Turquia
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Re: Turquia
Cupincha, nem o SOSUS é DEFESA eficaz contra subs, a gente não se defende deles e sim os ataca; e se der para acabar com a base deles logo de saída (até nós só temos UMA), já era...
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
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Re: Turquia
Existem 4 bases britânicas no Atlântico Sul, em ilhas que ficam a meio caminho entre nós e o continente africano. A ilha de Ascensão é a maior base militar ao sul do Equador que os britânicos possuem, e por conseguinte, americanos, franceses e todo o resto da Otan tem acesso a ela e à infraestrutura das outras 3 ilhas. Todas elas ficam a distâncias que permitem abarcar navios, submarinos e aviões militares que facilmente interromperiam nosso fluxo comercial e até mesmo aéreo, se quiserem.
A MB e FAB tem sistemas de controle de navegação naval e aérea que fazem o sensoriamento e identificação do tráfego no AS e na nossa ZEE, mas ambas não tem os meios necessários para controlar(e interferir) concretamente nos contatos em qualquer parte dessa área. O SIGAAZ deveria prover isso com meios aéreos e navais, integrado ao SISCEAB.
Não temos hoje qualquer capacidade objetiva eficaz e/ou eficiente de atuar em SAR, patrulhamento naval e aéreo da costa, 12 milhas, ZEE e/ou plataforma continental, FIR Atlântico e muito menos vigiar, proteger, defender nossas rotas marítimas no Atlântico Sul. Se alguém quiser colocar um ou mais submarinos na nossa costa, provavelmente seremos os últimos a saber. Aliás, isso já aconteceu diversas vezes e ficou por isso mesmo. Diversos navios de guerra da USN navegam ao longo do ano por nossas águas ignorando a ZEE brasileira, como costumam fazer em outros lugares do mundo. E nós não fazemos nada porque não temos meios para isso. Um bombardeiro russo saiu da Venezuela e seguiu até quase o sul do Brasil pela nossa linha costeira e ele só foi interceptado quando já estava próximo ao RJ. Um navio russo de inteligência andou pela nossa costa durante uma semana sem que a MB pudesse intervir em sua rota ou interpelar ele. Pior, diz-se que ele passou 5 dias navegando no nosso mar sem que a MB soubesse onde ele estava.
Bem, na matéria referente à Turquia, diz-se que eles enviaram 17 navios para a área em questão. É uma frota grande mesmo que nem todos sejam de combate. Mas o simples ato de enviar uma frota para área de interesse já diz muito sobre os interesses, a vontade e a capacidade de defender o que a Turquia entende como seus direitos. Não temos nada disso aqui.
A MB sonha com o SSN desde 1979. E a grande falha é que só ela sonhava, ninguém mais. Levou mais de 30 anos para alguém em Brasília resolver acalantar este sonho da MB e transformá-lo em um sonho nacional, mesmo sendo propaganda enganosa quanto a todo o resto. O plano original previa 14 subs convencionais e 6 nucleares. Para o nível estratégico brasileiro isso é um salto gigantesco de posição em nível de Atlântico Sul. Hoje esse mesmo planejamento foi diminuído para algo como 7 subs convencionais e 4 nucleares. O sonho da MB parece que voltou a ser só dela. E ainda falta resolver o problema dos patrulhas, dos escoltas, logísticos, anfíbios, minagem e varredura, escola, dos helos de instrução e emprego geral, de novos caças, ASW/ASupW, AEW, VANT's, SIGAAZ, e por vamos. Temos recursos suficientes para dar conta de tudo isso em menos de 20 anos, se quisermos. Mas não queremos.
Navios de patrulha não fazem guerra ASW, mas são essenciais para controlar poluição, pesca ilegal, trânsito naval, mostrar bandeira, policiamento, intervenção e apoio, contra pirataria, e muitas outras coisas para as quais hoje utilizamos fragatas e corvetas. Nada mais longe do uso racional dos poucos meios que temos.
