USAF News
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Re: USAF News
Tomando como ponto de partida a capacidade de interceptação do Gripen E no papel de defesa aérea, a FAB muito provavelmente vai operar eles com um tanque externo no center line, 2 Meteor e 2 A-Dater. A mesma configuração atual dos F-5EM com a diferença de alcance e armamentos, e claro, a muito melhor consciência situacional do caça sueco.
Como o país é grande demais para caças de menos, a operação com tanques externos será uma necessidade imperativa, a fim de aumentar o já robusto alcance do caça. Nesta perspectiva, espera-se que a center line sempre esteja ocupada com um tanque de combustível extra. Isso inviabiliza os dois pontos adicionais sob a fuselagem e deixa os 6 das asas para uso. E isto dá várias possibilidades. No caso da FAB, que não tem, e talvez nunca venha a ter mísseis BVR suficiente para equipar seus todos os seus caças em seu potencial máximo, aproveitar o melhor possível cada espaço nele é imprescindível.
Para escolta, por exemplo, 4 BVR e 2 WVR e o tanque extra deve ser o padrão. Fazendo algum esforço a mais, pode-se utilizar 2 cabides duplos, elevando para 6 o número de BVR. Já para superioridade aérea, dois tanques sob as asas, 2 cabides duplos nas asas, 3 BVR sob a fuselagem + 2 WVR pode ser um páreo muito duro em qualquer combate, até mesmo para um F-15 e suas dezenas de AMRAAM.
Só lamento que não temos, e nem teremos, em prazo visível as quantidades necessárias de mísseis ar-ar que possam dotar os nossos caças em sua capacidade máxima, algo como 11 Meteor e 2 A-Darter. Isso seria uma visão além de rara, me parece, pouco ou nada efetiva na mentalidade atual da FAB. Mas quem sabe um dia as coisas mudem.
abs
Como o país é grande demais para caças de menos, a operação com tanques externos será uma necessidade imperativa, a fim de aumentar o já robusto alcance do caça. Nesta perspectiva, espera-se que a center line sempre esteja ocupada com um tanque de combustível extra. Isso inviabiliza os dois pontos adicionais sob a fuselagem e deixa os 6 das asas para uso. E isto dá várias possibilidades. No caso da FAB, que não tem, e talvez nunca venha a ter mísseis BVR suficiente para equipar seus todos os seus caças em seu potencial máximo, aproveitar o melhor possível cada espaço nele é imprescindível.
Para escolta, por exemplo, 4 BVR e 2 WVR e o tanque extra deve ser o padrão. Fazendo algum esforço a mais, pode-se utilizar 2 cabides duplos, elevando para 6 o número de BVR. Já para superioridade aérea, dois tanques sob as asas, 2 cabides duplos nas asas, 3 BVR sob a fuselagem + 2 WVR pode ser um páreo muito duro em qualquer combate, até mesmo para um F-15 e suas dezenas de AMRAAM.
Só lamento que não temos, e nem teremos, em prazo visível as quantidades necessárias de mísseis ar-ar que possam dotar os nossos caças em sua capacidade máxima, algo como 11 Meteor e 2 A-Darter. Isso seria uma visão além de rara, me parece, pouco ou nada efetiva na mentalidade atual da FAB. Mas quem sabe um dia as coisas mudem.
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Re: USAF News
Se qq outra Força Aérea da América do Sul tivesse comprado cerca de 100 mísseis BVR que muitos analistas consideram o melhor da classe, e para o primeiro lote de caças, os que acompanham os assuntos militares dos seus países estariam dando Glória à Deuxxx ( e também tripudiando os brasileiros...).
- FCarvalho
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Re: USAF News
Isso dá 2,7 mísseis para cada caça do GDA e 1o/16o Gav lá em Brasília. Até 2026 provavelmente é o que teremos para nos defender. Isto se nenhum deles for disparado, o que é esperado. Os outros BVR são o Derby dos F-5EM cada vez mais resolutos em sair do chão. Não foram, até onde se sabe, integrados aos Gripen E.knigh7 escreveu: ↑Seg Jul 20, 2020 10:06 pm Se qq outra Força Aérea da América do Sul tivesse comprado cerca de 100 mísseis BVR que muitos analistas consideram o melhor da classe, e para o primeiro lote de caças, os que acompanham os assuntos militares dos seus países estariam dando Glória à Deuxxx ( e também tripudiando os brasileiros...).
Se formos a alguma guerra neste meio tempo (e ninguém nesse mundo pode prever isso), a FAB não sabe, não quer saber ou realmente não deve estar muito preocupada com isso. Ou simplesmente é uma compra apenas figurativa, como o EB costuma afirmar, "para manter a doutrina", nada mais sério do que isso.
