Coronavirus

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Re: Coronavirus

#541 Mensagem por Bourne » Qua Mar 25, 2020 7:00 pm

ramme escreveu: Qua Mar 25, 2020 4:18 pmTúlio, essas medidas emergenciais de expansão de gastos em função da pandemia são consenso entre os economistas mais rigorosos no que diz respeito ao ajuste fiscal.

Sugiro, aliás, que ouças o Alexandre Schwartsman no podcast do g1 de hoje.
Episódios extraordinários exigem medidas extraordinárias. Não se segue orçamento equilibrado e o livre mercado quando necessita realocar recursos produtivos, elevar gastos públicos e evitar o pior. Traduzindo. Não se pensa em fechar o orçamento quando se está em guerra e precisa construir tanques, fuzil, convocar soldados, manter o suprimento de matérias primas e o país funcionando. Algo parecido com primeira e segunda guerras mundiais, guerra fria e tantos outros conflitos.

A comparação pertinente porque não tivemos desde 1918/19 uma outra gripe espanhola apesar de existir a preparação para evitar que ocorrer e conter os efeitos.

Abaixo o artigo do Alexandre Schwartsman com o resumão do motivo do consenso entre os economistas e na recomendação de política públicas.
Hoje e amanhã
Há uma guerra em curso e, para vencê-la, teremos de passar por uma recessão inédita

Normalmente escrevo minha coluna na segunda, logo cedo; excepcionalmente, dado que terá que ser publicada na quarta, a preparo na terça à tarde, quase uma violência para um CDF assumido, que sempre entregou trabalhos e lições com antecedência (menos minha tese de doutorado: um dia conto a história).

Não é por acaso, mas sim porque a situação é incrivelmente fluida e novas informações surgem a cada minuto. Mesmo assim, sinto que a coluna estará irremediavelmente datada ao ser publicada.

Sabemos algumas coisas, mas nada, ou quase nada, sobre várias outras.

Está claro que a estratégia mais adequada no momento para conter a pandemia envolve uma quarentena generalizada, mantendo uns poucos setores essenciais (saúde, por óbvio, segurança, supermercados, farmácias, etc.).

Ela parece ter funcionado em Hubei e há sinais, ainda incipientes, de que pode reverter o quadro de infecção e mortalidade na Itália.

Há cada vez mais países adotando medidas nesse sentido, mais recentemente o Reino Unido e a Índia. Se não quisermos problemas ainda maiores também devemos enveredar por esse caminho.

Obviamente, os custos econômicos são gigantescos. Mesmo com minhas restrições pessoais aos PMIs (índices de difusão que tentam medir a atividade quase em tempo real), não há como não se espantar com a divulgação do índice para a Zona do Euro, que caiu de 51,6 em fevereiro (leituras acima de 50 indicam expansão da atividade; abaixo, contração) para 31,4 em março.

Em particular, no setor de serviços, mais fortemente atingido, a queda foi ainda mais marcante: de 52,6 para 28,4, o menor da história.

Nos EUA, a queda não foi (ainda) tão pronunciada (de 49,6 para 40,5 entre fevereiro e março), mas já indica contração considerável e que mais está por vir.

Tal retração é necessária, ainda que dolorosa. Sem ela, sobem demais os riscos de os hospitais não darem conta dos infectados que necessitam de tratamento mais específico e a taxa de mortalidade se torna ainda maior.

Os números estão longe de ser definitivos, mas, até onde consigo entender, com o tratamento adequado a mortalidade da doença ficaria próxima a 0,2% dos infectados; sem o tratamento, ao redor de 4%, inaceitável no século XXI.

Há, claro, os custos, inclusive em vidas humanas, da recessão por força das medidas de distanciamento social, mas a este respeito cito trabalho recente de Robert Barro, José Ursua e Joanna Weng sobre a “Gripe Espanhola” de 1918-19 que tenta estimar os efeitos da influenza sobre a atividade, chegando a um impacto ao redor de 6% de queda no PIB per capita (e 8% para o consumo per capita) para mortalidade ao redor de 2%.

Se corretos, tais números sugerem que não combater a infecção por meio da quarentena terá resultados econômicos mais severos e por motivos ainda piores.