Quando a MB disse que precisava de 6 sub nucleares, 30 escoltas, 2 Nae e outros tantos de navios de apoio, logísticos e anfíbios na primeira versão do PEAMB, muitos riram, outros fizeram gozação, outros disseram que era loucura, impossível, impensável, que nunca iria dar certo, e por aí vai. Quase ninguém acreditava que aquilo poderia ser realmente algo proposto com bases e números concretos, e não apenas devaneio ou mania de grandeza do almirantado. Mas fato é que hoje nós não temos uma marinha capaz até mesmo de ser uma simples e boa guarda costeira. Não porque ela não tenha feito o que lhe pediram, mas porque o Estado brasileiro simplesmente a ignorou e virou as costas depois que o papel do planejamento foi parar na gaveta de alguém em Brasília, que provavelmente deve ter dito em alguma reunião privada "olha não é bem assim, senta aqui vamos conversar... "
Os turcos começaram a sua corrida pela BID muitos anos depois que o Brasil, e hoje eles colhem os frutos desse esforço, que não foi só dos seus militaras, mas fruto de uma decisão de Estado. Até navios para nós ofereceram na concorrência para as CV-3. E nós aqui sequer temos um escritório/estaleiro capaz de projetar/construir um simples patrulha de 2 mil ton.
Enfim, os desenhos mostrados identificam não uma, mas várias fraquezas nossas. Quase toda a nossa infraestrutura petrolífera está ao alcance de armas com capacidade de cruzeiro, aviação de caça postada nas ilhas a nossa frente ou mesmo navios e submarinos equipados com torpedos e mísseis. Não temos e nem teremos caças com capacidade de interceptar um alvo além da nossa ZEE e nem em condições de alcançar as ilhas britânicas e voltar sem precisar reabastecer. Os aviões de patrulha SAR e ASW que não temos não podem prover a consciência situacional de que precisamos para alimentar nosso sistema de inteligência e de controle aéreo e naval. A AAe que não temos não defende nada e nem ninguém ao longo do litoral. Aliás, de quem é a responsabilidade de defender as refinarias das Petrobrás ao longo do litoral? Do exército ou da MB?
abs
A MB e FAB tem sistemas de controle de navegação naval e aérea que fazem o sensoriamento e identificação do tráfego no AS e na nossa ZEE, mas ambas não tem os meios necessários para controlar(e interferir) concretamente nos contatos em qualquer parte dessa área. O SIGAAZ deveria prover isso com meios aéreos e navais, integrado ao SISCEAB.
Não temos hoje qualquer capacidade objetiva eficaz e/ou eficiente de atuar em SAR, patrulhamento naval e aéreo da costa, 12 milhas, ZEE e/ou plataforma continental, FIR Atlântico e muito menos vigiar, proteger, defender nossas rotas marítimas no Atlântico Sul. Se alguém quiser colocar um ou mais submarinos na nossa costa, provavelmente seremos os últimos a saber. Aliás, isso já aconteceu diversas vezes e ficou por isso mesmo. Diversos navios de guerra da USN navegam ao longo do ano por nossas águas ignorando a ZEE brasileira, como costumam fazer em outros lugares do mundo. E nós não fazemos nada porque não temos meios para isso. Um bombardeiro russo saiu da Venezuela e seguiu até quase o sul do Brasil pela nossa linha costeira e ele só foi interceptado quando já estava próximo ao RJ. Um navio russo de inteligência andou pela nossa costa durante uma semana sem que a MB pudesse intervir em sua rota ou interpelar ele. Pior, diz-se que ele passou 5 dias navegando no nosso mar sem que a MB soubesse onde ele estava.
Bem, na matéria referente à Turquia, diz-se que eles enviaram 17 navios para a área em questão. É uma frota grande mesmo que nem todos sejam de combate. Mas o simples ato de enviar uma frota para área de interesse já diz muito sobre os interesses, a vontade e a capacidade de defender o que a Turquia entende como seus direitos. Não temos nada disso aqui.
