prometheus escreveu: Sáb Out 24, 2020 8:18 pm
Penguin escreveu: Sex Out 23, 2020 7:32 pm
Algumas estimativas são fáceis de fazer...
Por exemplo, hoje a França possui 4 SSBN da classe Triomphant.
Cada submarino pode carregar 16 misseis M51, com 10.000km de alcance, com até 10 ogivas nucleares em cada um, ou seja, 160 ogivas nucleares em um único submarino
A capacidade total seria 160 x 4 = 640 ogivas.
Como sempre haverá 1 ou 2 submarinos em manutenção, na prática seriam 320 ogivas prontas para uso. Possivelmente nem todos os misseis estejam equipados com 10 ogivas.
Adicionalmente eles têm 75 misseis ASMP equipados com ogivas nucleares que armam Mirage 2000N e Rafale.
As estimativas apontam que a França tenha em torno de 300 ogivas.
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Cada SSBN da Classe Ohio carrega 24 SLBM com 12 ogivas cada. Isso dá 288 ogivas por submarino. São 18 submarinos desses e em breve 24.
18 x 288 = 5.184 ogivas
24 x 288 = 6.912 ogivas
OBS.: Aqui eu simplifiquei, pq há versões do Trident ainda em uso que carregam até 8 ogivas. Mas a capacidade com as ultimas versões é essa descrita.
Hm, muito interessante!
Isso significa que as armas nucleares são produzidas com base em projeção militar, no caso de submarinos pelo que você falou ai... Mas por que tem de o ser nuclear? Não podem ser mísseis comuns simplesmente? Não seriam mais úteis em caso de guerra? É só demonstração de força, de que possuem poderio militar, é isso? Não é burrice focar em algo só p isso?
Eu francamente nunca entendi muito as diferenças das embarcações maritimas, mas existem uns que podem ser chamados de "artilharias" e outros de "infantarias" do mar e etc etc, mas alguns também podem lançar mísseis guiados contra alvos terrestres, não? Então os submarinos não caem em desuso no caso? Sei lá. São estratégicos definitivamente por atuarem no submerso, mas enfim. Submarinos atacam outros navios? Ou só lançam mísseis? Eu definitivamente não entendo muito, me desculpe.
Logo a finalidade é dissuadir demonstrando que seus submarinos podem carregar esses mísseis c ogivas, é isso? O da URSS realmente é incompreensível, 40k... Pareciam que estocavam p Marte, não é possível isso... De qualquer forma, desses muitos submarinos com ogivas aí, quantos serão usados em caso de guerra? No caso do Brasil basta lançar umas duas bombas em SP e RJ e já era, acho... Não precisariam disso tudo. Enfim.
Ninguém divulga publicamente a quantidade de armas nucleares que dispõe, embora exista uma série de acordos de monitoramento entre as principais potencias e elas possuem meios de inteligência para obter estimativas mais precisas (espionagem, satélites etc etc). Os serviços de inteligência com certeza tem avaliações bem mais precisas do que o público geral.
Com base nos vetores de armas nucleares conhecidos publicamente de cada país (submarinos nucleares, bombardeiros nucleares e silos sobretudo) é possível estimar a ordem de grandeza dos arsenais nucleares. Mais difícil é estimar a quantidade de armas nucleares táticas.
Com relação aos submarinos, simplificadamente há basicamente 3 tipos de submarinos:
1. Nucleares
1.1. SSN - Submarino de ataque -> equipados com torpedos, misseis anti-navio e misseis cruzeiros->
https://en.wikipedia.org/wiki/SSN_(hull ... no_nuclear
1.2. SSBN - Submarino nuclear lançador de mísseis balísticos -> equipados com com torpedos, misseis anti-navio e misseis cruzeiros e o mais importante, misseis balísticos armados com ogivas nucleares. Já há algum tempo é o principal vetor de ataque nuclear devido a grande dificuldade em ser neutralizado pelo inimigo ->
https://pt.wikipedia.org/wiki/Submarino ... 3%ADsticos
2. SSK - Diesel Elétrico -> equipados com torpedos, misseis anti-navio e misseis cruzeiros
Os misseis de cruzeiro podem atingir alvos no mar (navios) e em terra. Normalmente suas ogivas são convencionais, mas alguns podem ser equipados com ogivas nucleares.
Os misseis balísticos nucleares servem para atacar alvos em terra.
Como o uso de misseis balísticos de longo alcance é muito monitorado, o uso desse tipo de vetor equipado com ogivas convencionais pode ser confundido com um ataque nuclear e desencadear um contra ataque (nuclear). As potencias evitam o uso desse tipo de vetor com ogivas convencionais. Além disso a precisão teria que ser muito alta para ter efetividade.
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Veja a doutrina da Destruição mútua assegurada (MAD - Mutual assured destruction). Esse foi a doutrina que prevaleceu durante a Guerra Fria e de certa forma ainda é válida hoje e explica os arsenais exagerados.
Texto sobre o tema. Ver item 4:
REFLEXÕES SOBRE A GUERRA NUCLEAR E A NATUREZA DUAL DA GUERRA
EM CLAUSEWITZ
https://www.esg.br/estudos-estrategicos ... guerra.pdf
Trecho:
Entretanto, no começo da década de 1960 os arsenais norte-americanos e soviéticos tinham crescido tanto e se
sofisticado que nenhum dos dois países poderia destruir a capacidade de retaliação do outro
(second strike capability), inaugurando uma era em que começar uma guerra nuclear seria
cometer suicídio, período em que ficou conhecido pela doutrina militar do MAD, sigla em
inglês para destruição mútua assegurada (Id., ibid.). Isso significava que na hipótese de um
primeiro ataque nuclear, o outro poderia responder e lançar seus artefatos nucleares, assim,
todos os atores envolvidos seriam mutuamente destruídos. Portanto, a partir da referida
década, a MAD entrou nos cálculos de custos das superpotências, vindo a embasar sua
capacidade de dissuasão nuclear. Por tal motivo, diz-se que a Guerra Fria foi um período de
limitação da guerra (SHEENAN in BAYLIS et al., 2007), ou seja, os conflitos que existiram
eram pontuais e se buscava não envolver as duas superpotências diretamente neles, a fim de
evitar a escalada de uma guerra direta. Inclusive, a MAD teria papel essencial nesse
entendimento, pois teria restringido o comportamento das superpotências e desencorajado o
uso de ameaças nucleares para resolver disputas (LIEBER; PRESS, 2006).
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