Me parece estar aí uma importante razão para as dificuldades que enfrentam para exportar: não têm experiência nisso e vêem ante si concorrentes muito fortes e que a têm de sobra...
Sukhoi SUperJet e Mitsubishi MRJ
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Re: Sukhoi SUperJet e Mitsubishi MRJ
Não lhes parece haver uma grande similaridade entre a Indústria Aeronáutica CIVIL Russa (e em menor grau, Chinesa) com a MILITAR Sueca? Me parece que nos três casos desenvolviam aeronaves sob especificações estritamente nacionais, com a garantia governamental de um mercado interno que bastaria para pagar todos os custos e manter as empresas saudáveis. Lembrar que as primeiras versões do Gripen nem seguiam normas STANAG.
Me parece estar aí uma importante razão para as dificuldades que enfrentam para exportar: não têm experiência nisso e vêem ante si concorrentes muito fortes e que a têm de sobra...
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Re: Sukhoi SUperJet e Mitsubishi MRJ
Bom, leve em conta Cássio que o SSJ foi o primeiro projeto de avião comercial novo depois da derrocada da URSS. E sabemos que não sobrou muita coisa depois disso na indústria aeronáutica russa. E reconstruir o que foi posto abaixo depois nos anos 1990 e começo dos 2000 não foi algo exatamente fácil ou simples. Ao final e ao cabo, acabou se mostrando um passo maior do que a perna.Cassio escreveu: ↑Qui Fev 27, 2020 6:15 pm Ou seja FCarvalho... Resumindo... Incompetência por todos os lados:
No projeto (custos operacionais segunda do esperado); no suporte a frota (difícil como se esperava); mas vendas (não é o forte dos russos); na evolução do projeto...
É por isso que tiro o chapéu para o pessoal da Embraer. Aqueles caras lá são foda...
E sei por experiência própria.
E lembre-se também que os russos já projetavam e produziam aviões muito antes de existir aqui sequer o vislumbre de uma indústria aeronáutica. Portanto, não subestime e nem menospreze a capacidade deles.
Vamos ver como eles reagem para além deste ponto. Eles costumam aprender rápido com seus próprios erros.
abs
Editado pela última vez por FCarvalho em Qui Fev 27, 2020 9:02 pm, em um total de 1 vez.
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Re: Sukhoi SUperJet e Mitsubishi MRJ
Aqui vou concordar consigo. Durante os tempos da URSS a indústria aeronáutica civil soviética praticamente existia para manter a aviação dentro do país e exportar para seus aliados e satélites, em franca oposição aos modelos ocidentais. Nunca houve a intenção ou preocupação em concorrer.Túlio escreveu: ↑Qui Fev 27, 2020 6:54 pmNão lhes parece haver uma grande similaridade entre a Indústria Aeronáutica CIVIL Russa (e em menor grau, Chinesa) com a MILITAR Sueca? Me parece que nos três casos desenvolviam aeronaves sob especificações estritamente nacionais, com a garantia governamental de um mercado interno que bastaria para pagar todos os custos e manter as empresas saudáveis. Lembrar que as primeiras versões do Gripen nem seguiam normas STANAG.
Me parece estar aí uma importante razão para as dificuldades que enfrentam para exportar: não têm experiência nisso e vêem ante si concorrentes muito fortes e que a têm de sobra...
E quando a URSS faliu em 1991, com ela também se foi a maior parte da capacidade industrial aeronáutica do país.
Como disse ao Cássio, o SSJ foi a primeira tentativa de retomada de projetos de aviação comercial na Rússia, e isso após longos anos de quase falência. E em um mundo totalmente novo para os quais a própria indústria do país não estava preparada.
Diferentes dos suecos, os russos estão levando mais tempo do que se supunha para conseguir se por no mesmo patamar, ou pelo menos próximos, da concorrência no campo da aviação comercial. Mesmo com a ajuda italiana naquele projeto.
Enfim, ao que parece os erros cometidos neste projeto estão sendo corrigidos no MC-21.