Os Meteor são mísseis considerados extremamente caros. São dentre dos melhores da sua classe. Se não for o melhor mesmo. Mas nada disso é suficiente se não tivermos eles em quantidades adequadas. Pelo exemplo acima disposto, conseguimos se muito colocar apenas 25 caças em configuração de escolta. Para defesa aérea, que pode muito bem ser aquela configuração também, com apenas dois Meteor já fica um pouco melhor. Em configuração de superioridade aérea já é questionável essa quantidade.
Enfim, nada contra o míssil em si e nem com a compra. Mas se vamos mesmo dispor de um caça de ponta, temos de no mínimo prover a ele todas as suas capacidades na íntegra. E isso inclui dispor de munição suficiente para ele cumprir com o máximo de capacidade o seu papel. Se não for para ser assim, melhor teria sido comprar F-16 do deserto, ou os F-18 que se diz o Saito tanto queria, deixando os AMRAAM bem guardados e seguros nos States, que qualquer coisa o tio sam resolve.
Mas esta não foi a nossa escolha. Escolhemos ser melhores, diria muito melhores, do que isso. Mas temos que nos dar o trabalho de fazer as coisas direito. Se não não funciona. Defesa aérea meia boca não funciona nem com Su-57 ou F-22.
E também parar com isso de ficar nos comparando ou medindo com a vizinhança. Eles não são definitivamente o nosso pior cenário de HE, pelo contrário, estão longe disso. Nossas piores HE estão a milhares de kms daqui. E nós não temos mínimas condições de lidar com elas caso venham a se concretizar em qualquer prazo visível. Os vizinhos tem de ser vistos e tratados como uma apólice de seguros para a nossa defesa e não uma ameaça. Até porque historicamente eles tem mais problemas entre eles do que conosco. Se queremos ser os garantes de verdade da paz na nossa zona estratégica de interesse, devemos começar comprovando capacidade real e efetiva de não apenas defender nossos interesses por aqui, mas, e também, a dos vizinhos. Não agindo com um tiozão, mas como um pai responsável.
Enfim, não é para gostarem de nós, e nem nós deles, porque não precisamos disso, mas tem de nos respeitar, e se necessário, temer. Pois ambas as coisas estão ligadas, direta e indiretamente. E aí o Gripen E/F tem sim que meter medo na vizinhança e em quem maior for. Mas não vamos fazer isso com eles carregando apenas dois mísseis.
abs
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Re: USAF News
Vc sempre esquece da diagonal de manutenção das aeronaves. A AdlA só foi conseguir atingir 50% de disponibilidade do Rafale em 2014, 10 anos após tê-lo em operação. Os EUA na mesma época estavam com 50% de disponibilidade do F-15 e do F-16. A FAB planeja o Gripen E ter 2/3 disponíveis. Seria possível equipar todos os Gripens disponíveis da Força com 4 Meteors.
É muita cômoda a posição de ficar sentado atirando pedra. É bom estudar mais sobre o assunto e procurar sair do ideal.
E não adianta virem com um milhão de projetos de desenvolvimento.
A maioria dos programas de defesa são atrelados ao dólar, inclusive contratos com empresas nacionais, pois vivemos num mundo globalizado. É fácil encontrar um equipamento militar made in Brazil com 40% de conteúdo importado.
Nos últimos 3 anos, os orçamentos para investimento do Ministério da Defesa (envolvendo as 3 Forças) foram:
2018: USD 2,68 bi (houve cortes nesse ano, mas não tenho os dados oficiais comigo)
2019: USD 2,15 bi
2020: USD 2,11 bi
Dentro desse orçamento de investimento diminuto, historicamente assim e com baixa perspectiva de aumento, é uma proeza conseguirem encomendar 100 Meteors. Vão ter de dar nó em pingo d'agua para pagarem. E para o continente Sul-Americano é uma capacidade excepcional.
Eu trabalho há mais de 20 anos em Banco: é comum aparecerem pessoas que tem renda insuficiente para que o Banco financie o que ela quer. Mas parte delas volta toda semana reclamando, achando que com isso vamos conceder. São adultos com cabeça de criança.
Enquanto as FFAA não tiverem um orçamento para investimento de um outro patamar que historicamente nunca teve, não adianta ficar aporrinhando, fazer discursos e não reconhecer as boas decisões que são tomadas com o orçamento que têm.
É muita cômoda a posição de ficar sentado atirando pedra. É bom estudar mais sobre o assunto e procurar sair do ideal.
E não adianta virem com um milhão de projetos de desenvolvimento.
A maioria dos programas de defesa são atrelados ao dólar, inclusive contratos com empresas nacionais, pois vivemos num mundo globalizado. É fácil encontrar um equipamento militar made in Brazil com 40% de conteúdo importado.
