Chile

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Re: Chile

#91 Mensagem por Penguin » Ter Out 27, 2020 8:29 pm

Túlio escreveu: Ter Out 27, 2020 5:10 pm
Wolfgang escreveu: Ter Out 27, 2020 2:42 pm Acho que os chilenos sabem mais do País deles do que nós.
Por supuesto, e os Venezuelanos também, tanto que hoje são um paradigma a ser seguido por todos, o Povo mais feliz do mundo. Começou igual lá, dale prebiscito pra tudo... :twisted: :twisted: :twisted: :twisted:
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Re: Chile

#92 Mensagem por Túlio » Ter Out 27, 2020 9:01 pm

Penguin escreveu: Ter Out 27, 2020 8:29 pm
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Re: Chile

#93 Mensagem por prometheus » Ter Out 27, 2020 10:04 pm

Sei que aqui é sobre o Chile, mas... pelo andar da carruagem a esquerda vai retornar ao poder por aqui também caso faça uma frente ampla contra o Bolsonaro em 2022. Não sei por que a onda liberal(izante) está durando pouco tempo por aqui na América latina... incompreensível. Talvez porque historicamente somos mais ligados a um populismo intervencionista?

Inclusive, tem alguns setores da esquerda aventando a mesma estratégia que os peronistas realizaram na Argentina, lançar uma ex presidenta como vice, assim como o está sendo, em certa medida, com os EUA agora. Sabemos que aqui o Lula não sai mais, está inelegível e etc, mas desejavam muito colocá-lo como vice do Ciro; em poucas palavras, focarao possivelmente em uma aliança política de esquerda. Apoio popular de base parece que já possuem, até porque estão agora na ofensiva política, contra um governo de "direita" (+ centro direita pelo visto) e os objetivos en comum tendem a se consensuar.

E francamente? Estou c uma impressão que o Biden sairá vitorioso nos EUA (espero me enganar), isso será um caos p atual governo brasileiro, mas pode servir de efeito bomerangue caso o Biden tome uma postura pro globalismo e interfira muito por aqui e na Amazônia, como ele prometeu (pode reacender o populismo bolsonarista e etc), mas creio que seja muito cedo p prognosticar ainda... So me espanta os momentos liberais na América latina nunca surtirem efeito, precisávamos de momentos de prosperidade econômica, até para acumulassem capitais para as "políticas sociais".




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Re: Chile

#94 Mensagem por Brasileiro » Ter Out 27, 2020 11:07 pm

Aqui, quando teve governo propondo constituinte (@2013), não deu em nada e foi completamente rejeitado como proposta. E não era pra menos também, pois ninguém estava pedindo isto.

Ao contrário do Chile, onde não apenas foi reivindicado, como também obteve aprovação incontestável e ampla. Formou-se meio que um consenso.

Agora aqui vem de novo com essa de constituinte que ninguém pediu. E se não tomarem cuidado o tiro sai pela culatra, pois uma constituinte é pretexto para vazão de inúmeros descontentamentos, e quem recebe a conta, politicamente, é quem está lá. E aí vão fazer o que, dizer que não era bem assim? Na dúvida, vai ficar tudo como está mesmo.




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Re: Chile

#95 Mensagem por Matheus » Ter Out 27, 2020 11:09 pm

Penguin escreveu: Ter Out 27, 2020 8:29 pm
Túlio escreveu: Ter Out 27, 2020 5:10 pm
Por supuesto, e os Venezuelanos também, tanto que hoje são um paradigma a ser seguido por todos, o Povo mais feliz do mundo. Começou igual lá, dale prebiscito pra tudo... :twisted: :twisted: :twisted: :twisted:
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Re: Chile

#96 Mensagem por P44 » Qua Out 28, 2020 5:35 am

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Re: Chile

#97 Mensagem por delmar » Qua Out 28, 2020 10:29 am

So me espanta os momentos liberais na América latina nunca surtirem efeito, precisávamos de momentos de prosperidade econômica, até para acumulassem capitais para as "políticas sociais".
Muito tempo atrás, num certo país tropical, um ministro gordo e falante implantou uma política econômica liberal exatamente assim. A explicação foi a de que "primeiro precisamos fazer o bolo crescer para depois repartir" . O tempo foi passando e o povo percebeu que os detentores do bolo não tinham a menor intenção de reparti-lo, então a política liberal acabou. Os liberais da América do Sul são, quase todos, sugadores do estado para enriquecerem e nunca estão dispostos a dividirem nada.




