vai ter Porta Aviões, então me explica pra que vai gastar com isso?
O PEM 2040 prevê a aquisição e uso de Nae pela esquadra. Mas esta é um decisão Política, e não da marinha. A MB indica os meios que precisa para cumprir com suas obrigações. Se o poder político vai aquiescer, é outra conversa.
Mesmo sem operar este tipo de navio, o VF-1 continua com as mesmas missões da caça naval, que é essencialmente apoiar e proteger a esquadra aonde ela for. Neste aspecto, estando limitado hoje ao alcance dos A-4BR, e da capacidade Revo da aviação naval em operações a partir de bases terrestres. O mesmo vale para um eventual Gripen Naval.
SE, e somente SE, o Br passar a ter um foco de projetar poder na África ou sei la, no Timor Leste, então ok, vamos montar uma estrutura com Porta Aviões, seus helicópteros, aviões e escoltas,
Isso está muito bem descrito em vários documentos de alto nível do Ministério da Defesa, da MB, PND, END, e por conseguinte, no Livro Branco da Defesa, que ilustra os recursos que temos para tanto. Outros docs do Itamaraty são bem claros sobre a atuação do Brasil em seu entorno estratégico.
Com o PEM 2040, nosso entorno estratégico passou a contar com a costa pacífica da América do Sul, e com o mar do caribe, além do Atlântico Sul. A costa ocidental africana também faz parte.
Se todas essas áreas estão dentro de nosso interesse estratégico, então, nossa capacidade militar de projetar poder sobre elas é absolutamente clara. Se vamos fazer isso efetivamente é outra coisa.
Somos muito bons em planos e planejamentos. Mas na prática a realidade é outra.




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Re: Sea Gripen - O caça naval da Saab

#110 Mensagem por FCarvalho » Seg Dez 07, 2020 7:04 pm

Morcego escreveu: Seg Dez 07, 2020 6:34 pm SubNucs tb não concordo, tem que ser monstruosos assassinos com torpedos nucleares tb que é pra destruir até Netuno se for preciso.
Nos precisamos otimizar nossos recursos, não vamos invadir ninguém, não conseguimos invadir nem o morro do alemão, então, vamos nos concentrar no que precisamos fazer, afundar qualquer merda de navio agressor que chegue perto do BR, e de preferência, com subs que disparem misseis na costa do pais adversário, é isso que a MB tem que fazer, se concentrar em afundar e MATAR os navios inimigos. O resto é frescura.
Por que tu achas que todos os membros do conselho de segurança da ONU possuem e operam SubNucs?
Por que será que outros países como a Índia - dentre outros - estão atrás de receber seus próprios SubNucs?
O nosso subnuc vai ser um navio com 6 mil ton de deslocamento. E possuirá as mais modernas armas que um submarino possa levar. Torpedos, mísseis anti-navio, minas navais, mísseis de cruzeiro.
Da mesma forma, os subs da classe Riachuelo e suas 1800 ton terão capacidade idêntica de levar tais sistemas de armas.
Os planos originais da MB previam 14 convencionais e 6 nucleares. Hoje os números estão menores. E se nada mudar, a tendência é que fiquem menores ainda.
Novamente. Ter um sub nuclear é uma decisão Política. Nós a tivemos anos atrás quando o então governo da hora resolveu bancar o Prosub. O atual continua bancando. Mas as condições econômicas e orçamentárias estão deteriorando de tal forma que os recursos estão cada vez mais escassos, e como era de se esperar, prioridades tem de ser elencadas. Por enquanto o Prosub continua sendo uma delas. Mas não sem consequências.
Mas como eu disse, essa "frescura" pode se traduzir em uma decisão por abandonar a ideia de marinha de águas azuis e nos contentar com uma guarda costeira e seus navios, botes e lanchas de patrulha.
Mas eu nunca vi uma marinha baseada apenas em submarinos em qualquer país desenvolvido.




