Brigada de Infantaria Paraquedista

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Re: Brigada de Infantaria Paraquedista

#796 Mensagem por Ckrauslo » Sex Mai 22, 2020 8:05 pm

Henrique Brito escreveu: Sex Mai 22, 2020 6:42 pm
Ckrauslo escreveu: Ter Mai 19, 2020 6:35 pm Sim, eu não tinha visto.
Normalmente em operações em larga escala lá fora eles mandam uma parte da tropa paraquedista por meios aéreos com o básico, o M3 faz o trabalho muito bem com munições penetradoras.
Esse tipo de equipamento normalmente vem pelas partes terrestres ou por tropas transportadas por Helis.
Não é todo efetivo das unidades PQDT que vão saltar.
Na verdade, nenhuma OM da Brigada de Infantaria Paraquedista tem previsão de ir por via terrestre para o combate, até porque, ficaria impossível reagrupar com quem tivesse se lançado de paraquedas, já que a doutrina paraquedista brasileira e mundial, prevê a utilização da infantaria paraquedista sempre para ser lançada na retaguarda do inimigo, consequentemente, os paraquedistas SEMPRE, em todas a hipóteses de conflito, combatem cercados, combatendo entre as defesas da primeira e segunda linhas inimigas, que normalmente são blindadas, consequentemente, para se juntar a quem esta sempre cercado, somente se lançando de paraquedas também.

Um abraço!
Não mencionei nossa brigada.
E não mencionei via terrestre, mencionei um assalto aéreo via helicópteros, faz parte da doutrina adotada pela 173rd.
Eu tenho um amigo desde 2012 que é um sargento reformado da brigada 173
.
Ele me disse que a forma que os EUA treinam agora, caso um dia fosse resolvido ser feito um assalto aéreo através de paraquedismo, um grande números de militares iria saltar, dominar a área local, destruir as defesas aéreas locais para permitir o restante da unidade e outras unidades, para chegarem em um assalto heli-transportado.
Um abraço




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Re: Brigada de Infantaria Paraquedista

#797 Mensagem por Henrique Brito » Sex Mai 22, 2020 8:11 pm

Ckrauslo escreveu: Sex Mai 22, 2020 8:05 pm
Henrique Brito escreveu: Sex Mai 22, 2020 6:42 pm

Na verdade, nenhuma OM da Brigada de Infantaria Paraquedista tem previsão de ir por via terrestre para o combate, até porque, ficaria impossível reagrupar com quem tivesse se lançado de paraquedas, já que a doutrina paraquedista brasileira e mundial, prevê a utilização da infantaria paraquedista sempre para ser lançada na retaguarda do inimigo, consequentemente, os paraquedistas SEMPRE, em todas a hipóteses de conflito, combatem cercados, combatendo entre as defesas da primeira e segunda linhas inimigas, que normalmente são blindadas, consequentemente, para se juntar a quem esta sempre cercado, somente se lançando de paraquedas também.

Um abraço!
Não mencionei nossa brigada.
E não mencionei via terrestre, mencionei um assalto aéreo via helicópteros, faz parte da doutrina adotada pela 173rd.
Eu tenho um amigo desde 2012 que é um sargento reformado da brigada 173
.
Ele me disse que a forma que os EUA treinam agora, caso um dia fosse resolvido ser feito um assalto aéreo através de paraquedismo, um grande números de militares iria saltar, dominar a área local, destruir as defesas aéreas locais para permitir o restante da unidade e outras unidades, para chegarem em um assalto heli-transportado.
Um abraço
Entendi. Algo parecido ocorre em treinamentos em conjunto da Brigada de Infantaria Paraquedista e a 12° Brigada de Infantaria Leve (Aeromovel)




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Re: Brigada de Infantaria Paraquedista

#798 Mensagem por Ckrauslo » Sex Mai 22, 2020 8:21 pm

Aqui temos essa divisão, o que acho particularmente ruim.
Lá, toda unidade airborne é PQDT e Aeromovel.
Conversávamos bastante sobre o assunto, por que fazíamos campanhas para o Arma 2 e Arma 3, nós queríamos coisas bem realistas então nossa equipe tinha muitos ex militares americanos de diversas unidades.
Para todo tipo de campanha que iríamos fazer, que entrasse dentro da área de algum dos membros, quem dirigia a história eram eles.

Na verdade percebi que tinha sim mencionado vias terrestres, também.
Mas nesse ponto e apenas quando as tropas religam se com as tropas terrestres que vieram juntamente a operação, mas por uma rota diferente.
Tipo quando os paraquedistas americanos religaram se com os militares do exército convencional e os tanques sherman, nós dias que vieram após o dia D.

Abraço




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Re: Brigada de Infantaria Paraquedista

#799 Mensagem por Henrique Brito » Sex Mai 22, 2020 8:36 pm

Ckrauslo escreveu: Sex Mai 22, 2020 8:21 pm Aqui temos essa divisão, o que acho particularmente ruim.
Lá, toda unidade airborne é PQDT e Aeromovel.
Conversávamos bastante sobre o assunto, por que fazíamos campanhas para o Arma 2 e Arma 3, nós queríamos coisas bem realistas então nossa equipe tinha muitos ex militares americanos de diversas unidades.
Para todo tipo de campanha que iríamos fazer, que entrasse dentro da área de algum dos membros, quem dirigia a história eram eles.
Show de bola.

