SIm.... tanque de combustível.
Um treinador básico para a FAB
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Re: Um treinador básico para a FAB
O Ana Raio foi um Tucano esticado.... literalmente pegaram um Tucano já produzido e o esticaram. A ideia era criar um POC (Proof of concept) do que viria a ser o Super Tucano, um treinador oferecido para a Força Aérea e Marinha dos EUA dentro do programa JPATS.Túlio escreveu: ↑Qua Out 14, 2020 8:15 amJuliano Lisboa escreveu: ↑Ter Out 13, 2020 11:54 pm
Nos conte mais sobre esse "Ana Raio". Nunca ouvi falar.É o apelido que deram ao EMB-312H (O Super Tucano é EMB-314), um demonstrador de conceito que, na época, era chamado de Helicopter Killer. Era uma espécie de Tucanão, com o mesmo motor do Super Tucano mas nunca passou de protótipo, tendo a partir dele sido feita a evolução para o modelo atualmente em produção. Basta ver o canopy para notar a diferença:
Na época a Embraer atravessava uma grave crise e reza a lenda que a aeronave foi pintada de azul porque era a única tinta que tinham disponível. E um engenheiro, amigo meu, criou este desenho de raio que foi aplicado na fuselagem. O avião ganhou o apelido de "Ana Raio" devido a uma novela que passava na época.
COnversei com um piloto de ensaios que me afirmou que este foi, em termos de desempenho, o melhor avião da família Tucano.... um maquinaço!!!!
Do Ana Raio nasceu a versão do JPATS, cuja característica mais marcante era o canopy com novo desenho e com sistema de abertura para cima (e não para o lado). Foram produzidos dois protótipos que foram avaliados nos EUA. Novamente, segundo consta, apresentou melhor desempenho que o Pilatus (Beech T-6 II), porém venceram no tapetão.
Logo em seguida os mesmos aviões participaram de outra concorrência, desta vez para um treinador para a OTAN, dentro do programa NFTC (NATO FLying Training Canada). E venceu. Porém a Bombardier, na época numa ferrenha concorrência com a Embraer no mercado de jatos regionais, foi selecionada para ser a gestora do programa.... e adivinha, deram um jeito de desclassificar o ST e fecharam com a Beech.
Mais ou menos em paralelo nascia o conjunto de requisitos para o ALX da FAB. Uma aeronave de ataque, treinamento e patrulhamento de fronteiras, para compor o SIVAM e substituir os Xavante. Novamente o projeto foi bastante alterado para comportar novos requisitos, nascendo então o EMB-314 Super TUcano, em duas versões.... Biplace e monoplace (A-29A e A-29B). A FAB encomendou ao todo 99 aviões.
Depois surgiu a versão de exportação e o EMB-314 já opera na Colômbia, Equador, Chile, República Dominicana, Angola, Mali, Mauritânia, Burkina Faso, Líbano, Afeganistão, Indonésia, Estados Unidos, Filipinas e em breve Nigéria. Mas já existem outros na fila.
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Re: Um treinador básico para a FAB
Este seria um bom candidato para substituir os T-25
Grob G-120 TP
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Re: Um treinador básico para a FAB
Falando em TXC ,esta reportagem mostra sua apresentação , no final da reportagem aparece um oficial da FAB falando que pode ser um candidato para substituir o T-25 ....
No canal da empresa ,são videos de 5 a 6 anos atras .....não tem nada de novidade
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Re: Um treinador básico para a FAB
O projeto do TX-c Pilguin, há de se presumir, foi defenestrado junto com a empresa, no caso a Novaer.
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Re: Um treinador básico para a FAB
O que é uma pena, já que estavam num caminho bem promissor, com o treinador e o monomotor para a aviação geral, mercado que ficou carente de fornecedor nacional desde a saída da Embraer.
Mas vai ser difícil substituir o T-25 tão cedo, já que pouco tempo atrás ele tinha atingido 100% de disponibilidade. Desenvolveram esse TX-c pensando na aposentadoria do T-25 e o mesmo continua firme e forte. Esse avião é foi muito bem feito.