Nesse sentido, como notado por N. Gregory Mankiw, a recessão resultante dessas medidas é “ótima”, não por ser desejável, claro, mas por ser o melhor a fazer nas circunstâncias.

Então, a questão passa a ser mitigar os efeitos econômicos da recessão, tentando evitar que o impacto, esperamos, temporário da pandemia sobre a atividade se prolongue.

Há, ao menos, dois canais. Um deles é o aumento do desemprego, que tira renda de parcela substancial da população, reduzindo, portanto, seu consumo muito além do período de quarentena.

O outro é a parada e possível, se não provável, destruição de empresas, principalmente de pequeno e médio portes, que podem não sobreviver no período pela restrição de caixa e dificuldade de obter o capital de giro para se manter em dia com despesas, em particular sua folha de pagamento.

Do lado do desemprego, as políticas mais bem sucedidas foram as empregadas pela Alemanha nos meses seguintes à Grande Recessão (embora existam bem antes disso): a redução de jornada e salários, mas com o Tesouro bancando parcela dos salários, com foco naqueles com renda mais baixa.

Para o caso do Brasil, trabalho de Carlos Góes e Ricardo Dahis (que recebi recentemente) estima, com base na RAIS, em R$ 29 bilhões/mês o custo para o Tesouro no caso de compensação integral para quem receba até 1 salário-mínimo (SM), 93% para quem recebe até 2SM e 83% para quem ganha até 4SM.

Noto, assim como os autores, que tal proposta só atende o mercado formal de trabalho, que, pelos dados da PNAD, é algo como 3 vezes maior, em termos de massa salarial, que o mercado informal (incluindo nessa conta os trabalhadores por conta própria sem CNPJ), mas com prevalência de salários mais baixos, portanto uma ajuda proporcionalmente maior.

Numa primeira aproximação, falamos, assim, de algo na casa de R$ 45 bilhões/mês (da ordem de 20% da massa salarial mensal), ou R$ 135 bilhões presumindo (por enquanto) que este esquema dure um trimestre.

Estimo, ao mesmo tempo, contração do PIB no ano ao redor de 5% (a certeza quanto a esse número é baixa, mas os resultados que apresentarei não são tão sensíveis a esta suposição), o que pode reduzir a arrecadação em R$ 130 bilhões.

Somados à meta fiscal para 2020 (déficit primário de R$ 124 bilhões), teríamos um resultado primário negativo ao redor de R$ 390 bilhões (5,3% do PIB, o maior da história).

Por outro lado, a taxa de juros deve cair além do já definido pelo Copom, de modo a reduzir a conta de juros para R$ 145 bilhões, portanto um déficit total de R$ 520 bilhões (7,3% do PIB, longe do nosso recorde, 8,5% do PIB em 2015).

Já no que se refere a empresas, Armínio Fraga, Vinícius Carrasco e José Alexandre Scheinkman propõem um programa de crédito de R$ 120 bilhões, bancado também pelo Tesouro (remeto os interessados nos detalhes ao artigo original).

Somados o déficit fiscal e a linha de crédito (cuja contrapartida, não esqueçamos, é aumento da dívida do governo), a dívida bruta saltaria de R$ 5,5 trilhões (75,8% do PIB) no final do ano passado para R$ 6,2 trilhões (86,7% do PIB) em 2020.

Não é um aumento trivial. Em particular, com 10 pontos percentuais de PIB a mais de dívida as condições para sua redução nos próximos anos ficam ainda mais complicadas, isto é, os resultados primários requeridos para conter a dívida se tornam tipicamente maiores.

Não é, reitero, motivo para deixar de fazer o que está sendo proposto. A questão agora não é estabilizar a dívida, mas vencer o vírus e manter vivas pessoas e empresas ao longo de um período dificílimo.

Independentemente de tais méritos, porém, quando retornarmos (se retornarmos) a um certo grau de normalidade, nossa tarefa vai ser ainda mais árdua do que era antes da pandemia.

Passada a crise, as reformas serão ainda mais necessárias do já eram e os riscos à estabilidade bem maiores. Façamos, então, tudo que deve ser feito para preservar vidas, mas não se esqueçam que há tarefas também hercúleas quando o pior tiver sido (como espero) superado.

