ARTILHARIA DA F TERRESTRE
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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE
Uma questão teórica que mexe com as bases da doutrina da arma de artilharia.
Um veículo como o G6-52 atender com a mesma eficiência/eficácia as necessidades de apoio de fogo das forças blindadas de cavalaria do EB, e assim substituir com vantagem os atuais M-109 em futuro previsível?
Sabe-se que os veículos sobre rodas evoluíram de tal forma que os impedimentos e limitações operacionais de outrora foram em grande parte superados pelas novas tecnologias desenvolvidas e implementadas nos mesmos.
Sendo um veículo que já demonstrou grande flexibilidade/mobilidade em diversos tipos de terrenos além de capaz de prover fogo de artilharia a distâncias muito longas, o uso destes juntos aos CC e VBCI SL pode ser uma possibilidade a ser estudada por um país como o Brasil que tem diretivas institucionais e político-estratégicas no sentido de buscar maior autonomia e capacidade em termos de BID, tecnológicas e sistemas de defesa que possam dispor as forças armadas das capacidades que precisam para atuar em seu entorno operacional sul americano e mesmo na Africa ocidental.
Será que já não estaria na hora de começar a quebrar alguns paradigmas na artilharia em pró de mudanças que possam elevar-nos a um outro patamar na Defesa?
Opiniões.
abs
Um veículo como o G6-52 atender com a mesma eficiência/eficácia as necessidades de apoio de fogo das forças blindadas de cavalaria do EB, e assim substituir com vantagem os atuais M-109 em futuro previsível?
Sabe-se que os veículos sobre rodas evoluíram de tal forma que os impedimentos e limitações operacionais de outrora foram em grande parte superados pelas novas tecnologias desenvolvidas e implementadas nos mesmos.
Sendo um veículo que já demonstrou grande flexibilidade/mobilidade em diversos tipos de terrenos além de capaz de prover fogo de artilharia a distâncias muito longas, o uso destes juntos aos CC e VBCI SL pode ser uma possibilidade a ser estudada por um país como o Brasil que tem diretivas institucionais e político-estratégicas no sentido de buscar maior autonomia e capacidade em termos de BID, tecnológicas e sistemas de defesa que possam dispor as forças armadas das capacidades que precisam para atuar em seu entorno operacional sul americano e mesmo na Africa ocidental.
Será que já não estaria na hora de começar a quebrar alguns paradigmas na artilharia em pró de mudanças que possam elevar-nos a um outro patamar na Defesa?
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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE
O Caiafa tinha comentado num vídeo dele sobre os caminhões Tatra (aos 47:20, caso o link não leve direto) que há sim interesse do EB de um obuseiro autopropulsado de 155mm sobre rodas. Segundo eles os dois favoritos são o ATMOS da Elbit e o CEASAR da Nexter.
- FCarvalho
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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE
No caso em tela Javalindo66 ele fez menção ao projeto da Viatura Blindada de Artilharia Auto Propulsada Sobre Rodas 155 para as unidades de cav e inf mecanizadas. É um projeto que visa adotar os GAC daquelas GU com isso assim:
Na época a Avibrás chegou a propor ao EB esse desenho mas não foi pra frente.
Hoje há um ROB/RTLI para este veículo.
O que estou questionando é se um veículo SR poderia substituir os M-109 nas brigadas blindadas, como exemplifiquei acima com o G6-52.
Embora ambos sejam sobre rodas, são conceitos distintos.
abs
Na época a Avibrás chegou a propor ao EB esse desenho mas não foi pra frente.
Hoje há um ROB/RTLI para este veículo.
O que estou questionando é se um veículo SR poderia substituir os M-109 nas brigadas blindadas, como exemplifiquei acima com o G6-52.
Embora ambos sejam sobre rodas, são conceitos distintos.
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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE
O M-71 Soltam foi oferecido pelos israelenses para suprir a necessidade de substituição dos M-114.
No caso, ele é um obuseiro 155/39 pesando 9 ton e com alcance máximo na faixa de 23 kms apenas. Ou seja, nada fora do que o EB já está acostumado.
Em todo caso, o ROB para a VBC AP-SR fala em um obueiro com no mínimo 39 calibres, o que efetivamente limita o alcance do mesmo, mas ainda assim, de acordo com os parâmetros estabelecidos naquele documento.
Procurei informações sobre o M-71 e tudo que encontrei sobre fala apenas sobre o uso do obuseiro em 39 calibres.
Contudo, a Soltam fabrica, e oferece, no mercado para exportação o Atmos 2000, em calibre 39, 45 e 52 calibres.
Neste sentido, gostaria de saber se o M-71 pode receber aqueles outros dois calibres, e como isso impactaria na performace e nas características dele, já que ele beira a casa das 10 ton com o menor calibre adotado. Uma peça maior com certeza faria com que o peso total dele passasse as 10 ton, o que pode ser, ou não, eventualmente, um óbice para o EB em se tratando de um obuseiro AR.
abs
No caso, ele é um obuseiro 155/39 pesando 9 ton e com alcance máximo na faixa de 23 kms apenas. Ou seja, nada fora do que o EB já está acostumado.
Em todo caso, o ROB para a VBC AP-SR fala em um obueiro com no mínimo 39 calibres, o que efetivamente limita o alcance do mesmo, mas ainda assim, de acordo com os parâmetros estabelecidos naquele documento.
Procurei informações sobre o M-71 e tudo que encontrei sobre fala apenas sobre o uso do obuseiro em 39 calibres.
Contudo, a Soltam fabrica, e oferece, no mercado para exportação o Atmos 2000, em calibre 39, 45 e 52 calibres.
Neste sentido, gostaria de saber se o M-71 pode receber aqueles outros dois calibres, e como isso impactaria na performace e nas características dele, já que ele beira a casa das 10 ton com o menor calibre adotado. Uma peça maior com certeza faria com que o peso total dele passasse as 10 ton, o que pode ser, ou não, eventualmente, um óbice para o EB em se tratando de um obuseiro AR.
abs
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- Glauber Prestes
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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE
Te pergunto o seguinte: Um veículo SR pode ir em todos os lugares que um SL vai?