Se vão surtir os efeitos desejados, veremos.
abs
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Re: Sukhoi SUperJet e Mitsubishi MRJ
Mitsubishi suspende desenvolvimento do SpaceJet70.
http://www.cavok.com.br/blog/mitsubishi ... o-dos-eua/
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Re: Sukhoi SUperJet e Mitsubishi MRJ
O modelo 70 não concorre com a Embraer.
Os valores que eles dizem ter prejuizo são apenas da Mitsubishi Aircraft Corporation, fora os valores notificados na noticia ao comprar a Bombardier eles assumiram dividas de aproximadamente US500 a 700 milhões da Bombardier o prejuizo vai ser muito maior.
https://www.nikkei.com/article/DGXMZO46 ... 0C1EAF000/
Porem eu acho difícil eles desistirem do ramo da aviação civil depois de tanto dinheiro investido, eles sabem que o caminho não é fácil e estão dando cabeçadas até aprender, tem notícias de que eles pretendem colocar no mercado no futuro sabe la quando uma versão para concorrer com o E190 e SSJ100.
Apenas 33% do modelo 90 é fabricado no Japão o resto é tudo importado, Taiwan fabrica as asas e estabilizador vertical.
O grupo Mitsubishi tem mais de 4000 empresas, emprega mais de 870 mil funcionários, tem faturamento anual de 7.7% de todas as empresas listadas na bolsa US$680 bilhões e possui ativos próprios avaliados em mais de US$4 trilhões...https://toyokeizai.net/articles/-/336878
O grupo compartilha os "Três Princípios" estabelecidos antes da guerra.
Shokihoko (contribuição para a sociedade através dos negócios)
Shojikomei (tome ações justas e responsáveis)
Ritsugyoboeki (desenvolvimento de negócios a partir de uma perspectiva global)
Tornou-se a identidade do grupo. Mesmo que as empresas estejam desarticuladas, é a força centrípeta que a gerência que incorpora essa filosofia leva ao lucro de todo o grupo.
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Re: Sukhoi SUperJet e Mitsubishi MRJ
https://aviationweek.com/air-transport/ ... -down-zero
A coisa não está fácil não. Acho que pode ter sido a gota d'água para os investidores.
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Re: Sukhoi SUperJet e Mitsubishi MRJ
Seria mais fácil simplesmente copiarem o CRJ da Bombardier e aprenderem primeiro a fazer um avião que preste.
Nunca vi um programa tão bagunçado quanto esse avião. Nem os russos com o SSJ foram tão incompetentes.
abs
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Re: Sukhoi SUperJet e Mitsubishi MRJ
E isso demonstra o quanto a Embraer domina, com competência, o processo de desenvolvimento de uma aeronave.
Claro que todo o desenvolvimento tem percalços, mas na Embraer não vi ocorrer tão e tão severos como o que vimos com grande partes dos novos programas mundo a fora.
Claro que todo o desenvolvimento tem percalços, mas na Embraer não vi ocorrer tão e tão severos como o que vimos com grande partes dos novos programas mundo a fora.
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Re: Sukhoi SUperJet e Mitsubishi MRJ
Temos a vantagem de ter aprendido com os erros alheios e fazer o nosso dever de casa direito com quem nos auxiliou no passado.
Soubemos aproveitar cada oportunidade que apareceu e não ficamos tentando reinventar a roda como outras empresas fizeram por aí.
Como dizia São Francisco, "faça poucas coisas, mas as faça bem."
abs
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Re: Sukhoi SUperJet e Mitsubishi MRJ
O problema é que eles projetaram o MRJ sem ter conhecimento completo dos requisitos para receber o certificado no Eua, nem mesmo o órgão regulador japonês que ajudou nos procedimentos não tinha conhecimento sobre requisitos da FAA.