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Re: Chile

#98 Mensagem por Túlio » Qua Out 28, 2020 11:27 am

delmar escreveu: Qua Out 28, 2020 10:29 am
Muito tempo atrás, num certo país tropical, um ministro gordo e falante implantou uma política econômica liberal exatamente assim. A explicação foi a de que "primeiro precisamos fazer o bolo crescer para depois repartir" . O tempo foi passando e o povo percebeu que os detentores do bolo não tinham a menor intenção de reparti-lo, então a política liberal acabou. Os liberais da América do Sul são, quase todos, sugadores do estado para enriquecerem e nunca estão dispostos a dividirem nada.
Verdade, e os "progressistas", que querem dividir tudo* com os menos afortunados (leia-se a pobraiada)? Não os tenho visto seguindo os conselhos de Cristo - tá certo, na maioria são ATEUS mesmo - tipo entregar TUDO o que têm e viver de esmolas (do Estado).


* - Por "tudo" entenda-se "tudo o que é dos outros, porque no meu não se mexe". :lol: :lol: :lol: :lol:


PS.: claro que estou falando SÓ DO CHILE.




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Re: Chile

#99 Mensagem por Brasileiro » Qua Out 28, 2020 11:47 am

Voltando ao Chile...

1970: "Tem que diminuir essa desigualdade ae.. vamo baixar essa mierda"
1973: "No no no... hay que subir de nuevo essa mierda, tá muy malo, sai daqui vai embora weón"
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1970 pra trás: "Chile la locomotora andina.. a gente cresce e o resto vai atrás"
Despues de los 70's: "Va mas despacio, precisa dejar los outros crescer, que tem mais chego,lá na frente nosotros alcançamos eles"
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Re: Chile

#100 Mensagem por Penguin » Qua Out 28, 2020 1:15 pm

Matheus escreveu: Ter Out 27, 2020 11:09 pm
Penguin escreveu: Ter Out 27, 2020 8:29 pm

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Ideia fixa...

Ricardo Barros diz que vai propor “imediatamente” plebiscito sobre nova Constituição
Gazeta Brasil
28 de outubro de 2020
https://gazetabrasil.com.br/politica/ri ... stituicao/