Se o EB substituísse amanhã todos os M109 por G6, haveria prejuízo no deslocamento? Quem eles deveriam acompanhar, será acompanhado?
http://www.tireoide.org.br/tireoidite-de-hashimoto/
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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE
Aliás, salvo engano, as bgdas cav mec do EB são consideradas historicamente as primeiras grandes unidades militares no mundo a acolher formalmente veículos de dois tipos, com rodas e lagartas em uma mesma OM.Glauber Prestes escreveu: ↑Qua Ago 26, 2020 9:51 pm Te pergunto o seguinte: Um veículo SR pode ir em todos os lugares que um SL vai?
Em se tratando do G-6, que tomei como exemplo, eu não sei. Talvez sim, talvez não. Precisaria testar ele em todos os ambientes que temos aqui para saber com certeza, creio eu.
Se o EB substituísse amanhã todos os M109 por G6, haveria prejuízo no deslocamento? Quem eles deveriam acompanhar, será acompanhado?
Esta é a minha dúvida. O G-6 diferente dos obuseiros montados sobre caminhões é um veículo bldo projetado desde o início para ser fora de estrada e com grande capacidade de tração e mobilidade. Mas a geografia da África é uma coisa, outra a do Brasil. Sei que ele se provou rodar bem na AS e nos EAU, que é uma país desértico, o que não significa exatamente ser o mesmo tipo de solo no país inteiro. Se um veículo como o G-6 (o conceito) conseguir provar que pode apoiar sem prejuízo no deslocamento os CC e VBCI da cav blda, então sua adoção ou outro com bldo com o mesmo conceito, poderia retificar a doutrina atual que reza que uma OM tem de possuir o mesmo trem de rolamento indistintamente.
Não sei se isto é verdade, mas se o EB vem operando tais brigadas sem apresentar maiores problemas, e aqui diga-se de passagem, os GAC destas OM ainda são AR, com a presunção de que evoluam para AP-SR, e talvez AP-SL no caso dos RCB, então vejo como sendo uma possibilidade a introdução de uma matriz diferente de apoio de fogo nos GAC da cav blda.
Claro, tudo isto são conjecturas que dependem de avaliações que entendo jamais serão feitas pelo EB em tempo algum, já que quebrar tradição no exército é tido como anátema.
Mas isso não nos impede aqui de pensar sobre.
Esqueci de citar um dado que penso interessante. O G6-52 tem alcance entre 50-67 kms com munição especial. No caso da convencional, o alcance é de 30 a +40 kms, já testados. Neste sentido, seria o caso de ser perguntar qual a real necessidade dos veículos de artilharia precisariam estar tão perto dos CC/VBCI que apoiam, já que os limites doutrinários de ação de um RCB ou RCC se mostram bem inferiores a aqueles. Ainda há o fato de que a engenharia de combate da bgda deve, ao menos em tese, dispor de meios que possibilitem o pleno deslocamento de todas as OM sempre que necessários, seja SR ou SL. Quanto a este aspecto, me parece que estamos também limitados.
abs
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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE
Com certeza o SR não vai onde o SL vai.Glauber Prestes escreveu: ↑Qua Ago 26, 2020 9:51 pm Te pergunto o seguinte: Um veículo SR pode ir em todos os lugares que um SL vai?
Se o EB substituísse amanhã todos os M109 por G6, haveria prejuízo no deslocamento? Quem eles deveriam acompanhar, será acompanhado?
Mas os conceitos atuais são de ter toda a Bda SL ou SR.
O conceito de AR vai ser abandonado nas tropas SR e SL.
- FCarvalho
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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE
Eligio, os GAC das bda cav mec atualmente são AR. A previsão é de que estes GAC sejam operados somente pela VBC Art AP-SR conforme o ROB lançado a dois anos atrás? E como fica o apoio de fogo dos RCB dentro da brigada? Vai ser feito também por aquelas viaturas?
abs
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- FCarvalho
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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE
PORTARIA N º 235-EME, DE 18 DE OUTUBRO DE 2018
Aprova os Requisitos Operacionais da Viatura Blindada de Combate Obus Autopropulsado Sobre Rodas de 155 mm do Subsistema Linha de Fogo das Brigadas Mecanizadas (EB20-RO-04.021), 1ª Edição, 2018.
3. DESCRIÇÃO DOS REQUISITOS OPERACIONAIS
3.1 REQUISITOS OPERACIONAIS ABSOLUTOS (ROA)
ROA 1 - Possuir como armamento principal obuseiro de calibre 155 mm (cento e cinquenta e cinco milímetros), no padrão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). (Peso dez)
ROA 2 - Possuir tubo de comprimento igual ou superior a 39 (trinta e nove) vezes a medida do calibre. (Peso dez)
O uso do tubo de 39 calibres pode ser uma vantagem pelo menor peso, e preço, se obedecidas os demais ROA e/ou oferecer desempenho superior ao especificado. Praticamente a totalidade dos modelos existentes no mercado são oferecidos com tubo de 52 calibres, embora a adoção de outros tipos possa ser viável dependendo do fornecedor.
ROA 3 - Possuir o armamento a capacidade de atingir alvos com precisão de área (Circular Error Probable - CEP) menor que 80 m (oitenta metros), no alcance igual ou superior a 20 km (vinte quilômetros), utilizando munição convencional. (Peso dez)
ROA 4 - Possuir o armamento principal a capacidade de atingir com CEP menor que 120 m (cento e vinte metros) - alvos no alcance igual ou superior a 30 km (trinta quilômetros), utilizando munição assistida. (Peso dez)
ROA 5 - Operar e ser manutenida em qualquer Área Operacional do Continente (AOC), sob quaisquer condições climáticas, de dia e de noite. (Peso nove)
Esse requisito significa uma coisa prática e simples: a manutenção do veículo e seus sistemas deve ser feita totalmente no Brasil, e de preferência com participação da BID. Não existem muitas alternativas neste aspecto no que diz respeito ao obuseiro em si senão os israelenses através de suas subsidiárias, e no que toca os caminhões, o uso da base veicular do Astros, embora outros modelos também possam ser pensados, desde que com uma linha logística de apoio montada no país.