--------

Alexandre Schwartsman foi diretor de assuntos internacionais do Banco Central e economista-chefe dos bancos ABN Amro e Santander. Hoje, comanda a consultoria econômica Schwartsman & Associados. Formou-se em administração pela Fundação Getulio Vargas, fez mestrado em economia na Universidade de São Paulo e doutorado em economia na Universidade da Califórnia em Berkeley.

https://www.infomoney.com.br/colunistas ... ter-diaria




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Re: Coronavirus

#542 Mensagem por Marcelo Ponciano » Qua Mar 25, 2020 7:07 pm

Sterrius escreveu: Qua Mar 25, 2020 6:51 pm Eu to pouquissimo preocupado com o Mourão como Presidente.

Ele até agora só demonstrou ter realmente espirito republicano ao ter dialogado com todo mundo, inclusive opositores a sua ideologia.
Perfeito.

É justamente no que acredito.

Ps: e fará isso dia 31 de março, para ter respaldo das forças armadas. Mas no fundo creio que nem passa pela cabeça dele o fim da democracia direta. Só vai livrar o país do mal do Bolso-Olavismo e manter a mesma política de reformas, além de uma atuação mais responsável na condução da pandemia.




Tudo estaria perdido se o mesmo homem, ou o mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo exercesse os três poderes: o de fazer as leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar. (MONTESQUIEU. O Espírito das Leis. Livro XI, Cap. VI)
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Re: Coronavirus

#543 Mensagem por Viktor Reznov » Qua Mar 25, 2020 7:52 pm

Túlio escreveu: Qua Mar 25, 2020 6:11 pm
Pode ser que a kôza vá mesmo dar para o torto: eu sei que muita gente nem vai querer assistir porque acha feioso & quetales mas, quem assistir, esqueçam o PR, apenas se fixem na LINGUAGEM CORPORAL do VP e especialmente quando as eleições de 2022 são mencionadas:





Para mim a chance é meio-a-meio, ou o PR vai à reeleição (e nem vai ter graça) ou cai ainda em março. Essa bagunça toda acaba este mês, de um jeito ou de outro. Só que do outro...bueno, como pedi, observem o VP e digam o que acham (sem palanques, claro).

Só mais uma coisa: o Exército derrubou o Imperador em 1889 mas conservou para si (uma das coisas que nos separam de todos os demais Países das Américas) a jóia da coroa: o chamado Poder Moderador, que mantém até hoje. Acho muito difícil não ser usado, a menos que quem deve sossegar e parar com a histeria em torno de uma das muitas variantes da Influenza A (gripe, gostem ou não); Aliás, nem no tempo da Guerra Fria o momento foi tão propício, o mundo inteiro está apavorado demais para vir dar palpite e dizer que é feio, bobear e não vai é faltar quem copie...
Quando o Bolsonaro mencionou as eleições de 2018 eu achei que o Mourão ia levantar e ir embora, a cara que ele fez foi de alguém que ouve o Jair Bolsonaro falar merda o dia inteiro mas ainda se desaponta com as coisas que ele consegue falar. Se tivesse um buraco lá no chão ele teria se jogado dentro. Agora, que o Dória é um grandissíssimo filho de uma prostitua, traidor, isso não se pode negar. Ele montou nas costas do Bolsonaro e foi eleito copiando identicamente o discurso do presidente, agora usa da Fundação Anchieta pra direcionar jornalistas da TV Cultura pra sabotarem rotineiramente o governo federal.




I know the weakness, I know the pain. I know the fear you do not name. And the one who comes to find me when my time is through. I know you, yeah I know you.
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Re: Coronavirus

#544 Mensagem por Túlio » Qua Mar 25, 2020 8:00 pm

Viktor Reznov escreveu: Qua Mar 25, 2020 7:52 pm
Quando o Bolsonaro mencionou as eleições de 2018 eu achei que o Mourão ia levantar e ir embora, a cara que ele fez foi de alguém que ouve o Jair Bolsonaro falar merda o dia inteiro mas ainda se desaponta com as coisas que ele consegue falar. Se tivesse um buraco lá no chão ele teria se jogado dentro.
Não diria com as mesmas palavras mas em linhas gerais pensamos igual: é como se uma casa estivesse pegando fogo e alguém ficasse reclamando por causa dos retratos da família. Numa situação assim eu acho que seria esta a minha linguagem corporal, tipo "ah, fala sério, POWS!!!"