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Re: Sea Gripen - O caça naval da Saab

#111 Mensagem por Morcego » Seg Dez 07, 2020 7:32 pm

Na verdade eu me expressei de forma errada, o que quis realmente dizer era que APENAS 1 SUBNUC não concordo, tem que ser uma força absurda de capacidade de FERRAR a navegação, e subs são a arma do mais fraco contra o mais forte, e nós no caso somos os fracos, temos que centrar a estratégia em submarinos, tanto nucleares, como AIP e tb diesel elétricos. TODOS COM CAPACIDADE DE DISPARO DE MISSEIS.

Precisamos de navegação de superfície é claro, mas não creio que será tão cedo nossa real força de dissuasão.

Quanto ao Gripen Naval, desculpe, melhor destinar tudo a Força Aérea messe sentido da aviação de caça e superioridade aérea.




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Re: Sea Gripen - O caça naval da Saab

#112 Mensagem por FCarvalho » Seg Dez 07, 2020 8:33 pm

Morcego escreveu: Seg Dez 07, 2020 7:32 pm Na verdade eu me expressei de forma errada, o que quis realmente dizer era que APENAS 1 SUBNUC não concordo, tem que ser uma força absurda de capacidade de FERRAR a navegação, e subs são a arma do mais fraco contra o mais forte, e nós no caso somos os fracos, temos que centrar a estratégia em submarinos, tanto nucleares, como AIP e tb diesel elétricos. TODOS COM CAPACIDADE DE DISPARO DE MISSEIS.
Precisamos de navegação de superfície é claro, mas não creio que será tão cedo nossa real força de dissuasão.
Quanto ao Gripen Naval, desculpe, melhor destinar tudo a Força Aérea messe sentido da aviação de caça e superioridade aérea.
A primeira versão do PAEMB indicou 30 navios de escolta como sendo o necessário para a marinha cumprir com suas obrigações. Tentou 5 no Prosuper para começar, e não levou nada. O tempo passou e a esquadra foi ficando para trás e encostada no porto. Diante desse quadro os almirantes baixaram o nível e alegaram 18 navios como sendo o mínimo para a esquadra. Depois de anos de discussão sem fim, e sem resultado algum, apelaram no peito e na raça para 4 corvetas de desenho nacional para ver no que dava. Levaram 4 fragatas leves importadas que vão levar 10 anos para ser entregues. Enfim, é uma novela mexicana de péssimo gosto.

Os subs é como eu disse acima, na teoria eram 14 + 6, e pelo andar da carruagem, o subnuc atrasou de novo, e os convencionais parece não terem surtido o efeito necessário no sentido de manter a produção no ICN. Temos apenas 4 adquiridos e os outros 10 é simplesmente como se não existissem na discussão sobre a continuidade da produção desses navios.

Quanto ao Gripen para a marinha, é melhor falar assim para ficar bem claro, já que não temos Nae e não há qualquer indicativo sobre esse assunto no horizonte, ele pode ser adquirido independente dos projetos da esquadra e/ou Prosub. Como falei, é questão de doutrina, e não de mera vontade ou capricho da MB.

Mas é preciso mudar a realidade orçamentária da defesa para podermos fazer tudo isso no nível adequado as demandas da força naval. O contrário disso é continuar fazendo a figuração de sempre.

Particularmente, eu fiz umas contas de padaria no caso dos SubNucs e levando em conta as áreas apontadas como estratégicas no PEM 2040. Fôssemos um país que levasse a sério defesa nós teríamos uma força destes navios da seguinte forma:

Costa Oceano Pacífico América do Sul - 2 ( Canal do Panamá/Colômbia e Chile/Argentina)
Mar do Caribe - 1
Costa Ocidental da África: 3 ( Golfo Guiné, Estreito de Magalhães e Ilhas Cabo Verde)
Costa Brasileira - 6
Passagem de Drake - 1

É possível perceber que este número seria apenas de navios em operação permanente de patrulha naquelas localidades. Se consideramos que existe a necessidade de haver navios em reserva, manutenção, treinamento, etc, então essa 13 unidades podem vir a se tornar até 19 navios. A regra é simples. Para obter disponibilidade credível, é preciso um número que possa suportar as todas as operações levando-se em conta que nem sempre todos os vetores estarão disponíveis.