Como fazia muito tempo que não se fabricava uma aeronave civil, eles pegaram a papelada de certificação do NAMC YS-11 de mais de 40 anos atras e tentaram atualizar, para o mercado japonês a aeronave poderia operar mas para o mercado americano... a cada teste a FAA faz uma pergunta sobre certa coisa e os japoneses não sabem o que responder, dai se inicia testes. se altera uma coisa. se faz mais testes até ser aceito pela FAA, depois que um requisito foi superado se inicia outro e é a mesma coisa...
O programa seria muito mais fácil se eles tivessem desde do início, contratado mão de obra estrangeira com experiencia no assunto, a Honda desenvolveu o Honda jet com mão de obra americana no Eua, a Mitsubishi quis desenvolver o máximo possível internamente e o resultado esta ai estão dando cabeçadas até aprender.
- FCarvalho
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Re: Sukhoi SUperJet e Mitsubishi MRJ
Algumas atitudes práticas e atém mesmo óbvias diante dos olhos parecem cegas diante do afã de querer mostrar capacidade ou competência em algo que realmente não tem necessidade.
Os japoneses na maior parte do tempo costumam acertar de primeira o que fazem, mas quando resolver errar, é cada coisa "felomenal" que vou te contar.
abs
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Re: Sukhoi SUperJet e Mitsubishi MRJ
Mitsubishi SpaceJet entrará em serviço?
Novo jato regional japonês vem sofrendo atrasos e interrupções há anos.
Cavok Brasil - Notícias de Aviação em Primeira Mão
Home Comercial Aviação Regional
Mitsubishi SpaceJet entrará em serviço?
Novo jato regional japonês vem sofrendo atrasos e interrupções há anos
Fernando Valduga Por Fernando Valduga 02/01/2021 - 11:28
No meio do atual programa de teste de voo e certificação, a Mitsubishi está interrompendo os preparativos para a produção em série de sua família de jatos regionais modernos e recentemente desenvolvida.
A fabricante Mitsubishi Aircraft Corporation enfatizou explicitamente no final de outubro que era apenas uma “pausa temporária” e de forma alguma o fim do programa. Mas a partir de abril de 2021, o orçamento para os próximos três anos será cortado em 90 por cento e a força de trabalho do Space Jet será reduzida a um terço do nível anterior e, portanto, apenas 500 pessoas. Isso também significa que o centro de testes de voo anterior em Moses Lake, EUA, e os escritórios no Canadá e na Europa serão fechados. Afinal, a criação da documentação técnica para o processo de homologação continuará, anunciou a Mitsubishi.
A empresa vai cortar sua força de trabalho em cerca de 95 por cento ano a ano a partir de abril próximo, para um mínimo de cerca de 150 de quase 2.000 funcionários.
Com o curso de redução radical, a divisão de aeronaves comerciais da gigante japonesa está se encaixando em sua atual estratégia de economia da Covid-19. No entanto, o ambicioso programa de aeronaves regionais, que foi reconstruído na Mitsubishi com 408 milhões de euros em ajuda governamental e bilhões do Grupo desde 2008, há muito sofre com problemas de registro e vendas, bem como atrasos excessivos e estouros de custos. Nesse ínterim, uma configuração completa não parece mais ser descartada.
No entanto, o fato de os japoneses terem comprado o programa CRJ e seu banco de dados de clientes da Bombardier por quase um bilhão de dólares fala contra isso. Os operadores CRJ agora estão mudando para o SpaceJet? Uma grande frota de pequenos jatos regionais dos Estados Unidos – não apenas o Bombardier CRJ200, mas também os Embraer ERJ 145 e E175 – espera por uma substituição e pode ser um mercado lucrativo.
Para isso, a Mitsubishi projetou seu ultramoderno bimotor com um olhar estratégico: a aerodinâmica mais recente, turbofans PW1200 econômicos, limpos e silenciosos, uma cabine no conceito glass com controle eletrônico de voo e muito espaço na cabine de 2,02 metros de altura com assentos 2+2. Especialmente projetado para bagagens de mão, que nos EUA costumam ser preenchidos com grandes volumes. Os tamanhos das aeronaves do SpaceJet também são feitos sob medida para o mercado dos Estados Unidos. O bimotor está disponível em dois comprimentos de fuselagem modular: um M90 de 76 a 92 lugares e um M100 de 70 a 88 lugares. Um posterior possível M200 de 100 lugares também foi planejado. A versão curta original M70 foi substituída pela M90 esticada um metro.