Acho que alguém mais notou isso e deu uma chamada no operador da câmera que, após ficar de bobeira, finalmente fechou o foco no PR e deixou o VP de fora. Tarde demais, já estava online.




“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”

P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: Coronavirus

#545 Mensagem por zela » Qua Mar 25, 2020 10:05 pm

Agora que reparei nas caras do Mourão. "Lá vai ele falar merda de novo..."
William Wack da CNN comentou a mesma coisa sobre Mourão nesse vídeo.




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Re: Coronavirus

#546 Mensagem por Sterrius » Qua Mar 25, 2020 10:42 pm

Continuo preocupado com as demoras do GF em passar medidas que acalmem a ansiedade da população quanto a renda.
Que o GF tem que bancar isso é obvio e ululante entre economistas de quase todo o espectro politico, mas a idéia não ta entrando na cabeça do Guedes e Bolsonaro e eles estão demorando d+.

Jaja o congresso E Senado perdem a paciência e começarão a legislar sem o presidente.
Pq é isso ou ae realmente teremos o cenário que túlio ta falando.

E se o legislativo começar a executar. Acabou.
Tão dando tudo quanto é chance pro teimoso voltar a trás mas ele não quer. :twisted:




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Matheus
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Re: Coronavirus

#547 Mensagem por Matheus » Qua Mar 25, 2020 11:24 pm





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Re: Coronavirus

#548 Mensagem por gabriel219 » Qua Mar 25, 2020 11:34 pm

Sterrius escreveu: Qua Mar 25, 2020 7:28 am
gabriel219 escreveu: Qua Mar 25, 2020 1:27 am Vocês estão utilizando países distintos e comparando métodos de quarentena, não é assim que funciona. Cada país, principalmente o que possuí taxa distinta de grupos de risco, precisa adequar o melhor a sua realidade.

Creio que o melhor para nós seria quarentena vertical com auxílio de isolamento hospitalar de infectados, junto com distribuição de máscaras para respiratórios em transporte público, limitar algumas áreas como as de grande concentração, como telemarketing.

Cabe ressaltar que somente 10,5% de nossa população é idosa, muito diferente de países Europeus, como a Itália, em que 14,8% possui mais de 80 anos, sendo outros 11,3% entre 80-65 anos.
Se ta ligado que 40% das internações nos EUA são jovens né? E 50% na Itália. Motivo que pararam de tratar quem tem 60+ por lá. Ou seja, nem idosos estão mais salvando, só jovens.
Outros países tem relatado problemas similares.

Brasil tem 30% acima do peso. È tudo grupo de risco. Hoje morreu criança de 12 anos só porque tinha problema pré-existente.
44 milhões de hipertensos, 12 milhões de diabéticos, 20 milhões de asmáticos.

Isso tudo com altas chances de parar no hospital devido ao Covid.
e São 30milhões de idosos. 3x o número da italia!

Me desculpe gabriel. Mas essa conta não fecha.

E a gente nem mesmo ta vendo a realidade. O País ta trabalhando a 1/7 da realidade em termos de teste. E sabemos que muito teste ta sendo usado só pra médico e paciente já internado. Não estamos testando suspeitos e/ou casos confirmados leves.

Necrotérios já estão falando de aumento de corpos. Mas nada disso aparece nos gráficos......

Por sinal cemitérios e necrotérios tão esperando um pico de 3500 mortos/dia pro Brasil!
https://www.folhavitoria.com.br/geral/n ... da-demanda

Se essa loucura ocorrer seria um aumento de 150% do normal.

E fui dormir com 34 mortos oficiais. Acordei com 47 e nem chego ainda a atualização das 14:00 horas :roll:
Dengue mata 2 por dia! (2019 = 714 mortes total e isso com uma epidemia que aumento as mortes em 500% comparado a outros anos).

Corona deverá passar dengue em mortes mensais hoje ou amanha.
Cara, lê cinco vezes o que eu disse ai, se você achar eu falando que em jovens "Não mata", prosseguimos a partir daí.

Eu particularmente parei de argumentar com quem usa síndrome do espantalho. Sem falar que você utilizar números absolutos ao invés de dados estatísticos para acompanhar/comparar entre países é horrível. Você é da área da saúde?

