GEOPOLÍTICA

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

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Re: GEOPOLÍTICA

#6076 Mensagem por Túlio » Sex Out 23, 2020 8:12 pm

Marcelo Ponciano escreveu: Sex Out 23, 2020 8:04 pm
https://pt.wikipedia.org/wiki/Otaku

[018]
Sei lá eu, SEU COMUNAZZZ FAXIXTX, sempre achei que fosse algum tipo de traveco japa mas nunca pesquisei, só via a palavra aqui e ali e o contexto sempre me parecia meio "esquisitinho". [057]

Mas qualquer sujeito que criou um menino ou mesmo foi vizinho de algum neste século sabe das proezas do GOKU, era o assunto de dez entre dez, especialmente a quantidade de vezes que ressuscitou (cheguei a apartar briga de guri e, ao perguntar - com a cara mais feia que pude fazer - por que diabos aquilo, um me sai com "esse FDP aí tá mentindo, o Goku sempre ressuscita mais forte").

Brabo de ficar sério diante disso, não? [003] [003] [003] [003]




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Re: GEOPOLÍTICA

#6077 Mensagem por Penguin » Sex Out 23, 2020 8:56 pm

Penguin escreveu: Sex Out 23, 2020 7:32 pm
prometheus escreveu: Sex Out 23, 2020 6:07 pm

Definitivamente, Fontes confiáveis são importantes nesse caso, não dou muita credibilidade nisso... qual o custo zmx benefício? Ainda que verdadeiro, não compreendo por que gastar com produção e manutenção de armas nucleares mesmo sabendo que elas não serão usadas... e se sim, somente talvez, no pior dos cenários, 3 no máximo? No caso da URSS me espanto em saber que possuíam quase que 40.000 pelos gráficos que o Penguin postou.

Pra mim, estocar umas 10 a 15 é mais que o suficiente... E focar o restante em p&d militar, em armas tecnologias mais úteis como talvez movidas a lasers? Sei lá, não sou conhecedor do assunto, mas pra mim não faz sentido algum... Se a finalidade é ser dissuadora, 4000 é burrice total, desperdício de recursos.
Algumas estimativas são fáceis de fazer...

Por exemplo, hoje a França possui 4 SSBN da classe Triomphant.
Cada submarino pode carregar 16 misseis M51, com 10.000km de alcance, com até 10 ogivas nucleares em cada um, ou seja, 160 ogivas nucleares em um único submarino
A capacidade total seria 160 x 4 = 640 ogivas.
Como sempre haverá 1 ou 2 submarinos em manutenção, na prática seriam 320 ogivas prontas para uso. Possivelmente nem todos os misseis estejam equipados com 10 ogivas.
Adicionalmente eles têm 75 misseis ASMP equipados com ogivas nucleares que armam Mirage 2000N e Rafale.

As estimativas apontam que a França tenha em torno de 300 ogivas.

-------------

Cada SSBN da Classe Ohio carrega 24 SLBM com 12 ogivas cada. Isso dá 288 ogivas por submarino. São 18 submarinos desses e em breve 24.
18 x 288 = 5.184 ogivas
24 x 288 = 6.912 ogivas

OBS.: Aqui eu simplifiquei, pq há versões do Trident ainda em uso que carregam até 8 ogivas. Mas a capacidade com as ultimas versões é essa descrita.

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Re: GEOPOLÍTICA

#6078 Mensagem por prometheus » Sáb Out 24, 2020 8:18 pm

Penguin escreveu: Sex Out 23, 2020 7:32 pm
prometheus escreveu: Sex Out 23, 2020 6:07 pm

Definitivamente, Fontes confiáveis são importantes nesse caso, não dou muita credibilidade nisso... qual o custo zmx benefício? Ainda que verdadeiro, não compreendo por que gastar com produção e manutenção de armas nucleares mesmo sabendo que elas não serão usadas... e se sim, somente talvez, no pior dos cenários, 3 no máximo? No caso da URSS me espanto em saber que possuíam quase que 40.000 pelos gráficos que o Penguin postou.