ROA 6 - Realizar o disparo, sem conteiramento, num setor de tiro de 600 (seiscentos) milésimos ou 34 (trinta e quatro) graus. (Peso dez)
ROA 7 - Possuir sistema de pontaria em direção e alcance, com as seguintes características:
a) ser utilizado tanto para o tiro direto como para o tiro indireto; (Peso nove)
b) permitir a realização de tiros diretos à noite pelo armamento principal; e (Peso oito)
c) permitir a realização da pontaria do interior da viatura. (Peso oito)
ROA 8 - Possuir o armamento principal capacidade de utilizar munição padrão OTAN, bem como munições especiais, que proporcionem maior alcance e precisão. (Peso nove)
ROA 9 - Possuir sistema de ventilação e exaustão dos gases resultantes da combustão das cargas de projeção dos projetis disparados pelo armamento principal. (Peso oito)
ROA 10 - Possuir capacidade mínima de armazenamento e transporte para 16 (dezesseis) tiros completos de munição 155 mm (cento e cinquenta e cinco milímetros). (Peso nove)
Os modelos hoje oferecidos no mercado em geral superam este número mínimo indicado. Ou seja, o objetivo prático deste item é oportunizar e equalizar o maior número possível de tiros por carro pelo fornecedor.
ROA 11 - Possuir autonomia, em estrada pavimentada, superior a 500 km (quinhentos quilômetros), sem utilização de reservatórios complementares. (Peso nove)
ROA 12 - Possuir capacidade de conduzir e abrigar toda guarnição, equipada e armada, durante os deslocamentos. (Peso nove)
ROA 13 - Possuir sistema de iluminação externa e interna, com adequada proteção física. (Peso nove)
ROA 14 - Possuir sistema de iluminação militar, que permita o deslocamento da viatura com disciplina de luzes. (Peso sete)
ROA 15 - Possuir capacidade de transporte para todo o ferramental de 1º (primeiro) Escalão. (Peso sete)
ROA 16 - Possuir, fixados em local adequado, ferramentas de sapa e cabos de aço ou outro dispositivo compatível para realizar manobra de força. (Peso sete)
ROA 17 - Possuir apoio para o tubo do armamento principal, a ser utilizado nos deslocamentos. (Peso sete)
ROA 18 - Ter alta mobilidade tática, expressa pela capacidade de deslocamento através campo, em terrenos levemente
acidentados, compatível com a tropa mecanizada. (Peso dez)
ROA 19 - Possuir tração em todas as rodas, facilitando trafegar em todo tipo de terreno. (Peso dez)
Qualidade indispensável para um veículo bldo que deve operar via de regra em estradas secundárias ou em campo aberto. Não há muitos veículos no mercado brasileiro que ofereçam essa capacidade. O chassi Tatra já vem de fábrica com esta capacidade em vários modelos oferecidos, inclusive no T-815-7 utilizados nos Astros 2020. Notar que não foi definida a quantidade de eixos que o veículo deve portar.
ROA 20 - Possuir sistema de direção, freios e amortecimento adequados para atingir a velocidade máxima de 70 km/h (setenta quilômetros por hora) em estradas pavimentadas. (Peso oito)
ROA 21 - Possuir condições de ser embarcado em balsas chatas orgânicas do Exército Brasileiro e da Marinha do Brasil. (Peso oito)
Este é um item importante e que diz muito respeito a questão da mobilidade e flexibilidade do veículo, tendo em vista também as limitações de material existente na engenharia de combate do EB. Embora pareça um fator de menor importância, ele concorre para definir os limites de peso e deslocamento do veículo oferecido.
ROA 22 - Possuir condições de ser embarcado em navios orgânicos da Marinha do Brasil. (Peso dez)
ROA 23 - Possuir condições de ser embarcado em aeronaves de transporte orgânicas da Força Aérea Brasileira. (Peso oito)
Este requisito praticamente limita o peso e tamanho do veiculo a ser adotado as 26 ton de peso concentrado que o KC-390 pode levar e também as dimensões do porão de carga de 12 x 3,45 x 2.95 atualmente. Qualquer candidato vai ter que se encaixar nestes limites. O que deixa a proposta da utilização do Astros como veículo base muito mais atraente dado que ele já está homologado para o avião da Embraer. Faltaria configurar o mesmo na forma de art AP SR e fazer as alterações necessárias, que não seriam muitas. Aqui, tanto franceses quanto israelenses tem produtos que conseguem se encaixar neste requisito. Pelo menos o Caesar já se sabe de antemão que pode ser instalado no caminhão da Avibrás. Falta saber os israelenses vão adequar o Atmos 2000.
ROA 24 - Ser transportada por meios rodoferroviários na AOC. (Peso nove)
ROA 25 - Possuir blindagem básica que ofereça proteção para o compartimento habitado à penetração de projéteis de calibres 7,62 x 51 mm (sete vírgula sessenta e dois por cinquenta e um milímetros). (Peso nove)
A questão da proteção é basicamente a mesma oferecida pelo veículo da Avibrás no Astros 2020. Se quiserem mais que isso, influenciará no peso e tamanho do veículo. Mas o EB não tem qualquer indicação de adotar blindagens em níveis superiores a este requisito.
ROA 26 - Possuir meios de comunicações compatível com o do subsistema de comunicações do Sistema de Artilharia de Campanha (SAC). (Peso nove)
Aqui entra a capacidade dos ofertantes de conseguir integrar os seus produtos aos sistemas do EB. Como mencionado anteriormente, o EB já dispõe de um sistema de comunicação operacional nos Astros 2020. Seria natural a adoção do mesmo tipo ou padrão, ou a integração do sistema do EB ao veículo ofertado. A Imbel tem participação nesta seara.