Mas o projeto parou várias vezes. Às vezes, ele teve que ser amplamente redesenhado depois, alegadamente porque partes da construção original de alta qualidade de acordo com os padrões militares japoneses não puderam ser perfeitamente reconhecidas para aprovação civil dos EUA. Então, as “Cláusulas de Escopo” americanas não caíram conforme o esperado. As Cláusulas de Escopo nos EUA regulam o tamanho de uma “aeronave regional” com base no número de passageiros. Acima do limite do número de assentos acordado para cada companhia aérea, normalmente 76 assentos, são devidos salários de pilotos mais altos.
Mas a Mitsubishi até agora evitou todos os desafios e repetidamente salvou seu programa promissor. A fim de promover a aprovação dos EUA, um centro de teste de voo foi rapidamente instalado em Moses Lake, EUA, onde engenheiros de teste americanos familiarizados com as regras da FAA apoiam a equipe japonesa para realizar a aprovação dos EUA com os protótipos vindos do Japão.
“A prioridade da empresa será obter a certificação de tipo para o SpaceJet M90… A fim de maximizar a eficiência dos testes de voo de certificação de tipo no futuro, neste ano fiscal, a Mitsubishi Aircraft se concentrará na reorganização, melhoria do projeto atual no nível da aeronave e validação de dados obtidos por mais de 3.900 horas de voo teste,” disse a fabricante.
Visto de perto, o novo bimotor impressiona pelo seu projeto excepcionalmente novo e formato quase perfeito. Sem juntas de material, sem arestas e vincos e uma superfície lisa que não parecem de um avião regional – que costumava ser principalmente rústico em design.
Quanto mais a Mitsubishi interromper o desenvolvimento, mais difícil será colocar o novo bimotor em funcionamento novamente. Em 30 de outubro, o presidente e CEO do grupo da Mitsubishi, Seiji Izumisawa, apresentou seu plano de negócios de médio prazo para os anos de 2021 a 2023. De acordo com isso, o negócio militar em particular será expandido estrategicamente no departamento de aviação do grupo, incluindo a área de aeronaves não tripuladas. Para o SpaceJet, a Mitsubishi prevê uma recuperação do mercado apenas a longo prazo. Portanto, a equipe experiente deve mudar para a divisão de defesa, de acordo com o último programa de estratégia.
Com sua ajuda, o grupo quer voltar a ter uma margem de lucro de 7% até 2023. Para a SpaceJet, o orçamento do grupo deve encolher para um total de pouco menos de 200 milhões de dólares até 2023. Portanto, não deve ser capaz de empurrar o bimotor mais para a frente por enquanto, mas apenas manter uma equipe central fazendo trabalhos de rotina.
A atividade em um centro de desenvolvimento no estado americano de Washington também está sendo reduzida ao mínimo. Os voos de teste serão aterrados em abril, com apenas trabalhos de manutenção em quatro aeronaves.
Resta ver como os numerosos fornecedores da SpaceJet avaliarão o atraso que vem acontecendo com eles há anos.
O Spacejet é a primeira aeronave produzida no Japão após a Segunda Guerra Mundial.
Novo jato regional japonês vem sofrendo atrasos e interrupções há anos.
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Mitsubishi SpaceJet entrará em serviço?
Novo jato regional japonês vem sofrendo atrasos e interrupções há anos
Fernando Valduga Por Fernando Valduga 02/01/2021 - 11:28
No meio do atual programa de teste de voo e certificação, a Mitsubishi está interrompendo os preparativos para a produção em série de sua família de jatos regionais modernos e recentemente desenvolvida.