Pra mim, estocar umas 10 a 15 é mais que o suficiente... E focar o restante em p&d militar, em armas tecnologias mais úteis como talvez movidas a lasers? Sei lá, não sou conhecedor do assunto, mas pra mim não faz sentido algum... Se a finalidade é ser dissuadora, 4000 é burrice total, desperdício de recursos.
Algumas estimativas são fáceis de fazer...

Por exemplo, hoje a França possui 4 SSBN da classe Triomphant.
Cada submarino pode carregar 16 misseis M51, com 10.000km de alcance, com até 10 ogivas nucleares em cada um, ou seja, 160 ogivas nucleares em um único submarino
A capacidade total seria 160 x 4 = 640 ogivas.
Como sempre haverá 1 ou 2 submarinos em manutenção, na prática seriam 320 ogivas prontas para uso. Possivelmente nem todos os misseis estejam equipados com 10 ogivas.
Adicionalmente eles têm 75 misseis ASMP equipados com ogivas nucleares que armam Mirage 2000N e Rafale.

As estimativas apontam que a França tenha em torno de 300 ogivas.

-------------

Cada SSBN da Classe Ohio carrega 24 SLBM com 12 ogivas cada. Isso dá 288 ogivas por submarino. São 18 submarinos desses e em breve 24.
18 x 288 = 5.184 ogivas
24 x 288 = 6.912 ogivas

OBS.: Aqui eu simplifiquei, pq há versões do Trident ainda em uso que carregam até 8 ogivas. Mas a capacidade com as ultimas versões é essa descrita.
Hm, muito interessante!

Isso significa que as armas nucleares são produzidas com base em projeção militar, no caso de submarinos pelo que você falou ai... Mas por que tem de o ser nuclear? Não podem ser mísseis comuns simplesmente? Não seriam mais úteis em caso de guerra? É só demonstração de força, de que possuem poderio militar, é isso? Não é burrice focar em algo só p isso?

Eu francamente nunca entendi muito as diferenças das embarcações maritimas, mas existem uns que podem ser chamados de "artilharias" e outros de "infantarias" do mar e etc etc, mas alguns também podem lançar mísseis guiados contra alvos terrestres, não? Então os submarinos não caem em desuso no caso? Sei lá. São estratégicos definitivamente por atuarem no submerso, mas enfim. Submarinos atacam outros navios? Ou só lançam mísseis? Eu definitivamente não entendo muito, me desculpe.

Logo a finalidade é dissuadir demonstrando que seus submarinos podem carregar esses mísseis c ogivas, é isso? O da URSS realmente é incompreensível, 40k... Pareciam que estocavam p Marte, não é possível isso... De qualquer forma, desses muitos submarinos com ogivas aí, quantos serão usados em caso de guerra? No caso do Brasil basta lançar umas duas bombas em SP e RJ e já era, acho... Não precisariam disso tudo. Enfim.




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Re: GEOPOLÍTICA

#6079 Mensagem por Penguin » Sáb Out 24, 2020 9:37 pm

prometheus escreveu: Sáb Out 24, 2020 8:18 pm
Penguin escreveu: Sex Out 23, 2020 7:32 pm

Algumas estimativas são fáceis de fazer...

Por exemplo, hoje a França possui 4 SSBN da classe Triomphant.
Cada submarino pode carregar 16 misseis M51, com 10.000km de alcance, com até 10 ogivas nucleares em cada um, ou seja, 160 ogivas nucleares em um único submarino
A capacidade total seria 160 x 4 = 640 ogivas.
Como sempre haverá 1 ou 2 submarinos em manutenção, na prática seriam 320 ogivas prontas para uso. Possivelmente nem todos os misseis estejam equipados com 10 ogivas.
Adicionalmente eles têm 75 misseis ASMP equipados com ogivas nucleares que armam Mirage 2000N e Rafale.

As estimativas apontam que a França tenha em torno de 300 ogivas.