A MB sonha com o SSN desde 1979. E a grande falha é que só ela sonhava, ninguém mais. Levou mais de 30 anos para alguém em Brasília resolver acalantar este sonho da MB e transformá-lo em um sonho nacional, mesmo sendo propaganda enganosa quanto a todo o resto. O plano original previa 14 subs convencionais e 6 nucleares. Para o nível estratégico brasileiro isso é um salto gigantesco de posição em nível de Atlântico Sul. Hoje esse mesmo planejamento foi diminuído para algo como 7 subs convencionais e 4 nucleares. O sonho da MB parece que voltou a ser só dela. E ainda falta resolver o problema dos patrulhas, dos escoltas, logísticos, anfíbios, minagem e varredura, escola, dos helos de instrução e emprego geral, de novos caças, ASW/ASupW, AEW, VANT's, SIGAAZ, e por vamos. Temos recursos suficientes para dar conta de tudo isso em menos de 20 anos, se quisermos. Mas não queremos.
Navios de patrulha não fazem guerra ASW, mas são essenciais para controlar poluição, pesca ilegal, trânsito naval, mostrar bandeira, policiamento, intervenção e apoio, contra pirataria, e muitas outras coisas para as quais hoje utilizamos fragatas e corvetas. Nada mais longe do uso racional dos poucos meios que temos.
Quando a MB disse que precisava de 6 sub nucleares, 30 escoltas, 2 Nae e outros tantos de navios de apoio, logísticos e anfíbios na primeira versão do PEAMB, muitos riram, outros fizeram gozação, outros disseram que era loucura, impossível, impensável, que nunca iria dar certo, e por aí vai. Quase ninguém acreditava que aquilo poderia ser realmente algo proposto com bases e números concretos, e não apenas devaneio ou mania de grandeza do almirantado. Mas fato é que hoje nós não temos uma marinha capaz até mesmo de ser uma simples e boa guarda costeira. Não porque ela não tenha feito o que lhe pediram, mas porque o Estado brasileiro simplesmente a ignorou e virou as costas depois que o papel do planejamento foi parar na gaveta de alguém em Brasília, que provavelmente deve ter dito em alguma reunião privada "olha não é bem assim, senta aqui vamos conversar... "
Os turcos começaram a sua corrida pela BID muitos anos depois que o Brasil, e hoje eles colhem os frutos desse esforço, que não foi só dos seus militaras, mas fruto de uma decisão de Estado. Até navios para nós ofereceram na concorrência para as CV-3. E nós aqui sequer temos um escritório/estaleiro capaz de projetar/construir um simples patrulha de 2 mil ton.
Enfim, os desenhos mostrados identificam não uma, mas várias fraquezas nossas. Quase toda a nossa infraestrutura petrolífera está ao alcance de armas com capacidade de cruzeiro, aviação de caça postada nas ilhas a nossa frente ou mesmo navios e submarinos equipados com torpedos e mísseis. Não temos e nem teremos caças com capacidade de interceptar um alvo além da nossa ZEE e nem em condições de alcançar as ilhas britânicas e voltar sem precisar reabastecer. Os aviões de patrulha SAR e ASW que não temos não podem prover a consciência situacional de que precisamos para alimentar nosso sistema de inteligência e de controle aéreo e naval. A AAe que não temos não defende nada e nem ninguém ao longo do litoral. Aliás, de quem é a responsabilidade de defender as refinarias das Petrobrás ao longo do litoral? Do exército ou da MB?
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Re: Turquia
As refinarias são do Exército. O que a Marinha através dos seus Distritos Navais podem proteger são os portos e seus navios.
Com relação às nossas responsabilidades de busca e salvamento são necessários mais Navios Patrulha Oceânicos. A MB pretende obter mais 2 do tipo.
Há 2 anos atrás um P-3 da FAB localizou um náufrago à 2.850km da nossa costa. Houve um indicativo da área em que ele poderia estar e, com a autonomia elevada da aeronave em voo à baixa altitude, conseguiu localizá-lo.
O P-3BR, com sua autonomia excepcional e sensores, como aeronave SAR atende os compromissos de busca e salvamento do Brasil no Atlântico Sul.
Com relação às nossas responsabilidades de busca e salvamento são necessários mais Navios Patrulha Oceânicos. A MB pretende obter mais 2 do tipo.
Há 2 anos atrás um P-3 da FAB localizou um náufrago à 2.850km da nossa costa. Houve um indicativo da área em que ele poderia estar e, com a autonomia elevada da aeronave em voo à baixa altitude, conseguiu localizá-lo.
O P-3BR, com sua autonomia excepcional e sensores, como aeronave SAR atende os compromissos de busca e salvamento do Brasil no Atlântico Sul.