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Re: Um treinador básico para a FAB
O pessoal da Novaer cometeu muitos desatinos tentando vender seus produtos, mas o TX-c definitivamente não foi um deles. E poderia ter sido a salvação da empresa se a FAB não insistisse tanto em manter os T-25.Brasileiro escreveu: ↑Sex Out 16, 2020 6:40 pmO que é uma pena, já que estavam num caminho bem promissor, com o treinador e o monomotor para a aviação geral, mercado que ficou carente de fornecedor nacional desde a saída da Embraer.
Mas vai ser difícil substituir o T-25 tão cedo, já que pouco tempo atrás ele tinha atingido 100% de disponibilidade. Desenvolveram esse TX-c pensando na aposentadoria do T-25 e o mesmo continua firme e forte. Esse avião é foi muito bem feito.
A FAB acompanhou de perto o lançamento e a evolução do projeto, mas sei lá porque decidiram deixá-lo à própria sorte quanto ele era necessário e tinha tudo para dar certo. Inclusive com sérias possibilidades de exportação.
Enfim, mais uma bola fora das ffaa's contra a BID que vai ficar por isso mesmo.
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Re: Um treinador básico para a FAB
Mas isso é a sua visão... Não sabemos o que tem por trás, não conhecemos a história completa.
Será que o avião atendida ao que se esperava? Será que o timming foi o correto?
Prefiro não julgar dizendo que foi uma bola fora da FAB, sem ter todas as informações. Até pode ter sido... Mas...
Será que o avião atendida ao que se esperava? Será que o timming foi o correto?
Prefiro não julgar dizendo que foi uma bola fora da FAB, sem ter todas as informações. Até pode ter sido... Mas...
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Re: Um treinador básico para a FAB
Mas uai, o que nós colocamos aqui não é mais do que a nossa simples opinião. E é só isso.Cassio escreveu: ↑Sáb Out 17, 2020 6:03 am Mas isso é a sua visão... Não sabemos o que tem por trás, não conhecemos a história completa.
Será que o avião atendida ao que se esperava? Será que o timming foi o correto?
Prefiro não julgar dizendo que foi uma bola fora da FAB, sem ter todas as informações. Até pode ter sido... Mas...
Por tudo que se pode acompanhar deste projeto, que já tem alguns anos, tendo em vista o claro interesse demonstrado pela FAB no seu desenvolvimento, fica claro que alguém ou "alguéns" não fizeram a sua parte.
Eu li quase tudo o que se publicou sobre ele, inclusive de quem entende do manejo de aviões, e as falas sobre o TX-c eram todas quase unânimes sobre a qualidade, e potencialidades, do projeto.
Mas infelizmente ele agora é só mais uma das muitas iniciativas da indústria aeronáutica no Brasil que não conseguiram alçar voo.
Neste tema, a ausência e omissão do Estado, diz quase tudo sobre esse setor da economia nacional.
abs
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Re: Um treinador básico para a FAB
Já ouvi umas histórias bem diferentes sobre esta empresa. Que tudo era feito de uma maneira muito amadora.FCarvalho escreveu: ↑Sáb Out 17, 2020 10:51 amMas uai, o que nós colocamos aqui não é mais do que a nossa simples opinião. E é só isso.Cassio escreveu: ↑Sáb Out 17, 2020 6:03 am Mas isso é a sua visão... Não sabemos o que tem por trás, não conhecemos a história completa.
Será que o avião atendida ao que se esperava? Será que o timming foi o correto?
Prefiro não julgar dizendo que foi uma bola fora da FAB, sem ter todas as informações. Até pode ter sido... Mas...
Por tudo que se pode acompanhar deste projeto, que já tem alguns anos, tendo em vista o claro interesse demonstrado pela FAB no seu desenvolvimento, fica claro que alguém ou "alguéns" não fizeram a sua parte.
Eu li quase tudo o que se publicou sobre ele, inclusive de quem entende do manejo de aviões, e as falas sobre o TX-c eram todas quase unânimes sobre a qualidade, e potencialidades, do projeto.
Mas infelizmente ele agora é só mais uma das muitas iniciativas da indústria aeronáutica no Brasil que não conseguiram alçar voo.
Neste tema, a ausência e omissão do Estado, diz quase tudo sobre esse setor da economia nacional.
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A FAB é muito, mas muito exigente na aquisição de aeronaves. A Embraer tem de suar muito para atender aos requisitos não só técnicos, como industriais, de prazo, e de custos. Existem requisitos quanto ao suporte ao produto, documentação técnica, peças de reposição.... etc.