Você não pode usar padrão estatístico linear e sim padrão de logaritimo.




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Re: Coronavirus

#549 Mensagem por akivrx78 » Qui Mar 26, 2020 9:33 am





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Re: Coronavirus

#550 Mensagem por Marcelo Ponciano » Qui Mar 26, 2020 10:31 am

Em três meses, coronavírus se aproxima de mortes de pandemia de H1N1

Rodrigo Mattos

Do UOL, no Rio de Janeiro

24/03/2020 04h00

RESUMO DA NOTÍCIA
Em menos de 3 meses, o novo coronavírus registra um número de mortes que se aproxima de todos os óbitos da pandemia de H1N1, ocorrida durante 16 meses
Pelos números da Organização Mundial da Saúde, foram 14.652 casos fatais pelo novo vírus, enquanto a antiga gripe matou um total de 18.449
A comparação de dados da OMS e dos países mostra que há maior letalidade percentual do novo coronavírus
O crescimento da globalização e o aumento do número de viagens favorece a disseminação, diz uma infectologista pediátrica

Em menos de três meses, o novo coronavírus já registra um total de mortes que se aproxima de todos os óbitos da pandemia de H1N1 (Influenza A), ocorrida durante 16 meses nos anos de 2009 e 2010. Pelos números da OMS (Organização Mundial da Saúde), foram 14.652 casos fatais pelo novo vírus, enquanto a antiga gripe matou um total de 18.449 durante o período de surto.

Esses números são para óbitos comprovados em laboratório na pandemia, pelos critérios da organização de saúde — há casos em ambas as doenças não reportados, e as estimativas são de números bem maiores de mortes.

A comparação de dados da OMS e dos países mostra que há maior letalidade percentual do novo coronavírus. Uma das explicações de infectologistas é de que havia antivirais já desenvolvidos para tratar o H1N1 no surgimento da pandemia de 2009. Além disso, era um vírus mais próximo de outros que já circulavam, o que criava alguma imunidade na população.

https://noticias.uol.com.br/saude/ultim ... n1.amp.htm?
Essa notícia é do dia 24. Hoje, 26/03, as mortes pela "gripizinha" ja passaram de 19 mil, ultrapassando a H1N1.

3 meses de gripizinha x 2 anos de H1N1.

"Gripizinha"...

"HISTERIA"...




Editado pela última vez por Marcelo Ponciano em Qui Mar 26, 2020 11:30 am, em um total de 1 vez.
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Re: Coronavirus

#551 Mensagem por Bourne » Qui Mar 26, 2020 11:24 am

A gripizinha é possivelmente a maior ameaça a segurança nacional e saúde pública desde a gripe espanhola. A Itália subestimou o tamanho e que outros países estavam sendo catastrofistas. O resultado está nos números de mortes e pacientes terminais deixados para morrer. No final das contas aprofundou a depressão econômica e os efeitos da doença.

Nem tudo é desgraça. A curva de evolução de infectados e mortos no Brasil está mais baixo que dos EUA. Pode refletir as medidas dos governadores e lockdown. É claro que pode ser subestimado pela falta de testes e causa de óbito atribuído outras doenças respiratórias.

O lockdown na Índia tem mais cara de uma manobra do governo para implementar o governo cada vez mais autoritário do que preocupação com saúde pública. Não acredito que o governo indiano ficou bonzinho de repente.




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Re: Coronavirus

#552 Mensagem por Sterrius » Qui Mar 26, 2020 11:40 am

Bolsonaro liberou lotérias (ok, mta cidadezinha depende delas pra pagar contas e bancos são parte do grupo essencial)>

E CULTOS!
Pq igreja evangélica não pode ficar sem o dizimo...... :roll:

E Witzel e Bolsonaro tão num jogo perigosíssimo usando a população do rio como fichas.
Segunda feira veremos se witzel faz o blefe e solta a população pro comércio.

Se soltar , o rio não tem mais apenas 1-2 casos. Tem centenas.
A merda será feia! MTO feia.

Os testes chegam domingo.




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Re: Coronavirus

#553 Mensagem por Marcelo Ponciano » Qui Mar 26, 2020 11:49 am



Alguém avisa para o Bolsonaro que o patrão lá de cima baixou uma nova norma sobre a "gripizinha"?