Editado pela última vez por knigh7 em Sex Jul 24, 2020 12:07 am, em um total de 1 vez.
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Re: Turquia
Para caçar um SSK com probabilidade de êxito é buscá-lo numa área pequena. Mas nessa caça é muito importante o sonar ativo da escolta.
Um recurso que poderia ajudar nisso mas será limitado seja pelo tamanho do nosso litoral, seja pelas restrições orçamentárias, são aquelas torres com sonar passivo instaladas no leito oceânico. Serão instalados próximo à Baía da Guanabara, próximo a Ilha da Madeira. Mas são em poucos locais.
Agora vem uma outra forma para tornar reduzida a área de busca do submarino: quando ele lança o torpedo e não há na área entre a escolta e ele nenhum outro emissor sonoro (ex: navio) o sonar da escolta capta a direção e o tempo em que começaram a escutar. A escolta buscaria numa área reduzida (cerca de 30km2). Mas teria de reagir logo para que a área provável não vá se ampliando.
Poderíamos escoltar comboios com 2 escoltas (o ideal é 4). Mas pelo menos com 2 é possível ter uma noção mais acurada da área em que o submarino está quando torpedeia um(s)navio(s) do comboio. E a caçada nunca deve ser feita por apenas 1 escolta. Nesse caso a vantagem é do submarino caçar quem está caçando ele. Com 2 escoltas aí possível fazer o jogo entre elas para que uma delas tenha vantagem sobre o submarino.
Se a MB tivesse 12 escoltas disponíveis ( teria de ter cerca de 18 para isso), portanto podendo formar 6 frações com 2 escoltas talvez consiga ter presença o suficiente em comboios para num desses em que o submarino afundar um navio, poder caçá-lo e afundá-lo.
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Re: Turquia
Turquia considera acusações de Macron como nulas e sem efeito
O Governo turco considerou na quinta-feira que as acusações do Presidente francês, Emmanuel Macron, à Turquia de violar a soberania da Grécia e do Chipre no Mediterrâneo Oriental são "nulas e sem efeito".
Macron fez as acusações na quinta-feira durante a receção ao seu homólogo cipriota, Nicos Anastasiades, em Paris.
"Quero expressar outra vez a plena solidariedade da França com o Chipre, mas também com a Grécia, perante as violações da sua soberania pela Turquia", disse o Presidente francês, cuja declaração foi também publicada em grego na sua página na rede social Facebook.
"É inaceitável que o espaço marítimo de um Estado-membro da nossa União (Europeia) seja violado ou ameaçado. Os que o fazem devem ser sancionados", disse Macron.
As afirmações de Macron são "nulas e sem efeito" e a ameaça de sanções que o Presidente francês evocou "não conduz a nada", replicou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros turco, Hami Aksoy.
Este contrapôs que a Turquia agia no Mediterrâneo Oriental de acordo com o direito internacional.
A Marinha de Guerra da Grécia foi colocada em estado de alerta na quarta-feira depois de a Turquia ter enviado navios militares para uma zona próxima das ilhas gregas de Kastellorizo escoltando um navio turco de exploração de gás submarino.
Atenas já pediu a Ancara para "cessar de forma imediata as ações ilegais" que "violam a soberania grega e ameaçam a paz e a segurança na região".
O Mediterrâneo oriental, por questões energéticas e de segurança, "está em jogo por lutas de poder, em particular pela Turquia e pela Rússia, que se afirmam cada vez mais face à União Europeia", disse o chefe de Estado francês.
"Há um vazio por parte da Europa no Mediterrâneo oriental", considerou Nicos Anastasiades, acrescentando que as iniciativas do Presidente da França "são uma esperança" para que a zona não seja controlada pela Turquia "nem por outro qualquer país".
A tensão tem vindo a multiplicar-se na zona marítima, onde várias potências como a Turquia, o Egito, Israel e a Grécia se mostram concorrentes em relação aos recursos energéticos.
A degradação da crise líbia, onde a Turquia e a Rússia mantêm uma posição de força, é outro dos fatores de tensão.