Aqui no Brasil, a Brigada de Infantaria Paraquedista pode ser transportada por helicópteros como já ocorreu várias vezes, ainda que não seja sua especialidade, já a 12 Brigada de Infantaria Leve (aeromovel) é especializado em assaltos por helicopteros, mas não pode ser lançada de paraquedas pois a isso se exige um treinamento mais técnico.




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Re: Brigada de Infantaria Paraquedista

#800 Mensagem por Ckrauslo » Sex Mai 22, 2020 8:50 pm

Eu acho pessoalmente que deveríamos ter mais investimento e fundir a Aeromovel com a paraquedista e criar uma unidade especializada, como as Americanas e britânicas.
Criação da brigada aero transportada, que é especializada em ambos.
Talvez estudar ter núcleos de unidades aero transportada pelo país.
Hoje em dia é muito mais fácil fazer um assalto por helicópteros, do que um salto operacional, por que as defesas aéreas aumentaram muito ao longo dos anos.
Exigiriam uma logística muito grande.
Abraço.




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Re: Brigada de Infantaria Paraquedista

#801 Mensagem por FCarvalho » Sex Mai 22, 2020 8:51 pm

Sempre ouvi falar em uma velha história, se com H mesmo não sei dizer, que o exercito sempre quis ter uma divisão paraquedista, mas nunca conseguiu.
Hoje nós temos aí a Amv que basicamente é uma infantaria leve transportada por helos, mas cujo treinamento não seria, ou é, tão diferente das demais tropas de infantaria do EB.
Na verdade, fico curioso em saber no que pqdt e amv tem de diferente em relação as demais tropas de infantaria no que compete a formação do soldado, além do preparo físico que é diferente.
Dado que estas tropas operam os poucos equipamentos mais modernos existentes na força, fica sempre essa dúvida para mim, pois até mesmo o nível de educação desse pessoal tem que ser bem pensado, já que as bdas estão recebendo material mais complexo e que necessita de maior e melhor treinamento.
Não sei se 8 a 10 meses de SMO é possível fazer isso.

abs




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Re: Brigada de Infantaria Paraquedista

#802 Mensagem por Ckrauslo » Sex Mai 22, 2020 9:01 pm

No caso de algumas tropas, as que estão em constante estado de preparação, os militares continuam em estado de constante formação após o período básico, isso é, para aqueles militares do SMO que engajaram para o serviço que pode chegar até 7 anos.




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Re: Brigada de Infantaria Paraquedista

#803 Mensagem por Henrique Brito » Sex Mai 22, 2020 11:15 pm

FCarvalho escreveu: Sex Mai 22, 2020 8:51 pm Sempre ouvi falar em uma velha história, se com H mesmo não sei dizer, que o exercito sempre quis ter uma divisão paraquedista, mas nunca conseguiu.
Hoje nós temos aí a Amv que basicamente é uma infantaria leve transportada por helos, mas cujo treinamento não seria, ou é, tão diferente das demais tropas de infantaria do EB.
Na verdade, fico curioso em saber no que pqdt e amv tem de diferente em relação as demais tropas de infantaria no que compete a formação do soldado, além do preparo físico que é diferente.
Dado que estas tropas operam os poucos equipamentos mais modernos existentes na força, fica sempre essa dúvida para mim, pois até mesmo o nível de educação desse pessoal tem que ser bem pensado, já que as bdas estão recebendo material mais complexo e que necessita de maior e melhor treinamento.
Não sei se 8 a 10 meses de SMO é possível fazer isso.

abs
Eu já li que dificilmente veremos novamente divisões de paraquedistas sendo lançados como na II Guerra Mundial porque os campos propícios ao lançamento de paraquedistas estão diminuindo bastante devido a crescente urbanização e tamanho da população, então acho difícil o EB querer aumentar o tamanho da Brigada, mundialmente falando, acho que só as potências com exércitos gigantes é que tem divisões de paraquedistas. Mas caso quisesse, facilmente conseguiria mobilizar milhares de soldados pqds da reserva, o problema seria conseguir oficiais e sargentos para comanda-los, visto que hoje a Brigada Paraquedista tem deficiência de tenentes e sargentos pelo número de alunos que conseguem concluir o curso básico paraquedista para oficiais e sargentos ser muito baixo, devido a exigência física, bem maior que para soldados. Havendo hoje sargentos comandando pelotões e cabos comandando GCs devido a isso. Há companhias com um tenente, quando o previsto são 4 (um pra cada pelotão), e com a metade do número de sargentos ideal.




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Re: Brigada de Infantaria Paraquedista

#804 Mensagem por Henrique Brito » Sex Mai 22, 2020 11:21 pm

Sobre a formação do soldado no Exército, é extremamente heterogênea, pois é responsabilidade de cada OM formar o seu próprio soldado, eu considero uma deficiência grande o exército não ter centros de formação de soldados, como a Marinha tem os seus centros de formação de fuzileiros e escolas de marinheiros.