Nos últimos 3 anos, os orçamentos para investimento do Ministério da Defesa (envolvendo as 3 Forças) foram:
2018: USD 2,68 bi (houve cortes nesse ano, mas não tenho os dados oficiais comigo)
2019: USD 2,15 bi
2020: USD 2,11 bi
Dentro desse orçamento de investimento diminuto, historicamente assim e com baixa perspectiva de aumento, é uma proeza conseguirem encomendar 100 Meteors. Vão ter de dar nó em pingo d'agua para pagarem. E para o continente Sul-Americano é uma capacidade excepcional.
Eu trabalho há mais de 20 anos em Banco: é comum aparecerem pessoas que tem renda insuficiente para que o Banco financie o que ela quer. Mas parte delas volta toda semana reclamando, achando que com isso vamos conceder. São adultos com cabeça de criança.
Enquanto as FFAA não tiverem um orçamento para investimento de um outro patamar que historicamente nunca teve, não adianta ficar aporrinhando, fazer discursos e não reconhecer as boas decisões que são tomadas com o orçamento que têm.
- FCarvalho
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Re: USAF News
Uma coisa é o orçamento, outra é a vontade e oportunidade de investir com o pouco que se tem. E mais outra ainda é o que deve ser priorizado em termos de investimento.
Como disse, não sou contra o míssil e menos ainda a compra, mas, se não vamos conseguir pagar por eles, então porque cargas d'água não compramos mais Derby ou I-Derby que já estão aí há tempos, devem custar metade do preço e ainda fazem o mesmo trabalho tomando como ponto de partida nosso TO regional? Notar que até prova em contrário ele não foi integrado ao Gripen E. Algo que poderia ter sido resolvido ainda no contrato de aquisição do mesmo.
Vamos ter 2/3 da frota disponível? Ok. Mas, vamos lutar com apenas 2/3 dela em qualquer circunstância ou vamos tirar tudo da oficina e botar pra funcionar? O número de Meteor fica o mesmo durante o conflito? Creio que não. Há, mas podemos comprar mais. Será que nos venderiam? Vamos derrubar todos os caças inimigos com apenas um tiro? Duvido. Pode acontecer, mas não é uma regra.
A FAB tem feito um bom trabalho de gestão em termos de reorganização administrativa da força e ninguém pode negar isso. Tem melhorado muitos aspectos e outros tantos ainda precisa evoluir muito. Mas uma coisa de cada vez. E para isso concordo com você, precisamos de orçamentos regulares e longevos que possibilitem planos a longo prazo.
Mas temos de levar também em conta um fator importante para o qual tu não prestas atenção ou tira por menos: não estamos sós no mundo e no nosso entorno estratégico. A realidade simplesmente não tem compromissos e nem obrigações em se adaptar aos planos da FAB, ou esperar pela sua concretude, pelo contrário. Nesta perspectiva, se o reequipamento da FAB obedece critérios rigorosos de planejamentos orçamentários, administrativos e operacionais que não vislumbram que as suas HE podem ser simples e inopinadamente superadas pela realidade, então tem alguma coisa de muito errada nelas.
Não dá para fazer planos pensando apenas que nada vai acontecer porque agora está tudo calmo e vai ficar assim por um bom tempo. Compramos 100 Meteor tendo em mente quais cenários? Que condições atuais e de curto e médio prazo justificam que apenas uma centena de mísseis nos são suficientes para cobrir qualquer evento? Não é uma crítica, é uma constatação e ao mesmo tempo uma indagação que qualquer um faria ao comprar uma arma. Estou pensando só lá na frente em 2026 ou também estou pensando que ano que vem está chegando aí?
Os Gripen devem ter seu IOC +-2023. Ou seja, capacidade plena só muito depois que os últimos estiverem sendo entregues. Vamos operar eles limitados por ao menos 5 anos. Ou seja, se não for A-1M ou o que sobrar de F-5 por aí, vamos ter sérias limitações de defesa e apoio aéreo. E aí vamos a velha questão logística: teremos esses caças até 2026? A FAB diz que o último F-5 sai em 2027. Enfim, apesar de a FAB estar fazendo o seu trabalho do melhor jeito possível, este não é o suficiente para dar conta das necessidades de defesa. É culpa dela? Óbvio que não. Mas deixar simplesmente que as coisas aconteçam como são, como se tudo fosse normal, e que qualquer plus a mais que conseguirmos já estamos no lucro não é aceitável. Não mais. A FAB fez uma opção pela modernidade e pela soberania tecnológica e operacional. Deixar isso sobre os auspícios meramente burocráticos e alienados de um país que só se vê na internet seria no mínimo irresponsável. Somos melhores que isso. Somos muito melhores que isso.
abs
Como disse, não sou contra o míssil e menos ainda a compra, mas, se não vamos conseguir pagar por eles, então porque cargas d'água não compramos mais Derby ou I-Derby que já estão aí há tempos, devem custar metade do preço e ainda fazem o mesmo trabalho tomando como ponto de partida nosso TO regional? Notar que até prova em contrário ele não foi integrado ao Gripen E. Algo que poderia ter sido resolvido ainda no contrato de aquisição do mesmo.
