Noticias de Portugal
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Re: Noticias de Portugal
Governo junta serviços burocráticos de PSP e GNR
Eduardo Cabrita anuncia reforço de dez mil polícias até 2023 e medida que poderá libertar 1500 elementos com funções administrativas.
https://www.cmjornal.pt/sociedade/detal ... -psp-e-gnr
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Re: Noticias de Portugal
As 10 maiores exportadoras
1 - VW Autoeuropa (ano recorde de produção de carros);
2 - Petrogal (empresa do grupo Galp, tem várias refinarias que importam o crude e exportam os produtos finais);
3 - The Navigator Company (com várias fábricas em Portugal, tem também 112.000 hectares de espaço florestal e é delas onde obtém o produto com que produz a pasta de papel e produz energia nas suas centrais de biomassa).
4 - Bosch Car Multimedia Portugal (Fabricação de equipamento electrónico para veículos automóveis ;
5 - Continental Mabor (pneus);
6 - Faurécia - Sistemas de Escapes Portugal;
7 - PSA Automobiles (ano recorde de produção de carros);
8 - Visteon Electronics Corporation (Fabricação de equipamento electrónico para veículos automóveis);
9 - Repsol Polimeros (plásticos);
10- Aptivport services (Fabricação de equipamento eléctrico e electrónico para veículos automóveis)
1 - VW Autoeuropa (ano recorde de produção de carros);
2 - Petrogal (empresa do grupo Galp, tem várias refinarias que importam o crude e exportam os produtos finais);
3 - The Navigator Company (com várias fábricas em Portugal, tem também 112.000 hectares de espaço florestal e é delas onde obtém o produto com que produz a pasta de papel e produz energia nas suas centrais de biomassa).
4 - Bosch Car Multimedia Portugal (Fabricação de equipamento electrónico para veículos automóveis ;
5 - Continental Mabor (pneus);
6 - Faurécia - Sistemas de Escapes Portugal;
7 - PSA Automobiles (ano recorde de produção de carros);
8 - Visteon Electronics Corporation (Fabricação de equipamento electrónico para veículos automóveis);
9 - Repsol Polimeros (plásticos);
10- Aptivport services (Fabricação de equipamento eléctrico e electrónico para veículos automóveis)
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Re: Noticias de Portugal
Hidrogénio em Sines “vai ter um impacto maior na economia portuguesa do que a Autoeuropa”
O promotor da iniciativa Flamingo Verde, Marc Rechter, CEO do Resilient Group, revela pormenores sobre o futuro da indústria que vai nascer em Portugal para exportar hidrogénio para o mundo.
Apesar de neste momento estar apenas no papel, a criação de uma indústria para a produção de hidrogénio verde em Portugal tem potencial para destronar a fábrica da Volkswagen em Palmela como a maior exportadora nacional, garante o promotor da iniciativa Flamingo Verde (Green Flamingo), Marc Rechter, CEO do ResilientGroup, em entrevista ao Capital Verde do ECO.
O holandês, a viver em Portugal há 20 anos, não hesita em afirmar que “para Portugal é uma oportunidade maior do que a Autoeuropa […] em termos de exportações”.
Com uma reunião entre os governos de Portugal e da Holanda agendada para a próxima semana, em Bruxelas, para debater os próximos passos da iniciativa Flamingo Verde, Marc Rechter desvendou em entrevista ao Capital Verde do ECO mais pormenores sobre o que aí vem.
Qual é o verdadeiro potencial do hidrogénio verde para Portugal?
No futuro, Sines vai poder exportar energia, como se fosse petróleo, mas limpo. Para Portugal é uma oportunidade maior do que a Autoeuropa. Se for bem implementado vai ter maior impacto na economia portuguesa do que a Autoeuropa. E não só em termos de exportações, porque também vai permitir reduzir em 20% a importação de gás natural. Faz sentido, mas não é simples de executar. Tem de ser um esforço colaborativo entre muitos atores de países diferentes, governos e empresas, e temos e manter velocidade.
Para que mercados poderá Portugal exportar essa energia?
Alemanha, Bélgica, Finlândia, Suécia, até para o Japão. Onde quer que já exista um mercado de hidrogénio. Quanto mais rápido criarmos as infraestruturas certas em Sines, mais bem posicionados vamos ficar. Existem muitos mercados diferentes onde o hidrogénio verde terá um papel importantíssimo enquanto fonte de energia descarbonizada. A indústria mundial ainda utiliza hoje o hidrogénio (cinzento, ou seja, ainda poluente) em grandes quantidades, principalmente as refinarias, as indústrias do aço, cimento, vidro, farmacêutica e química. A maior zona química do mundo situa-se precisamente entre o portos de Roterdão [Holanda] e Antuérpia [Bélgica] e a área do Ruhr na Alemanha. Daí surgiu a lógica para começarmos a pensar numa cadeia de valor para o hidrogénio, aproveitando o recurso solar de Portugal. Começámos por identificar uma zona de consumo intensivo de hidrogénio, que terá pela frente o desafio de se descarbonizar.
Bateu primeiro à porta dos governos ou das empresas?
Tenho a grande vantagem de ser holandês e conheço bem o contexto de lá. A ideia é boa, mas requer confiança entre as pessoas. Primeiro fomos falar com as empresas porque sabíamos que era importante criar uma cadeia de valor para o hidrogénio. Tudo o que fizemos desde 2009 não é simples, tivemos de convencer grandes empresas holandesas de que a ideia era válida. Não é algo que uma só empresa vá fazer sozinha. É impossível. É uma estratégia de implementação de uma cadeia de abastecimento. Desde a produção à transformação, transporte e consumo.
Foi mais fácil falar com as empresas holandesas ou com as portuguesas?
A estratégia tem muitos atores públicos e privados. É um ecossistema complicado. A Holanda já estava muito avançada na sua estratégia de hidrogénio, por duas razões: necessidade de descarbonizar a gigante indústria química, com grandes refinarias da Shell, BP, Total, fábricas de aço e fertilizantes. O Governo holandês identificou o hidrogénio há vários anos como um componente estratégico para o país, para a descarbonização e também a nível económico. É uma grande oportunidade para as empresas holandesas se posicionarem nesse setor na Europa e a nível mundial. As grandes empresas com quem fui falar já fizeram grandes investimentos e na Holanda já existe um plano estratégico muito elaborado ao nível da economia do hidrogénio. Foi fácil falar com eles porque já estão muito avançados. Foi também relativamente fácil convencê-los que Portugal seria um bom país para criarmos uma primeira cadeia de valor europeia.
Sines foi a primeira escolha para montar uma indústria de hidrogénio verde na Europa?
Vejo isto como uma oportunidade ibérica, a nível europeu. Temos de pensar muito bem nas localizações das infraestruturas de produção de hidrogénio. Tem tudo a ver com: onde faz mais sentido colocar o investimento? Sines tem espaço – 1GW de solar necessário para produzir hidrogénio ocupa 1500 hectares em média –, tem um porto, tem indústria química. Em Sines temos também um ótimo posicionamento geográfico, mas não é o único sítio com potencial na Península Ibérica. A nível europeu é necessária uma estratégia integrada para o hidrogénio verde. É isso que se está a discutir neste momento em Bruxelas. Não podemos só olhar para um país produtor e um país consumidor.
Há mais países europeus interessados no hidrogénio verde português?
Neste momento temos uma estratégia Holanda-Portugal mas há mais Europa além destes dois países. O grande objetivo é criar um mercado europeu de hidrogénio verde. Já avançámos na cadeia de valor Holanda-Portugal, agora temos de olhar para os países à volta: Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Espanha, França. Quantos mais Estados-membros estiverem a olhar para isto, melhor. Se nos próximos cinco a dez anos conseguirmos criar várias cadeias de valor entre vários países, através do mar, através de gasodutos, e outras tecnologias, a Europa vai criar um sistema muito forte de auto-produção de energia e mudar radicalmente a sua dependência do gás da Rússia e do petróleo do Médio Oriente.
Depois de convencida a Holanda, foi complicado fazer o mesmo em Portugal?
As empresas holandesas estão muito interessadas porque podem ter mais uma fonte de hidrogénio verde e estamos a trabalhar com elas. Conseguimos convencer o Governo holandês de que Portugal é um bom parceiro para começar a primeira cadeia de valor de hidrogénio na Europa, já que tem tido estabilidade política, promoção das renováveis e desde outubro assumiu hidrogénio verde como prioridade para o país. O Governo holandês percebeu que faz sentido fazermos um trabalho em conjunto. Estamos a falar com o Governo português há dois anos, para identificar o potencial do hidrogénio. Desde outubro, depois das eleições, quando chegámos com uma estrutura já montada na Holanda – com interesse do setor privado e também do Governo — as coisas começaram a andar. Para Portugal há uma grande oportunidade de descarbonização e criação de emprego. Também porque avisámos que é agora ou nunca. Tal como a Holanda é a porta de entrada para a maior zona industrial do mundo, há muitos outros países que também querem o hidrogénio verde. E há muita gente que pode competir com Portugal por ter boas condições para a produção do hidrogénio verde: Itália, Marrocos, Tunísia, Egito, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Chile, Omã, muitos têm recurso solar melhor do que o nosso. A questão é que estamos a criar um novo ecossistema energético europeu que tem a ver com baixar custos e também assegurar a segurança energética. No futuro podemos até importar hidrogénio verde daqueles países, mas primeiro temos de assegurar a nossa cadeia de valor interna europeia, para não estarmos dependentes de terceiros.
Para a semana haverá uma reunião com os governos de Portugal e Holanda em Bruxelas. Em dezembro realizou-se também na Comissão Europeia o primeiro workshop aberto para a apresentação de vários projetos de hidrogénio, candidatos ao estatuto IPCEI – Important Projects of Common European Interest. A Comissão Europeia vê-nos como um dos projetos mais maduros entre todos os que estão a candidatar-se ao IPCEI. Muito provavelmente vamos conseguir obter o estatuto, mas não podemos desacelerar agora, não podemos ser lentos. Temos de continuar com velocidade para estarmos na linha da frente. Em março, Portugal e Holanda vão assinar um memorando de entendimento, mas só na segunda metade de 2021 as obras de construção poderão começar no terreno, em Sines.
De acordo com o que apresentaram em Bruxelas, há a previsão de 15 empresas envolvidas no projeto. Este número pode crescer?
O número de empresas vai ter tendência de crescer porque não vai ser uma coisa fechada. Para avançarmos com a velocidade necessária e ganharmos o apoio de Bruxelas não podemos ter já à partida 100 empresas na mesa. Com 15 empresas já é um desafio gerir os interesses de cada uma. Depois da autorização de Bruxelas e do acordo entre Holanda e Portugal, muitas empresas vão poder integrar-se na cadeia de valor.
Portugal vai ter hidrogénio verde para exportar e para consumo interno. Mas vai ser possível usar a rede de gasodutos já existente?
A REN também está no processo. Pela informação que temos, conseguimos injetar hidrogénio verde na rede de gás até uma certa percentagem sem haver necessidade de mais investimentos em infraestruturas de transporte e distribuição. Na Europa, a rede de gás é recente e consegue-se injetar até 20% de hidrogénio. Além desse valor, já começa a ser necessário fazer investimentos na rede. Neste momento já há investimentos a serem feitos na rede de gás, o objetivo é que nos próximos 30 a 40 anos a rede de gás natural seja atualizada e melhoradas para ser uma uma rede de hidrogénio verde. Existe a oportunidade para a REN aproveitar a sua infraestrutura para o futuro, para uma nova era. É uma mudança no investimento e uma oportunidade de descarbonizar o sistema energético. Para o abastecimento de veículos, pode-se sempre acrescentar um tanque de hidrogénio nas bombas de gasolina já existentes e passa a existir uma maior rede de postos. Isso implica investimento, mas está a ser feito em todo o mundo. O hidrogénio é uma boa opção nos transportes, mas a infraestrutura ainda tem de crescer, como aconteceu com os carros elétricos, que levaram alguns anos para evoluir e agora estão em flecha. O hidrogénio também tem de fazer essa escalada.
O Porto de Sines também já está preparado para exportar hidrogénio verde em navios para o resto do mundo?
Há dez anos identificámos que o potencial de Portugal e Espanha para exportarem energia renovável era enorme. Mas sabemos que as interligações de eletricidade e gás entre Espanha e França são um ponto fraco e ainda vai demorar muito para ser resolvido. França não tem grande interesse nisso. A forma de aproveitarmos o nosso recurso energético e exportá-lo – tornar Portugal e Espanha, porque vejo isto de forma ibérica, numa região de exportação de energia limpa – vem através do hidrogénio verde. Porque conseguimos produzir, armazenar e transportar o hidrogénio de forma muito mais fácil do que a eletricidade, que exige redes e interligações elétricas. Para o hidrogénio podemos usar as redes de gás já existentes e juntá-lo ao gás natural. Ou transportá-lo em longas distâncias, em navios, depois de liquefeito. No entanto, essa tecnologia ainda vai levar uns anos a chegar ao mercado porque tem alguns desafios técnicos, mas existe o projeto-piloto do primeiro barco para transportar hidrogénio liquefeito. