MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#8056 Mensagem por Sterrius » Qua Dez 11, 2019 2:26 am

Jogo de soma negativa
TERÇA-FEIRA, DEZEMBRO 10, 2019 ALEX SCHWARTSMAN SEM COMENTÁRIO

O protecionismo, ao ameaçar a viabilidade das cadeias de suprimentos, desempenha papel central na desaceleração econômica global, cujos reflexos sentimos no Brasil por meio do preço das commodities e do dólar. É ilusão achar que haverá ganhadores neste jogo.

A semana começou com uma surpresa nada surpreendente: o presidente Trump, contrariado com a desvalorização recente do real e do peso argentino, anunciou que irá recolocar tarifas sobre importações de aço e alumínio destes países, reforçando o protecionismo que tem sido a marca registrada de seu governo no campo econômico. Não nos escapa a ironia, à luz dos esforços da diplomacia (na falta de melhor termo) nacional para se alinhar aos EUA, que o Brasil se encontre na linha de fogo da guerra comercial, mas não é exatamente disto que pretendo falar hoje.

Há uma desaceleração da economia mundial em curso. O FMI estima o crescimento em 2019 na casa de 3% e projeta a expansão de 3,4% em 2020, não apenas bem abaixo do registrado nos últimos anos (3,8% em 2017 e 3,6% em 2018), mas também inferiores às previsões feitas no início do ano.

Muito embora as chances desta desaceleração resultar em recessão global sejam percebidas como menores do que há um ou dois meses, seus efeitos já são sentidos. Desde maio deste ano as estimativas do CPB (Netherlands Bureau for Economic Policy Analysis) sugerem encolhimento do comércio internacional, o que não ocorria desde o final de 2009 (mas, noto, numa escala incomparavelmente menor do que a registrada durante aquela crise) e muito provavelmente fecharemos 2019 com a primeira redução no volume de comércio desde aquele ano.

Fonte: CPB

Não é por outro motivo que a produção industrial global também se encaminha para seu pior resultado desde 2009, embora mais uma vez destacando que estamos longe daquele quadro recessivo. Como o setor é bem mais exposto ao comércio internacional do que no caso dos serviços, esta dinâmica é consistente com o fenômeno de retração acima descrito. Assim, países cuja expansão esteja mais ligada ao setor exportador (como, por exemplo, Alemanha, Japão e Coreia do Sul) têm, como regra, um desempenho pior.

Todavia, os efeitos mais importantes parecem ir além do impacto direto das exportações sobre o produto. Os últimos 30 anos testemunharam um crescimento extraordinário do comércio internacional em paralelo ao aprofundamento de cadeias globais de suprimentos, que exploraram o princípio das vantagens comparativas como em poucos momentos da história, partindo da premissa que a globalização viera para ficar.

Em face, porém, do aumento do protecionismo a viabilidade de uma série de cadeias produtivas fica ameaçada. Talvez ainda mais importante, a formação de novos elos é prejudicada pela incerteza advinda da guerra comercial, levando ao adiamento, quando não o cancelamento de planos de investimento.

Posto de outra forma, em adição ao impacto direto da perda de fôlego das exportações, principalmente as industriais, temos também o impacto indireto, mas não menos relevante, de queda do investimento, forças que se encontram na raiz da desaceleração global.

O Brasil, como se sabe, tem participação apenas marginal neste fenômeno, dada nossa baixa inserção comercial, bem como o lamentável crescimento de nossa produtividade. No entanto, sofre, além do impacto da menor expansão global, com a queda do preço das commodities, reflexo da desaceleração chinesa, o principal consumidor destes produtos.

Assim, à parte o caso das carnes, que resulta dos problemas com o abastecimento na China, os preços de commodities registram queda de 6% no ano, conforme notado na semana passada, embora na ponta a redução se encontre mais próxima a 6,5%. Muito da desvalorização do real se deve, como argumentamos, a este fenômeno.

Obviamente não deixa de ser curioso, para fechar o círculo, que o enfraquecimento do real, assim como o das moedas de países exportadores de commodities, reflita precisamente o impacto negativo do crescente protecionismo sobre o crescimento global. Protecionismo parte da premissa errada do comércio internacional como jogo de soma zero; quando aprofundado, vira um jogo de soma negativa.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#8057 Mensagem por Rurst » Dom Dez 15, 2019 3:18 pm

Isso vai afetar a economia brasileira

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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#8058 Mensagem por Marcelo Ponciano » Dom Dez 15, 2019 4:28 pm

É uma tendência mundial. O planeta não aguenta tanto humano.

