#5724
Mensagem
por FCarvalho » Ter Set 15, 2020 11:05 pm
Até a última vez que conseguir saber existem dezenas de Guarani nos estacionamentos da Iveco em MG. E o EB na PLOA 2021 dispõe de recursos para adquirir apenas 90 unidades. Ainda vai continuar a sobrar muitos na fábrica. Que obviamente não parou a produção do modelo atual, mesmo com todos os defeitos já apontados. Bom para eles que vão ter que uma hora ou outra concertar todos. E já são mais de 400 unidades fabricadas.
As unidades que poderiam servir como exemplares de desenvolvimento das VBE - entre 5 a 6 modelos até agora - poderiam estar neste meio sobrando nas garagens da Iveco. Mas o EB não tem recursos para colocar para andar uma única versão destas. As citas porta-morteiro e engenharia estão paradas e pelo que se sabe, sem nenhuma previsão de retomar os trabalhos.
O que mais me intriga, é como uma empresa expert em projeto e fabricação de bldos há décadas como a Iveco se permite construir um bldo com erros, talvez até facilmente percebíveis já na fase de projeto, e arrisca seu nome e reputação em um produto fadado a ser usado única e exclusivamente pelo financiador, e ainda por cima, com uma série de discrepâncias reconhecidas.
Há quem possa dizer, "mas é uma empresa, e o negócio deles é dinheiro"; mas não funciona assim no mercado de defesa. Um produto ruim pode dizer muita sobre quem o fez, e isso pode significar, em consequência, problemas com vendas futuras mesmo relativas a outras áreas e/ou produtos. Não é fácil vender bldos no mundo hoje. Tentar vender um com alegadamente tantos problemas por uma empresa reconhecida e com o cacife da Iveco é pior ainda. Por correr esse risco dispendioso?
Enfim, o problema do Guarani não é ele ser 6x6 ou 8x8, mas a completa inépcia do EB em gestar o projeto de forma a torná-lo um produto vencedor - e portanto vendível - e não apenas um mero produto para consumo interno, como se isso fosse mais do que suficiente para garantir a sua viabilidade. Não estamos mais nos anos 1970. Se a ideia era retomar a expertice que se tinha há 40 anos atrás, nós vacilamos, pois a BID tem pouca ou nenhuma participação no Guarani. Quase tudo nele continua sendo importado, inclusive as partes principais. E o empresariado nacional continua a não querer conversa com esse projeto. E nem com nenhum outro do EB nesta seara.
Em um vídeo que assisti esses dias, um dos comentaristas falando sobre o fundador da Avibrás, lembrou que ele falava: "tudo o que eu fiz usando os parâmetros do EB, eu não consegui vender. Tudo o que eu fiz usando os meus parâmetros, eu consegui vender."
É possível dizer que o projeto do Guarani embora muito bem intencionado, partiu de premissas no mínimo equivocadas, ou otimistas demais, e fora da realidade. Hoje temos um bom VBTP 6X6. Mas é só isso. Parou por aí.
Mas a defesa do país, tal como eu a penso e vejo, não pode ter como parâmetro ser "boa, nem tão bonita assim e essencialmente barata" como bem aprouve ao EB e demais forças.
Precisamos dar passos além dessa mentalidade ou vamos continuar andando em círculos eternamente caçando o próprio rabo sem nunca encontrá-lo. Não creio que seja isso que todos nós aqui queiramos.
abs
Carpe Diem
), o Grande Diferencial é aquela pecinha que fica atrás do volante... 
![[003]](./images/smilies/003.gif "Gargalhada"){kind=small}
![8-]](./images/smilies/icon_cool.gif "Cool"){kind=icon}
