Cara, qual a diferença de comprar uma viatura para PRODUZIR AQUI, NACIONALMENTE, COM FÁBRICAS INSTALADAS - coloquei em negrito para ver se você consegue entender agora - e desenvolver uma aberração do zero?FCarvalho escreveu: ↑Ter Abr 28, 2020 1:19 am Tenho em mente dois problemas fulcrais que devem ter permeado a cabeça do pessoal que fez este ROB.
Primeira, recursos. E segundo, logística.
Apanhamos nos dois desde que a cav blda do EB começou a usar os M-3 Lee por aqui há quase 80 anos.
Temos um histórico muito ruim de falta de recursos para tudo no EB, seja no sentido de adquirir, manter e/ou operar. Ponto.
Neste aspecto, qualquer que seja a escolha para um novo CC, ele sempre será considerado caro demais pelo poder público de plantão, para o qual tanques nunca passaram de mero objeto de curiosidade e uma "leseira baré" de milicos que não tem o que fazer.
Dado essa limitação histórica e onipresente, a logística de apoio deste CC torna-se um problema na medida em que a falta dos recursos necessários para adquirir, manter e operar qualquer um serão sempre cotados em sua maior parte em Dólar ou Euro, posto que, no mínimo, de 80% a 90% de qualquer novo CC que for fabricado aqui, ou simplesmente importado, nos manterá no atual status quo, ou seja, na dependência de partes e peças que virão de fora do país, tornando o seu uso extremamente oneroso para o minguado orçamento do EB.
Então, me parece que em tese a ideia desse ROB - com todos os seus prós e contras - é tentar quebrar ao menos esse círculo vicioso em que estamos há década no que concerne os nossos CC, cuja manutenção é basicamente mantida por, e de, fontes externas, e consequentemente, tem um custo alto demais para ser considerado aceitável.
Sem contar que tal dependência nos limita a liberdade de uso dos mesmos. Os alemães fizeram isso com os Leopard assim como os americanos com os M-41. Nenhum general gosta da ideia de ter um CC o qual tem de pedir permissão do seu vendedor para usá-lo onde, quando e como quiser.
Enfim, até prova em contrário, ainda sou de opinião que este ROB é uma tentativa de repetir com o CC/VBCI a experiência do Guarani, considerada bem sucedida pelo EB.
Se vai dar certo ou não, eu não sei. Afinal, quando resolverem lançar um RFI lá para 2025, penso eu, ainda vamos levar um bom tempo entre recebimento das eventuais propostas, análise, seleção, contrato, protótipos e finalmente linha de produção.
Como estamos no Brasil, entendo que nada disso deve ficar pronto antes de 2035.
Bem, não é preciso dizer que do começo dos anos 2000 quando o Guarani foi lançado para 2025 há um hiato de tempo bastante longo, e que a realidade industrial, comercial e tecnológica não será a mesma. Mas nada disso assegura que os planos do EB cheguem a bom termo conforme se espera.
A ver. Como o pessoal costuma dizer, quem viver, verá.
Com alguma sorte eu chego lá.
abs
Temos canhão nacional? NÃO!
Temos lagartas, suspensão e blindagem nacionais? NÃO!!!!!
Temos know-how para desenvolver ambos? NÃO!!!
Alguma empresa 100% nacional irá desenvolver 100% dos componentes? NÃO!!!!
Então qual a diferença? Desenvolvido ou produzido aqui, ainda continuaremos a importar mais de 70% dos componentes. Você citou o Guarani e BOA PARTE DELE continua sendo importado, inclusive a própria blindagem.
Sério, em que mundo de fantasia iremos desenvolver nosso MBT e produzirmos tudo absolutamente aqui. Queria muito viver no mesmo mundo de fantasia que você vive em que podemos desenvolver um CC do zero e eliminar nossa dependência, como se fossemos autossuficientes.
Precisamos aprender antes, em conjunto, tal como é o caso do Gripen. Você comparar um programa de blindados sob lagartas, altamente sofisticados, com VBTP's que não pesam 20 toneladas é forçar demais a inteligência alheia, como se ambos fossem tão fáceis quando. É tão absurdo que irrita qualquer um que entenda minimamente de engenharia, principalmente mecânica ou eletrônica, até mecatrônica. É um absurdo ridículo!
Se o EB também acha que pode fazer o mesmo, então demitam todos eles e acabem com o Exército.