Economicamente falando, os países vão incentivar a vinda de mão de obra de outras nacionalidades, mesmo as menos qualificadas. A humanidade terá que aprender a conviver melhor com os imigrantes e com a miscigenação.




Tudo estaria perdido se o mesmo homem, ou o mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo exercesse os três poderes: o de fazer as leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar. (MONTESQUIEU. O Espírito das Leis. Livro XI, Cap. VI)
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#8059 Mensagem por Sterrius » Dom Dez 15, 2019 5:19 pm

Se quer aumentar a natalidade prepare-se pra ter gastos governamentais em ajuda pra manter a criança.

Porque pedir pra ter uma vida decente e ainda ter filho é d+ no mundo de hoje. Ta cada vez mais sendo uma escolha ter 1 ou outro.

Se eu decidi-se ter filho hoje eu não teria $$$$ pra banca-lo e minha qualidade de vida iria desabar. Mal guardo 100 pila mês pra uma aposentadoria que não terei, quiça ter 1000/mês pra gastar com crianaça.
Só o parto pode chegar a 15 a 50 mil doláres nos EUA. Isso é 50% a 150% do que um classe baixa lá ganha por ano. :roll:


Já se foi a época que bastava o pai ou mãe trabalhar em um bom emprego e tinha grana pra casa + carro + 2 filhos e ainda sobrava. :lol:




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#8060 Mensagem por Túlio » Ter Dez 17, 2019 1:00 pm

É, pelo jeito uma das piores apostas deste ano foi torcer CONTRA o Brasil. O abaixo é apenas uma análise, não a Verdade Fundamental, e pode conter erros (a meu ver contém, sendo o mais óbvio essa fé toda de que a Trade War está no fim ou mesmo que vá suavizar: tinha um Trump no meio do caminho :lol: ) mas, no fim das contas, me parece em geral bastante acurada (mas tinha um Trump no meio do caminho [003] ).

Cenário 2020: Brasil de Volta ao Grau de Investimento
Por Eduardo Guimarães 17.12.2019 11:19


Na coluna de hoje vou falar sobre a classificação de risco (rating) do Brasil e como a trajetória do risco-país está em queda, devido à aprovação das reformas pelo Governo Federal.

Nessa semana o custo do swap de default de crédito (Credit Default Swap, CDS, na sigla em inglês) de cinco anos do Brasil, uma medida do risco de calote do País, caiu para 100,8 pontos, o menor nível desde maio de 2013, quando o Brasil ainda tinha a classificação de grau de investimento pelas agências de rating.

CDS e sua relação com o Grau de Investimento

O CDS é um contrato que funciona como um seguro de carro. Neste caso, o investidor compra um seguro contra o “calote” ou eventos de crédito. Por exemplo, se o governo brasileiro ficar inadimplente (default) e falhar em fazer pagamentos da sua dívida externa. Quanto mais alto for esse prêmio de seguro (CDS), mais arriscado será investir em títulos de dívida externa do Brasil.

Perspectiva positiva para o rating do Brasil

Essa semana a agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) revisou a perspectiva da nota de crédito (rating) do Brasil de estável para positiva.

O Brasil tem classificação de risco “Ba2” pela Moody’s, dois níveis abaixo do grau de investimento; “BB-” na classificação da S&P e da Fitch, três degraus abaixo do selo de bom pagador.

Segundo a S&P: “o governo brasileiro continua a implementar medidas de consolidação fiscal que têm ajudado a reduzir o ainda alto déficit do País”.

Nas outras duas agências de risco, Fitch e Moody’s, a nota de crédito do Brasil é BB- e Ba2, respectivamente, ambas em grau especulativo.

Catalisador para a melhora do rating do Brasil: crescimento econômico

O principal catalisador para as agências de classificação de risco elevarem o rating do Brasil é o ritmo de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

Em março de 2020 serão divulgados os dados do PIB do Brasil em 2019. Atualmente, as projeções de mercado, como o relatório Focus do Banco Central, apontam para crescimento de 1,1% no PIB em 2019 e de 2,2% em 2020.

O risco-país é avaliado pelas agências de classificação em termos da trajetória da dívida do país e se há probabilidade de não pagamento de dívidas externas.

Índice de atividade econômica (IBC-BR)

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) registrou crescimento de 0,17% em outubro, na comparação com setembro de 2019 e 2,13% superior ao mês de outubro de 2018.