A fabricante Mitsubishi Aircraft Corporation enfatizou explicitamente no final de outubro que era apenas uma “pausa temporária” e de forma alguma o fim do programa. Mas a partir de abril de 2021, o orçamento para os próximos três anos será cortado em 90 por cento e a força de trabalho do Space Jet será reduzida a um terço do nível anterior e, portanto, apenas 500 pessoas. Isso também significa que o centro de testes de voo anterior em Moses Lake, EUA, e os escritórios no Canadá e na Europa serão fechados. Afinal, a criação da documentação técnica para o processo de homologação continuará, anunciou a Mitsubishi.
A empresa vai cortar sua força de trabalho em cerca de 95 por cento ano a ano a partir de abril próximo, para um mínimo de cerca de 150 de quase 2.000 funcionários.
Com o curso de redução radical, a divisão de aeronaves comerciais da gigante japonesa está se encaixando em sua atual estratégia de economia da Covid-19. No entanto, o ambicioso programa de aeronaves regionais, que foi reconstruído na Mitsubishi com 408 milhões de euros em ajuda governamental e bilhões do Grupo desde 2008, há muito sofre com problemas de registro e vendas, bem como atrasos excessivos e estouros de custos. Nesse ínterim, uma configuração completa não parece mais ser descartada.
No entanto, o fato de os japoneses terem comprado o programa CRJ e seu banco de dados de clientes da Bombardier por quase um bilhão de dólares fala contra isso. Os operadores CRJ agora estão mudando para o SpaceJet? Uma grande frota de pequenos jatos regionais dos Estados Unidos – não apenas o Bombardier CRJ200, mas também os Embraer ERJ 145 e E175 – espera por uma substituição e pode ser um mercado lucrativo.
Para isso, a Mitsubishi projetou seu ultramoderno bimotor com um olhar estratégico: a aerodinâmica mais recente, turbofans PW1200 econômicos, limpos e silenciosos, uma cabine no conceito glass com controle eletrônico de voo e muito espaço na cabine de 2,02 metros de altura com assentos 2+2. Especialmente projetado para bagagens de mão, que nos EUA costumam ser preenchidos com grandes volumes. Os tamanhos das aeronaves do SpaceJet também são feitos sob medida para o mercado dos Estados Unidos. O bimotor está disponível em dois comprimentos de fuselagem modular: um M90 de 76 a 92 lugares e um M100 de 70 a 88 lugares. Um posterior possível M200 de 100 lugares também foi planejado. A versão curta original M70 foi substituída pela M90 esticada um metro.
Mas o projeto parou várias vezes. Às vezes, ele teve que ser amplamente redesenhado depois, alegadamente porque partes da construção original de alta qualidade de acordo com os padrões militares japoneses não puderam ser perfeitamente reconhecidas para aprovação civil dos EUA. Então, as “Cláusulas de Escopo” americanas não caíram conforme o esperado. As Cláusulas de Escopo nos EUA regulam o tamanho de uma “aeronave regional” com base no número de passageiros. Acima do limite do número de assentos acordado para cada companhia aérea, normalmente 76 assentos, são devidos salários de pilotos mais altos.
Mas a Mitsubishi até agora evitou todos os desafios e repetidamente salvou seu programa promissor. A fim de promover a aprovação dos EUA, um centro de teste de voo foi rapidamente instalado em Moses Lake, EUA, onde engenheiros de teste americanos familiarizados com as regras da FAA apoiam a equipe japonesa para realizar a aprovação dos EUA com os protótipos vindos do Japão.
“A prioridade da empresa será obter a certificação de tipo para o SpaceJet M90… A fim de maximizar a eficiência dos testes de voo de certificação de tipo no futuro, neste ano fiscal, a Mitsubishi Aircraft se concentrará na reorganização, melhoria do projeto atual no nível da aeronave e validação de dados obtidos por mais de 3.900 horas de voo teste,” disse a fabricante.