Ps: não deixem de reparar na reação da linguagem corporal do VP.




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Re: Coronavirus

#554 Mensagem por Túlio » Qui Mar 26, 2020 12:46 pm

Marcelo Ponciano escreveu: Qui Mar 26, 2020 10:31 am
Essa notícia é do dia 24. Hoje, 26/03, as mortes pela "gripizinha" ja mataram mais de 19 mil, ultrapassando a H1N1.

3 meses de gripizinha x 2 anos de H1N1.
De novo. E fui pesquisar para não escrever besteira:

:arrow: Vírus são essencialmente MUTANTES, seja o da AIDS, seja o da Influenza A, B, C (GRIPE, POWS!!!). Eles interagem com o organismo infectado e mudam ligeiramente para se adaptarem. Assim, a gripe que me passares não será em mim exatamente a mesma que a tua é em ti, idem quando eu passar para outrem;

:arrow: Ela, a Influenza, quando os microscópios ficaram suficientemente potentes para se poder ver, foi chamada nos meios acadêmicos de CORONAVÍRUS, e fica circulando e sofrendo mutações, em seu eterno circuito entre humanos e animais (aves, suínos, etc); quando chega a tantas que as características se tornam suficientemente distintas, recebe a classificação de SUBTIPO. DE GRIPE!!!

:arrow: Estes subtipos são classificados usando aquela sopa de letrinhas e números, tipo H1N1 (que foi a erroneamente chamada Espanhola), H2N2 e especialmente a DA MODA, H5N1 que, com ligeiras mutações, é o mesmo SARS que tocou o horror no começo do século e o mesmo MERS que fez o mesmo uma década depois, ou seja, tudo

Imagem

:arrow: É um fenômeno CÍCLICO: o bicho sai infectando, faz uma bela ceifa e depois decai por uns tempos, deixando para trás uma multidão de imunizados. Mas deixa também uma porção de outros que sequer tiveram contato e estes serão as vítimas do surto seguinte (na verdade nunca para totalmente, desde a descoberta da Influenza/Coronavírus, segue causando vítimas de maneira ininterrupta, ou seja, um monte de gente que teve "gripe" estava era com alguma variante de Coronavírus, o que dá na mesma). É minha principal razão para não dar a mínima, tenho certeza de que peguei a variante SARS na primeira década porque foi A ÚNICA VEZ que uma "gripezinha" me derrubou, dois dias* de cama, baldes de Vodk...errr...ANTIVÍRUS e nem assim.

* - Ficar de cama dois dias para mim deve ser mais ou menos o equivalente a VINTE ANOS para um snowflake.

:arrow: Curiosamente, o chamado SARS não teve grande repercussão nos meios jornalísticos e políticos mundiais: claro, as Torres Gêmeas tinham sido derrubadas fazia pouco, os EUA estavam com DUAS guerras no OM e rendia muito mais manchete e discurso falar de criancinha mutilada pelos bombardeiros do grande satã do que esquentar com "apenas" mais uma variante da GRIPE; idem no Brasil onde, além do acima, ainda se podia/devia "deixar o hôme trabaiá". E logo veio o boom das commodities trazendo junto o do assistencialismo e com ele o do consumo, depois Mensalão, reeleição, quem daria bola para uma GRIPE? O quente era

Imagem

:arrow: E ela continuou, até que em 2009 o então PR Lula, levemente pressionado pela mídia, disse o seguinte em rede nacional: "é só uma gripezinha". CERTÍSSIMO, e já eram uns DOIS MIL MORTOS só no Brasil. So what, seu branco de zóio azul? Se parar o País inteiro via pânico e histeria por causa de UMA VARIANTE DA GRIPE não teria que parar por TODAS? Casa da Moeda é logo ali, para a produção, comércio e serviços para sempre e é só ir imprimindo dinheiro e dando pra população. É por isso que nem leio mais texto de Economista postado aqui, tudo é fácil, sempre. ATÉ FAZER, que isso eu já vi e também no que deu;