Taxa de juros Selic no nível mais baixo da história

O Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa de juros (Selic) em 50 pontos base para 4,5% ao ano, nível mais baixo da história. O comunicado da autoridade monetária deixou a “porta aberta” para um possível corte de mais 25 pontos base em fevereiro de 2020, a depender dos indicadores macroeconômicos (dólar, inflação e PIB).

Cenário internacional

Finalmente a China e os Estados Unidos chegaram a um acordo na guerra comercial, o que é bastante positivo para a economia global, que não deverá sofrer com uma desaceleração adicional no crescimento.

Previsão 2020 para o rating do Brasil

Acredito que o Brasil deverá recuperar o grau de investimento 12 meses após a aprovação da reforma da Previdência: novembro de 2020.

A aprovação da reforma da Previdência foi apenas o primeiro passo do Governo, que ainda precisará fazer a reforma tributária e colocar o país na rota do crescimento sustentável novamente.

O principal indicador que as agências de rating analisam para classificar o risco Brasil é o nível de endividamento público, que atualmente está em 80% do PIB, ante 51,5% em 2013.

A dívida pública cresceu muito nos últimos anos, e sua relação com o PIB aumentou ainda mais rápido, devido à forte retração da economia em 2015 e 2016, com forte queda de 7% no PIB no período.

Somente com a volta do crescimento econômico (PIB crescendo de 2% a 2,5% ao ano) haverá aumento da arrecadação, o que fará a relação dívida pública/PIB estabilizar-se e permitirá às agências de classificação de risco elevar o rating do Brasil. A mudança da perspectiva do rating de “estável” para “positiva” deixou o caminho livre para esse movimento.

A volta do grau de investimento vai proporcionar um enorme fluxo de recursos de investidores estrangeiros para o Brasil, o que é bastante positivo para a bolsa de valores.

Conclusão

“A festa é boa mas é nossa”

Ilan Goldfajn, ex-presidente do Banco Central

O investidor estrangeiro ainda não apareceu na bolsa de valores em 2019. Entre janeiro e novembro saíram R$ 39,3 bilhões no mercado de ações à vista. Se for considerada a entrada de R$ 27,1 bilhões de recursos dos estrangeiros nas ofertas de ações (IPO’s e follow-on’s) o saldo líquido fica negativo em R$ 12,2 bilhões no ano.

A volta do grau de investimento deve mudar o jogo e trazer de volta os recursos dos investidores estrangeiros no fim de 2020.

https://br.investing.com/analysis/cenar ... -200432857




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#8061 Mensagem por Matheus » Ter Dez 17, 2019 8:41 pm

Imagina se as exportação estivessem forte, o país passaria fácil do 1,5% esse ano.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#8062 Mensagem por gabriel219 » Ter Dez 17, 2019 8:57 pm

Esqueceram do avanços da Mecatrônica.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#8063 Mensagem por Túlio » Seg Dez 23, 2019 3:16 pm

Produção nacional de petróleo ultrapassa marca de 3 milhões de barris por dia

A produção diária do pré-sal atingiu uma média de 2,061 milhões de barris

https://epocanegocios.globo.com/Economi ... r-dia.html




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#8064 Mensagem por J.Ricardo » Seg Dez 23, 2019 4:06 pm

Se o presidente parar uns 06 de meses de dar entrevista na porta do palácio chegamos a 2% fácil...




Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#8065 Mensagem por akivrx78 » Qua Abr 08, 2020 2:03 pm

Endividamento das famílias bate recorde e 2 milhões de clientes pedem para adiar pagamentos

Por Estadão Conteúdo, TNOnline

07 de abril de 2020 . Atualizado há 18 horas

A crise econômica provocada pela pandemia da covid-19 já levou dois milhões de clientes a bater na porta dos cincos maiores bancos do País para renegociarem R$ 200 bilhões de empréstimos. O levantamento divulgado na segunda-feira, 6, pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) não informa, porém, o valor total que já foi negociado até agora por Banco do Brasil, Bradesco, Caixa e Santander. O Itaú Unibanco informou que aceitou apenas 5% dos 302 mil pedidos que recebeu.

https://tnonline.uol.com.br/noticias/co ... pagamentos




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#8066 Mensagem por Bourne » Qui Abr 09, 2020 12:57 pm

Chama o meirelles. O sorriso de quem seduziu Lula, Temer e Doria.