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Re: Chile

#101 Mensagem por prometheus » Qua Out 28, 2020 6:04 pm

delmar escreveu: Qua Out 28, 2020 10:29 am
So me espanta os momentos liberais na América latina nunca surtirem efeito, precisávamos de momentos de prosperidade econômica, até para acumulassem capitais para as "políticas sociais".
Muito tempo atrás, num certo país tropical, um ministro gordo e falante implantou uma política econômica liberal exatamente assim. A explicação foi a de que "primeiro precisamos fazer o bolo crescer para depois repartir" . O tempo foi passando e o povo percebeu que os detentores do bolo não tinham a menor intenção de reparti-lo, então a política liberal acabou. Os liberais da América do Sul são, quase todos, sugadores do estado para enriquecerem e nunca estão dispostos a dividirem nada.
Isso não importa, p ser franco, porque sabemos que esse bolo foi, indiretamente ou não, repartido durante as gestões de esquerda aqui no Brasil, ela se reverteu a longo prazo em capitais de grande valia para o país... Que eu saiba, o país, embora tenha se endividado muito (e creio que seria inevitável mesmo, não me ocorre nenhum país que tenha crescido a ritmo acelerado sem endividamento) prosperou muito economicamente. Acumulou capital (média do PIB era de 8% ao ano) construiu uma baita infraestrutura estratégica que até hoje provê retorno p nossa economia em MUITOS setores, acresceu a balança comercial e as expoetacoes, instituiu centenas de estatais (que foram muito bem instrumentalizadas durante a gestão petista),
instituiu o prol álcool como fonte energética, fora a usina de Itaipu (até hj muito usada), criaram a Embrapa (até hj a melhor do ramo talvez), implementaram o FGTS , PIS/PASEP ao trabalhador (não foram muitos liberais como alegam então...) e até favorecerem programas de estudos institucionais, de pesquisa, como CNPQ e CAPES, e etc etc... Ou seja, p mim, focaram no que de mais relevante existia p acumular capital de longo prazo.... o bolo, então, pôde ser repartido em programas sociais posteriores, e, ainda que não, teria capital p isso. Agora, me diz, o que a esquerda, ou os demais, fizeram p melhorar o país a longo prazo? Nada que eu saiba... Só endividaram a máquina pública de forma impensada, c aumento dos gastos públicos sem um retorno condigno. E, em alguns casos, deram cabo de planos imperialistas (?) financiando "ditaduras" ou governos no sudoeste africano, e na América latina, mesmo sabendo que o foco deveria ser em casa nessa situação... Lula quis reiniciar o programa nuclear brasileiro, financiou até porto em Mariel (reza a lenda pro nosso submarino? Sei lá), mas no fim só rolou a dívida e a triplicou.

mas, de todo modo, concordo que os liberais brasileiros não se importam muito com o Brasil... Definitivamente. Isso não significa que alguns não estejam preocupados c a redistribuição de renda, até porque os países historicamente liberais europeus (no sentido de uma boa carga tributaria, liberdade econômica etc) são os que possuem as maiores rendas per capita.




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Re: Chile

#102 Mensagem por delmar » Qua Out 28, 2020 9:18 pm

Vamos falar das aposentadorias no Chile e traçar um paralelo com algo ocorrido no Brasil. O ministro, gordo e loquaz, para aumentar a poupança interna incrementou as cadernetas de poupança. Do nada surgiram vários operadores como HASPA, DELFIN. FIN HAB, HABITASUL e outras, além dos bancos comerciais com SULBRASILEIRO, ECONOMICO, NACIONAL, BAMERINDUS, PAULISTA e outros, além dos atualmente existentes. Para sorte dos brasileiros o governo federal criou junto com a caderneta um fundo garantidor para o aplicador. Todos os nomes citados faliram e o governo teve que honrar as dívidas ressarcindo os investidores. O rombo foi enorme levando o BNH à falência e a um aumento da dívida pública.
No Chile o sistema de aposentadoria foi modificado. O trabalhador podia escolher um banco ou operador para aplicar num fundo de pensão que iria bancar sua aposentadoria. O que ocorreu com a poupança no Brasil ocorreu com os Fundos de pensão no Chile. Surgiram vários fundos oferecendo ótimos retornos, planos maravilhosos mas, ao longo dos anos, a maioria faliu. Lá não tinha fundo garantidor e os chilenos perderam suas aposentadorias.




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Re: Chile

#103 Mensagem por J.Ricardo » Sex Out 30, 2020 9:52 am

Constituinte no Brasil? Deus me livre...
Se a atual já é péssima, imagino o demônio que seria essa nova...




Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
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Re: Chile

#104 Mensagem por Túlio » Sex Out 30, 2020 2:36 pm

P44 escreveu: Qua Out 28, 2020 5:35 am Achei engrassade

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Não entendi, O TEXAS declarou independência dos EUA? :lol: :lol: :lol: :lol:




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Re: Chile

#105 Mensagem por Rurst » Seg Jun 07, 2021 1:45 pm

Podem ir imaginando como a nova constituição do Chile será escrita pelos "comunistas chilenos"