-------------

Cada SSBN da Classe Ohio carrega 24 SLBM com 12 ogivas cada. Isso dá 288 ogivas por submarino. São 18 submarinos desses e em breve 24.
18 x 288 = 5.184 ogivas
24 x 288 = 6.912 ogivas

OBS.: Aqui eu simplifiquei, pq há versões do Trident ainda em uso que carregam até 8 ogivas. Mas a capacidade com as ultimas versões é essa descrita.
Hm, muito interessante!

Isso significa que as armas nucleares são produzidas com base em projeção militar, no caso de submarinos pelo que você falou ai... Mas por que tem de o ser nuclear? Não podem ser mísseis comuns simplesmente? Não seriam mais úteis em caso de guerra? É só demonstração de força, de que possuem poderio militar, é isso? Não é burrice focar em algo só p isso?

Eu francamente nunca entendi muito as diferenças das embarcações maritimas, mas existem uns que podem ser chamados de "artilharias" e outros de "infantarias" do mar e etc etc, mas alguns também podem lançar mísseis guiados contra alvos terrestres, não? Então os submarinos não caem em desuso no caso? Sei lá. São estratégicos definitivamente por atuarem no submerso, mas enfim. Submarinos atacam outros navios? Ou só lançam mísseis? Eu definitivamente não entendo muito, me desculpe.

Logo a finalidade é dissuadir demonstrando que seus submarinos podem carregar esses mísseis c ogivas, é isso? O da URSS realmente é incompreensível, 40k... Pareciam que estocavam p Marte, não é possível isso... De qualquer forma, desses muitos submarinos com ogivas aí, quantos serão usados em caso de guerra? No caso do Brasil basta lançar umas duas bombas em SP e RJ e já era, acho... Não precisariam disso tudo. Enfim.

Ninguém divulga publicamente a quantidade de armas nucleares que dispõe, embora exista uma série de acordos de monitoramento entre as principais potencias e elas possuem meios de inteligência para obter estimativas mais precisas (espionagem, satélites etc etc). Os serviços de inteligência com certeza tem avaliações bem mais precisas do que o público geral.
Com base nos vetores de armas nucleares conhecidos publicamente de cada país (submarinos nucleares, bombardeiros nucleares e silos sobretudo) é possível estimar a ordem de grandeza dos arsenais nucleares. Mais difícil é estimar a quantidade de armas nucleares táticas.


Com relação aos submarinos, simplificadamente há basicamente 3 tipos de submarinos:
1. Nucleares
1.1. SSN - Submarino de ataque -> equipados com torpedos, misseis anti-navio e misseis cruzeiros-> https://en.wikipedia.org/wiki/SSN_(hull ... no_nuclear
1.2. SSBN - Submarino nuclear lançador de mísseis balísticos -> equipados com com torpedos, misseis anti-navio e misseis cruzeiros e o mais importante, misseis balísticos armados com ogivas nucleares. Já há algum tempo é o principal vetor de ataque nuclear devido a grande dificuldade em ser neutralizado pelo inimigo -> https://pt.wikipedia.org/wiki/Submarino ... 3%ADsticos
2. SSK - Diesel Elétrico -> equipados com torpedos, misseis anti-navio e misseis cruzeiros

Os misseis de cruzeiro podem atingir alvos no mar (navios) e em terra. Normalmente suas ogivas são convencionais, mas alguns podem ser equipados com ogivas nucleares.
Os misseis balísticos nucleares servem para atacar alvos em terra.
Como o uso de misseis balísticos de longo alcance é muito monitorado, o uso desse tipo de vetor equipado com ogivas convencionais pode ser confundido com um ataque nuclear e desencadear um contra ataque (nuclear). As potencias evitam o uso desse tipo de vetor com ogivas convencionais. Além disso a precisão teria que ser muito alta para ter efetividade.

----------------------

Veja a doutrina da Destruição mútua assegurada (MAD - Mutual assured destruction). Esse foi a doutrina que prevaleceu durante a Guerra Fria e de certa forma ainda é válida hoje e explica os arsenais exagerados.