Mas alguém em sã consciência acredita mesmo que um dia nós viéssemos a ter 19 submarinos nucleares? :roll:

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Re: Sea Gripen - O caça naval da Saab

#113 Mensagem por Morcego » Ter Dez 08, 2020 10:53 am

FCarvalho escreveu: Seg Dez 07, 2020 8:33 pm A primeira versão do PAEMB indicou 30 navios de escolta como send....................

...............................em sã consciência acredita mesmo que um dia nós viéssemos a ter 19 submarinos nucleares? :roll:

abs
Como eu havia dito, é preciso mudar a mentalidade, desde o inicio, primeiro no que diz respeito a esse conceito de grupos de adestramento/treinamento, onde temos os aviões de caça naval apenas para manter a doutrina ou o conhecimento, para que um dia quem sabe SE acontecer uma guerra recebermos navios velhos das potências hegemônicas, etc etc etc................

O segundo problema é o orçamento militar, que não pode ser resolvido sem mudar a mentalidade.

Mas o ponto aqui é o Gripen Naval, partindo do ponto de vista da lógica e dos princípios da moralidade e economicidade, no meu modo de ver OU se arruma uma porcaria de Porta Aviões (pega la o Classe Kiev que virou Hotel na china, o Minsk Word), OU simplesmente se abandona essa ideia e se deixe a parte de combate aéreo para a Força Aérea.

Vamos la, a Alemanha na 2GM teria tido melhores resultados se tivesse pego os recursos destinados para o Bismark e o Graf Zepelin e colocado esses recursos em mais Submarinos e aviões de bombardeio??? No meu modo de ver sim.

1,869 trilhão de dólares é o nosso PIB, se destinarmos 2% disso para DEFESA, nosso orçamento do MD vai subir de uns 29Bi para 37Bi, não me parece crível que com um aumento desses seja possível resolver o problema mas ja seria o suficiente para que a MB tenha sua joia da coroa para ficar enferrujando no AMRJ. Mas nada disso é o ponto, o ponto é: GRIPEN NAVAL???

Sim, eu acho que se vamos fazer essa opção de ter o bendito e santificado Porta Aviões, então, temos que otimizar e produzir o Gripen Naval aqui mesmo, jogar os projetos AMX-M, AF1-M e F5-M em alguma gaveta ou museu e centrar fogo no GRIPEN e nos A-29, não há defesa sem industria por trás. sob esse ponto de vista para, para oferecer mesmo dissuasão, presumo que a FAB precisaria de mais de 100 Gripen, e a MB mais que 30.




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Re: Sea Gripen - O caça naval da Saab

#114 Mensagem por Penguin » Ter Dez 08, 2020 11:32 am

Morcego escreveu: Ter Dez 08, 2020 10:53 am
FCarvalho escreveu: Seg Dez 07, 2020 8:33 pm A primeira versão do PAEMB indicou 30 navios de escolta como send....................

...............................em sã consciência acredita mesmo que um dia nós viéssemos a ter 19 submarinos nucleares? :roll:

abs
Como eu havia dito, é preciso mudar a mentalidade, desde o inicio, primeiro no que diz respeito a esse conceito de grupos de adestramento/treinamento, onde temos os aviões de caça naval apenas para manter a doutrina ou o conhecimento, para que um dia quem sabe SE acontecer uma guerra recebermos navios velhos das potências hegemônicas, etc etc etc................

O segundo problema é o orçamento militar, que não pode ser resolvido sem mudar a mentalidade.

Mas o ponto aqui é o Gripen Naval, partindo do ponto de vista da lógica e dos princípios da moralidade e economicidade, no meu modo de ver OU se arruma uma porcaria de Porta Aviões (pega la o Classe Kiev que virou Hotel na china, o Minsk Word), OU simplesmente se abandona essa ideia e se deixe a parte de combate aéreo para a Força Aérea.

Vamos la, a Alemanha na 2GM teria tido melhores resultados se tivesse pego os recursos destinados para o Bismark e o Graf Zepelin e colocado esses recursos em mais Submarinos e aviões de bombardeio??? No meu modo de ver sim.

1,869 trilhão de dólares é o nosso PIB, se destinarmos 2% disso para DEFESA, nosso orçamento do MD vai subir de uns 29Bi para 37Bi, não me parece crível que com um aumento desses seja possível resolver o problema mas ja seria o suficiente para que a MB tenha sua joia da coroa para ficar enferrujando no AMRJ. Mas nada disso é o ponto, o ponto é: GRIPEN NAVAL???