E dentro desta heterogeneidade, existem soldados formados quase sem praticar tiro, o que é uma vergonha, e também até aqueles extremamente operacionais podendo operar até nas retaguardas inimigas e não devendo em nada a soldados de lugar nenhum do mundo em operacionalidade.

O que eu vou escrever não é regra, é minha percepção, e evidente que há exceções à regra, mas em geral, o Exercito tem 6 tipos de soldados, tamanha a diversidade do treinamento.

1° Atiradores dos tiros de guerra, é a formação mais básica, tão básica que ao final da formação, o guerreiro sequer pode ser chamado de soldado, é apenas atirador, é habilitado a atirar com armas longas e tem noções de ordem unida, ele não integra uma unidade militar, seu objetivo é habilitar o "camponês" da cidadezinha a resistir a uma invasão estrangeira até que tropas de combate cheguem para socorrer.

2° Soldados de unidades não combatentes, que são aqueles soldados dos batalhões de intendência, de manutenção de material bélico e dos serviços de saúde, a formação desse soldado é a mais básica das formações de uma organização militar do EB, eu particularmente considero muito ruim, a formação geralmente dura 1 mês, deste mês passam uma semana em internato e outra em acampamento aprendendo o básico que deve saber um soldado, praticam uma quantidade muito pequena de tiros, e depois nunca mais vao atirar ou ver mato, não se especializam como soldado de arma, quadro ou serviço, são soldados básicos que estão habilitados a usar o fuzil, fazer a guarda do quartel e defender em trincheiras o perímetro da sua unidade militar em caso de guerra.

3° Soldados de unidades combatentes, aqui começam a ter uma formação decente, são soldados dos grupos de artilharia, batalhões de infantaria, regimentos de cavalaria, a formação dura entre dois e três meses, deste tempo, passam pelo menos quinze dias em internato e outros quinze dias em acampamentos, geralmente fazem duas marchas de combate, de 8 e 16 km, alguns fazem também a marcha de 32km, e a quantidade de tiros é maior (ainda pra mim não o ideal mas dentro de uma normalidade de formação de soldado), após formados soldados, eles são especializados como soldados da arma de artilharia, cavalaria, etc, o que exige pelo menos mais quinze dias de instrução na mata (as vezes fazem no quartel), uma ou duas vezes por ano (geralmente uma), sua unidade participa de uma grande manobra militar que geralmente dura quinze dias, onde o militar pratica novamente tiros das armas individuais e coletivas, que também fazem parte dos adestramentos da unidade. Geralmente, a cada dois ou três anos passam por um grande exercício militar de avaliação do CAADEX, onde usam equipamentos de engajamento tático DSET que pra mim são excelentes, dão a noção exata da operacionalidade da tropa e toda tropa do EB deveria passar por essa avaliação pelo menos uma vez ao ano, e ter este equipamento para fazer treinamentos durante o ano. Nestas unidades, há os chamados pelopes, onde os soldados tem um treinamento um pouco melhor.

4° Soldados de unidades de infantaria especializadas em biomas, selva, montanha, caatinga e pantanal, aqui a formação do soldado é muito parecida a dos soldados de unidades combatentes descrito acima, porém melhor, devido a manobras militares mais frequentes, e com o acréscimo de um estágio operacional de 15 dias que especializa o soldado a operar no ambiente operacional onde está inserida a sua unidade, e as marchas de combate de formação são mais longas e duras, 64 km geralmente. Aqui há o acrescimo de que alguns soldados, minoria em geral, mas maioria em algumas unidades de fronteira, são indigenas, portanto a selva já é o dia a dia do cara, precisando apenas instrução militar para se tornar um grande combatente.

5° Soldados de pronto-emprego, que são os soldados integrantes da Força de Ação Rápida e Estratégica do EB, mais especificamente os soldados paraquedistas, os soldados da infantaria aeromóvel (helis), incluindo aí os soldados do 1° Batalhão de Infantaria de Selva Aeromóvel, a estes soldados se dá uma formação militar profissional, que geralmente dura quatro meses, onde pelo menos dois meses o soldado estará em acampamentos, aprendendo técnicas profissionais de combate, de infiltração, exfiltração, orientação diurna e noturna na mata usando GPS, bussola, cartas topográficas e os astros, silenciamento de sentinela, combate corpo a corpo, combate com facas, combate a baioneta, prisioneiro de guerra, câmara de gás, transposição de cursos dágua, montanhismo militar, pratica de tiros e manobras com óculos de visão noturna, confecção de armadilhas, abrigos e trincheiras, muita pratica de tiro de armas individuais e coletivas como granadas, morteiros, metralhadoras e lança-rojão, igualando as praticas de tiro dos na formação de fuzileiros navais, entre outras dezenas de instruções, e as marchas de combate são muito duras, havendo casos em que o comando ordenou marchas de mais de 100 km com todo equipamento e armamento,mas geralmente fica em torno de 64 km, no caso da brigada paraquedista, é exigida uma preparação física de atletas e o estágio básico paraquedista, um dos estágios mais difíceis para um soldado do EB devido a exigência física, ainda que seja mais leve que o de oficiais e sargentos, para os soldados da infantaria aeromóvel, acrescentasse o estágio de operações aeromóveis, que é muito operacional com técnicas de fasthope e halocast, e para ambos tanto paraquedistas como infantaria aeromovel, assim como o 1° BIS Amv, acrescentasse o estágio de força de ação rápida, com 15 dias onde os soldados tem instrução até para operar em ambiente que sofreu ou está prestes a sofre um ataque com armas químicas, biológicas, radiológicas e nucleares, estes soldados também recebem a especialização da arma de infantaria, e uma boa parte deles, é levada para fazer os quatro estágios operacionais de selva, montanha, caatinga e pantanal. Além disso, após a formação, estão em operações praticamente o ano todo, vão pra uma manobra militar com duração de 15 a 30 dias, passam 15 a 30 dias de volta dando grande enfase a preparação física e a prática de tiros e já partem novamente pra manobras, estando em constante apronto operacional. E todos os anos são avaliados pelo menos uma vez pelo CAADEX, e sempre que o EB pratica manobras com nações amigas, estas tropas sempre vao participar, estando ou não acompanhadas de outras unidade combatentes do EB da regiao onde for desenrolado o exercício.