Vamos ter 2/3 da frota disponível? Ok. Mas, vamos lutar com apenas 2/3 dela em qualquer circunstância ou vamos tirar tudo da oficina e botar pra funcionar? O número de Meteor fica o mesmo durante o conflito? Creio que não. Há, mas podemos comprar mais. Será que nos venderiam? Vamos derrubar todos os caças inimigos com apenas um tiro? Duvido. Pode acontecer, mas não é uma regra.
A FAB tem feito um bom trabalho de gestão em termos de reorganização administrativa da força e ninguém pode negar isso. Tem melhorado muitos aspectos e outros tantos ainda precisa evoluir muito. Mas uma coisa de cada vez. E para isso concordo com você, precisamos de orçamentos regulares e longevos que possibilitem planos a longo prazo.
Mas temos de levar também em conta um fator importante para o qual tu não prestas atenção ou tira por menos: não estamos sós no mundo e no nosso entorno estratégico. A realidade simplesmente não tem compromissos e nem obrigações em se adaptar aos planos da FAB, ou esperar pela sua concretude, pelo contrário. Nesta perspectiva, se o reequipamento da FAB obedece critérios rigorosos de planejamentos orçamentários, administrativos e operacionais que não vislumbram que as suas HE podem ser simples e inopinadamente superadas pela realidade, então tem alguma coisa de muito errada nelas.
Não dá para fazer planos pensando apenas que nada vai acontecer porque agora está tudo calmo e vai ficar assim por um bom tempo. Compramos 100 Meteor tendo em mente quais cenários? Que condições atuais e de curto e médio prazo justificam que apenas uma centena de mísseis nos são suficientes para cobrir qualquer evento? Não é uma crítica, é uma constatação e ao mesmo tempo uma indagação que qualquer um faria ao comprar uma arma. Estou pensando só lá na frente em 2026 ou também estou pensando que ano que vem está chegando aí?
Os Gripen devem ter seu IOC +-2023. Ou seja, capacidade plena só muito depois que os últimos estiverem sendo entregues. Vamos operar eles limitados por ao menos 5 anos. Ou seja, se não for A-1M ou o que sobrar de F-5 por aí, vamos ter sérias limitações de defesa e apoio aéreo. E aí vamos a velha questão logística: teremos esses caças até 2026? A FAB diz que o último F-5 sai em 2027. Enfim, apesar de a FAB estar fazendo o seu trabalho do melhor jeito possível, este não é o suficiente para dar conta das necessidades de defesa. É culpa dela? Óbvio que não. Mas deixar simplesmente que as coisas aconteçam como são, como se tudo fosse normal, e que qualquer plus a mais que conseguirmos já estamos no lucro não é aceitável. Não mais. A FAB fez uma opção pela modernidade e pela soberania tecnológica e operacional. Deixar isso sobre os auspícios meramente burocráticos e alienados de um país que só se vê na internet seria no mínimo irresponsável. Somos melhores que isso. Somos muito melhores que isso.
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Re: USAF News
Com todo o respeito, qual motivo ter 11 Meteor pra cada Gripen, totalizando 396 mísseis, sendo que 100 mísseis é o suficiente pra abater praticamente todos os caças da América do Sul?
- Túlio
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Re: USAF News
gabriel219 escreveu: ↑Qua Jul 22, 2020 4:29 am Com todo o respeito, qual motivo ter 11 Meteor pra cada Gripen, totalizando 396 mísseis, sendo que 100 mísseis é o suficiente pra abater praticamente todos os caças da América do Sul?
A rigor, TODOS os que tiverem condições de decolar e combater, e isso na mais bizarra das hipóteses: todo mundo da AS se juntar contra nós! Meio DOIDO isso, sério que o Peru vai se juntar com o Chile? Eles vivem às turras, e não é por capricho não, um perdeu territórios riquíssimos para o outro e bem que gostaria de tê-los de volta; Equador junto com Peru? Perdeu uns 2/3 do seu território para os caras, sério isso? Sobra a Venezuela, mas esta não pode nem se mexer, ou já teria tomado a parte da Guiana que considera como sua.
Cem Meteors em 36 caças 4,5G que podem vir de qualquer lado e estes em data-link com os -99 dão e sobram. E vamos lembrar, parte destes 100 serão aqueles dummies azuis para Treinamento e mais alguns para o pessoal de terra aprender Mntç.