Sim, eu acho que se vamos fazer essa opção de ter o bendito e santificado Porta Aviões, então, temos que otimizar e produzir o Gripen Naval aqui mesmo, jogar os projetos AMX-M, AF1-M e F5-M em alguma gaveta ou museu e centrar fogo no GRIPEN e nos A-29, não há defesa sem industria por trás. sob esse ponto de vista para, para oferecer mesmo dissuasão, presumo que a FAB precisaria de mais de 100 Gripen, e a MB mais que 30.
Morcego,

Tocou em um ponto importante.
O orçamento de defesa do Reino Unido é de UDS50bi por ano. Os caras estão na maior dificuldade orçamentária.
Se algum dia chegarmos a 60% disso, vamos também estar na maior dificuldade orçamentária. Com um agravante. O Reino Unido é praticamente autossuficiente na maior parte dos seus equipamentos. Nós teríamos que gastar muito mais para desenvolver.
Continuar importando mantém a dependência e vulnerabilidades associadas.

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Re: Sea Gripen - O caça naval da Saab

#115 Mensagem por Morcego » Ter Dez 08, 2020 1:56 pm

Por isso tenho dito, não da pra manter PA, PHM, e outras coisas que ficarão no cais em qualquer conflito pq simplesmente não terão condições de combate.

Porém, esse tópico aqui é pra falar do Gripen Naval......., então, no caso absurdo de termos recursos ou do comando resolver gastar dinheiro que não tem, então, ao menos que isso seja feito com o Gripen Naval, para que possamos fortalecer a base de industria de tecnologia aeronáutica do Br.

*** Ainda com relação ao orçamento, sejamos objetivos, QUANTO CUSTA o risco que estamos correndo??? 2% ou mesmo 3% do PIB não importa, o que importa é QUANTO PRECISAMOS GASTAR COM ISSO? No meu modo de ver passou da hora de pensar em Nukes e nos meios de lançar os Nukes........, o problema é a mentalidade do próprio brasileiro e seus militares, que não fazem nada pra mudar essa mentalidade tb.


Penguin escreveu: Ter Dez 08, 2020 11:32 am Morcego,

Tocou em um ponto importante.
O orçamento de defesa do Reino Unido é de UDS50bi por ano. Os caras estão na maior dificuldade orçamentária.
Se algum dia chegarmos a 60% disso, vamos também estar na maior dificuldade orçamentária. Com um agravante. O Reino Unido é praticamente autossuficiente na maior parte dos seus equipamentos. Nós teríamos que gastar muito mais para desenvolver.
Continuar importando mantém a dependência e vulnerabilidades associadas.

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Re: Sea Gripen - O caça naval da Saab

#116 Mensagem por FCarvalho » Qua Dez 09, 2020 12:03 am

Morcego escreveu: Ter Dez 08, 2020 10:53 am Como eu havia dito, é preciso mudar a mentalidade, desde o inicio, primeiro no que diz respeito a esse conceito de grupos de adestramento/treinamento, onde temos os aviões de caça naval apenas para manter a doutrina ou o conhecimento, para que um dia quem sabe SE acontecer uma guerra recebermos navios velhos das potências hegemônicas, etc etc etc................

No que dependesse do planejamento da MB, os A-4 deveriam estar em algum museu, e não operando no VF-1. Como disse, não há plano no mundo que resista à inépcia com que Defesa é tratada neste país. Os Skyhawk eram para ser apenas o primeiro passo na retomada da aviação naval, um intermediário para o passo seguinte que seria um caça moderno e... embarcado.
Mas a realidade suplantou o planejamento de tal forma que vemos hoje o que está aí. Se a MB mantém os A-4 é apenas por não ter outras alternativas viáveis para dar continuidade, e operacionalidade crível, à asa fixa na aviação naval. Tenha certeza de que no que dependesse apenas do planejamento da MB, nós já teríamos 48 novos caças e pelo menos 1 Nae operando em 2020, com outro saindo do forno, na esquadra. Mas como tenho lhe colocado, assim como um sub nuclear é essencialmente uma decisão Política do país, ter uma esquadra adequada às demandas da geopolítica nacional também o é. Mas nós nunca tivemos uma decisão de fato sobre isso nos últimos vinte anos. O que temos é um arremedo de promessas e propagandas em sequência que nunca saem do papel. Acredite-me, no que depender dos políticos/sociedade deste país, a marinha nem guarda costeira seria. Imagines o resto.