6° Soldados comandos, estes tem a formação idêntica dos soldados de pronto emprego, acrescida dos cursos operacionais de paraquedista e do curso mais difícil a que um cabo ou soldado do exército pode passar, o CFCC, o curso de formação de cabo comandos, que habilita o soldado a mobiliar um DAC, destacamento de ações de comandos e operar nas retaguardas profundas do inimigo em ações diretas de comandos, que dispensa minhas apresentações, vocês conhecem

Reparem que eu estou falando apenas na formação do soldado, e não dos oficiais e sargentos.

Isso é o que geralmente acontece, mas se voce serviu e a sua formação foi diferente do que eu descrevi, parabéns, como cada OM do EB forma seus próprios soldados, há casos de exceção, onde haverão soldados de unidades não combatentes com um bom treinamento militar,e soldados de unidades combatentes com um treinamento meia boca, tudo depende da vontade do comando e dos recursos. Por isso que pra mim, urgente a criação de centros de formação de soldados no EB, para evitar tanta heterogeneidade na formação do soldado.




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Re: Brigada de Infantaria Paraquedista

#805 Mensagem por FCarvalho » Sex Mai 22, 2020 11:26 pm

Ckrauslo escreveu: Sex Mai 22, 2020 9:01 pm No caso de algumas tropas, as que estão em constante estado de preparação, os militares continuam em estado de constante formação após o período básico, isso é, para aqueles militares do SMO que engajaram para o serviço que pode chegar até 7 anos.
Olá CKrauslo,

O problema é que as OM que fazem parte da FAR E são poucas, duas brigadas, e nem todos os Btl contam com pessoal engajado em um número que se possa dizer ideal para uma força de pronto emprego.
Como o Henrique colocou no post acima, até mesmo a OM de referencia do EB sofre com falta de pessoal profissional. Que se dirá de engajados.
Tirando os Btl que também são cmdo fronteira ou Amv como o 1o BIS, o nível de pessoal engajado é muito baixo, principalmente nas regiões mais desenvolvidas do país, onde a molecada tem muito mais opções trabalho e vida fora da caserna.
Ajustar isso de alguma forma é necessário, pois não dá para lutar nenhum tipo de guerra no mundo de hoje com conscritos na maioria das tropas.

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Re: Brigada de Infantaria Paraquedista

#806 Mensagem por FCarvalho » Sex Mai 22, 2020 11:29 pm

Henrique Brito escreveu: Sex Mai 22, 2020 11:15 pm
FCarvalho escreveu: Sex Mai 22, 2020 8:51 pm Sempre ouvi falar em uma velha história, se com H mesmo não sei dizer, que o exercito sempre quis ter uma divisão paraquedista, mas nunca conseguiu.Hoje nós temos aí a Amv que basicamente é uma infantaria leve transportada por helos, mas cujo treinamento não seria, ou é, tão diferente das demais tropas de infantaria do EB.
Na verdade, fico curioso em saber no que pqdt e amv tem de diferente em relação as demais tropas de infantaria no que compete a formação do soldado, além do preparo físico que é diferente.
Dado que estas tropas operam os poucos equipamentos mais modernos existentes na força, fica sempre essa dúvida para mim, pois até mesmo o nível de educação desse pessoal tem que ser bem pensado, já que as bdas estão recebendo material mais complexo e que necessita de maior e melhor treinamento.
Não sei se 8 a 10 meses de SMO é possível fazer isso.
abs
Eu já li que dificilmente veremos novamente divisões de paraquedistas sendo lançados como na II Guerra Mundial porque os campos propícios ao lançamento de paraquedistas estão diminuindo bastante devido a crescente urbanização e tamanho da população, então acho difícil o EB querer aumentar o tamanho da Brigada, mundialmente falando, acho que só as potências com exércitos gigantes é que tem divisões de paraquedistas. Mas caso quisesse, facilmente conseguiria mobilizar milhares de soldados pqds da reserva, o problema seria conseguir oficiais e sargentos para comanda-los, visto que hoje a Brigada Paraquedista tem deficiência de tenentes e sargentos pelo número de alunos que conseguem concluir o curso básico paraquedista para oficiais e sargentos ser muito baixo, devido a exigência física, bem maior que para soldados. Havendo hoje sargentos comandando pelotões e cabos comandando GCs devido a isso. Há companhias com um tenente, quando o previsto são 4 (um pra cada pelotão), e com a metade do número de sargentos ideal.
O nível divisional no EB hoje se tornou apenas uma instância meramente burocrática e não operacional.
Fico impressionado como a até a OM de referência do exercito tem problemas em conseguir completar seus quadros.
E uma coisa que sempre me chamou a atenção: praças fazendo o serviço de oficiais. Em exército dos países mais desenvolvidos isso não é visto como um problema, mas para o puritanismo cultural francês do EB, é como se fosse uma chaga.
Nada mais distópico da realidade da guerra moderna.

