Livro - Da Armada Real para a Marinha Imperial

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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Livro - Da Armada Real para a Marinha Imperial

#1 Mensagem por LM » Qua Jun 17, 2020 11:57 am

Estou muito indeciso se é o lugar e/ou tópico correcto, mas (deve haver) não encontrei um tópico de livros... mas que a administração rectifique, se for o caso...


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A fragata NICTHEROY da Marinha Imperial, perseguindo os navios portugueses que se retiram da Bahia (aguarela do Vice-almirante Trajano Augusto de Carvalho 1830-1898). A NICTHEROY, ex-SUCESSO da Armada Real, fora construída no Arsenal de Marinha, em Lisboa, em 1818. Foi reaparelhada em 1822, às expensas dum grupo de patriotas do Rio de Janeiro. (imagem acervo da DPHDM)


Escrita por historiadores dos dois lados do Atlântico, esta obra dá-nos uma visão multifacetada da ação do Poder Naval nas Guerras Napoleónicas e na Guerra da Independência do Brasil, no período de 1793 a 1826.

Trata-se de uma obra com o subtítulo “As unidades e organismos que ficaram no Brasil e os que voltaram para Portugal”, patrocinada pela Comissão Cultural de Marinha, de Portugal, e pela Diretoria do Património Histórico e Documentação da Marinha, do Brasil. A coordenação ficou a cargo do Capitão-de-mar-e-guerra José Rodrigues Pereira (Portugal) e do Capitão-de-fragata Pierre Paulo da Cunha Castro (Brasil).

O livro em apreço, com edição de janeiro de 2018 e uma tiragem de 500 exemplares, abre com dois prefácios, um do Vice-almirante Augusto Mourão Ezequiel, Diretor da Comissão Cultural de Marinha (Portugal), e outro do Vice-almirante José Carlos Mathias, Diretor do Património Histórico e Documentação da Marinha (Brasil), a que se seguem uma introdução, dez capítulos e uma bibliografia. De assinalar as numerosas gravuras e ilustrações, 106 no total, em grande parte provenientes dos acervos do Arquivo Histórico e do Museu de Marinha (Portugal) e da Diretoria do Património Histórico e Documentação da Marinha (Brasil).

A obra é prefaciada pelos Vice-almirantes Augusto Mourão Ezequiel e José Carlos Mathias, respetivamente das Marinhas Portuguesa e do Brasil.

Os capítulos desta obra foram escritos por historiadores dos dois lados do Atlântico e através deles é possível ter uma visão multifacetada da ação do Poder Naval nas Guerras Napoleónicas e na Guerra da Independência do Brasil, no período de 1793 a 1826. O Capitão-de-mar-e-guerra José Rodrigues Pereira escreveu os seis primeiros capítulos, nalguns casos adaptando textos de obras suas como “Campanhas Navais (1793-1807)”. Os restantes quatro capítulos foram escritos por brasileiros, o cap. 7 pelo Professor Wagner Bueno dos Santos e pelo Capitão-de-corveta Carlos Lopes da Silva, o cap. 8 pelo Capitão-de-fragata Paulo Castro, o cap. 9 pelo Capitão-tenente Sérgio Oliveira Filho e o cap. 10 pelo Capitão-tenente Daniel Martins Gusmão.

Nos finais do sec. XVIII a Armada Real, sob a liderança de Martinho de Melo e Castro, e a partir da sua morte (1795), de Rodrigo de Sousa Coutinho, dispunha de uma frota de 116 unidades, das quais 13 naus e 26 fragatas, montando 2.200 peças de artilharia e com um efetivo de cerca de 800 oficiais e 20.000 homens de mestrança, marinheiros, artilheiros e fuzileiros, provenientes de uma população de pouco mais de três milhões de habitantes. Foi com estes meios que se constituíram então as Esquadras do Estreito (1793–1807), a Esquadra do Oceano (1797-1799), que operou com Nelson no Mediterrâneo, as Esquadras do Canal (1793-1795) e a Esquadra que em 1807 levou a cabo a transferência da Corte para o Brasil.

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A nau RAINHA DE PORTUGAL, da esquadra do Marquês de Niza, e a esquadra do Almirante Ball encontram-se durante o bloqueio a Malta, outubro de 1798 (pormenor do Óleo de Alberto Cutileiro, Museu de Marinha, Lisboa)


Das 15 unidades iniciais, ex-navios da Armada Real Portuguesa em setembro de 1822, a Marinha Imperial Brasileira reforçou-se e, em 1826, apenas quatro anos mais tarde, já dispunha de 120 navios.

Em 1821 D. João VI e a Corte, cerca de 3.000 pessoas, regressaram a Lisboa a bordo de uma Força Naval com um total de 12 unidades, entre militares e mercantes. Nessa altura a Esquadra acusava já acentuada decadência, fruto da baixa prioridade que a Marinha tinha, face ao Exército, no período das Invasões Francesas.

Em setembro de 1822 D. Pedro, com o “Grito do Ipiranga”, separa o Brasil da Metrópole e iniciam-se as operações da Guerra da Independência, pois o Nordeste, o Pará e Maranhão e a Província Cisplatina, com fortes guarnições portuguesas, não aderiram à revolta. O Capitão-de-mar-e-guerra Luís da Cunha Moreira, futuro Visconde de Cabo Frio, o primeiro Ministro da Marinha Imperial, organizou a nova Marinha com base em 15 navios de guerra surtos no Rio de Janeiro e em cerca de 100 oficiais, 900 marinheiros e 250 fuzileiros que aderiram a D. Pedro. Este núcleo inicial foi reforçado com diversas unidades, adquiridas na Europa e nos Estados Unidos, sendo contratados no Reino Unido numerosos oficiais, mestres e marinheiros. Para Comandante da Esquadra foi contratado Lord Thomas Cochrane, futuro Marquês do Maranhão, com a patente de Primeiro-almirante. A Marinha Imperial foi-se reforçando e em finais de 1826 já dispunha de mais de 120 unidades, que constituíam a Esquadra do Rio da Prata e as Divisões Navais da Baía e da Costa de África, para além de diversas unidades em serviço de guarda-costas, subordinadas aos diversos Governos Provinciais.