ROA 27 - Possuir sistema de guincho próprio, permitindo executar manobra de força quando necessário. (Peso dez)
ROA 28 - Possuir dispositivo montado em todas as rodas, que permita o deslocamento da viatura, em condições de segurança, mesmo quando os pneus forem perfurados. (Peso oito)
ROA 29 - Possuir, para viatura e armamento principal, manual de operação, manual de manutenção em todos os escalões previstos, carta-guia de lubrificação e catálogo de peças, além do livro de registro da viatura, todos escritos em língua portuguesa. (Peso dez)
ROA 30 - Ter capacidade de entrar em posição e realizar o disparo em menos de 3 min (três minutos). (Peso dez).
ROA 31 - Movimentar-se (sair de posição) após o disparo, em menos de 2 (dois) minutos. (Peso dez)
Aqui os requisitos estão referenciando por baixo esta capacidade, uma vez que os sistemas AP-SR no mercado operam na faixa de 30 a 60 seg para entrar e sair de linha. Este é o EB oferecendo facilidades para ganhar benefícios.
ROA 32 - Ser guarnecido pelo motorista, Chefe de Peça (CP) e até 4 (quatro) serventes. (Peso dez)
ROA 33 - O armamento principal deve possuir um sistema de carregamento com acionamento semiautomático ou automático. (Peso nove)
O uso de sistemas automáticos e semi-automáticos são uma características dos obuseiros AR e AP atuais. Mas isto tem um custo, e ele via de regra não é barato. Mas se tornou praticamente uma exigência para a arma de artilharia moderna. E o veículo do EB não poderia fugir à regra. Todos os modelos oferecidos no mercado oferecem ambas as alternativas.
ROA 34 - Possuir cadência de tiro contínua de, pelo menos, 4 (quatro) tiros por minuto (TPM). (Peso dez)
A cadência de tiro atual está entre 6 e 8 disparos por minuto, sendo superada com facilidade como se pode ver. É uma qualidade importante hoje para que o obuseiro possa concentrar o maior número de fogos sobre os alvos e retirar-se antes das contra-medidas.
ROA 35 - Executar diversos tipos de tiro e métodos de tiro com diferentes tipos de granadas e espoletas, conforme previsto no Manual C 6-40 - Técnica de Tiro de Artilharia de Campanha, Volumes I e II (EME, 5ª Edição, 2001) ou correspondente. (Peso dez)
ROA 36 - Ter condições de receber dispositivo de pontaria automático e independente para cada peça, dotado de busca de norte verdadeiro e um meio alternativo de inserção manual, com uso de lunetas, em caso de falha da transmissão de dados. (Peso dez)
ROA 37 - Ter condições de receber sistemas de navegação inercial e de posicionamento global por satélite (GPS ou equivalente), integrados a equipamentos capazes de fornecer dados, por rede sem fio, da posição e condições da peça. (Peso nove)
Apesar de pouco comentado, o EB está trabalhando hoje com a ideia de desenvolver uma sistema GPS nacional no longo prazo, a fim de complementar os sistemas americano, russo, chinês e indiano. É uma alternativa estratégica para um país gigante como o Brasil e com interesses que ultrapassam as nossas linhas fronteiriças, estendendo-se pelo Atlântico, AS, costa ocidental africana e caribe.
ROA 38 - Possuir radar de medição instantânea da velocidade inicial. (Peso oito)
ROA 39 - Transpor rampa longitudinal de pelo menos 60% (sessenta por cento) e rampa lateral de, pelo menos, 30% (trinta por cento). (Peso nove)
ROA 40 - Ser pintada nas cores e padrão estabelecidos pelo Exército Brasileiro. (Peso dez)
ROA 41 - Possuir sistema de combate a incêndio, de fácil localização e manuseio, com capacidade para debelar início de incêndio na viatura ou carga transportada. (Peso nove)
ROA 42 - Seu tubo deve possuir vida útil de, no mínimo, 2.000 (dois mil) tiros em carga máxima. (Peso nove)
De importância fundamental para a questão logística é a vida útil de cada tubo, uma vez que estes veículos não serão usados com a mesma frequência que seus homólogos estrangeiros das potências mundiais. Assim, poder utilizar o mesmo tubo por muitos anos antes de ter de trocar o mesmo é fundamental para a questão orçamentária e controle de custos de ciclo de vida.
ROA 43 - Possuir, no mínimo, 2 (duas) baterias, com, pelo menos, 1 (uma) para o sistema veicular e outra para os componentes eletrônicos, podendo esta última funcionar como bateria emergencial para uma eventual falha na ignição. (Peso dez)
segue.
abs
Editado pela última vez por FCarvalho em Sáb Ago 29, 2020 1:47 pm, em um total de 1 vez.
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- FCarvalho
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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE
PORTARIA N º 235-EME, DE 18 DE OUTUBRO DE 2018
Aprova os Requisitos Operacionais da Viatura Blindada de Combate Obus Autopropulsado Sobre Rodas de 155 mm do Subsistema Linha de Fogo das Brigadas Mecanizadas (EB20-RO-04.021), 1ª Edição, 2018.
3.2 REQUISITOS OPERACIONAIS DESEJÁVEIS (ROD)
ROD 1 - Entrar em posição e realizar o disparo em menos de 1 min 30 s (um minuto e trinta segundos). (Peso seis)
ROD 2 - Movimentar-se (sair de posição) após o disparo em menos de 1 min 40 s (um minuto e quarenta segundos). (Peso seis)
Este item foi comentado no primeiro post e novamente indica capacidades mínimas que hoje são suplantadas facilmente pela maioria dos obuseiros AP-SR em operação e/ou ofertados no mercado.