No que diz respeito à Líbia, a França também não pode "deixar que potências estrangeiras, sejam quais forem, violem o embargo sobre o fornecimento e venda de armamento", acrescentou Macron.
Paris admite sanções "para obter um cessar-fogo" no sentido "da resolução política do conflito líbio".
A França tem denunciado recentemente as ingerências turcas na crise líbia, tendo-se verificado um agravar das tensões entre os dois países após um incidente marítimo com dois navios de guerra.
Macron também propôs na quinta-feira uma reunião dos países do sul da Europa sobre a segurança na região, incluindo a questão líbia.
"De uma forma mais abrangente, a Europa deve iniciar uma reflexão aprofundada sobre as questões da segurança no Mediterrâneo", disse Macron, que propôs a organização de uma cimeira que reúna o grupo de países do sul da União Europeia.
O grupo "Med 7", formado em 2016, é constituído pela França, Portugal, Espanha, Itália, Grécia, Malta e Chipre, e por proposta de Macron deve reunir-se "no final do mês de agosto ou no princípio de setembro".
https://www.noticiasaominuto.com/mundo/ ... sem-efeito
O Governo turco considerou na quinta-feira que as acusações do Presidente francês, Emmanuel Macron, à Turquia de violar a soberania da Grécia e do Chipre no Mediterrâneo Oriental são "nulas e sem efeito".
Macron fez as acusações na quinta-feira durante a receção ao seu homólogo cipriota, Nicos Anastasiades, em Paris.
"Quero expressar outra vez a plena solidariedade da França com o Chipre, mas também com a Grécia, perante as violações da sua soberania pela Turquia", disse o Presidente francês, cuja declaração foi também publicada em grego na sua página na rede social Facebook.
"É inaceitável que o espaço marítimo de um Estado-membro da nossa União (Europeia) seja violado ou ameaçado. Os que o fazem devem ser sancionados", disse Macron.
As afirmações de Macron são "nulas e sem efeito" e a ameaça de sanções que o Presidente francês evocou "não conduz a nada", replicou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros turco, Hami Aksoy.
Este contrapôs que a Turquia agia no Mediterrâneo Oriental de acordo com o direito internacional.
A Marinha de Guerra da Grécia foi colocada em estado de alerta na quarta-feira depois de a Turquia ter enviado navios militares para uma zona próxima das ilhas gregas de Kastellorizo escoltando um navio turco de exploração de gás submarino.
Atenas já pediu a Ancara para "cessar de forma imediata as ações ilegais" que "violam a soberania grega e ameaçam a paz e a segurança na região".
O Mediterrâneo oriental, por questões energéticas e de segurança, "está em jogo por lutas de poder, em particular pela Turquia e pela Rússia, que se afirmam cada vez mais face à União Europeia", disse o chefe de Estado francês.
"Há um vazio por parte da Europa no Mediterrâneo oriental", considerou Nicos Anastasiades, acrescentando que as iniciativas do Presidente da França "são uma esperança" para que a zona não seja controlada pela Turquia "nem por outro qualquer país".
A tensão tem vindo a multiplicar-se na zona marítima, onde várias potências como a Turquia, o Egito, Israel e a Grécia se mostram concorrentes em relação aos recursos energéticos.
A degradação da crise líbia, onde a Turquia e a Rússia mantêm uma posição de força, é outro dos fatores de tensão.
No que diz respeito à Líbia, a França também não pode "deixar que potências estrangeiras, sejam quais forem, violem o embargo sobre o fornecimento e venda de armamento", acrescentou Macron.
Paris admite sanções "para obter um cessar-fogo" no sentido "da resolução política do conflito líbio".
A França tem denunciado recentemente as ingerências turcas na crise líbia, tendo-se verificado um agravar das tensões entre os dois países após um incidente marítimo com dois navios de guerra.
Macron também propôs na quinta-feira uma reunião dos países do sul da Europa sobre a segurança na região, incluindo a questão líbia.
"De uma forma mais abrangente, a Europa deve iniciar uma reflexão aprofundada sobre as questões da segurança no Mediterrâneo", disse Macron, que propôs a organização de uma cimeira que reúna o grupo de países do sul da União Europeia.