Imagem


Texto sobre o tema. Ver item 4:
REFLEXÕES SOBRE A GUERRA NUCLEAR E A NATUREZA DUAL DA GUERRA
EM CLAUSEWITZ
https://www.esg.br/estudos-estrategicos ... guerra.pdf

Trecho:
Entretanto, no começo da década de 1960 os arsenais norte-americanos e soviéticos tinham crescido tanto e se
sofisticado que nenhum dos dois países poderia destruir a capacidade de retaliação do outro
(second strike capability), inaugurando uma era em que começar uma guerra nuclear seria
cometer suicídio, período em que ficou conhecido pela doutrina militar do MAD, sigla em
inglês para destruição mútua assegurada (Id., ibid.). Isso significava que na hipótese de um
primeiro ataque nuclear, o outro poderia responder e lançar seus artefatos nucleares, assim,
todos os atores envolvidos seriam mutuamente destruídos. Portanto, a partir da referida
década, a MAD entrou nos cálculos de custos das superpotências, vindo a embasar sua
capacidade de dissuasão nuclear. Por tal motivo, diz-se que a Guerra Fria foi um período de
limitação da guerra (SHEENAN in BAYLIS et al., 2007), ou seja, os conflitos que existiram
eram pontuais e se buscava não envolver as duas superpotências diretamente neles, a fim de
evitar a escalada de uma guerra direta. Inclusive, a MAD teria papel essencial nesse
entendimento, pois teria restringido o comportamento das superpotências e desencorajado o
uso de ameaças nucleares para resolver disputas (LIEBER; PRESS, 2006).
[]s




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Re: GEOPOLÍTICA

#6080 Mensagem por prometheus » Dom Out 25, 2020 5:10 pm

Penguin escreveu: Sáb Out 24, 2020 9:37 pm
prometheus escreveu: Sáb Out 24, 2020 8:18 pm

Hm, muito interessante!

Isso significa que as armas nucleares são produzidas com base em projeção militar, no caso de submarinos pelo que você falou ai... Mas por que tem de o ser nuclear? Não podem ser mísseis comuns simplesmente? Não seriam mais úteis em caso de guerra? É só demonstração de força, de que possuem poderio militar, é isso? Não é burrice focar em algo só p isso?

Eu francamente nunca entendi muito as diferenças das embarcações maritimas, mas existem uns que podem ser chamados de "artilharias" e outros de "infantarias" do mar e etc etc, mas alguns também podem lançar mísseis guiados contra alvos terrestres, não? Então os submarinos não caem em desuso no caso? Sei lá. São estratégicos definitivamente por atuarem no submerso, mas enfim. Submarinos atacam outros navios? Ou só lançam mísseis? Eu definitivamente não entendo muito, me desculpe.

Logo a finalidade é dissuadir demonstrando que seus submarinos podem carregar esses mísseis c ogivas, é isso? O da URSS realmente é incompreensível, 40k... Pareciam que estocavam p Marte, não é possível isso... De qualquer forma, desses muitos submarinos com ogivas aí, quantos serão usados em caso de guerra? No caso do Brasil basta lançar umas duas bombas em SP e RJ e já era, acho... Não precisariam disso tudo. Enfim.

Ninguém divulga publicamente a quantidade de armas nucleares que dispõe, embora exista uma série de acordos de monitoramento entre as principais potencias e elas possuem meios de inteligência para obter estimativas mais precisas (espionagem, satélites etc etc). Os serviços de inteligência com certeza tem avaliações bem mais precisas do que o público geral.
Com base nos vetores de armas nucleares conhecidos publicamente de cada país (submarinos nucleares, bombardeiros nucleares e silos sobretudo) é possível estimar a ordem de grandeza dos arsenais nucleares. Mais difícil é estimar a quantidade de armas nucleares táticas.