Visto de perto, o novo bimotor impressiona pelo seu projeto excepcionalmente novo e formato quase perfeito. Sem juntas de material, sem arestas e vincos e uma superfície lisa que não parecem de um avião regional – que costumava ser principalmente rústico em design.
Quanto mais a Mitsubishi interromper o desenvolvimento, mais difícil será colocar o novo bimotor em funcionamento novamente. Em 30 de outubro, o presidente e CEO do grupo da Mitsubishi, Seiji Izumisawa, apresentou seu plano de negócios de médio prazo para os anos de 2021 a 2023. De acordo com isso, o negócio militar em particular será expandido estrategicamente no departamento de aviação do grupo, incluindo a área de aeronaves não tripuladas. Para o SpaceJet, a Mitsubishi prevê uma recuperação do mercado apenas a longo prazo. Portanto, a equipe experiente deve mudar para a divisão de defesa, de acordo com o último programa de estratégia.
Com sua ajuda, o grupo quer voltar a ter uma margem de lucro de 7% até 2023. Para a SpaceJet, o orçamento do grupo deve encolher para um total de pouco menos de 200 milhões de dólares até 2023. Portanto, não deve ser capaz de empurrar o bimotor mais para a frente por enquanto, mas apenas manter uma equipe central fazendo trabalhos de rotina.
A atividade em um centro de desenvolvimento no estado americano de Washington também está sendo reduzida ao mínimo. Os voos de teste serão aterrados em abril, com apenas trabalhos de manutenção em quatro aeronaves.
Resta ver como os numerosos fornecedores da SpaceJet avaliarão o atraso que vem acontecendo com eles há anos.
O Spacejet é a primeira aeronave produzida no Japão após a Segunda Guerra Mundial.
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Re: Sukhoi SUperJet e Mitsubishi MRJ
Com o desenvolvimento e a aprovação das autoridade aeronáuticas russas para o PD-14, é esperado para os próximos anos que a proposta do SuperJet-130 assim como o SSJ-100 sejam remotorizados com o derivado daquela turbina.
Uma revisão geral do projeto também está sendo discutida tendo em vista os inúmero percalços que o modelo teve durante sua curta vida operacional.
O foco agora é fazer com que o SSJ-100/130 convença as empresas russas de que é bom mesmo. Isto feito, a volta ao mercado internacional se daria em melhores condições de concorrer com os E-2, principalmente.
Quanto ao avião da Mitsubishi, uma hora ele voa. Depois de ter queimado alguns bilhões. Mas isso parece não ser um problema para a alta direção da empresa tendo em vista as possibilidades de venda no mercado americano, que deve ser o foco do mesmo.
É um belo avião, mas problemático. Tomara quando ele conseguir entrar em operação, nós já estejamos pensando em um E-3 ou coisa parecida.
Uma revisão geral do projeto também está sendo discutida tendo em vista os inúmero percalços que o modelo teve durante sua curta vida operacional.
O foco agora é fazer com que o SSJ-100/130 convença as empresas russas de que é bom mesmo. Isto feito, a volta ao mercado internacional se daria em melhores condições de concorrer com os E-2, principalmente.
Quanto ao avião da Mitsubishi, uma hora ele voa. Depois de ter queimado alguns bilhões. Mas isso parece não ser um problema para a alta direção da empresa tendo em vista as possibilidades de venda no mercado americano, que deve ser o foco do mesmo.
É um belo avião, mas problemático. Tomara quando ele conseguir entrar em operação, nós já estejamos pensando em um E-3 ou coisa parecida.
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Re: Sukhoi SUperJet e Mitsubishi MRJ
Meus prezados
Primeiro avião comercial pós-soviético passará por atualizações
Superjet 100 foi criado em parceria com empresas ocidentais, mas vai receber sistemas exclusivamente russos
https://aeromagazine.uol.com.br/artigo/ ... _6513.html
Primeiro avião comercial pós-soviético passará por atualizações
Superjet 100 foi criado em parceria com empresas ocidentais, mas vai receber sistemas exclusivamente russos
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