O segundo problema é o orçamento militar, que não pode ser resolvido sem mudar a mentalidade.

Concordo com todas as letras. O MD atual envidou uma proposta de 2% do PIB para a defesa. Antes mesmos dela sair do ministério já era criticada dentro e fora do congresso. E até mesmo por dente do próprio governo. Ministério da Economia encabeçando a tróica. Não tem como mudar a mentalidade na Defesa sem junto mudar também a visão e a mentalidade da sociedade e do mundo político em relação a ela. Já vi inúmeras iniciativas sobre "bancadas de apoio à Defesa" no congresso, mas eu nunca vi esses anos todos qualquer coisa que valesse a pena em termos de iniciativa destas ditas bancadas. Nada. São um zero à esquerda. Ainda continuamos naquela de que só fecha a porta da casa depois de assaltado. Podemos até colocar os 2% pedidos ali, mas sem uma reforma integral, também, na economia e na administração pública, no sentido de elevação da qualidade dos investimentos, gastos e custeio do Estado, a Defesa fica no mesmo ralo.

Mas o ponto aqui é o Gripen Naval, partindo do ponto de vista da lógica e dos princípios da moralidade e economicidade, no meu modo de ver OU se arruma uma porcaria de Porta Aviões (pega la o Classe Kiev que virou Hotel na china, o Minsk Word), OU simplesmente se abandona essa ideia e se deixe a parte de combate aéreo para a Força Aérea.

Sabes quantos caças a FAB diz que pretende obter com o programa FX? 108. Todos em supostamente 3 bases aéreas no interior do país, com a mais perto do litoral ficando a +400 kms, na região sul do país, que por sua vez dista mais de 1 mil kms da principal base da marinha. Sabes quantos caças ela vai destinar à proteção e apoio da esquadra como missão primária? Zero. Simples assim. A FAB não se importa e não prioriza as operações navais da marinha em apoio a esquadra/FFE. O que a FAB prioriza é defesa aérea. E neste aspecto, ela mesma diz que tem 22 milhões kms2 para dar conta. Bem, não é preciso dizer que a Marinha não tem, e não terá, proteção alguma em termos de defesa da frota quando ela estiver ao mar. E isso em doutrina naval é um problema anacrônico quando se está falando em marinhas que se pretendem de águas azuis, como a MB. A caça naval para a marinha não é um luxo ou exorbitância, mas é antes uma necessidade que se lhe impõe para o equilíbrio correto de suas forças. Mas claro, há sempre quem não concorde com isso. Parte da FAB joga nesse time. Como se estivéssemos ainda em 1941.

Vamos la, a Alemanha na 2GM teria tido melhores resultados se tivesse pego os recursos destinados para o Bismark e o Graf Zepelin e colocado esses recursos em mais Submarinos e aviões de bombardeio??? No meu modo de ver sim.

A Kriegsmarine chegou a operar mais de mil submarinos durante a GM II. Perdeu a guerra no mar para as imensas frotas de contratorpedeiros e destróiers da US Navy e RN. Incluindo aí as dezenas de Nae de escolta de ambas as partes que fizeram um duplo trabalho de proteger os comboios aliados no Atlântico Norte assim como caçavam os submarinos alemães. Para não falar das centenas de aviões patrulheiros que operavam de terra. E isso só foi possível em determinado parâmetro porquê os ingleses gastaram mundos e fundos durante dois anos para se livrar dos dois únicos encouraçados alemães e ainda tempo e recursos para afundar o único Nae que a marinha alemã não chegou a dispor. Será que os alemães teriam melhore sorte se a marinha alemã tivesse levado a efeito todo o seu planejamento para poder enfrentar a RN no mesmo nível, e que só estaria pronta para isso em 1945? Hitler não gostou da ideia. E deu no que deu.