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Uma obra para ser lida, relida e guardada nas estantes dos dois lados do Atlântico.

Em síntese, um conjunto de textos muito interessantes, de particular valia para quem estuda história naval, que documentam um período importante, mas pouco conhecido do percurso das duas Marinhas, do Brasil e de Portugal. E que permitem assinalar que ambas estas Marinhas se podem justamente considerar herdeiras das tradições da Escola de Sagres.

Esta obra, com um preço de capa de 22€, encontra-se à venda na Loja do Museu de Marinha (Lisboa) e na sua loja online. Aos interessados aqui deixamos os contactos, tel +351 210 977 387, e-mail loja@lojadomuseudemarinha.pt , endereço postal, Loja do Museu de Marinha, Praça do Império, 1400-206 Lisboa, Portugal.




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Re: Livro - Da Armada Real para a Marinha Imperial

#2 Mensagem por Rurst » Qui Out 01, 2020 4:37 am

O livro em questão está custando 600 reais em uma determina loja na amazon BR

É mais barato importar do que comprar nessa loja

https://www.amazon.com.br/Armada-Real-p ... 9898159774

Caso a determinada loja na europa não envie no brasil, basta usar alguma empresa de Redirecionamento de encomendas na Europa para receber o livro, e depois enviar para você no Brasil

Comprar de alguma loja na europa >>>>> colocar o endereço de entrega que a empresa de redirecionamento de encomendas irá te dar >>>>> a empresa recebe a sua encomenda na europa >>>>> a empresa envia a sua encomenda para você no Brasil

Os comentários na noticia são interessantes

https://www.naval.com.br/blog/2020/06/2 ... -imperial/

Com navios comprados na Europa e nos EUA, mas devemos lembrar que existiam estaleiros no Brasil que fabricaram alguns dos mais poderosos navios da armada portuguesa e devem ajudado nesse aumento de marinha imperial .

No mundo é difícil dizer, agora, em relação marinha brasileira e marinha imperial brasileira fica bem fácil, a marinha imperial foi o apogeu de nossa marinha, alem dos inúmeros historiadores que afirmam isso, basta olhar os lançamentos de navios construído aqui no império e na republica, de 1890 a 1930 (40 anos (Republica Velha)), o arsenal da marinha não faria lançamento de nenhum navio, outro exemplo, é que ate hoje o maior navio de guerra construído aqui é o cruzador Tamandaré (4.500 toneladas), teve sua construção iniciada nos últimos do Império. Então, sim, a marinha imperial, infelizmente, foi o apogeu de nossa marinha, digo infelizmente pq é extremamente triste uma nação como o Brasil, com tanto potencial, ter uma marinha no estado que a nossa se encontra.

De acordo com o site da marinha brasileira, o tamandaré teria sido encomendado em 1884, lançado ao mar em 1890 e seria incorporado em 1891, teria inclusive participado da revolta da armada em 1893, em 1897 ele passaria por reformas.

Durante o Império o Brasil manteria diversos estaleiros e continuaria lançando navios, alguns deles, 100% nacionais, porem, com a republica e a nova situação da marinha tudo isso mudou, o arsenal da marinha por exemplo, muito ativo durante o Império, não faria nenhum lançamento de navio de 1890 a 1930, 40 anos sem construir nada.

Enquanto nos 40 anos da Republica Velha o arsenal da marinha não lançaria nenhum navio, nos 49 anos de segundo reinado o arsenal lançaria 42 navios de guerra, só na década de 1880 o arsenal lançaria 3 cruzadores e 7 canhoneiras, isso só no arsenal da marinha.




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Re: Livro - Da Armada Real para a Marinha Imperial

#3 Mensagem por J.Ricardo » Qui Out 01, 2020 11:44 am

Caramba, 600 reais!!!
Obra para colecionadores ou para acervo de bibliotecas universitárias.




Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
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Re: Livro - Da Armada Real para a Marinha Imperial

#4 Mensagem por Rurst » Qui Out 01, 2020 12:43 pm

J.Ricardo escreveu: Qui Out 01, 2020 11:44 am Caramba, 600 reais!!!
Obra para colecionadores ou para acervo de bibliotecas universitárias.
O livro custa 22 euros na europa, dá 150 reais

Mesmo importando e pagando frete, não vai chegar nem perto do preço dessa loja




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Re: Livro - Da Armada Real para a Marinha Imperial

#5 Mensagem por Rurst » Sáb Out 10, 2020 5:23 pm



Nessa entrevista com o historiador Fernando "Nunão" De Martini vamos compreender a imensa sequência de mudanças politicas, econômicas, sociais geopolíticas e tecnológicas que provaram a marinha e seu comando de 1889 até 1945. Este é um período pouco conhecido atualmente e que impactou, profundamente, todas as décadas subsequentes. Nunão, além de compor desde 2008 o núcleo de editores dos conhecidos sites de Forças de Defesa (Poder Naval, Poder Aéreo, Forças Terrestres), é também mestre em História Social e Doutor em História Econômica pela USP, tendo dedicado sua carreira acadêmica a temas de tecnologia naval e militar dos séculos XIX e XX.




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