Com relação aos submarinos, simplificadamente há basicamente 3 tipos de submarinos:
1. Nucleares
1.1. SSN - Submarino de ataque -> equipados com torpedos, misseis anti-navio e misseis cruzeiros-> https://en.wikipedia.org/wiki/SSN_(hull ... no_nuclear
1.2. SSBN - Submarino nuclear lançador de mísseis balísticos -> equipados com com torpedos, misseis anti-navio e misseis cruzeiros e o mais importante, misseis balísticos armados com ogivas nucleares. Já há algum tempo é o principal vetor de ataque nuclear devido a grande dificuldade em ser neutralizado pelo inimigo -> https://pt.wikipedia.org/wiki/Submarino ... 3%ADsticos
2. SSK - Diesel Elétrico -> equipados com torpedos, misseis anti-navio e misseis cruzeiros

Os misseis de cruzeiro podem atingir alvos no mar (navios) e em terra. Normalmente suas ogivas são convencionais, mas alguns podem ser equipados com ogivas nucleares.
Os misseis balísticos nucleares servem para atacar alvos em terra.
Como o uso de misseis balísticos de longo alcance é muito monitorado, o uso desse tipo de vetor equipado com ogivas convencionais pode ser confundido com um ataque nuclear e desencadear um contra ataque (nuclear). As potencias evitam o uso desse tipo de vetor com ogivas convencionais. Além disso a precisão teria que ser muito alta para ter efetividade.

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Veja a doutrina da Destruição mútua assegurada (MAD - Mutual assured destruction). Esse foi a doutrina que prevaleceu durante a Guerra Fria e de certa forma ainda é válida hoje e explica os arsenais exagerados.

Imagem


Texto sobre o tema. Ver item 4:
REFLEXÕES SOBRE A GUERRA NUCLEAR E A NATUREZA DUAL DA GUERRA
EM CLAUSEWITZ
https://www.esg.br/estudos-estrategicos ... guerra.pdf

Trecho:
Entretanto, no começo da década de 1960 os arsenais norte-americanos e soviéticos tinham crescido tanto e se
sofisticado que nenhum dos dois países poderia destruir a capacidade de retaliação do outro
(second strike capability), inaugurando uma era em que começar uma guerra nuclear seria
cometer suicídio, período em que ficou conhecido pela doutrina militar do MAD, sigla em
inglês para destruição mútua assegurada (Id., ibid.). Isso significava que na hipótese de um
primeiro ataque nuclear, o outro poderia responder e lançar seus artefatos nucleares, assim,
todos os atores envolvidos seriam mutuamente destruídos. Portanto, a partir da referida
década, a MAD entrou nos cálculos de custos das superpotências, vindo a embasar sua
capacidade de dissuasão nuclear. Por tal motivo, diz-se que a Guerra Fria foi um período de
limitação da guerra (SHEENAN in BAYLIS et al., 2007), ou seja, os conflitos que existiram
eram pontuais e se buscava não envolver as duas superpotências diretamente neles, a fim de
evitar a escalada de uma guerra direta. Inclusive, a MAD teria papel essencial nesse
entendimento, pois teria restringido o comportamento das superpotências e desencorajado o
uso de ameaças nucleares para resolver disputas (LIEBER; PRESS, 2006).
[]s
Suas postagens são sensacionais, como sempre, sempre muito bem embasadas e objetivas. Agora entendi...

Agora, certa vez vi no jornal um ataque de um navio americano a um prédio (?) sírio que supostamente era uma das bases dos terroristas. Nesse caso, eles lançaram um míssil de cruzador?

Att.




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Re: GEOPOLÍTICA

#6081 Mensagem por Penguin » Dom Out 25, 2020 7:56 pm

prometheus escreveu: Dom Out 25, 2020 5:10 pm
Penguin escreveu: Sáb Out 24, 2020 9:37 pm


Ninguém divulga publicamente a quantidade de armas nucleares que dispõe, embora exista uma série de acordos de monitoramento entre as principais potencias e elas possuem meios de inteligência para obter estimativas mais precisas (espionagem, satélites etc etc). Os serviços de inteligência com certeza tem avaliações bem mais precisas do que o público geral.
Com base nos vetores de armas nucleares conhecidos publicamente de cada país (submarinos nucleares, bombardeiros nucleares e silos sobretudo) é possível estimar a ordem de grandeza dos arsenais nucleares. Mais difícil é estimar a quantidade de armas nucleares táticas.