Segundo me disseram era uma aeronave até interessante, mas por trás dela havia uma "porta de garagem num fundo de quintal"... Com pessoal insuficiente para gerar relatórios, manuais e tudo mais que era exigido. Assim não conseguiram cativar o interesse para além da aeronave em si.
Só que uma Força Aérea não pode se limitar apenas a máquina em si. Pois uma vez que se compra, irá viver com ela por 30, 40 anos. É mais que a maioria dos casamentos. É preciso ter segurança de que tudo será atendido pela empresa, que ela te dá um mínimo de segurança de que não está entrando em "barca furada".
O que ouvi é que ficou nítido ao pessoal da FAB que era uma barca com muitos e enormes furos.
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Re: Um treinador básico para a FAB
Aí é que entra, penso eu aqui com meus botões, a responsabilidade do Estado em promover e assegurar a viabilidade do investimento público de forma a dar condições que determinados mercados que sem o seu aporte simplesmente não tem condições de por si, sobreviver em sua fase inicial. Foi o exemplo histórico da Embraer 50 anos lá atrás.
Hoje não temos nenhuma outra empresa da área aeroespacial no Brasil fora a Embraer, suas subsidiárias e fornecedores dentro do seu ciclo de produção. Não me parece ser uma situação benéfica dependermos exclusivamente de uma empresa neste setor. E não estou dizendo que a Embraer de hoje tal como ela é seja ruim, pelo contrário, mas o mercado de aviação no Brasil sempre foi maior do que os interesses privados da empresa. Acabou que ficamos sem nada pois as poucas empresas que ainda faziam algo no campo de projeto e produção de aviões se perderam no tempo ou foram adquiridas pela Embraer.
E fato é que a FAB, para dizer melhor, o Estado brasileiro, é extremamente dependente da Embraer para realizar seus objetivos estratégicos na seara aeroespacial, embora tenhamos aqui uma enorme capacidade humana inata de auferir produtos, serviços e soluções que não encontram respaldo porque simplesmente não tem as condições financeiras para tanto. Ou seja, toda a nossa indústria aeronáutica orbita em torno da Embraer. Se um dia ela dá a doida nos acionistas e resolvem mudar tudo para para o México ou a India, sei lá, como fica o Estado e toda a cadeia produtiva ao redor dela?
Cansei de ver inúmeras tentativas nos últimos vinte anos de projetos de aeronaves de todos os tipos irem e virem no Brasil sem ter qualquer chance simplesmente porque alguém em Brasília achou que não interessava a si, à FAB ou outrem. Bem, nem só de Embraer vive o mercado aeronáutico brasileiro e acredito seria muito bom para nós que houvessem mais iniciativas neste aspecto, a fim de que tenhamos melhor capacidade de produzir não somente produtos, mas principalmente conhecimento nesta área capaz de sendo necessário, ser utilizada no mercado civil, e principalmente, na Defesa, onde as necessidades são sempre maiores que a soluções demandadas.
abs
Hoje não temos nenhuma outra empresa da área aeroespacial no Brasil fora a Embraer, suas subsidiárias e fornecedores dentro do seu ciclo de produção. Não me parece ser uma situação benéfica dependermos exclusivamente de uma empresa neste setor. E não estou dizendo que a Embraer de hoje tal como ela é seja ruim, pelo contrário, mas o mercado de aviação no Brasil sempre foi maior do que os interesses privados da empresa. Acabou que ficamos sem nada pois as poucas empresas que ainda faziam algo no campo de projeto e produção de aviões se perderam no tempo ou foram adquiridas pela Embraer.
E fato é que a FAB, para dizer melhor, o Estado brasileiro, é extremamente dependente da Embraer para realizar seus objetivos estratégicos na seara aeroespacial, embora tenhamos aqui uma enorme capacidade humana inata de auferir produtos, serviços e soluções que não encontram respaldo porque simplesmente não tem as condições financeiras para tanto. Ou seja, toda a nossa indústria aeronáutica orbita em torno da Embraer. Se um dia ela dá a doida nos acionistas e resolvem mudar tudo para para o México ou a India, sei lá, como fica o Estado e toda a cadeia produtiva ao redor dela?