abs




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Re: Brigada de Infantaria Paraquedista

#807 Mensagem por FCarvalho » Sex Mai 22, 2020 11:48 pm

Henrique Brito escreveu: Sex Mai 22, 2020 11:21 pm Isso é o que geralmente acontece, mas se voce serviu e a sua formação foi diferente do que eu descrevi, parabéns, como cada OM do EB forma seus próprios soldados, há casos de exceção, onde haverão soldados de unidades não combatentes com um bom treinamento militar,e soldados de unidades combatentes com um treinamento meia boca, tudo depende da vontade do comando e dos recursos. Por isso que pra mim, urgente a criação de centros de formação de soldados no EB, para evitar tanta heterogeneidade na formação do soldado.
Olá Henrique.

Eu particularmente não servi, dado que minha visão nunca me permitiu esse trabalho. Mas tenho alguma proximidade com a realidade das OM's da minha cidade e região aqui no norte.
A sua descrição faz jus a realidade tal como a percebo, e é bem indicativo do que temos em relação ao problema que é o SMO no Brasil.
FAB e MB já se resolveram melhor neste quesito dado que são forças mais profissionalizadas que o EB, que ainda precisa de muita mão de obra barata para poder cobrir todas as suas atividades. Elas recebem poucos conscritos e o que entram, via de regra pelo menos tem o nível médio ou está terminando. O EB não costuma se dar esse luxo, embora em se procure hoje em dia valorizar mais aqueles que tem um nível educacional maior.
Concordo consigo que a questão da formação básica do soldado do SMO tem de ser revista dentro do exército pois além de ser complicado formar um contingente de 80 mil por ano, e já foram mais, dar uma uniformidade qualitativa a todos eles ainda é um grande desafio.
Sou contra tiros de guerra, pois servem se muito para tapar buracos da burocracia legal do SMO, que ainda é obrigatório. Aliás, abrir mão da obrigatoriedade do SMO seria um passo lógico para poder escolher melhor quem vai entrar, e selecionar os que realmente gostam da vida nos quartéis e não vejam eles simplesmente como uma mera obrigação da qual se quer livrar o mais rápido possível.
Tudo o que descreves é apenas a ponta de lança do grande problema hoje que é arrumar pessoal qualificado para as ffaa's.
Com salários defasados, pouco ou nenhum incentivo profissional, e com muitas oportunidades surgindo no mundo civil de emprego a vida militar tem atraído cada vez menos pessoas qualificadas, deixando as academias e escolas militares para muita gente que vê o quartel, não raras vezes, apenas como um meio para se atingir outros fins.

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Re: Brigada de Infantaria Paraquedista

#808 Mensagem por Ckrauslo » Sex Mai 22, 2020 11:59 pm

Henrique Brito escreveu: Sex Mai 22, 2020 11:21 pm Sobre a formação do soldado no Exército, é extremamente heterogênea, pois é responsabilidade de cada OM formar o seu próprio soldado, eu considero uma deficiência grande o exército não ter centros de formação de soldados, como a Marinha tem os seus centros de formação de fuzileiros e escolas de marinheiros.

E dentro desta heterogeneidade, existem soldados formados quase sem praticar tiro, o que é uma vergonha, e também até aqueles extremamente operacionais podendo operar até nas retaguardas inimigas e não devendo em nada a soldados de lugar nenhum do mundo em operacionalidade.

O que eu vou escrever não é regra, é minha percepção, e evidente que há exceções à regra, mas em geral, o Exercito tem 6 tipos de soldados, tamanha a diversidade do treinamento.

1° Atiradores dos tiros de guerra, é a formação mais básica, tão básica que ao final da formação, o guerreiro sequer pode ser chamado de soldado, é apenas atirador, é habilitado a atirar com armas longas e tem noções de ordem unida, ele não integra uma unidade militar, seu objetivo é habilitar o "camponês" da cidadezinha a resistir a uma invasão estrangeira até que tropas de combate cheguem para socorrer.

2° Soldados de unidades não combatentes, que são aqueles soldados dos batalhões de intendência, de manutenção de material bélico e dos serviços de saúde, a formação desse soldado é a mais básica das formações de uma organização militar do EB, eu particularmente considero muito ruim, a formação geralmente dura 1 mês, deste mês passam uma semana em internato e outra em acampamento aprendendo o básico que deve saber um soldado, praticam uma quantidade muito pequena de tiros, e depois nunca mais vao atirar ou ver mato, não se especializam como soldado de arma, quadro ou serviço, são soldados básicos que estão habilitados a usar o fuzil, fazer a guarda do quartel e defender em trincheiras o perímetro da sua unidade militar em caso de guerra.

3° Soldados de unidades combatentes, aqui começam a ter uma formação decente, são soldados dos grupos de artilharia, batalhões de infantaria, regimentos de cavalaria, a formação dura entre dois e três meses, deste tempo, passam pelo menos quinze dias em internato e outros quinze dias em acampamentos, geralmente fazem duas marchas de combate, de 8 e 16 km, alguns fazem também a marcha de 32km, e a quantidade de tiros é maior (ainda pra mim não o ideal mas dentro de uma normalidade de formação de soldado), após formados soldados, eles são especializados como soldados da arma de artilharia, cavalaria, etc, o que exige pelo menos mais quinze dias de instrução na mata (as vezes fazem no quartel), uma ou duas vezes por ano (geralmente uma), sua unidade participa de uma grande manobra militar que geralmente dura quinze dias, onde o militar pratica novamente tiros das armas individuais e coletivas, que também fazem parte dos adestramentos da unidade. Geralmente, a cada dois ou três anos passam por um grande exercício militar de avaliação do CAADEX, onde usam equipamentos de engajamento tático DSET que pra mim são excelentes, dão a noção exata da operacionalidade da tropa e toda tropa do EB deveria passar por essa avaliação pelo menos uma vez ao ano, e ter este equipamento para fazer treinamentos durante o ano. Nestas unidades, há os chamados pelopes, onde os soldados tem um treinamento um pouco melhor.

4° Soldados de unidades de infantaria especializadas em biomas, selva, montanha, caatinga e pantanal, aqui a formação do soldado é muito parecida a dos soldados de unidades combatentes descrito acima, porém melhor, devido a manobras militares mais frequentes, e com o acréscimo de um estágio operacional de 15 dias que especializa o soldado a operar no ambiente operacional onde está inserida a sua unidade, e as marchas de combate de formação são mais longas e duras, 64 km geralmente. Aqui há o acrescimo de que alguns soldados, minoria em geral, mas maioria em algumas unidades de fronteira, são indigenas, portanto a selva já é o dia a dia do cara, precisando apenas instrução militar para se tornar um grande combatente.

5° Soldados de pronto-emprego, que são os soldados integrantes da Força de Ação Rápida e Estratégica do EB, mais especificamente os soldados paraquedistas, os soldados da infantaria aeromóvel (helis), incluindo aí os soldados do 1° Batalhão de Infantaria de Selva Aeromóvel, a estes soldados se dá uma formação militar profissional, que geralmente dura quatro meses, onde pelo menos dois meses o soldado estará em acampamentos, aprendendo técnicas profissionais de combate, de infiltração, exfiltração, orientação diurna e noturna na mata usando GPS, bussola, cartas topográficas e os astros, silenciamento de sentinela, combate corpo a corpo, combate com facas, combate a baioneta, prisioneiro de guerra, câmara de gás, transposição de cursos dágua, montanhismo militar, pratica de tiros e manobras com óculos de visão noturna, confecção de armadilhas, abrigos e trincheiras, muita pratica de tiro de armas individuais e coletivas como granadas, morteiros, metralhadoras e lança-rojão, igualando as praticas de tiro dos na formação de fuzileiros navais, entre outras dezenas de instruções, e as marchas de combate são muito duras, havendo casos em que o comando ordenou marchas de mais de 100 km com todo equipamento e armamento,mas geralmente fica em torno de 64 km, no caso da brigada paraquedista, é exigida uma preparação física de atletas e o estágio básico paraquedista, um dos estágios mais difíceis para um soldado do EB devido a exigência física, ainda que seja mais leve que o de oficiais e sargentos, para os soldados da infantaria aeromóvel, acrescentasse o estágio de operações aeromóveis, que é muito operacional com técnicas de fasthope e halocast, e para ambos tanto paraquedistas como infantaria aeromovel, assim como o 1° BIS Amv, acrescentasse o estágio de força de ação rápida, com 15 dias onde os soldados tem instrução até para operar em ambiente que sofreu ou está prestes a sofre um ataque com armas químicas, biológicas, radiológicas e nucleares, estes soldados também recebem a especialização da arma de infantaria, e uma boa parte deles, é levada para fazer os quatro estágios operacionais de selva, montanha, caatinga e pantanal. Além disso, após a formação, estão em operações praticamente o ano todo, vão pra uma manobra militar com duração de 15 a 30 dias, passam 15 a 30 dias de volta dando grande enfase a preparação física e a prática de tiros e já partem novamente pra manobras, estando em constante apronto operacional. E todos os anos são avaliados pelo menos uma vez pelo CAADEX, e sempre que o EB pratica manobras com nações amigas, estas tropas sempre vao participar, estando ou não acompanhadas de outras unidade combatentes do EB da regiao onde for desenrolado o exercício.

6° Soldados comandos, estes tem a formação idêntica dos soldados de pronto emprego, acrescida dos cursos operacionais de paraquedista e do curso mais difícil a que um cabo ou soldado do exército pode passar, o CFCC, o curso de formação de cabo comandos, que habilita o soldado a mobiliar um DAC, destacamento de ações de comandos e operar nas retaguardas profundas do inimigo em ações diretas de comandos, que dispensa minhas apresentações, vocês conhecem

Reparem que eu estou falando apenas na formação do soldado, e não dos oficiais e sargentos.