O único que discorda e que deve ter trabalho para achar dá uma solução mais maluca e perigosa que é vender reservas. As reservas não se vende. Porque após o choque do covid-19 e para brusca, a tendência que a elevada liquidez e instabilidade que podem incorporar ataques especulativos contra países emergentes como Brasil.
O que os economistas pensam da ideia de ‘imprimir dinheiro’ de Henrique Meirelles
Opinião polêmica de ex-presidente do BC divide especialistas

Uma declaração controversa de Henrique Meirelles, secretário de Fazenda e Planejamento de São Paulo, estremeceu o sistema financeiro nesta quarta-feira (8). Em entrevista à BBC News Brasil, o ex-presidente do Banco Central afirmou que a autoridade monetária deveria imprimir dinheiro nesse momento de crise:

“O Banco Central tem grande espaço de expandir a base monetária, ou seja, imprimir dinheiro, na linguagem mais popular, e, com isso, recompor a economia. Não há risco nenhum de inflação nessa situação”, afirmou Meirelles.

Para entender o peso das palavras do ex-presidente do Banco Central, o E-Investidor ouviu a opinião de outros economistas. Veja o que eles pensam sobre a proposta.

Alexandre Schwartsman, economista e ex-diretor de assuntos internacionais do Banco Central

“Para criar uma reserva bancária, seria necessário entregar títulos públicos com compromisso de recompra. O problema é que isso pode gerar um excesso de liquidez e fazer com que a Selic fique abaixo da meta”, diz Schwartsman. “O Brasil não está em situação de fazer isso agora. A nossa taxa de 3,75% está distante desse cenário e ainda é alta para atual meta de inflação do País.”

Segundo o economista, a justificativa para os países que começaram a emitir moeda é a situação de taxa de juros nominal zero. “O instrumento que o Banco Central tem nesse momento para fazer esse controle é cortar a taxa Selic”, diz Schwartsman.

Nelson Marconi, professor de economia da FGV EAESP
“O Meirelles está absolutamente correto. Essa estratégia não causa elevação da dívida pública junto ao mercado, apenas junto ao Banco central , que também faz parte do governo e portanto é mais fácil acertar isso no futuro”, afirma Marconi. Para o economista, com a recessão que está por vir, a medida não tem potencial de elevar a inflação. “O que causa a inflação é demanda muito aquecida. Quando a economia está muito aquecida, injetar mais dinheiro pode estimular esse processo. Mas na situação atual, com essa parada total, não há a mínima possibilidade de que a medida pressione a inflação”.

Alvaro Bandeira, economista-chefe do banco digital Modalmais
“Estamos em um esforço de guerra e tudo tem que ser feito para tentar equilibrar os efeitos do Covid-19 na economia”, diz. “O BC tem mesmo que emitir título e endividar o Tesouro ou emitir moeda.”

Para o economista, a inflação não tem sido um problema nos últimos tempos e também não será agora com a desaceleração da economia. “Quando o cenário econômico melhorar será necessário enxugar a liquidez do sistema financeiro”, afirma. “Vivemos um quadro atípico e ele precisa ser encarado dessa forma.”

Arthur Barrionuevo, professor da FGV EAESP
“Nesta crise, é o que tem de fazer. É preciso colocar dinheiro na mão das empresas ou das pessoas. Alguém tem que funcionar como emprestador, e esse alguém pode ser o Banco Central”, diz Arthur Barrionuevo, professor Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da FGV, que lembra que uma ação do BC nesse sentido não seria novidade. Na crise 2008, a autoridade monetária também precisou intervir na economia. “Ele não estará imprimindo dinheiro literalmente. É comprar títulos de empresas, duplicatas, debêntures e por aí vai.”

Cristina Helena Pinto de Mello, economista e professora da ESPM
“A oferta de moeda não é inflacionária”, diz Cristina. “Essa já é uma realidade praticada pelos bancos centrais dos Estados Unidos e da Europa e os países não sofreram com inflação. O Banco Central precisa dar liquidez.”

Renan Pieri, professor da Escola de Economia da FGV-SP
“O Banco Central tem, sim, espaço para expandir a base monetária, para fazer cortes expressivos na Selic, o que até facilitaria o rolamento da dívida pública”, afirma Renan Pieri, da FGV. Porém, o professor faz ressalvas quanto ao controle da inflação: “Embora a demanda agregada do País esteja baixa, já que as pessoas não estão comprando, a gente teve também um choque de oferta, ou seja, as empresas estão produzindo menos. O choque de oferta negativo faz com que os preços subam. Por isso a gente pode, sim, ter inflação nesse período”.