Cansei de ver inúmeras tentativas nos últimos vinte anos de projetos de aeronaves de todos os tipos irem e virem no Brasil sem ter qualquer chance simplesmente porque alguém em Brasília achou que não interessava a si, à FAB ou outrem. Bem, nem só de Embraer vive o mercado aeronáutico brasileiro e acredito seria muito bom para nós que houvessem mais iniciativas neste aspecto, a fim de que tenhamos melhor capacidade de produzir não somente produtos, mas principalmente conhecimento nesta área capaz de sendo necessário, ser utilizada no mercado civil, e principalmente, na Defesa, onde as necessidades são sempre maiores que a soluções demandadas.
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Re: Um treinador básico para a FAB
Desculpa... Mas sempre a mesma ladainha...
A FAB não gera demanda suficiente, em termos de aeronaves, para manter várias empresas.
Então não há problema algum não coisas ficarem em torno da Embraer.
Ela não iria e nem vai deixar o país porque o governo tem a Golden share que não deixa a parte da defesa ser negociada.
Nem a área comercial o país também não tem capacidade de gerar demanda para manter várias empresas, nem para manter somente a Embraer.
Uma força área não compra aviões de uma empresa de fundo de quintal. Simplesmente isso. As razões são obvias.
Nem compraria lá nos anos 1970 da Embraer se ela não tivesse nascido estatal, dentro da FAB.
Essa fase já passou... Ter outra empresa, para dividir uma demanda já pequena. Gastar milhões e milhões para formar uma nova empresa, esperar anos, para ter uma empresa para fazer aviões simples, que não agregam em termos de tecnologia. Não me parece inteligente
Para mim, o foco da FAB tinha de ser ir atrás de fomentar o surgimento de empresas de mísseis, armamentos inteligentes, Vants, e outras coisas.
Uma nova empresa aeronáutica tem que se formar e se firmar como a Akaer. Nasceu uma empresa de engenharia, participou de vários projetos, entrou na modernização de aeronaves, foi conquistando seu espaço e mostrando capacidade.
Quem sabe o próximo passo não seja um drone de ou até mesmo uma aeronave menos complexa...
A FAB não gera demanda suficiente, em termos de aeronaves, para manter várias empresas.
Então não há problema algum não coisas ficarem em torno da Embraer.
Ela não iria e nem vai deixar o país porque o governo tem a Golden share que não deixa a parte da defesa ser negociada.
Nem a área comercial o país também não tem capacidade de gerar demanda para manter várias empresas, nem para manter somente a Embraer.
Uma força área não compra aviões de uma empresa de fundo de quintal. Simplesmente isso. As razões são obvias.
Nem compraria lá nos anos 1970 da Embraer se ela não tivesse nascido estatal, dentro da FAB.
Essa fase já passou... Ter outra empresa, para dividir uma demanda já pequena. Gastar milhões e milhões para formar uma nova empresa, esperar anos, para ter uma empresa para fazer aviões simples, que não agregam em termos de tecnologia. Não me parece inteligente
Para mim, o foco da FAB tinha de ser ir atrás de fomentar o surgimento de empresas de mísseis, armamentos inteligentes, Vants, e outras coisas.
Uma nova empresa aeronáutica tem que se formar e se firmar como a Akaer. Nasceu uma empresa de engenharia, participou de vários projetos, entrou na modernização de aeronaves, foi conquistando seu espaço e mostrando capacidade.
Quem sabe o próximo passo não seja um drone de ou até mesmo uma aeronave menos complexa...
Editado pela última vez por Cassio em Dom Out 18, 2020 5:59 am, em um total de 1 vez.
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Re: Um treinador básico para a FAB
Quando falo em participação do Estado Cássio, não estou me referindo apenas e tão somente à FAB, e outras forças. Todos sabemos que as demandas da Defesa no Brasil sempre são maiores que as soluções aprestadas e que isso não vai mudar em tempo visível.
Quando falo da indústria aeronáutica estou me referindo a um complexo de avião que abrange experimenta, leve/geral e regional, onde cabem uma miríade de vetores diferentes que podem atender a demanda reprimida do mercado nacional. E aqui, um adendo. o mercado de aviação no Brasil sempre teve, e tem, um potencial enorme. Mesmo com todas as dificuldades impostas pela estagnação do investimento público na área, pela gigantesca burrocracia, pela carga de impostos escorchante, ainda assim temos o terceiro ou quarto mercado de aviação comercial do mundo. E não fosse a pandemia, estaríamos caminhando para o terceiro lugar tranquilo.