O grupo "Med 7", formado em 2016, é constituído pela França, Portugal, Espanha, Itália, Grécia, Malta e Chipre, e por proposta de Macron deve reunir-se "no final do mês de agosto ou no princípio de setembro".
https://www.noticiasaominuto.com/mundo/ ... sem-efeito
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Re: Turquia
A Grécia pretende assinar um contrato para a aquisição de 20 caças furtivos F-35A de quinta geração, no valor de quase US$ 3 bilhões, em 2021 (custo unitário de US$ 85 milhões, com a primeira entrega em 2025-2026.
https://www.aereo.jor.br/2020/07/21/gre ... vos-f-35a/
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Re: Turquia
P44 escreveu: ↑Sex Jul 24, 2020 6:22 amA Grécia pretende assinar um contrato para a aquisição de 20 caças furtivos F-35A de quinta geração, no valor de quase US$ 3 bilhões, em 2021 (custo unitário de US$ 85 milhões, com a primeira entrega em 2025-2026.
https://www.aereo.jor.br/2020/07/21/gre ... vos-f-35a/
Dois comentários, um sobre este post e outro sobre o anterior:
Tomara que a Turquia espere até 2025/26 para se fresquear MAIS pro lado da Grécia então . Pior, tem que torcer para que ISRAEL continue com foco na Síria e dando bastante paulada por lá (até agora necas de S300/400 - Sírios, não Russos - derrubando aviões que, só no mês passado e apenas em missões admitidas por Israel, passou de NOVECENTAS incursões impunes) porque, junto com a citada Turquia, é um pessoal que deve ser levado a sério, eis que sabe e até gosta de brigar. Egito é freguês antigo, já entra em confusão sabendo que vai apanhar;
A popularidade de Macron deve andar em baixa de novo (se é que andou em alta alguma vez nos últimos anos): ano passado começou a encher o saco do PR do Brasil por causa das queimadas na Amazônia (e com isso reacendeu antigos receios dos nossos militares e mesmo de civis aficcionados por Defesa) até levar um CALABOCA do POTUS pelo Twitter; daí foi encher o saco do próprio e, além de ser zoado em plena capital de seu próprio País por ele, o coitado do Françuá ainda teve que engolir ameaças de sanções (se não me engano alguma coisa chegou a ser aplicada, ou quase); agora vem pagar marra logo para o Grão-Turco, que não é de muita cupinchagem com ninguém, e tudo isso em menos de UM ANO!
Conclusão:
TEM CADA VEZ MAIS DOIDO NA EUROPA!!!
Tomara que a Turquia espere até 2025/26 para se fresquear MAIS pro lado da Grécia então . Pior, tem que torcer para que ISRAEL continue com foco na Síria e dando bastante paulada por lá (até agora necas de S300/400 - Sírios, não Russos - derrubando aviões que, só no mês passado e apenas em missões admitidas por Israel, passou de NOVECENTAS incursões impunes) porque, junto com a citada Turquia, é um pessoal que deve ser levado a sério, eis que sabe e até gosta de brigar. Egito é freguês antigo, já entra em confusão sabendo que vai apanhar;
A popularidade de Macron deve andar em baixa de novo (se é que andou em alta alguma vez nos últimos anos): ano passado começou a encher o saco do PR do Brasil por causa das queimadas na Amazônia (e com isso reacendeu antigos receios dos nossos militares e mesmo de civis aficcionados por Defesa) até levar um CALABOCA do POTUS pelo Twitter; daí foi encher o saco do próprio e, além de ser zoado em plena capital de seu próprio País por ele, o coitado do Françuá ainda teve que engolir ameaças de sanções (se não me engano alguma coisa chegou a ser aplicada, ou quase); agora vem pagar marra logo para o Grão-Turco, que não é de muita cupinchagem com ninguém, e tudo isso em menos de UM ANO!
Conclusão:
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Re: Turquia
Bom, as refinarias localizam-se via de regra nas capitais dos estados, ou seja, litoral. MB e EB poderiam cobrir este aspecto. Mas tem que definir claramente.knigh7 escreveu: ↑Qui Jul 23, 2020 10:29 pm As refinarias são do Exército. O que a Marinha através dos seus Distritos Navais podem proteger são os portos e seus navios.