Com relação aos submarinos, simplificadamente há basicamente 3 tipos de submarinos:
1. Nucleares
1.1. SSN - Submarino de ataque -> equipados com torpedos, misseis anti-navio e misseis cruzeiros-> https://en.wikipedia.org/wiki/SSN_(hull ... no_nuclear
1.2. SSBN - Submarino nuclear lançador de mísseis balísticos -> equipados com com torpedos, misseis anti-navio e misseis cruzeiros e o mais importante, misseis balísticos armados com ogivas nucleares. Já há algum tempo é o principal vetor de ataque nuclear devido a grande dificuldade em ser neutralizado pelo inimigo -> https://pt.wikipedia.org/wiki/Submarino ... 3%ADsticos
2. SSK - Diesel Elétrico -> equipados com torpedos, misseis anti-navio e misseis cruzeiros

Os misseis de cruzeiro podem atingir alvos no mar (navios) e em terra. Normalmente suas ogivas são convencionais, mas alguns podem ser equipados com ogivas nucleares.
Os misseis balísticos nucleares servem para atacar alvos em terra.
Como o uso de misseis balísticos de longo alcance é muito monitorado, o uso desse tipo de vetor equipado com ogivas convencionais pode ser confundido com um ataque nuclear e desencadear um contra ataque (nuclear). As potencias evitam o uso desse tipo de vetor com ogivas convencionais. Além disso a precisão teria que ser muito alta para ter efetividade.

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Veja a doutrina da Destruição mútua assegurada (MAD - Mutual assured destruction). Esse foi a doutrina que prevaleceu durante a Guerra Fria e de certa forma ainda é válida hoje e explica os arsenais exagerados.

Imagem


Texto sobre o tema. Ver item 4:
REFLEXÕES SOBRE A GUERRA NUCLEAR E A NATUREZA DUAL DA GUERRA
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https://www.esg.br/estudos-estrategicos ... guerra.pdf

Trecho:



[]s
Suas postagens são sensacionais, como sempre, sempre muito bem embasadas e objetivas. Agora entendi...

Agora, certa vez vi no jornal um ataque de um navio americano a um prédio (?) sírio que supostamente era uma das bases dos terroristas. Nesse caso, eles lançaram um míssil de cruzador?

Att.
Sim, um míssil de cruzeiro. Tem sido lançados de navios e submarinos para atingir alvos em terra a centenas ou até a alguns milhares de quilômetros de distância (podem tb atingir alvos navais): https://en.wikipedia.org/wiki/Cruise_missile

[]s




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Re: GEOPOLÍTICA

#6082 Mensagem por J.Ricardo » Qua Out 28, 2020 3:11 pm

apareceu no e-cidadania do Senado, bomba atômica brasileira.

https://www12.senado.leg.br/ecidadania/ ... ?id=144131

sei que não vai dar em nada, mas coloquei meu apoio lá

Essa aqui também é boa viu...

https://www12.senado.leg.br/ecidadania/ ... ?id=143284




Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
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Re: GEOPOLÍTICA

#6083 Mensagem por Penguin » Qua Out 28, 2020 3:54 pm

J.Ricardo escreveu: Qua Out 28, 2020 3:11 pm apareceu no e-cidadania do Senado, bomba atômica brasileira.

https://www12.senado.leg.br/ecidadania/ ... ?id=144131

sei que não vai dar em nada, mas coloquei meu apoio lá

Essa aqui também é boa viu...

https://www12.senado.leg.br/ecidadania/ ... ?id=143284
Não vai dar em nada...