Enfim, eu tenho aqui comigo que se pelos menos a vida da aviação regional fosse bem resolvida, teríamos sim mercado aqui para todos os aviões da Embraer. E se não temos, não é pelos aviões em si, mas pela nefasta condição de desvantagem - em todos os sentidos - que estes aviões tem para serem adquiridos no Brasil se comparados com outros importados. E a Embraer não precisa se sustentar no mercado interno, pelo contrário, vender no Brasil seria apenas um mercado a mais a ser preenchido.
Temos muito o que fazer em termos de aviação civil neste país que precisa ser consertado. E a presença do Estado é fulcral, gostemos ou não dela neste aspecto. Principalmente nas regiões menos desenvolvidas.
E não me parece nem um pouco estranho ou impróprio que tenhamos aqui outras empresas que possam projetar e produzir modelos de aeronaves em todas as vertentes para dar conta do mercado nacional e com alguma competência até exportar. Até mesmo produzir sob licença aviões que interessem as necessidades do mercado nacional tem de ser visto como uma forma também de desenvolver o setor aeronáutico.
Enfim, o poder público existe para que os interesses do país sejam manifestos e defendidos de acordo com a nossa realidade geopolítica e estratégica. E neste interim, existem um mundo bem maior que o da defesa para explorar e manter. Falta-nos apenas vontade e honestidade para aceitar o fato de que não podemos nos esquivar dele para sempre.
abs
Quando falo da indústria aeronáutica estou me referindo a um complexo de avião que abrange experimenta, leve/geral e regional, onde cabem uma miríade de vetores diferentes que podem atender a demanda reprimida do mercado nacional. E aqui, um adendo. o mercado de aviação no Brasil sempre teve, e tem, um potencial enorme. Mesmo com todas as dificuldades impostas pela estagnação do investimento público na área, pela gigantesca burrocracia, pela carga de impostos escorchante, ainda assim temos o terceiro ou quarto mercado de aviação comercial do mundo. E não fosse a pandemia, estaríamos caminhando para o terceiro lugar tranquilo.
Enfim, eu tenho aqui comigo que se pelos menos a vida da aviação regional fosse bem resolvida, teríamos sim mercado aqui para todos os aviões da Embraer. E se não temos, não é pelos aviões em si, mas pela nefasta condição de desvantagem - em todos os sentidos - que estes aviões tem para serem adquiridos no Brasil se comparados com outros importados. E a Embraer não precisa se sustentar no mercado interno, pelo contrário, vender no Brasil seria apenas um mercado a mais a ser preenchido.
Temos muito o que fazer em termos de aviação civil neste país que precisa ser consertado. E a presença do Estado é fulcral, gostemos ou não dela neste aspecto. Principalmente nas regiões menos desenvolvidas.
E não me parece nem um pouco estranho ou impróprio que tenhamos aqui outras empresas que possam projetar e produzir modelos de aeronaves em todas as vertentes para dar conta do mercado nacional e com alguma competência até exportar. Até mesmo produzir sob licença aviões que interessem as necessidades do mercado nacional tem de ser visto como uma forma também de desenvolver o setor aeronáutico.
Enfim, o poder público existe para que os interesses do país sejam manifestos e defendidos de acordo com a nossa realidade geopolítica e estratégica. E neste interim, existem um mundo bem maior que o da defesa para explorar e manter. Falta-nos apenas vontade e honestidade para aceitar o fato de que não podemos nos esquivar dele para sempre.
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Re: Um treinador básico para a FAB
Uma empresa para fazer aeronaves para os aeroclubes, aviões agrícolas e de passeio... Até uma aeronave da classe do Sêneca... Pode ser, existe demanda que sustente uma pequena empresa.
Mas se a empresa levar 10 anos para fazer o que já tem no mercado, chegará tarde.
A tecnologia avança rápido. Já estamos vendo aparecerem pra híbridos e os elétricos. Então essa nova empresa precisaria já pensar nisso.
Quanto ao papel do Estado em fomentar isso... Não ser pode esperar nada. Na época da Embraer estatal ela produziu a linha Piper... E o maior obstáculo para que as vendas fossem muito maiores foi justamente o Estado.