1,869 trilhão de dólares é o nosso PIB, se destinarmos 2% disso para DEFESA, nosso orçamento do MD vai subir de uns 29Bi para 37Bi, não me parece crível que com um aumento desses seja possível resolver o problema mas ja seria o suficiente para que a MB tenha sua joia da coroa para ficar enferrujando no AMRJ. Mas nada disso é o ponto, o ponto é: GRIPEN NAVAL???

Aumentar por aumentar o orçamento não garante por si só uma melhoria qualitativa das forças armadas. É preciso muito mais. Junto com este aumento é preciso lograr uma melhor qualidade dos investimentos, custeio, e manutenção da infraestrutura, pessoal e material militar. Mas essa é uma tarefa bem complicada de se fazer, e encontra não pouca oposição dentro das instituições.

Sim, eu acho que se vamos fazer essa opção de ter o bendito e santificado Porta Aviões, então, temos que otimizar e produzir o Gripen Naval aqui mesmo, jogar os projetos AMX-M, AF1-M e F5-M em alguma gaveta ou museu e centrar fogo no GRIPEN e nos A-29, não há defesa sem industria por trás. sob esse ponto de vista para, para oferecer mesmo dissuasão, presumo que a FAB precisaria de mais de 100 Gripen, e a MB mais que 30.

No papel, um Nae só tem sentido no Brasil se ele for... mais de 1. Para a MB, se chegarmos a ter duas bases navais, como vem se ventilando há anos, o mínimo necessário seriam 3 Nae. Mas se já tá difícil sair um mísero navio, que se dirá de três.
Da mesma forma, um eventual Gripen que possa operar embarcado teria que ter uma demanda que suprisse não somente os custos com investimento no seu desenvolvimento, como outros em termos de produção. E para isso, as 48 unidades apontadas pela MB anos atrás talvez não sejam o suficiente. E a MB nunca se dispôs a pagar os mais de US 200 milhões que a SAAB chegou a alegar como sendo o custo para ter o seu Gripen M pronto e operacional. E ninguém lá fora também topou. Até agora.
Uma outra questão. Que tipo de Nae seria o nosso? Qual o seu grupo aéreo embarcado? Qual o tamanho e deslocamento? Catapultas ou rampa? Qual o limite de custos para aquisição? Fabricar no Brasil ou no exterior?
Enfim, não tem como falar em caças sem antes falar qual será o seu navio-mãe.
Eu bem que gostaria que a MB pudesse ter 3 desses aqui. O projeto é russo, vá lá, mas é um Nae que se encaixa nas discussões dos últimos anos sobre o que seria um novo porta-aviões para a MB.


https://www.globalsecurity.org/military/world/russia/images/cva-lma-image06.jpg
https://www.globalsecurity.org/military ... a-pics.htm




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Re: Sea Gripen - O caça naval da Saab

#117 Mensagem por gabriel219 » Qua Dez 09, 2020 1:29 am

Não dá pra entender, a Marinha se quer tem escoltas, vai ter 4 FCT mal armadas que parecem mais navios de transporte de tantos tripulantes que há, 4 SSK's e talvez um SSN no início da próxima década, não conseguimos vigiar nem 5% da nossa Costa, Marinha nem opera drones MALE em pleno 2020, quase 2021, não tem radares em solo e tem gente sugerindo NAe Russo e Gripen Naval.

Vamos ter NAe pra proteger 4 Fragatas. Legal, o resto que se foda.

Depois eu sou o ridículo por sugerir nukes.

Só o custo do NAe, Gripen N, helicópteros e AEW&C pagam o SISGAAZ inteiro, com drones, radares e até artilharia de costa derivado do Astros Mk6.

É cada uma...




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Re: Sea Gripen - O caça naval da Saab

#118 Mensagem por Morcego » Qua Dez 09, 2020 6:09 pm

Acho que estamos ampliando muito a coisa toda.

vamos la, uma coisa é o que deveria acontecer e outra o que vai acontecer.

Pelos planos da MB, o Nae-SP não iria passar o resto da vida parado e hoje mesmo estaria operando até que um novo PA fosse construído ou comprado..... era o que se dizia baseado na tal END. Resultado prático??? Não conseguimos nem vender o casco pra desmonte nem fazer dele um museu.