Isso é o que geralmente acontece, mas se voce serviu e a sua formação foi diferente do que eu descrevi, parabéns, como cada OM do EB forma seus próprios soldados, há casos de exceção, onde haverão soldados de unidades não combatentes com um bom treinamento militar,e soldados de unidades combatentes com um treinamento meia boca, tudo depende da vontade do comando e dos recursos. Por isso que pra mim, urgente a criação de centros de formação de soldados no EB, para evitar tanta heterogeneidade na formação do soldado.
Isso é algo que eu falei logo quando cheguei aqui no fórum.
Na verdade as vezes o mesmo batalhão tinha discrepâncias enormes na formação dos militares, dependendo do ano..alguns anos por exemplo no 61⁰ BIS tinha instrução com helicópteros, outros não tiveram.
Alguns cupinchas disseram que não tiveram muita instrução com armamento, outros que entraram no ano anterior tiveram um pouco mais.
Abraço




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Re: Brigada de Infantaria Paraquedista

#809 Mensagem por Alfa BR » Sáb Mai 23, 2020 12:30 am

Henrique Brito escreveu: Sex Mai 22, 2020 7:20 pm
cabeça de martelo escreveu: Sex Mai 22, 2020 7:10 pm Estou a achar a história muito estranha, os saltos a essas altitudes são básicos.

Talvez eu que esteja desatualizado, mas há 20 anos atrás os americanos não saltavam a menos que 1400 pés, 1000 pés então nem pensar, pois corria-se o risco de não haver tempo suficiente para acionar o reserva.

Inclusive o exercício conjunto consistia em que um pelotão brasileiro saltaria no Hercules americano e um pelotao americano no Hercules brasileiro na ZL da Base Aérea dos Afonsos, e estes militares teriam o direito de usar no uniforme o breve de paraquedista da outra nação. Eles não saltaram, nós sim, temos nossos breves americanos até hoje.

Mas em 20 anos, muita coisa muda, procedimentos são melhorados, e a maior potencia militar do mundo não vai ficar pra trás, talvez essa seja uma vantagem que não tems mais

Um abraço.
Os Rangers saltaram no Panamá a 500 pés de altitude.




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Re: Brigada de Infantaria Paraquedista

#810 Mensagem por Alfa BR » Sáb Mai 23, 2020 12:37 am

Henrique Brito escreveu: Sex Mai 22, 2020 11:21 pm Sobre a formação do soldado no Exército, é extremamente heterogênea, pois é responsabilidade de cada OM formar o seu próprio soldado, eu considero uma deficiência grande o exército não ter centros de formação de soldados, como a Marinha tem os seus centros de formação de fuzileiros e escolas de marinheiros.

E dentro desta heterogeneidade, existem soldados formados quase sem praticar tiro, o que é uma vergonha, e também até aqueles extremamente operacionais podendo operar até nas retaguardas inimigas e não devendo em nada a soldados de lugar nenhum do mundo em operacionalidade.

O que eu vou escrever não é regra, é minha percepção, e evidente que há exceções à regra, mas em geral, o Exercito tem 6 tipos de soldados, tamanha a diversidade do treinamento.

1° Atiradores dos tiros de guerra, é a formação mais básica, tão básica que ao final da formação, o guerreiro sequer pode ser chamado de soldado, é apenas atirador, é habilitado a atirar com armas longas e tem noções de ordem unida, ele não integra uma unidade militar, seu objetivo é habilitar o "camponês" da cidadezinha a resistir a uma invasão estrangeira até que tropas de combate cheguem para socorrer.

2° Soldados de unidades não combatentes, que são aqueles soldados dos batalhões de intendência, de manutenção de material bélico e dos serviços de saúde, a formação desse soldado é a mais básica das formações de uma organização militar do EB, eu particularmente considero muito ruim, a formação geralmente dura 1 mês, deste mês passam uma semana em internato e outra em acampamento aprendendo o básico que deve saber um soldado, praticam uma quantidade muito pequena de tiros, e depois nunca mais vao atirar ou ver mato, não se especializam como soldado de arma, quadro ou serviço, são soldados básicos que estão habilitados a usar o fuzil, fazer a guarda do quartel e defender em trincheiras o perímetro da sua unidade militar em caso de guerra.

3° Soldados de unidades combatentes, aqui começam a ter uma formação decente, são soldados dos grupos de artilharia, batalhões de infantaria, regimentos de cavalaria, a formação dura entre dois e três meses, deste tempo, passam pelo menos quinze dias em internato e outros quinze dias em acampamentos, geralmente fazem duas marchas de combate, de 8 e 16 km, alguns fazem também a marcha de 32km, e a quantidade de tiros é maior (ainda pra mim não o ideal mas dentro de uma normalidade de formação de soldado), após formados soldados, eles são especializados como soldados da arma de artilharia, cavalaria, etc, o que exige pelo menos mais quinze dias de instrução na mata (as vezes fazem no quartel), uma ou duas vezes por ano (geralmente uma), sua unidade participa de uma grande manobra militar que geralmente dura quinze dias, onde o militar pratica novamente tiros das armas individuais e coletivas, que também fazem parte dos adestramentos da unidade. Geralmente, a cada dois ou três anos passam por um grande exercício militar de avaliação do CAADEX, onde usam equipamentos de engajamento tático DSET que pra mim são excelentes, dão a noção exata da operacionalidade da tropa e toda tropa do EB deveria passar por essa avaliação pelo menos uma vez ao ano, e ter este equipamento para fazer treinamentos durante o ano. Nestas unidades, há os chamados pelopes, onde os soldados tem um treinamento um pouco melhor.