Imagem
O Itamaraty aponta também que, além do TNP, o Brasil ainda tem compromisso com a não proliferação de armas nucleares com outros dois tratados: o Tratado para a Proscrição de Armas Nucleares na América Latina e no Caribe (Tratado de Tlatelolco) e o Tratado de Proibição Completa dos Testes Nucleares.
Logo romper esses tratados teria consequências e não me parece haver "estomago" aqui para isso.

Supondo que acontecesse, poderíamos ter as seguintes consequências:
- Embargos econômicos, tecnológicos
- Corrida nuclear na AL
- Poderíamos sofrer ataques em nossas infraestruturas nucleares

Acho que o melhor caminho seria:
- Desenvolver de uma vez por todas a tecnologia de foguetes lançadores de satélites (nada impede)
- Desenvolver de uma vez por todas a tecnologia de misseis de cruzeiro (nada impede)
- Desenvolver de uma vez por todas a tecnologia de propulsão nuclear para submarinos (nada impede)
- Investir muito em aplicações nucleares para uso civil. Essas tecnologias são em grande parte de uso dual. (nada impede)

No dia em que tivermos necessidade real, o tempo para desenvolver armas nucleares aqui seria muito curto e com o problema dos vetores resolvidos.




Editado pela última vez por Penguin em Qua Out 28, 2020 4:22 pm, em um total de 1 vez.
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Re: GEOPOLÍTICA

#6084 Mensagem por Túlio » Qua Out 28, 2020 4:04 pm

A proibição até do trânsito de armas nucleares no Brasil é proibido por nossa própria lei, POWS!!!




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Re: GEOPOLÍTICA

#6085 Mensagem por prometheus » Qua Out 28, 2020 5:12 pm

Penguin escreveu: Qua Out 28, 2020 3:54 pm
J.Ricardo escreveu: Qua Out 28, 2020 3:11 pm apareceu no e-cidadania do Senado, bomba atômica brasileira.

https://www12.senado.leg.br/ecidadania/ ... ?id=144131

sei que não vai dar em nada, mas coloquei meu apoio lá

Essa aqui também é boa viu...

https://www12.senado.leg.br/ecidadania/ ... ?id=143284
Não vai dar em nada...

Imagem
O Itamaraty aponta também que, além do TNP, o Brasil ainda tem compromisso com a não proliferação de armas nucleares com outros dois tratados: o Tratado para a Proscrição de Armas Nucleares na América Latina e no Caribe (Tratado de Tlatelolco) e o Tratado de Proibição Completa dos Testes Nucleares.
Logo romper esses tratados teria consequências e não me parece haver "estomago" aqui para isso.

Supondo que acontecesse, poderíamos ter as seguintes consequências:
- Embargos econômicos, tecnológicos
- Corrida nuclear na AL
- Poderíamos sofrer ataques em nossas infraestruturas nucleares

Acho que o melhor caminho seria:
- Desenvolver de uma vez por todas a tecnologia de foguetes lançadores de satélites (nada impede)
- Desenvolver de uma vez por todas a tecnologia de misseis de cruzeiro (nada impede)
- Desenvolver de uma vez por todas a tecnologia de propulsão nuclear para submarinos (nada impede)
- Investir muito em aplicações nucleares para uso civil. Essas tecnologias são em grande parte de uso dual. (nada impede)

No dia em que tivermos necessidade real, o tempo para desenvolver armas nucleares aqui seria muito curto e com o problema dos vetores resolvidos.
Só uma dúvida: denunciar um tratado desse porte sem que o Brasil possua armas nucleares também causaria embargos econômicos e ou tecnologicos no país, mesmo não se constatando existência de ogivas por aqui? Ou precisamos ser signatário desse tratado para que ocorram inspeções? E outra: os países que não são signatários, isto é, possuem ogivas, tb sofrem sanções por conta disso, ou isso só vale para países sem muita expressão no campo internacional?

Acho que já fomos atacados mesmo pelo segundo caminho... se não me engano em Alcântara os americanos ou franceses(?) nos sabotaram. Mas de fato, creio que seria a melhor via mesmo, a que mais nos traria retorno sem muita dor de cabeça como contrapartida.