Então, vamos la, o que vai acontecer é que vai ficar ai o PHM Atlântico e os Skyhawk fazendo a alegria dos almirantes quando se reúnem com seus pares argentinos ou chilenos..........; e não teremos nem PA, nem Gripen Naval, ou F-18 ou F-35 ou nada.

Mas, tomemos que por um acaso da existências milhares de chimpanzés extraterrestres desçam no RJ, mais precisamente no AMRJ e façam um processo de abdução reversa pelada ou qualquer coisa que MUDE a cabeça até mesmo do povo brasileiro, e ai, a MB tenha a sua disposição para construir ou comprar 1 BENDITO PORTA AVIÕES e seus AVIÕES......... isso acontecendo, o investimento no desenvolvimento da industria aeronáutica brasileira justifica que aqui façamos o Gripen Naval?

Sim, eu acho que justifica, 150 Gripen NG pra FAB e uns 50 pra MB, seria um investimento alto, mas, a palavra é essa mesmo, INVESTIMENTO.

FCarvalho escreveu: Qua Dez 09, 2020 12:03 am ..........................................anos, o mínimo necessário seriam 3 Nae. Mas se já tá difícil sair um mísero navio, que se dirá de três.
Da mesma forma, um eventual Gripen ......................................




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Re: Sea Gripen - O caça naval da Saab

#119 Mensagem por Diupa » Qui Dez 10, 2020 10:18 am

Morcego escreveu: Qua Dez 09, 2020 6:09 pm
Sim, eu acho que justifica, 150 Gripen NG pra FAB e uns 50 pra MB, seria um investimento alto, mas, a palavra é essa mesmo, INVESTIMENTO.
Se a gente precisa de uns 120 gripen e compram 36 num primeiro lote, acho que se esse teu "se chimpanzés extraterrestres..." acontecer, mandam fazer seis sea gripen só por DOUTRINA.




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Re: Sea Gripen - O caça naval da Saab

#120 Mensagem por FCarvalho » Qui Dez 10, 2020 11:58 am

gabriel219 escreveu: Qua Dez 09, 2020 1:29 am Não dá pra entender, a Marinha se quer tem escoltas, vai ter 4 FCT mal armadas que parecem mais navios de transporte de tantos tripulantes que há, 4 SSK's e talvez um SSN no início da próxima década, não conseguimos vigiar nem 5% da nossa Costa, Marinha nem opera drones MALE em pleno 2020, quase 2021, não tem radares em solo e tem gente sugerindo NAe Russo e Gripen Naval.
Vamos ter NAe pra proteger 4 Fragatas. Legal, o resto que se foda.
Depois eu sou o ridículo por sugerir nukes.
Só o custo do NAe, Gripen N, helicópteros e AEW&C pagam o SISGAAZ inteiro, com drones, radares e até artilharia de costa derivado do Astros Mk6.
É cada uma...
Um Nae para a esquadra não é sugestão minha, faz parte do planejamento estratégico da MB. E não tem data para sair do papel.
Quanto ao mais, como tenho dito, um Nae só faz sentido para nós se for mais de 1 unidade. Se for para ter apenas 1, melhor ficar do jeito que está.
O PEM 2040 aponta as deficiências e as soluções para os enormes hiatos que temos na MB. Mas não depende do almirantado se estas soluções apontadas pela marinha um dia se tornarão realidade. É uma decisão essencialmente Política, e não militar.
Sob este aspecto, estamos ferrados e mal pagos como sempre.
E sim, um Nae é um investimento bilionário. Algo só comparável ao Prosub em termos de custos.
O modelo acima que ilustrei, segundo o projetista russo teria um custo em torno de US 2,7 bilhões cada navio. Para o governo russo, que tem outra visão sobre defesa muito diferente da nossa, é algo que pode até soar barato, dadas as capacidades que tal navio traria aos interesses geopolíticos do país. No nossa caso, serviria, se muito, para mais manchetes do tipo "escândalo naval: almirantes querem gastar 3 bilhões do dinheiro público em porta-aviões!" :roll:




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