Mesmo assim, ainda dá e sobra. Se comprarmos abertamente mais, arriscamos a começar uma corrida armamentista da pobraiada, onde até o Uruguay vai gastar o que não tem para comprar caças e BVRs...
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Mesmo assim, ainda dá e sobra. Se comprarmos abertamente mais, arriscamos a começar uma corrida armamentista da pobraiada, onde até o Uruguay vai gastar o que não tem para comprar caças e BVRs...
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P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: USAF News
Salvo engano, o Irã não fez um estrago na Força Aérea Iraquiana com os AIM-54? E não tinham nem 300 desses mísseis...Graças a Deus pelos 100 Meteor! Já impõem respeito nessas bandas.
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Re: USAF News
Bom, qualquer força aérea que se preze vislumbra diferentes cenários para suas HE. A América do Sul, portanto, nossos vizinhos, são apenas uma delas. Tomar a compra de 100 Meteor tendo apenas esta como base de reflexão não atende a todos os critérios que justificam, e explicam, a sua aquisição. E para ser bem sincero, eu duvido que a FAB pensou na vizinhança ao escolher os Meteor.gabriel219 escreveu: ↑Qua Jul 22, 2020 4:29 am Com todo o respeito, qual motivo ter 11 Meteor pra cada Gripen, totalizando 396 mísseis, sendo que 100 mísseis é o suficiente pra abater praticamente todos os caças da América do Sul?
Combates aéreos são imprevisíveis, embora avaliativos em suas probabilidades. Mas não é porque temos cem mísseis que vamos derrubar tudo a nossa volta com apenas um tiro. Isso não corresponde à realidade.
Eu tomo como premissa que mísseis ar-ar estão para os caças como balas 5,56 estão para o IA-2. Ambas são munições. E seu emprego em combate real é via de regra massivo e intensivo. Há muitos textos sobre combates aéreos e a relação mísseis x caças abatidos. Não é uma conta simples e nem certa.
A vizinhança não permanecerá eternamente com os caças que possui. Eles evoluirão. E seus sistemas e armas junto com eles. Mesmo assim, como expus acima, nossos vizinhos não são um problema real para nós, pelo contrário. Nossa capacidade de dissuasão regional está antes, mais ligada ao nosso poder de negociação e diálogo com eles do que mostrando os dentes, que volta e meia não temos. Se nos mostrarmos capazes de arbitrar as diferenças na América do Sul, efetivamente, sob os mais amplos aspectos, menor a ameaça de conflitos. E maior o nível de cooperação e integração. A Defesa nacional começa por aí, e não em quantos navios, caças ou tanques dispomos. A UE apesar de todos os seus tropeços é um exemplo neste sentido do caminho a seguir.
Por fim, para além das HE interregionais, há as extra-regionais. Mas para estas, conforme comentei acima, não temos condições de apresentar nenhuma forma efetiva de defesa, vide a realidade concreta das nossas forças militares. Mas isso não impede que cenários sejam traçados, e que ameaças e possibilidades de emprego não possam ser traçadas. Aí entra o Meteor na FAB.
Volto a questionar: para quê a FAB está se preparando para o futuro?
Se a nossa escolha foi por ter uma força aérea realmente voltada para a sua missão primária, então, caças tem de ser o ponto fulcral de qualquer planejamento, e sua correspondente capacidade de intervir em diferentes níveis e variáveis de emprego seja no TO sul americano, seja no nosso entorno estratégico continental, que vai além da vizinhança.
E repito, não sou contra Meteor e nem a sua compra, mas reflito sobre os critérios que levaram à sua aquisição. E me parece, até prova em contrário, que a tornar o Gripen E/F um caça não somente eficaz, mas sobretudo, eficiente na íntegra em todas as suas missões, é o objetivo, a fim de poder encarar todos os cenários possíveis traçados. Mas para isso, a compra destes 100 mísseis é apenas o prelúdio do que ainda virá no futuro, e não o ponto final.
abs
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Re: USAF News
Se juntarmos todos os caças de primeira linha da vizinhança soma-se mais de uma centena e meia de unidades.Túlio escreveu: ↑Qua Jul 22, 2020 11:04 amgabriel219 escreveu: ↑Qua Jul 22, 2020 4:29 am Com todo o respeito, qual motivo ter 11 Meteor pra cada Gripen, totalizando 396 mísseis, sendo que 100 mísseis é o suficiente pra abater praticamente todos os caças da América do Sul?A rigor, TODOS os que tiverem condições de decolar e combater, e isso na mais bizarra das hipóteses: todo mundo da AS se juntar contra nós! Meio DOIDO isso, sério que o Peru vai se juntar com o Chile? Eles vivem às turras, e não é por capricho não, um perdeu territórios riquíssimos para o outro e bem que gostaria de tê-los de volta; Equador junto com Peru? Perdeu uns 2/3 do seu território para os caras, sério isso? Sobra a Venezuela, mas esta não pode nem se mexer, ou já teria tomado a parte da Guiana que considera como sua.