ROD 3 - Possuir sistema de direção, freios e amortecimento adequados para atingir a velocidade de 90 km/h (noventa quilômetros por hora) em estradas pavimentadas. (Peso seis)
ROD 4 - Desenvolver, com segurança, a velocidade de 12 km/h (doze quilômetros por hora) através campo. (Peso seis)
ROD 5 - Transpor vaus de 1,40 m (um vírgula quarenta metro) de profundidade, sem preparação. (Peso cinco)
ROD 6 - Operar em ambientes contaminados por agentes químicos, biológicos, radiológicos e nucleares (QBRN), minimizando possíveis danos físicos sobre a guarnição. (Peso cinco)
Outro item que deveria a meu ver ser absoluto, mas cá está nos desejáveis. Vai saber porquê. Todos os bldos modernos já saem de fábrica com este requisito implantado.
ROD 7 - Possuir sistema de lançamento de granadas fumígenas para mascaramento da viatura, com acionamento comandado de seu interior. (Peso cinco)
ROD 8 - Possuir sistema de comunicações que permita:
a) a intercomunicação entre o motorista e o CP; e (Peso seis)
b) ligação com os demais subsistemas. (Peso seis)
Este sistema pode/deve ser integrado ao Gênesis da Imbel que é o sistema C4I base para toda a artilharia do EB. Tanto pode ser nacional ou importado, desde que sua manutenção, integração e interação com os demais sistemas de artilharia sejam feitas no país.
ROD 9 - Possuir rede de camuflagem (proteção visual, térmica e contra detecção de radar). (Peso seis)
Aqui uma boa oportunidade para rever o padrão base deste tipo de equipamento em todo o EB. Os suecos tem se destacado no mercado com produtos que oferecem qualidades superlativas em relação a esta demanda. É o caso de ser comprado em separado do obuseiro, ou ser oferecido também junto com ele a partir da sua integração na oferta comercial a ser feita pelo fornecedor. O suecos não são os únicos fornecedores desse tipo de material, e seria importante quem sabe capacitar a BID a oferecer este tipo de recurso.
ROD 10 - Possuir proteção contra a explosão de minas anticarro, evitando danos diretos sobre a guarnição. (Peso seis)
Esta é uma questão que tem de ser pensada com zelo e parcimônia, já que não temos aqui expertice em projetar e fabricar veículos bldos com tal capacidade, apesar dos projetos do Guará 4WS e Gladiador II, que não passaram da fase de protótipo. Os caminhões Astros 2020 desconheço se possuem esse requisito ou se foram solicitados pelo EB para eles. Em todo caso, a Tatra oferece essa capacidade em seus chassis e caminhões, desde que demandada pelo cliente. Em todo caso, o caminhão da Avibrás pode ter essa proteção adicionada, mas como sempre, isso trás um custo ao veículo. Mas nestes tempos de conflitos assimétricos, tornou-se uma questão praticamente fulcral em qualquer blindado. Não entendo o porquê deste tipo de requisito ser desejável e não absoluto para o exército.
ROD 11 - Possuir sistema de registro dos elementos de tiro (deriva e elevação) automático, por meio de acionamento hidráulico. (Peso cinco)
ROD 12 - Possuir baixa assinatura térmica e de radar. (Peso cinco)
Como é que faz um caminhão com até 26 ton, e podendo ser 8x8, e ainda com um obuseiro em coma dele, conseguir isso? Acho que não dá para esconder não.
ROD 13 - Possuir capacidade de rebocar outro conjunto similar. (Peso seis)
ROD 14 - Possuir dispositivo automático que permita à guarnição controlar a pressão dos pneus. (Peso seis)
ROD 15 - Possuir arranjos ergonômicos internos que possibilitem o máximo de conforto à tripulação e facilidade de acesso aos equipamentos. (Peso cinco)
ROD 16 - Possuir sistema de ar-condicionado capaz de manter, no interior dos compartimentos habitados, as condições de conforto térmico da guarnição e de funcionamento eficiente dos equipamentos eletrônicos. (Peso seis)
ROD 17 - Possuir sistema de navegação inercial e de posicionamento global por satélite (GPS ou equivalente), integrados a equipamentos capazes de fornecer dados, por rádio criptografado, da posição e condições da peça. (Peso nove)
Este item foi comentado anteriormente e é importante no sentido da não dependência de um único sistema de posicionamento. A capacidade de utilizar mais de um deles é fulcral para nós, que não temos um GLS para chamar de nosso, e temos que nos virar utilizando os dos outros. Mas é uma qualidade que a meu ver deveria ser absoluta e não desejável. Salvo engano existem iniciativas na BID para um INS nacional. Não sei em que pé está essa ação.
ROD 18 - Possuir blindagem básica que ofereça proteção para o compartimento habitado à penetração de projéteis de calibres 7,62 x 51 mm (sete vírgula sessenta e dois por cinquenta e um milímetros) perfurantes. (Peso seis)
Apesar de ser um indicativo de proteção mínima, é verdade que tal nível não é considerado nos embates atuais suficiente para proteger de fato os membros da equipe e o próprio veículo. Mas como a mobilidade está sendo priorizada no lugar de proteção, qualquer adição a mais neste item compromete aquele outro. Apesar de não ser citado neste documento, a aquisição e uso de proteção ativa neste tipo de veículo deve/deveria ser uma alternativa a ser pensada, já que ele não adiciona peso excessivo ao mesmo e ainda colabora para melhorar as condições de proteção da guarnição e do veículo em si.
abs
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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE
A substituição dos M-114
Embora não haja até hoje um ROB/RTLI emitido pelo exército que indique as características para um novo obueiro AR que vise a substituição dos antiquados M-114 nos GAC das AD, e outras OM de artilharia que ainda utilizam essa peças, outros dois documentos deste tipo lançados em 2018 e que estipulam os itens necessários as VBCAP-SL e VBCAP-SR podem ser considerados como referenciais para o mesmo.
Atualmente os requisitos para o primeiro veiculo está sendo atendido através dos M-109A5 BR+ e M-109A5, que eventualmente também devem passar pelo mesmo processo de modernização dos primeiros em havendo a liberação de recursos para tal. Já no caso do segundo veículo, ele ainda está sendo estudado em relação as alternativas possíveis e, obviamente, no aguardo de recursos para ter seu processo de aquisição e/ou desenvolvimento iniciado.