Partido Comunista volta à linha de frente da política chilena
Prefeito Daniel Jadue aspira a chegar a La Moneda e lidera as pesquisas para as eleições presidenciais de novembro

https://brasil.elpais.com/internacional ... ilena.html

Partido Comunista do Chile ganha em Santiago e se fortalece para eleição presidencial
Iraci Hassler venceu na principal cidade do país, enquanto o presidenciável Daniel Jadue coquista terceiro mandato seguido em Recoleta

https://www.redebrasilatual.com.br/mund ... -recoleta/

https://internacional.estadao.com.br/no ... 0003737927

Se colocarmos um mapa da América do Sul à nossa frente, é incontestável que nos últimos anos as forças de esquerda conquistaram vitórias importantes. No gigante brasileiro, além das atrocidades cometidas pelo próprio Jair Bolsonaro e as atribuídas a ele pela imprensa estrangeira, que o odeia, os juízes liberaram Luiz Inácio Lula da Silva e o Partido dos Trabalhadores (PT) já está se preparando para a próxima eleição. Se os estrangeiros pudessem votar, Lula, o queridinho deles, já estaria eleito. Mas os brasileiros são mais cautelosos: lembram, sobretudo, que várias sentenças pesam sobre ele, por se aproveitar do poder e por corrupção.

Já a candidatura do juiz Sérgio Moro à presidência da República – o homem que mandou o maior número de empresários, funcionários públicos e criminosos na história do Brasil para a prisão na Operação Lava Jato – vem perdendo força e agora parece estagnada, talvez extinta.

Na Argentina, a dupla Alberto Fernández / Cristina Kirchner parece mais estremecida a cada dia e a ruptura está no ar. Mas ambos são menos tolos do que se pensa e provavelmente manterão uma aparente cordialidade para manter o poder. O que não adianta muito, a julgar pela situação catastrófica do país.

O Chile não está muito melhor e tudo naquele país, que parecia ter feito seu dever de casa e crescido para se distanciar do restante da América Latina e atingir os níveis europeus, está agora um caos absoluto. O Partido Comunista, que havia encolhido até ser quase insignificante, é agora o principal partido político do país, liderado por jovens aguerridos de ambos os sexos que sonham com uma nação uniforme e uma economia controlada pelo Estado, que arruinaria uma sociedade que, ao que parecia, ia ser a primeira na América Latina a acabar com o subdesenvolvimento.

Mas quem se lembra disso agora? O Partido Comunista e os revolucionários e anarquistas da coligação Frente Ampla, e seus jovens furiosos, parecem ter o futuro imediato conquistado e, para piorar a situação, a direita – a ultradireita que é também ultracatólica – parece limitada ao bairro de classe alta de Las Condes. Como os 150 eleitos – talvez mais – vão escrever a nova Constituição? Arrancando os cabelos, é claro.

O país que acreditávamos estar na vanguarda passou para a retaguarda da América Latina em meio às devastações das quais um número é suficiente para medir a catástrofe: em menos de meia hora os rebeldes queimaram e destruíram oito das mais modernas e caras estações de metrô da América Latina.

Na Bolívia, as forças de Evo Morales voltaram ao poder e ele agora tem um candidato que promove e chama de “irmão” e “cholito” (mestiçozinho) em todos os seus discursos. Mas ele não é boliviano, mas peruano: Pedro Castillo, que disputa o segundo turno com Keiko Fujimori nas eleições peruanas que serão decididas hoje.

A Colômbia, como se vê nos jornais, está pegando fogo por todos os lados e o presidente Iván Duque é atacado até por seu partido e seu mestre, o ex-presidente Álvaro Uribe, o acusa de ser fraco e não recorrer mais ao Exército para apaziguar as manifestações violentas que, guiadas pela influência venezuelana, querem tirar o poder dele.

O solitário Equador, com o também solitário Uruguai, países onde os eleitores têm sido mais sensatos do que o restante dos sul-americanos, são as raras exceções democráticas em um subcontinente que parece empenhado em ressuscitar o marxismo-leninismo que europeus e asiáticos se encarregaram de enterrar.