Cem Meteors em 36 caças 4,5G que podem vir de qualquer lado e estes em data-link com os -99 dão e sobram. E vamos lembrar, parte destes 100 serão aqueles dummies azuis para Treinamento e mais alguns para o pessoal de terra aprender Mntç.
Mesmo assim, ainda dá e sobra. Se comprarmos abertamente mais, arriscamos a começar uma corrida armamentista da pobraiada, onde até o Uruguay vai gastar o que não tem para comprar caças e BVRs...
Neles temos I-Derby/Derby colombianos, R-27/R-77 peruanos e venezuelanos, e só. No futuro a curto prazo pode ser que tenhamos AIM-120 ou o próprio Meteor para os colombianos, via Gripen E/F-16C/D B70.
Considerando que todas as principais bases aéreas da vizinhança estão voltadas para o pacífico, ou mar do caribe, e longe das nossas fronteiras, pode-se ver que não somos objeto de preocupação deles, pelo contrário.
Por outro lado, tirando Bolívia, Paraguai e Uruguai que não tem sistemas de defesa aérea em terra que preste, dependendo de nós para fazer esse trabalho nas fronteiras, os demais possuem sistemas que também cobrem nosso espaço aéreo nas linhas de contato entre ambos países, assim como o SISCEAB o faz. Portanto, não é só ir lá e atirar neles simplesmente.
Gostaria de entender o porque de julgar que os vizinhos seriam objeto de tanta preocupação, dado que eles sequer tem querelas conosco em relação as fronteiras ou outro tema que possa servir de discurso para iniciativas bélicas contra nós.
Enfim, há muitos fatores que devem ser observados antes de afirmar que cem Meteor dão conta de todos os caças da vizinhança.
Aliás, entre 2022 e 2026 teremos um caça operando em Anápolis com limitações/restrições operacionais, de sistemas e de armas, posto que ainda estará sendo introduzido na força aérea. Não teremos pilotos em quantidade suficiente para estarem full operacionais no caça sueco. Isso leva tempo. O que haverá aqui ao lado que nos permita dizer que somos ameaçados pelos vizinhos? Que eu saiba nada em prazo visível. Mas acima da linha do equador as ameaças - veladas ou não - se suscedem anualmente, e ninguém aqui faz conta disso.
Para estas será que os 100 Meteror batam? 24 caças disponíveis serão suficientes? 5 E-99 dão conta?
Eu penso que se queremos mesmo que a FAB seja tudo o que ela espera ser em 2041, temos de reavaliar nossas prioridades, e também, nossas HE de defesa aérea.
Definitivamente nossos vizinhos não são objeto de preocupação para emprego do Meteor.
abs
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Re: USAF News
Esta parte vale um adendo.
Em toda a nossa história moderna (sec XX), quais países vizinhos, a não ser Argentina, pautaram a sua defesa tomando como premissa um enfrentamento direto conosco? Até onde seu sei, nenhum.
Se uma centena de mísseis é um motivo para preocupar alguém, com certeza não é a vizinhança, muito mais preocupados com as rusgas seculares entre si do que com o Brasil, com quem já tem bem resolvidos seus imbróglios desde o começo do sec XX.
Aliás, o que o Brasil faz ou deixa de fazer em termos de Defesa há muito tempo tornou-se relativo na região, visto os muitos problemas internos e de relações que a vizinhança mantém entre si.
Senão, vejamos.
Venezuela é um caso a parte que tem na disputa com a Guiana a posse de parte de seu território. Compraram Sukhoi por nossa causa? Não.
Colômbia é nosso aliado e parceiro comercial e conta com a cobertura militar e política americana. Eles pretendem comprar novos caças porque temos novos Gripen E? Não. O problema deles é a Venezuela, e mais acima Nicarágua, e Panamá as vezes.
O Peru está mais interessado em obter meios para refazer a sua frota de caças, baseados nos Mig-29, MIrage 2000 e Su-25 retrofitados porque o Chile comprou F-16 zerado e outros tantos usados.
Chile nem vizinho é.
Bolívia, Paraguai e Uruguai dependem de nós até para controlar seu espaço aéreo. E sequer tem recursos para obter meios de combate aéreo que possa se chamar de caças de verdade.
Afinal, onde está o perigo em compramos mais Meteor?
Mais dois lotes de Gripen E são previstos. Vai haver uma corrida armamentista no continente só porque compraremos mais 200 mísseis para equipar, também, estes caças?