Tanto as brigadas blindadas como mecanizadas devem ter no longo prazo seus sistemas homogeinizados através da adoção dos mesmos obuseiros 155mm em calibre a ser determinado. Esse processo deve levar pelo menos 10 a 15 anos, dependendo do tempo que se leve para definir qual será a VBCAP-SR. Esta homogenização é importante principalmente do ponto de vista da logística de apoio, e também, do comprometimento da BID e da indústria em oferecer serviços e produtos que ajudem a suportar sua operação no país, tal como determina os ROB/RTLI emitidos pelo exército.
Hoje no EB os maiores usuários dos M-114 são os GAC das artilharia divisionárias, atualmente em número de 3, sendo a AD1, AD3 e AD5. Cada AD em teoria dispõe de 2 GAC AR e 1 GAC AP SL, equipados respectivamente com M-114 e M-109, afora as peças destinadas a AMAN, EsSA e EsLog do exército. É possível que a AD da 6a Divisão de Exercito possa ser rediviva mais para frente, somando-se as três acima mencionadas uma vez que essa GU divisional foi reativada no ano passado em Porto Alegre.
Assim, o EB hoje dispõe de mais de cem peças de M-114 a serem substituídos e que fornecem apoio de fogo as brigadas em nível Divisão. Doutrinariamente cada GAC pode ser formado por 2 a 5 baterias de fogo - com 6 a 8 peças cada - o que irá variar de acordo com a categoria que cada unidade emprega. Em todo caso, o padrão são 3 baterias a 6 peças. Neste caso, hoje com os 7 GAC AD o exercito a demanda para esta substituição seria em torno de 126 obuseiros. Considerando as peças para as escolas militares são mais 54 no máximo.Total de 180 peças. Se formos comparar com países desenvolvidos e potencias militares mundiais é um número praticamente irrisório, mas para a nossa realidade importantíssimo demais para ser deixado de lado.
O ROB para as VBCAP-SL e SR determinam o seguinte sobre alcance:
VBCAP-SL
ROA 2 - Possuir tubo de comprimento igual ou superior a 39 (trinta e nove) vezes a medida do calibre. (Peso dez)
ROA 3 - Possuir o armamento a capacidade de atingir alvos com precisão de área (Circular Error Probable - CEP) menor que 80 m (oitenta metros), no alcance igual ou superior a 20 km (vinte quilômetros), utilizando munição convencional. (Peso dez)
ROA 4 - Possuir o armamento principal a capacidade de atingir com CEP menor que 120 m (cento e vinte metros) - alvos no alcance igual ou superior a 30 km (trinta quilômetros), utilizando munição assistida. (Peso dez)
VBCAP-SR
ROA 2 - Possuir tubo de comprimento igual ou superior a 39 (trinta e nove) vezes a medida do calibre. (Peso dez)
ROA 3 - Possuir o armamento a capacidade de atingir alvos com precisão de área (Circular Error Probable - CEP) menor que 80 m (oitenta metros), no alcance igual ou superior a 20 km (vinte quilômetros), utilizando munição convencional. (Peso dez)
ROA 4 - Possuir o armamento principal a capacidade de atingir com CEP menor que 120 m (cento e vinte metros) - alvos no alcance igual ou superior a 30 km (trinta quilômetros), utilizando munição assistida. (Peso dez)
Como pode ser verificado, o tubo deve ser de no mínimo 39 calibres e ter alcance de pelo menos 20 a 30 kms com munição comum e especial respectivamente. Nada que os obuseiros atuais já não façam com enorme superioridade mesmo com no menor calibre especificado.
No que tange a substituição em si dos M-114, e devido os altos custos de um obsueiro moderno, penso que é provável a tendência no EB de esperar a decisão pelo VBCAP-SR a fim de se propor algum negócio conjunto também em relação aos obuseiros AR que possam assumir o lugar daquelas peças, já que praticamente todos os obuseiros AP-SR atuais são derivados de obuseiros AR. A compra de eventualmente um pacote que inclua ambas aplicações em quantidades maiores a serem negociadas pode trazer ganho de escala e ainda prover offf set muito bem vindos e as indefectíveis transferência de tecnologia. Pelo menos no que diz respeito a munição que é o item mais gasto em termos de artilharia.
A Avibrás já ofereceu anos atrás o caminhão do Astros com base no Caesar para a VBCAP-SR. A peça utilizada é um obuseiro francês de 155mm e 52 calibres com alcance entre 4,5 e +40 kms com Base Bleed, ou 55 kms com munição especial.
Já os israelenses andaram oferecendo tanto o Atmos 2000 como o M-71 em 155/39 calibres, que no caso deste último basicamente é uma oferta que cobre os parâmetros mínimos dos ROB para a VBCAP-SR. O Atmos pode utilizar todas as munições da Otan e obuseiros em 39, 45 e 52 calibres. No caso deste último, o alcance da peça com munição assistida pode chegar a 41 kms.
O Soltam M-71 pesa 9 toneladas, enquanto o TRF1 francês pesa 10,5 ton. A média de peso dos obuseiros 155 AR ronda a casa das 7 a 13 ton, dependendo do fornecedor e das características desejadas pelo cliente.
Neste momento não existe nenhuma diretiva oficial no sentido de substituir os M-114, embora os US Army tenha oferecido cerca de 120 M-198 usados, o que foi analisado pelo EB, e aparentemente descartados.
Diz-se que o sonho de consumo dos artilheiros seria o M-777, mas é um obuseiro caro demais para os padrões orçamentários do EB.
Há hoje no mercado uma enormidade de plataformas que podem ser a solução para substituir os M-114 nas AD. O valores, custos e logísticas das mais diferentes. No caso do EB, me parece que a ideia é tentar solucionar esta questão de forma a obter a melhor relação custo x benefício entre a aquisição de novas VBCAP-SR e um novo obuseiro AR. De minha parte, acredito que as AD não tem necessidade de obuseiros 155 leves, caso do M-777 ou similar - dada a atual doutrina de uso destas OM. Portanto, a questão da mobilidade e flexibilidade pode e deve ser arbitrada em termos relativos ao que se quer/deseja em termos de operacionalidade destas unidades.