:arrow: E na década passada o POLITICAMENTE CORRECTO foi mandado pra cucuias: MERS! Sim, local citado, Middle East (OM). Outra vez a mídia e políticos pouco ligando, nem notaram o "deslize", a Grande Crise era o foco, além do nobel do POTUS apenas por ser preto, mas como ele manteve as guerras do Bush jr (mas jurando que ia parar) ainda dava para chamar os ianques de grande satã assassino de criancinhas inocentes e botar a culpa pela crise mundial nos de sempre, a pobraiada*. Isso rendia melhores manchetes e discursos do que ficar falando de GRIPE. E no Brasil já tinha Petrolão, movimentos de rua para derrubar a então PR Dilma (que ainda assim se reelegeu), montes de outros escândalos de corrupção envolvendo trocentos bilhões, Olimpíadas, Copa e seus elefantes brancos (fora o 7 x 1 e como os Alemães eram simpáticos e cute), manchete e tema para discurso era o que não faltava, quem daria bola para mais uma GRIPE?

* - P ex, em Portugal era PIGS, STUPID e a "pérola" os tugas ficam a gastar o nosso dinheiro em vinho e putas..

:arrow: Finalizando, qual a diferença agora? É a mesmíssima INFLUENZA A, também conhecida como CORONAVÍRUS ou, para os íntimos, GRIPE, adoecendo e matando como sempre fez e vai continuar fazendo. Mas qual a diferença que faz o mundo inteiro parar agora, quando não o fez antes, e tinha as mesmas razões? Bueno, as que notei:

1 - Em 2016 os EUA elegeram um POTUS FAXIXTX; a seguir Europa começou a reclamar que seus próprios FAXIXTXX não paravam de crescer, a ponto de em Portugal e Brasil nem existir mais "direita", só "extrema-direita"; em Espanha o pessoal é ainda mais radical, daí é "ultraderecha" ou mesmo "ultra-ultraderecha";

2 - Em 2018 no Brasil elegemos X FAXIXTX para PR, com um ainda mais linha dura (QED) como VP. E, em vez de fazer as "acomodações" e ser "conciliador", que significa lotear o governo aos partidos e liberar o saque aos cofres públicos como sempre, optou pelo caminho oposto que, claro, ia levar à confrontação. E deu mesmo, pois o que não falta neste pobre País rico é gente que fica feliz em lhe roubarem até as cuecas e ainda lhe enfiarem uma baita trolha no rabo sem cuspe, desde que tenham bico doce e digam no cangote "calma, só vai doer um pouquinho, mas é pro teu bem". Só que essa gente diminuiu notavelmente de volume, estamos ficando "mal acostumados", tipo não achar certo que nos roubem, e a cada dia mais gente pensa assim. Mesmo não gostando do PR, não querem também voltar aos tempos do "vale tudo, desde que seja rico e diga o que a gente quer ouvir";

3 - Pior, tanto aqui quanto nos EUA e UE, não dá mais para reclamar do grande satã matando criancinha no OM e, naturalmente, de quem está MESMO fazendo isso é que não se pode, não é POLITICAMENTE CORRECTO e, ademais, alguém aí vai querer um chazinho de Polônio depois do almoço? Então aparece O Milagre, um vírus mais conhecido que cachaça mas numa cepa um pouco diferente, que não se combate com os meios usuais (do mesmo jeito que SARS e MERS, dos quais é irmão gêmeo) e se tem a receita perfeita para criar pânico em massa, derrubar XX FAXIXTXX e de lambuja causar uma baita catástrofe econômica que, se bobear, nos levará à fome em escala industrial, tipo a Venezuela multiplicada pelo planeta todo. Isso sim, rende muita manchete e muito discurso.

O divertido é que tentaram massacrar um PR em 2020 por dizer a mesma coisa que outro em 2009; dois pesos, duas medidas, como sempre. A grande diferença é que hoje há muito mais snowflakes, e começam a ficar "adultos" e ganhar influência nos meios jornalísticos e, por conseguinte, políticos.




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P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: Coronavirus

#555 Mensagem por Sterrius » Qui Mar 26, 2020 12:54 pm

https://twitter.com/sergiosaleitao/stat ... 7928689673

" O isolamento vertical do grupo de risco do Covid-19 é inexequível. Fizemos estudos/simulações em São Paulo. Há cerca de 7 milhões de pessoas com mais de 60. Além disso, há também hipertensos e diabéticos de todas as faixas etárias. Não há onde/como isolá-los sem isolar os demais. "




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