Eu creio que não.
abs
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Re: USAF News
Então não sei do que estás reclamando, meu caro @FCarvalho: se não temos inimigos na vizinhança, 36 Gripen com uns 100 Meteor já tá mais do que bão. Já se for uma Coalizão liderada pelos EUA (sem eles ninguém vem se fresquear), que me parece ser o que cogitas, nem 36 nem 360 Gripen vão adiantar, seja com cem ou cem mil Meteor sob as asas. Aí já se precisa recorrer ao Princípio da Incerteza, cuja sequência de posts qualquer dia desses eu aumento até demonstrar o ponto...
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Re: USAF News
Uai, mas eu não estou reclamando, estou ponderando.Túlio escreveu: ↑Qua Jul 22, 2020 1:05 pmEntão não sei do que estás reclamando, meu caro @FCarvalho: se não temos inimigos na vizinhança, 36 Gripen com uns 100 Meteor já tá mais do que bão. Já se for uma Coalizão liderada pelos EUA (sem eles ninguém vem se fresquear), que me parece ser o que cogitas, nem 36 nem 360 Gripen vão adiantar, seja com cem ou cem mil Meteor sob as asas. Aí já se precisa recorrer ao Princípio da Incerteza, cuja sequência de posts qualquer dia desses eu aumento até demonstrar o ponto...
Para isso dispus a questão das HE que a força aérea deve levar em atenção.
Uma delas, dentre várias, é a eventual atuação de atores externos em nosso entorno estratégico. Esta pode ser dar seja com americanos, russos, chineses ou europeus, individual ou coletivamente. Mais para aquela do que esta.
Mas em qualquer uma delas, fato é que com 36 ou 108 Gripen, e vamos dizer 300 mísseis, considerando 3 lotes em sequência, nossa capacidade de fazer valer nossos interesses vai estar pendente na balança para menos se não levarmos em conta esses possíveis cenários, também.
O que estou tentando dizer é que 36 Gripen + 100 Meteor (ou 108 Gripen + 300 Meteor) seria mais do que suficiente se a nossa única HE fosse nossos vizinhos. Mas ela não é. E já que não é, temos de pensar, também, no que deve ser, e ter, a FAB no caso de outras HE, cenários e/ou atores extra regionais e como lidar com eles a fim de não apenas defender, mas conseguir impor efetivamente nossos interesses no TO sul americano e da ZOOPACAS.
Se queremos que a FAB realmente seja capaz de exercer seu poder aéreo em todos os 22 milhões de mk2 que nos dizem respeito, e não apenas fazer figuração, temos de levar em conta todas as hipóteses, e não pautar a nossa organização/capacidade apenas em uma, que inclusive é a mais fraca. Pelo contrário, a constituição do poder aéreo tem de se pautar no pior dos cenários. Porque ele também pode acontecer, por mais improvável que nos pareça no momento. Afinal, podemos nem estar aqui para ver, mas a FAB vai. E ela tem ter de dar o seu jeito de cumprir a sua missão.
Assim, tanto a quantidade de Gripen quanto de Meteror tem de ser objeto de análise quanto aos propósitos e condições que se nos apresentam tendo em vista o melhor e o pior cenário.
E assim, os americanos mesmo sem coalizão operam no Atlântico Sul e América do Sul sem maiores problemas do ponto de visa militar seja porque conseguem o que querem comprando pessoas, instituições e hardware, seja porque quando isso não funciona, eles simplesmente se impõe no famoso big stick e ponto final. Mas isso sempre teve um limite, dado que a região sempre foi tranquila em relação a outras do mundo, pois é quintal deles. E tem nós aqui. Por incrível que pareça.
Mesmo nãos sendo um adversário em nível militar, o peso do Brasil na manutenção do status quo latino americano sempre foi levado em conta pelos USA. Até porque, o que o Brasil faz ou não, influi diretamente no comportamento dos demais. E ter o Brasil como aliado na região é sempre melhor do que tê-lo como um desafeto.
Quanto a capacidade de atuar na defesa do nosso entorno estratégico, eu sempre disse aqui que a FAB deve ser aquinhoada com 7 grupos de caça, que hoje no padrão do GDA, significa apenas 252 caças, para um país maior do que a Europa inteira e com uma área do tamanho da Rússia sob responsabilidade da força aérea. E mesmo que comprássemos apenas 100 mísseis para cada grupo destes, isso seria muito mais eficaz e persuasivo em termos de dissuasão do que apenas 100 para 36 pensando nos nossos vizinhos. E se conseguirmos operar na íntegra todos os sistemas que nos elevarão de patamar em termos de NCW no campo aéreo, naval e terrestre, mesmo os USA pensariam duas vezes antes de vir aqui e arrumar confusão conosco para tentar impor seus interesses. Isso valeu em 1982, valerá também em 2041 e adiante.