Me parece que os israelenses tem as maiores vantagens no que diz respeito à substituição dos M-114, pois já tem um pé aqui dentro de longa data com duas empresas amplamente conhecidas e reconhecidas pelo EB e demais forças, com amplas possibilidades de atender o RLTI para um obuseiro AP e AR com o máximo de aproveitamento e conhecem bem como a banda toca na BID e sua relação com o poder público e político. Eles tem preço, custos, off set e tot's que podem ser bastante atraentes ao EB, e porque não, interessantes as demais forças. Esta também é uma política determinada pela nova END/PND.
Aproveitar este estimulo da melhor forma possível é o grande desafio dos anos que se nos avizinham.
abs
Embora não haja até hoje um ROB/RTLI emitido pelo exército que indique as características para um novo obueiro AR que vise a substituição dos antiquados M-114 nos GAC das AD, e outras OM de artilharia que ainda utilizam essa peças, outros dois documentos deste tipo lançados em 2018 e que estipulam os itens necessários as VBCAP-SL e VBCAP-SR podem ser considerados como referenciais para o mesmo.
Atualmente os requisitos para o primeiro veiculo está sendo atendido através dos M-109A5 BR+ e M-109A5, que eventualmente também devem passar pelo mesmo processo de modernização dos primeiros em havendo a liberação de recursos para tal. Já no caso do segundo veículo, ele ainda está sendo estudado em relação as alternativas possíveis e, obviamente, no aguardo de recursos para ter seu processo de aquisição e/ou desenvolvimento iniciado.
Tanto as brigadas blindadas como mecanizadas devem ter no longo prazo seus sistemas homogeinizados através da adoção dos mesmos obuseiros 155mm em calibre a ser determinado. Esse processo deve levar pelo menos 10 a 15 anos, dependendo do tempo que se leve para definir qual será a VBCAP-SR. Esta homogenização é importante principalmente do ponto de vista da logística de apoio, e também, do comprometimento da BID e da indústria em oferecer serviços e produtos que ajudem a suportar sua operação no país, tal como determina os ROB/RTLI emitidos pelo exército.
Hoje no EB os maiores usuários dos M-114 são os GAC das artilharia divisionárias, atualmente em número de 3, sendo a AD1, AD3 e AD5. Cada AD em teoria dispõe de 2 GAC AR e 1 GAC AP SL, equipados respectivamente com M-114 e M-109, afora as peças destinadas a AMAN, EsSA e EsLog do exército. É possível que a AD da 6a Divisão de Exercito possa ser rediviva mais para frente, somando-se as três acima mencionadas uma vez que essa GU divisional foi reativada no ano passado em Porto Alegre.
Assim, o EB hoje dispõe de mais de cem peças de M-114 a serem substituídos e que fornecem apoio de fogo as brigadas em nível Divisão. Doutrinariamente cada GAC pode ser formado por 2 a 5 baterias de fogo - com 6 a 8 peças cada - o que irá variar de acordo com a categoria que cada unidade emprega. Em todo caso, o padrão são 3 baterias a 6 peças. Neste caso, hoje com os 7 GAC AD o exercito a demanda para esta substituição seria em torno de 126 obuseiros. Considerando as peças para as escolas militares são mais 54 no máximo.Total de 180 peças. Se formos comparar com países desenvolvidos e potencias militares mundiais é um número praticamente irrisório, mas para a nossa realidade importantíssimo demais para ser deixado de lado.
O ROB para as VBCAP-SL e SR determinam o seguinte sobre alcance:
VBCAP-SL
ROA 2 - Possuir tubo de comprimento igual ou superior a 39 (trinta e nove) vezes a medida do calibre. (Peso dez)
ROA 3 - Possuir o armamento a capacidade de atingir alvos com precisão de área (Circular Error Probable - CEP) menor que 80 m (oitenta metros), no alcance igual ou superior a 20 km (vinte quilômetros), utilizando munição convencional. (Peso dez)
ROA 4 - Possuir o armamento principal a capacidade de atingir com CEP menor que 120 m (cento e vinte metros) - alvos no alcance igual ou superior a 30 km (trinta quilômetros), utilizando munição assistida. (Peso dez)
VBCAP-SR
ROA 2 - Possuir tubo de comprimento igual ou superior a 39 (trinta e nove) vezes a medida do calibre. (Peso dez)
ROA 3 - Possuir o armamento a capacidade de atingir alvos com precisão de área (Circular Error Probable - CEP) menor que 80 m (oitenta metros), no alcance igual ou superior a 20 km (vinte quilômetros), utilizando munição convencional. (Peso dez)
ROA 4 - Possuir o armamento principal a capacidade de atingir com CEP menor que 120 m (cento e vinte metros) - alvos no alcance igual ou superior a 30 km (trinta quilômetros), utilizando munição assistida. (Peso dez)
Como pode ser verificado, o tubo deve ser de no mínimo 39 calibres e ter alcance de pelo menos 20 a 30 kms com munição comum e especial respectivamente. Nada que os obuseiros atuais já não façam com enorme superioridade mesmo com no menor calibre especificado.
No que tange a substituição em si dos M-114, e devido os altos custos de um obsueiro moderno, penso que é provável a tendência no EB de esperar a decisão pelo VBCAP-SR a fim de se propor algum negócio conjunto também em relação aos obuseiros AR que possam assumir o lugar daquelas peças, já que praticamente todos os obuseiros AP-SR atuais são derivados de obuseiros AR. A compra de eventualmente um pacote que inclua ambas aplicações em quantidades maiores a serem negociadas pode trazer ganho de escala e ainda prover offf set muito bem vindos e as indefectíveis transferência de tecnologia. Pelo menos no que diz respeito a munição que é o item mais gasto em termos de artilharia.