Você fala em o mercado aeronáutico Brasileiro ter grande potencial... Sim, é verdade. Mas mercado potencial não é mercado real. Mercado real atrai investimento, atrai a iniciativa privada. Mercado potencial só traz risco.
Transformar o mercado potencial em real puder levar tempo, e muito comprometimento. Será preciso projetos governamentais de lindo prazo e muito investimento (ou renuncia fiscal). E neste novo mundo... Acho muito difícil.
Ou seja seria maravilhoso ter outras indústrias aeronáuticas aqui... Sim, seria. E eu seria o primeiro a concordar, afinal aumenta as possibilidades de emprego para quem trabalha no setor.
Mas dadas as condições atuais, sendo pragmático, acho difícil isso acontecer. Minha melhor aposta é uma empresa que já existe dar esse "passo", cono uma Akaer ou Avibras...
O fato que contesto aqui é o Estado ter de gerar demanda via forças armadas, como você sempre postula, para outras empresas nacionais. Não concordo e não se sustenta.
O Estado teria... Teria... É dar condições para que a demanda potencial do mercado civil se tornasse realidade. E ainda tivesse uma política industrial que favorecesse a iniciativa privada.
Depois, mais para frente, poderiam vir encomendas para as forças armadas.
Aqui as empresas querem nascer penduradas em encomendas militares.... Não vai dar certo.
Mas se a empresa levar 10 anos para fazer o que já tem no mercado, chegará tarde.
A tecnologia avança rápido. Já estamos vendo aparecerem pra híbridos e os elétricos. Então essa nova empresa precisaria já pensar nisso.
Quanto ao papel do Estado em fomentar isso... Não ser pode esperar nada. Na época da Embraer estatal ela produziu a linha Piper... E o maior obstáculo para que as vendas fossem muito maiores foi justamente o Estado.
Você fala em o mercado aeronáutico Brasileiro ter grande potencial... Sim, é verdade. Mas mercado potencial não é mercado real. Mercado real atrai investimento, atrai a iniciativa privada. Mercado potencial só traz risco.
Transformar o mercado potencial em real puder levar tempo, e muito comprometimento. Será preciso projetos governamentais de lindo prazo e muito investimento (ou renuncia fiscal). E neste novo mundo... Acho muito difícil.
Ou seja seria maravilhoso ter outras indústrias aeronáuticas aqui... Sim, seria. E eu seria o primeiro a concordar, afinal aumenta as possibilidades de emprego para quem trabalha no setor.
Mas dadas as condições atuais, sendo pragmático, acho difícil isso acontecer. Minha melhor aposta é uma empresa que já existe dar esse "passo", cono uma Akaer ou Avibras...
O fato que contesto aqui é o Estado ter de gerar demanda via forças armadas, como você sempre postula, para outras empresas nacionais. Não concordo e não se sustenta.
O Estado teria... Teria... É dar condições para que a demanda potencial do mercado civil se tornasse realidade. E ainda tivesse uma política industrial que favorecesse a iniciativa privada.
Depois, mais para frente, poderiam vir encomendas para as forças armadas.
Aqui as empresas querem nascer penduradas em encomendas militares.... Não vai dar certo.
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Re: Um treinador básico para a FAB
E nem precisa andar muito para comprovar isso, aqui do lado a FAdeA (com história muito mais longa que a da EMBRAER) tenta viver precisamente do que o @FCarvalho acha que é certo, dinheiro estatal. E aí está, não quebra porque o Estado deixa de financiar a Força Aérea para salvar a Indústria Aeronáutica, ficando sem uma nem outra que funcionem como deveriam.
Se a visão de negócio for errada, todo o resto acaba dando errado também.
Já agora, o Bandeco se chamava EMB-110, o Xavante (originalmente Aermacchi MB-326GB) aqui virou EMB-326GB por ser feito na EMBRAER; e o AMX, tem algum EMB também? Além da sigla que citei, só conheço como A-1...
Se a visão de negócio for errada, todo o resto acaba dando errado também.
Já agora, o Bandeco se chamava EMB-110, o Xavante (originalmente Aermacchi MB-326GB) aqui virou EMB-326GB por ser feito na EMBRAER; e o AMX, tem algum EMB também? Além da sigla que citei, só conheço como A-1...
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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