O caso do Peru, país que faz fronteira com cinco países sul-americanos e é alvo imediato do eixo cubano, venezuelano, boliviano e nicaraguense, será resolvido hoje entre o candidato dessa quadriga, Pedro Castillo, e Keiko Fujimori; os dois vencedores do primeiro turno eleitoral. Esta última tem reduzido a distância que tinha do rival, de mais de seis pontos, e Castillo vem diminuindo a vantagem suavemente até quase se igualar a Keiko, segundo as últimas pesquisas, um empate técnico. Quem quer que vença terá muitos problemas com um Parlamento altamente dividido, no qual será difícil, para qualquer governo, obter a maioria indispensável necessária para aprovar as leis.

Mas, ao contrário de outras, esta eleição no Peru significará não uma mudança de governantes, como até agora, mas uma mudança do sistema. Se Pedro Castillo vencer a eleição, o marxismo-leninismo-mariateguismo (como o definem seus seguidores) chegará ao poder batizado e sacramentado com os votos dos peruanos. E, como disseram claramente os dirigentes do partido Peru Livre, que apresentara este candidato, o de Vladimir Cerrón, eles não pretendem deixar o poder, assim como todos os regimes comunistas que existiram no passado no planeta e dos quais são exemplos sobreviventes Cuba, Venezuela e a Nicarágua do comandante Daniel Ortega e sua mulher, Rosario Murillo.

Os peruanos querem isso? Um país devastado pela censura, pela incompetência econômica, sem empresas privadas ou investimentos estrangeiros, empobrecido por burocratas desinformados e servis, e uma polícia política que diariamente asfixia conspirações fantásticas criando uma ditadura mais feroz e sanguinária que qualquer outra que o mundo já tenha conhecido ao longo de sua história?

Muitos de nós, peruanos, acreditamos que não e decidimos votar em Keiko Fujimori. Ela se desculpou publicamente por seus erros do passado e ampliou consideravelmente sua equipe de governo, incorporando antifujimoristas convictos e declarados e se comprometendo a respeitar a liberdade de expressão, o Poder Judiciário e a entrega do poder após cinco anos, conforme estabelecido pela Constituição.

Não é certo que essas promessas lhe farão vencer a eleição. Mas, se a perder, o certo, isso sim, é que com Pedro Castillo no poder não haverá mais eleições limpas no Peru, e as supostas “consultas” eleitorais serão idênticas às farsas coletivas de Cuba, Venezuela e Nicarágua, a cada certo número de anos, durante os quais se pede à população que confirme com os seus votos os candidatos eleitos.

Minha impressão é que boa parte da esquerda peruana está resignada a uma ditadura como a que se agiganta no país do pequeno partido de Vladimir Cerrón (que se formou médico em Cuba, onde viveu por dez anos), o ex-governador de Junín que não pôde se candidatar à presidência por seu partido por ter cometido crimes sancionados pelos juízes.

O surgimento de Pedro Castillo, um professor de Chota, região de Cajamarca, surpreendeu a população de Lima, que, de repente, descobriu que existiam as províncias, com enormes reivindicações contra a capital – que representa mais ou menos um terço da população, mas concentra a maior parte do poder econômico e político do país – e um ressentimento que a má gestão da pandemia agravou, pois matou, até agora, um a cada 200 peruanos (cerca de 180 mil pessoas), principalmente nas províncias e nos vilarejos das montanhas, o que é refletido como um espelho nestas eleições.

Mas ceder ao mais imediato, como as enormes distâncias que separam os ricos dos pobres no país e que esta pandemia tornou mais visíveis e dramáticas, é precipitar-se em um suicídio político que acabaria para sempre – ou por muito tempo – com a possibilidade de o país recuperar sua velha história, quando foi, no passado pré-hispânico, a cabeça de um império que alimentou a todos, ou nos 300 anos coloniais em que o vice-reinado peruano foi o mais próspero da América.

Tudo isso para se tornar um agente a serviço de Cuba e da Venezuela, países que, embora passem fome e tenham se transformado em prisões, sabem, acima de tudo, reprimir e controlar uma sociedade falida. Por isso fiz campanha para Keiko Fujimori e espero muito que ela ganhe esta eleição.




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