A Avibrás já ofereceu anos atrás o caminhão do Astros com base no Caesar para a VBCAP-SR. A peça utilizada é um obuseiro francês de 155mm e 52 calibres com alcance entre 4,5 e +40 kms com Base Bleed, ou 55 kms com munição especial.
Já os israelenses andaram oferecendo tanto o Atmos 2000 como o M-71 em 155/39 calibres, que no caso deste último basicamente é uma oferta que cobre os parâmetros mínimos dos ROB para a VBCAP-SR. O Atmos pode utilizar todas as munições da Otan e obuseiros em 39, 45 e 52 calibres. No caso deste último, o alcance da peça com munição assistida pode chegar a 41 kms.
O Soltam M-71 pesa 9 toneladas, enquanto o TRF1 francês pesa 10,5 ton. A média de peso dos obuseiros 155 AR ronda a casa das 7 a 13 ton, dependendo do fornecedor e das características desejadas pelo cliente.
Neste momento não existe nenhuma diretiva oficial no sentido de substituir os M-114, embora os US Army tenha oferecido cerca de 120 M-198 usados, o que foi analisado pelo EB, e aparentemente descartados.
Diz-se que o sonho de consumo dos artilheiros seria o M-777, mas é um obuseiro caro demais para os padrões orçamentários do EB.
Há hoje no mercado uma enormidade de plataformas que podem ser a solução para substituir os M-114 nas AD. O valores, custos e logísticas das mais diferentes. No caso do EB, me parece que a ideia é tentar solucionar esta questão de forma a obter a melhor relação custo x benefício entre a aquisição de novas VBCAP-SR e um novo obuseiro AR. De minha parte, acredito que as AD não tem necessidade de obuseiros 155 leves, caso do M-777 ou similar - dada a atual doutrina de uso destas OM. Portanto, a questão da mobilidade e flexibilidade pode e deve ser arbitrada em termos relativos ao que se quer/deseja em termos de operacionalidade destas unidades.
Me parece que os israelenses tem as maiores vantagens no que diz respeito à substituição dos M-114, pois já tem um pé aqui dentro de longa data com duas empresas amplamente conhecidas e reconhecidas pelo EB e demais forças, com amplas possibilidades de atender o RLTI para um obuseiro AP e AR com o máximo de aproveitamento e conhecem bem como a banda toca na BID e sua relação com o poder público e político. Eles tem preço, custos, off set e tot's que podem ser bastante atraentes ao EB, e porque não, interessantes as demais forças. Esta também é uma política determinada pela nova END/PND.
Aproveitar este estimulo da melhor forma possível é o grande desafio dos anos que se nos avizinham.
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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE
A artilharia brasileira e a defesa de Fernando de Noronha durante a 2ª Guerra Mundial
Carlos Roberto Carvalho Daróz
Resumo: Com a entrada do Brasil na 2ª Guerra Mundial, em 1942, a possibilidade de uma invasão ao Nordeste brasileiro apresentava-se em cores vivas e reais. No contexto do Teatro de Operações Nordeste, o arquipélago de Fernando de Noronha representava um dos vértices do chamado triângulo estratégico de defesa e, para defendê-lo, o Exército Brasileiro organizou um Destacamento Misto, forte em unidades de artilharia, capazes de fazer frente a um ataque. O presente artigo tem como propósito revisitar a história da presença do Exército Brasileiro na ilha durante a 2ª Guerra Mundial e analisar o papel das unidades de artilharia no dispositivo defensivo.
http://ve.scielo.org/scielo.php?script= ... 7000100002
Carlos Roberto Carvalho Daróz
Resumo: Com a entrada do Brasil na 2ª Guerra Mundial, em 1942, a possibilidade de uma invasão ao Nordeste brasileiro apresentava-se em cores vivas e reais. No contexto do Teatro de Operações Nordeste, o arquipélago de Fernando de Noronha representava um dos vértices do chamado triângulo estratégico de defesa e, para defendê-lo, o Exército Brasileiro organizou um Destacamento Misto, forte em unidades de artilharia, capazes de fazer frente a um ataque. O presente artigo tem como propósito revisitar a história da presença do Exército Brasileiro na ilha durante a 2ª Guerra Mundial e analisar o papel das unidades de artilharia no dispositivo defensivo.
http://ve.scielo.org/scielo.php?script= ... 7000100002
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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE
O sistemas de gerenciamento de fogo da Imbel, o Gênesis, conclusão dos testes.
https://www.infodefensa.com/latam/2020/ ... imbel.html
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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE
Em entrevista à T&D ed 161, o cmte do exército em reposta a uma pergunta sobre a viatura blda artilharia AP-SR afirmou que o projeto está na fase de Diretriz de Iniciação, com objetivo de gerar um estudo de viabilidade para a implantação do projeto, que deve ser inicializado já no começo de 2021.
Deixa ver se eu entendi direito. O que ele está dizendo, em resumo, é que esse ano vão definir ou o que se quer ou pode obter deste obuseiro, e ano que vem vamos atrás de comprar o cito.
Estou certo ou errado?
Se sim, há um ROB/RTLI para esta viatura desde 2018/2019, então, não é nenhuma novidade o que o EB deseja em termos de características e condições para a sua aquisição. Falta soltar a RFI e RFP e ver quem se interessa. Alguém aposta em algum candidato que não franceses e israelenses?
Um adendo. Não há solicitação de verbas na PLOA 2021 para aquisição deste tipo de material. Financiamento?
abs
Deixa ver se eu entendi direito. O que ele está dizendo, em resumo, é que esse ano vão definir ou o que se quer ou pode obter deste obuseiro, e ano que vem vamos atrás de comprar o cito.
Estou certo ou errado?
Se sim, há um ROB/RTLI para esta viatura desde 2018/2019, então, não é nenhuma novidade o que o EB deseja em termos de características e condições para a sua aquisição. Falta soltar a RFI e RFP e ver quem se interessa. Alguém aposta em algum candidato que não franceses e israelenses?
Um adendo. Não há solicitação de verbas na PLOA 2021 para aquisição deste tipo de material. Financiamento?
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