Ele alerta que, dependendo da intensidade da medida, o tiro pode sair pela culatra. Ou seja, as famílias de baixa renda, que mais precisam de socorro financeiro nesse momento de crise, seriam as mais prejudicadas com uma disparada da inflação. “A inflação brasileira é muito volátil, qualquer estímulo gera inflação mais alta que em outros países. E o aumento da inflação recai mais sobre os pobres”, diz Pieri. “É um recurso que deve ser utilizado, mas está longe de resolver o problema.”

Ernesto Lozardo, economista e professor da FGV EAESP
“Há caminhos melhores que a emissão de moeda ou de títulos públicos”. O economista critica a sugestão de Meirelles: “Isso pode elevar a dívida pública [hoje em 76,5% do PIB] a quase 90%. Se eu aumento a dívida pública, tenho que pagar essa dívida. E se a economia não cresce, tenho que elevar os impostos. A economia perde competitividade, o custo Brasil aumenta, a reforma tributária se inviabiliza e vai tudo para o espaço”, argumenta.

Para ele, usar a dívida interna é o pior caminho possível. “Você tornaria a dívida interna brasileira a maior do mundo e, pior, encurtaria o perfil dessa dívida. Porque ninguém vai emprestar com prazo longo, de 30 anos. Seriam empréstimos de curto prazo.”

O professor acredita que, para conter a crise, a melhor solução é utilizar mais fortemente as reservas internacionais. Segundo Lozardo, o Brasil precisa de US$ 50 bilhões para combater o coronavírus. Como atualmente, as reservas são de aproximadamente US$ 340 bi, o País ainda teria lenha para queimar. “Foi-se o tempo em que tínhamos uma dívida externa elevada, hoje ela é pequena”.

* Colaboraram Jenne Andrade, Lucas Baldez, Thiago Lasco e Valéria Bretas

https://einvestidor.estadao.com.br/merc ... meirelles/




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#8067 Mensagem por Túlio » Qui Abr 09, 2020 2:54 pm

Esses caras provavelmente não fazem suas próprias compras, apenas mandam alguém fazer e lhe entregam um cartão de crédito, para cuja fatura pouco estão ligando: manda comprar leite nos mercados aqui das vizinhanças, dobrou de preço! Na verdade quase todos os gêneros de primeira necessidade subiram legal mas, naturalmente, isso não aparece na chamada "inflação oficial". Nem faço mais compras nas redondezas, prefiro pegar o carro e rodar uns 20 km até Osório, onde os grandes supermercados, ainda que tendo dado a sua "subidinha", são bem menos gananciosos.

Mercado sempre vai ser a busca do equilíbrio entre oferta e procura, e neste momento a procura começa a ser cada vez maior. Atribuo pelo menos parte disso aos "survavalists" que esvaziaram os supermercados e, com as "quarentenas", complicou o ressuprimento. Pretendo fazer compras no próximo domingo e, de agora em diante, além de ir armado, vou levar minha câmera.

Por que câmera??? [085] [085] [085] [085]

Porque temo ver - e fotografar - como se pode fazer um País ficar a cara da Venezuela mesmo tendo montanhas de gêneros em estoque e nos campos e plantações, apenas não podem ser movidos (e mesmo as pessoas enfrentam crescentes restrições de movimento)...




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#8068 Mensagem por akivrx78 » Seg Abr 13, 2020 8:20 am

Coronavírus reduz a renda de metade dos brasileiros

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Por faixa etária, crise afeta mais o bolso dos trabalhadores com 50 anos ou mais (52%), com ensino superior completo (48%) e que residem nos Estados do Sudeste (38%)
Estadão Conteúdo
12 de abril de 2020

Com menos de 30 dias de quarentena e em meio a um cenário em que a retomada do contato social ainda parece distante, mais da metade dos brasileiros já sente no bolso os efeitos da pandemia do novo coronavírus.

Pesquisa do Instituto Locomotiva, obtida com exclusividade pelo jornal O Estado de S. Paulo, aponta que 51% das pessoas afirmam ter perdido renda e que já estão contingenciando seus gastos.

Segundo a pesquisa, o impacto da crise é praticamente o mesmo entre homens e mulheres. Por faixa etária, contudo, afeta mais o bolso dos trabalhadores com 50 anos ou mais (52%), com ensino superior completo (48%) e que residem nos Estados do Sudeste (38%).

A região concentra São Paulo e Rio de Janeiro, as duas capitais com o maior número de infecções, segundo dados do Ministério da Saúde.

Para o presidente da Locomotiva, Renato Meirelles, a proporção de brasileiros afetada, que já é alta, deve crescer nas próximas semanas. E o brasileiro, ele afirma, espera que isso aconteça.

