12 de outubro de 2020
https://www.naval.com.br/blog/2020/10/1 ... 9pAhPthfR4
Não que seja novidade, mas poucos navios dos atuais estarão operacionais em 2025 quando, e se, a primeira Tamandaré for incorporada. Isto claro, em havendo verbas suficientes para mantê-los pelo menos navegando, pois do ponto de vista militar eles são praticamente nulos. E em 2028 quando as 4 novas fragatas estiverem operacionais, nossa esquadra estará reduzida ao mesmo número de 2020, pois somente uma Niterói e a Barroso estarão ainda por aí. Ou seja, teremos de fato apenas 4 navios na esquadra ao final da próxima década. Não é de se admirar que os almirantes estejam todos alvoroçados por causa disso.
Com alguma sorte, e um pouco de inteligência e lógica, caso a MB resolva investir mais no programa de patrulhas navais e fluviais durante os anos 2020, isso pode mitigar em termos a ausência de escoltas de verdade na esquadra.
Sou de opinião que tendo em vista essa realidade, e que encaminhar um segundo lote das Tamandaré é pouco provável até que a última fragata seja entregue, que o número de NaPaOc deveria ser aumentado de 12 para 18 undes e que os NaPa BR voltem as 46 undes pretendidas originalmente no PEAMB, sem contundo, sejamos obrigados a comprar todos de classe iguais. Isso pode nos oportunizar abertura para negócios de oportunidade que possam surgir dentro do comércio das próprias fragatas que eventualmente possamos vender ao exterior e de outras relações com países vizinhos ou fora do nosso entorno estratégico no campo da defesa, comercial e diplomático. Investir na patrulha será essencial também para disponibilizar as verbas da MB para solicitar um segundo lote de submarinos da classe Riachuelo, a fim de que o ICN não fique às moscas após a entrega do último navio e tudo se perca, mais uma vez.
É bom lembrar que existe hoje uma inciativa legislativa da MB no sentido de dispor de 10% do fundo de marinha mercante para a aquisição, modernização e manutenção de meios de patrulha. Uma vez esta proposta sendo aquiescida pelo congresso haverá uma nova fonte de recursos que pode financiar os meios necessários de forma a atingir os os números acima. Como são navios mais simples de serem construídos, do ponto de vista da complexidade do projeto, eles podem impedir que percamos totalmente a capacidade de vigiar e proteger nossa ZEE e áreas de interesse estratégico. E principalmente, de mostrar bandeira onde for necessário no Atlântico Sul enquanto resolvemos como conseguir novas fragatas ou um segundo lote das Tamandaré.
Existe ainda uma pequena possibilidade que vem sendo aventada de a MB adicionar 1 ou 2 navios a mais ao lote atual. Desconfio dessa proposta até que se prove sua viabilidade financeira sem concretamente sem com isso deixar outros projetos tão importantes quanto à mingua, paralisados ou literalmente defenestrados. Temos que insistir em nos livrar deste círculo vicioso de uma vez por todas.
Uma das alternativas de curto prazo que poderia ser adotada é a obtenção de mais navios da classe Amazonas, desde que os recursos possam vir do FMM, e em quantidade paritária, de preferência, ao número de escoltas dando baixa. Isso significa que ao menos 5 ou 6 navios teriam que ser adquiridos. Se a produção em estaleiros nacionais for algo que ajude a diminuir custos, melhor, senão, produzir lá fora tem de ser visto como uma solução sóbria e coerente com a realidade. Sistemas internos podem ser instalados aqui mesmo no país com participação majoritária de produtos e soluções da nossa BID e indústria onde for cabível.
Navios patrulhas são bem mais baratos de se comprar, manter e operar. Não são navios de esquadra, mas são elemento fulcral a fim de manter nossa soberania em dia em nossas AJB. Não substituem e nem se comparam as escoltas, mas tendo em mente que provavelmente ficaremos sem navios de escolta plenamente operacionais durante toda a próxima década, eles serão essenciais à manutenção da expressão do nosso combalido e falimentar poder naval. Se os recursos do FMM realmente vierem, temos a chance de conseguir construir navios de forma rápida e objetiva, tomando como exemplo o processo de escolha que levou as Tamandaré.
Mas a decisão tem de ser tomada para ontem. Do contrário, os efeitos tardios da mesma simplesmente não terão os efeitos desejados para tentarmos cobrir os enormes hiatos que teremos em nossa esquadra.
Há sim, a Meko 100 básica já possui uma versão específica para NaPaOc. E para quem ainda não viu, a Damen possui uma linha bem interessante de navios de patrulha de 4 mil ton.
É só visitar o tópico lá da guarda costeira...
![Cool 8-]](./images/smilies/icon_cool.gif)
abs