Claro, falar em duas centenas de meia de caças na FAB é pura ilusão e um despropósito.
abs
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Re: USAF News
A questão é que esses mísseis são caríssimos. Podemos complementa-los com algo como I-Derby ER ou Marlin, porém operar somente o Meteor, ultrapassando três centenas, me parece extremamente contraprodutivo.FCarvalho escreveu: ↑Qua Jul 22, 2020 11:55 amBom, qualquer força aérea que se preze vislumbra diferentes cenários para suas HE. A América do Sul, portanto, nossos vizinhos, são apenas uma delas. Tomar a compra de 100 Meteor tendo apenas esta como base de reflexão não atende a todos os critérios que justificam, e explicam, a sua aquisição. E para ser bem sincero, eu duvido que a FAB pensou na vizinhança ao escolher os Meteor.gabriel219 escreveu: ↑Qua Jul 22, 2020 4:29 am Com todo o respeito, qual motivo ter 11 Meteor pra cada Gripen, totalizando 396 mísseis, sendo que 100 mísseis é o suficiente pra abater praticamente todos os caças da América do Sul?
Combates aéreos são imprevisíveis, embora avaliativos em suas probabilidades. Mas não é porque temos cem mísseis que vamos derrubar tudo a nossa volta com apenas um tiro. Isso não corresponde à realidade.
Eu tomo como premissa que mísseis ar-ar estão para os caças como balas 5,56 estão para o IA-2. Ambas são munições. E seu emprego em combate real é via de regra massivo e intensivo. Há muitos textos sobre combates aéreos e a relação mísseis x caças abatidos. Não é uma conta simples e nem certa.
A vizinhança não permanecerá eternamente com os caças que possui. Eles evoluirão. E seus sistemas e armas junto com eles. Mesmo assim, como expus acima, nossos vizinhos não são um problema real para nós, pelo contrário. Nossa capacidade de dissuasão regional está antes, mais ligada ao nosso poder de negociação e diálogo com eles do que mostrando os dentes, que volta e meia não temos. Se nos mostrarmos capazes de arbitrar as diferenças na América do Sul, efetivamente, sob os mais amplos aspectos, menor a ameaça de conflitos. E maior o nível de cooperação e integração. A Defesa nacional começa por aí, e não em quantos navios, caças ou tanques dispomos. A UE apesar de todos os seus tropeços é um exemplo neste sentido do caminho a seguir.
Por fim, para além das HE interregionais, há as extra-regionais. Mas para estas, conforme comentei acima, não temos condições de apresentar nenhuma forma efetiva de defesa, vide a realidade concreta das nossas forças militares. Mas isso não impede que cenários sejam traçados, e que ameaças e possibilidades de emprego não possam ser traçadas. Aí entra o Meteor na FAB.
Volto a questionar: para quê a FAB está se preparando para o futuro?
Se a nossa escolha foi por ter uma força aérea realmente voltada para a sua missão primária, então, caças tem de ser o ponto fulcral de qualquer planejamento, e sua correspondente capacidade de intervir em diferentes níveis e variáveis de emprego seja no TO sul americano, seja no nosso entorno estratégico continental, que vai além da vizinhança.
E repito, não sou contra Meteor e nem a sua compra, mas reflito sobre os critérios que levaram à sua aquisição. E me parece, até prova em contrário, que a tornar o Gripen E/F um caça não somente eficaz, mas sobretudo, eficiente na íntegra em todas as suas missões, é o objetivo, a fim de poder encarar todos os cenários possíveis traçados. Mas para isso, a compra destes 100 mísseis é apenas o prelúdio do que ainda virá no futuro, e não o ponto final.
abs
Eu gostaria de 140 Meteor's, sendo 100 para uso real, 20 para treinamento e assimilação, outros 20 para utilizar em engenharia reversa, desenvolvendo mísseis de calibres maiores para ataque a solo, porém com a mesma tecnologia.
Quando eles evoluírem, já estaremos no IOC de Gripen E, 100 Meteor e E-99M, com segundo lote já a caminho. Não há muita perspectiva de melhorar isso, talvez Colômbia e Chile com F-16 B60/70, porém estes dificilmente serão ameaças.
Venezuela, mesmo na remota possibilidade de recuperação, talvez irá atrás de mais Su-30 - talvez até de segunda mão -, Peru é uma incógnita e não acho que irá mudar radicalmente a filosofia, deve ir de algo Russo. Os demais países, estão em vias de quebrar (Argentina) e outros se quer possuem interesse de ter uma Força Aérea.
Se for considerar cenário extrarregionais, ai melhor investir em armas nucleares!