Com relação às nossas responsabilidades de busca e salvamento são necessários mais Navios Patrulha Oceânicos. A MB pretende obter mais 2 do tipo.
Há 2 anos atrás um P-3 da FAB localizou um náufrago à 2.850km da nossa costa. Houve um indicativo da área em que ele poderia estar e, com a autonomia elevada da aeronave em voo à baixa altitude, conseguiu localizá-lo.
O P-3BR, com sua autonomia excepcional e sensores, como aeronave SAR atende os compromissos de busca e salvamento do Brasil no Atlântico Sul.
O SAR no Brasil é feito com qualquer coisa que se tenha a mão e esteja mais próximo da área de ocorrência. MB e FAB lançam mão do que estiver disponível, usando kits SAR onde podem ser usados, ou simplesmente aeronaves, helos e navios do jeito que estão. Neste caso, temos deficiências de meios especializados, que será em parte compensado pelos 3 C-105 SAR comprados. A zona marítima SAR do Brasil é de cerca de 10 milhões km2, além da ZEE, que atualmente é de 3,8 milhões km2. A FAB também opera na faixa terrestre continental brasileira e na América do Sul sob demanda. A questão é simples: precisamos de uma Guarda Costeira para fazer esse trabalho e muito bem equipada. Do jeito que está continua o nosso famoso "me engana que eu gosto".
E apenas 8 aviões nunca foram suficientes para atender as demandas SAR no Atlântico Sul, que como disse, é feita a pagode com o que FAB/MB tem em mãos na hora e julga poder utilizar para atender as ocorrências. Os H225M tem sido repetidas vezes utilizados em várias missões SAR no AS, inclusive em missões de longa distância mostrando as qualidades do helo. Mas não existem em quantidade suficiente para atender tudo o que acontece. Um helo do HU-41 em Belém teve que atender uma chamada de emergência no litoral do Ceará. Os helos da FAB já atenderam ocorrências longe de suas bases centenas de kilometros. O dispositivo atual encarece os custos das missões SAR e deixa tudo mais caro de fazer. Além disso o SAR é apenas uma das muitas missões feitas pelos esquadrões de helos ao longo do litoral. Não ha disponibilidade 100% do tempo para cumprir esse tipo de missão.
abs.
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Re: Turquia
Segundo o Poder Naval, em matéria atualizada ontem pela manhã seriam 30 ou mais os navios turcos enviados para proteger o navio de pesquisa. Aparentemente mandaram a frota inteira para a região.
Contra essa força, a Grécia apoia-se principalmente em navios de ataque rápidos e lanchas de patrulha. Fragatas são poucas, além dos submarinos que por enquanto nenhum dos lados falou qual a situação e nem onde estão.
abs
Contra essa força, a Grécia apoia-se principalmente em navios de ataque rápidos e lanchas de patrulha. Fragatas são poucas, além dos submarinos que por enquanto nenhum dos lados falou qual a situação e nem onde estão.
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Re: Turquia
Grécia usará "todos os meios" para se defender da Turquia
https://pt.euronews.com/2020/07/23/grec ... da-turquia
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Re: Turquia
Erdogan orders Ayasofya mosque to be open for worship 24 hours a day
https://tass.com/society/1182329
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Triste sina ter nascido português
- EDSON
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Re: Turquia
Meu coração esta com os gregos. Vamos Grécia!!P44 escreveu: ↑Sáb Jul 25, 2020 5:29 am Grécia usará "todos os meios" para se defender da Turquia
https://pt.euronews.com/2020/07/23/grec ... da-turquia
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Re: Turquia
Ah, pode torcer?
TURQUIA! TURQUIA! TURQUIA!
PS.: nosso Treinador se chama Putin, e o vosso?
TURQUIA! TURQUIA! TURQUIA!
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P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: Turquia
Putin, tens a certeza disso?!
Quantas vezes já viste a Rússia e a Turquia estiveram às turras nos últimos 5 anos? E que tal só nos últimos meses?
https://observador.pt/2020/01/29/siria- ... assinados/
https://observador.pt/2020/03/11/siria- ... z-erdogan/
É uma aliança momentânea que pode acabar ou ser reforçada conforme a boa disposição do Erdogan.