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Re: GEOPOLÍTICA

#6086 Mensagem por Penguin » Qua Out 28, 2020 5:46 pm

prometheus escreveu: Qua Out 28, 2020 5:12 pm
Penguin escreveu: Qua Out 28, 2020 3:54 pm

Não vai dar em nada...

Imagem



Logo romper esses tratados teria consequências e não me parece haver "estomago" aqui para isso.

Supondo que acontecesse, poderíamos ter as seguintes consequências:
- Embargos econômicos, tecnológicos
- Corrida nuclear na AL
- Poderíamos sofrer ataques em nossas infraestruturas nucleares

Acho que o melhor caminho seria:
- Desenvolver de uma vez por todas a tecnologia de foguetes lançadores de satélites (nada impede)
- Desenvolver de uma vez por todas a tecnologia de misseis de cruzeiro (nada impede)
- Desenvolver de uma vez por todas a tecnologia de propulsão nuclear para submarinos (nada impede)
- Investir muito em aplicações nucleares para uso civil. Essas tecnologias são em grande parte de uso dual. (nada impede)

No dia em que tivermos necessidade real, o tempo para desenvolver armas nucleares aqui seria muito curto e com o problema dos vetores resolvidos.
Só uma dúvida: denunciar um tratado desse porte sem que o Brasil possua armas nucleares também causaria embargos econômicos e ou tecnologicos no país, mesmo não se constatando existência de ogivas por aqui?
Com alta probabilidade sim. Causaria embargos de todo tipo.

Ou precisamos ser signatário desse tratado para que ocorram inspeções?
Fora de tratados só teremos embargos e ameaças de ataques.


E outra: os países que não são signatários, isto é, possuem ogivas, tb sofrem sanções por conta disso, ou isso só vale para países sem muita expressão no campo internacional?
India e Paquistão sofreram embargos durante muito tempo.
Israel fez tudo em segredo e até hoje não admite que tem. Mas esse é um caso a parte.
Africa do Sul abdicou devido a enorme pressão externa.
Hoje é mais dificil (vide a situação do Irã e da Coreia do Norte)


Acho que já fomos atacados mesmo pelo segundo caminho... se não me engano em Alcântara os americanos ou franceses(?) nos sabotaram.
Não avançamos mais nos pontos citados por incompetência mesmo. A culpa é só nossa.

Mas de fato, creio que seria a melhor via mesmo, a que mais nos traria retorno sem muita dor de cabeça como contrapartida.
[/quote]Se tivéssemos firmeza de proposito e estratégia...
O programa espacial do Brasil e da India começaram na mesma época. A India é autossuficiente no envio de satélites ao espaço, envia sondas e satélites para a Lua e produz seus próprios misseis balísticos. Nos ainda compramos nossos satélites no estrangeiros e contratamos os lançamentos tb no estrangeiro.

[]s




Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
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Re: GEOPOLÍTICA

#6087 Mensagem por knigh7 » Qui Dez 17, 2020 11:46 pm





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Re: GEOPOLÍTICA

#6088 Mensagem por J.Ricardo » Sex Dez 18, 2020 3:20 pm

Só pra lembrar que até pouco tempo atrás o Brasil estava sofrendo muita pressão para assinarmos um tratado adicional da TNP, não sei como os políticos "do bem" não fizeram barulho para assinarmos.
Parabéns aos governantes que não se dobraram.




Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
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Re: GEOPOLÍTICA

#6089 Mensagem por knigh7 » Ter Jan 19, 2021 10:41 am

Acredito que muitos não assinam a Gazeta do Povo. 1 dia após a publicação na coluna dele, o jornalista Guilherme Fiuza a narra e a coloca no YT. Então segue:





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Re: GEOPOLÍTICA

#6090 Mensagem por cabeça de martelo » Qua Jan 20, 2021 9:48 am

DEPARTMENT OF THE NAVY

A Strategic Blueprint for the Arctic

:arrow: https://media.defense.gov/2021/Jan/05/2 ... 0FINAL.PDF




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
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