4° Soldados de unidades de infantaria especializadas em biomas, selva, montanha, caatinga e pantanal, aqui a formação do soldado é muito parecida a dos soldados de unidades combatentes descrito acima, porém melhor, devido a manobras militares mais frequentes, e com o acréscimo de um estágio operacional de 15 dias que especializa o soldado a operar no ambiente operacional onde está inserida a sua unidade, e as marchas de combate de formação são mais longas e duras, 64 km geralmente. Aqui há o acrescimo de que alguns soldados, minoria em geral, mas maioria em algumas unidades de fronteira, são indigenas, portanto a selva já é o dia a dia do cara, precisando apenas instrução militar para se tornar um grande combatente.

5° Soldados de pronto-emprego, que são os soldados integrantes da Força de Ação Rápida e Estratégica do EB, mais especificamente os soldados paraquedistas, os soldados da infantaria aeromóvel (helis), incluindo aí os soldados do 1° Batalhão de Infantaria de Selva Aeromóvel, a estes soldados se dá uma formação militar profissional, que geralmente dura quatro meses, onde pelo menos dois meses o soldado estará em acampamentos, aprendendo técnicas profissionais de combate, de infiltração, exfiltração, orientação diurna e noturna na mata usando GPS, bussola, cartas topográficas e os astros, silenciamento de sentinela, combate corpo a corpo, combate com facas, combate a baioneta, prisioneiro de guerra, câmara de gás, transposição de cursos dágua, montanhismo militar, pratica de tiros e manobras com óculos de visão noturna, confecção de armadilhas, abrigos e trincheiras, muita pratica de tiro de armas individuais e coletivas como granadas, morteiros, metralhadoras e lança-rojão, igualando as praticas de tiro dos na formação de fuzileiros navais, entre outras dezenas de instruções, e as marchas de combate são muito duras, havendo casos em que o comando ordenou marchas de mais de 100 km com todo equipamento e armamento,mas geralmente fica em torno de 64 km, no caso da brigada paraquedista, é exigida uma preparação física de atletas e o estágio básico paraquedista, um dos estágios mais difíceis para um soldado do EB devido a exigência física, ainda que seja mais leve que o de oficiais e sargentos, para os soldados da infantaria aeromóvel, acrescentasse o estágio de operações aeromóveis, que é muito operacional com técnicas de fasthope e halocast, e para ambos tanto paraquedistas como infantaria aeromovel, assim como o 1° BIS Amv, acrescentasse o estágio de força de ação rápida, com 15 dias onde os soldados tem instrução até para operar em ambiente que sofreu ou está prestes a sofre um ataque com armas químicas, biológicas, radiológicas e nucleares, estes soldados também recebem a especialização da arma de infantaria, e uma boa parte deles, é levada para fazer os quatro estágios operacionais de selva, montanha, caatinga e pantanal. Além disso, após a formação, estão em operações praticamente o ano todo, vão pra uma manobra militar com duração de 15 a 30 dias, passam 15 a 30 dias de volta dando grande enfase a preparação física e a prática de tiros e já partem novamente pra manobras, estando em constante apronto operacional. E todos os anos são avaliados pelo menos uma vez pelo CAADEX, e sempre que o EB pratica manobras com nações amigas, estas tropas sempre vao participar, estando ou não acompanhadas de outras unidade combatentes do EB da regiao onde for desenrolado o exercício.

6° Soldados comandos, estes tem a formação idêntica dos soldados de pronto emprego, acrescida dos cursos operacionais de paraquedista e do curso mais difícil a que um cabo ou soldado do exército pode passar, o CFCC, o curso de formação de cabo comandos, que habilita o soldado a mobiliar um DAC, destacamento de ações de comandos e operar nas retaguardas profundas do inimigo em ações diretas de comandos, que dispensa minhas apresentações, vocês conhecem

Reparem que eu estou falando apenas na formação do soldado, e não dos oficiais e sargentos.

Isso é o que geralmente acontece, mas se voce serviu e a sua formação foi diferente do que eu descrevi, parabéns, como cada OM do EB forma seus próprios soldados, há casos de exceção, onde haverão soldados de unidades não combatentes com um bom treinamento militar,e soldados de unidades combatentes com um treinamento meia boca, tudo depende da vontade do comando e dos recursos. Por isso que pra mim, urgente a criação de centros de formação de soldados no EB, para evitar tanta heterogeneidade na formação do soldado.
Aqui no NE tem OM onde o soldado EV dispara menos de 50 tiros com o fuzil e NPOR que não atirou com a MAG por falta de munição. É muito contraste dentro da força.




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