"Levantamos que dois em cada três profissionais acreditam que seus empregos serão muito prejudicados no Brasil, apesar de 73% das pessoas defenderem o isolamento social como forma de frear o avanço da doença", diz Meirelles.

A pesquisa foi realizada entre 3 e 5 de abril e entrevistou, por telefone, cerca de mil pessoas em 72 cidades do País. A margem de erro é de 3,2 pontos porcentuais para cima e para baixo.

TV a cabo dividida

Na casa da chef de cozinha Juliana Menezes os efeitos da paralisação da economia foram sentidos quase que de imediato. Ela, que deixou a sociedade de um restaurante para cozinhar na casa dos clientes, conta que conseguiu migrar a maior parte da demanda para um serviço de entrega de marmitas, que vem fazendo desde meados de março.

Já o marido, que é vendedor e nos últimos dois anos também trabalhava como motorista de aplicativos, praticamente zerou a renda. O prejuízo é calculado em R$ 3 mil dentro do mês.

"Nunca tivemos poupança, não sobra dinheiro para isso. Saímos cortando os gastos", diz Juliana, que reduziu a lista de supermercados, trocando, por exemplo, os alimentos orgânicos por produtos tradicionais. "Comida sempre foi meu 'ralo', onde gasto muito. Só nessa nova lista economizei por volta de R$ 1 mil", afirma.

O corte também avançou nos custos fixos de serviços, como na assinatura de TV a cabo. "Cancelei a internet, bati na porta do meu vizinho de cima e me ofereci para dividir a conta com ele", conta.

"Nunca tinha conversado com esse vizinho e só sabia que se chamava Oscar. Ele aceitou fazer um teste e está ótimo assim", afirmou.

Sem carne

Em Florianópolis, a microempresária Madeleine Lisboa teve de cortar no básico. Com o marido desempregado e dois filhos, ela viu a demanda de sua agência de limpeza minguar nas últimas semanas.

"Como praticamente não tem serviço, paramos de comer carne. Eu avisei os filhos que para beber é só suco de limão, que pego no quintal do vizinho, e estou fazendo mistura com abacate, que também pego da horta", conta.

"Eu ainda tenho minha casa e dinheiro para comprar alguma coisa, agora minhas colaboradoras, que recebem por serviço feito, estão sem nada. Estou distribuindo cestas básicas para que tenham o que comer."

https://www.seudinheiro.com/2020/econom ... asileiros/




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#8069 Mensagem por Bourne » Seg Abr 13, 2020 2:12 pm

Não vi novidades. A situação é assim desde idos de 2012/2013. Quando começou os sinais da crise e continuam até hoje. É a versão br do fim da classe média e polarização da renda que ocorre em outros países como EUA. A polarização significa que se é muito rico ou muito pobre em que está no meio é empurrado para os extremos.

Na parte de baixo, o Brasil é o país do "CEO de MEI" que é uma jogada jurídica para prestar serviços e vender coisas sem vínculos e direitos trabalhistas. Outra parte são os informais que não possuem nem a segurança parcial de ser MEI ou as vantagens tributárias de serem pessoa jurídica ou produtor rural. Eles acompanham e ampliam os movimentos da economia. E piora porque a maioria não têm condições de fazer caixa e poupança para amortecer os movimentos. Na verdade nem empresas pequenas e médias se preocupam em fazer caixa e ter liquidez para os tempos de crise.

Os modelos indicam que o Brasil cresce nas condições atuais de 1-2% ao ano. Se for mais é uma anomalia provocada por bolhas internas ou economia mundial. Se for menos é por choques externos como covid-19. Veremos o que virá com o projeto de recuperação da grande recessão. As coisas mudam e não quer dizer que é o governo que irá orientar para onde. A economia, sociedade e política é complicada demais para o governo ser iluminado e dizer para onde ir sem considerar outros determinantes.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#8070 Mensagem por J.Ricardo » Seg Abr 13, 2020 4:06 pm

Marcelo Ponciano escreveu: Dom Dez 15, 2019 4:28 pm É uma tendência mundial. O planeta não aguenta tanto humano.

Economicamente falando, os países vão incentivar a vinda de mão de obra de outras nacionalidades, mesmo as menos qualificadas. A humanidade terá que aprender a conviver melhor com os imigrantes e com a miscigenação.
E o imigrante aceitar que sua nova casa tem regras, costumes e hábitos que tem de respeitar.




Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
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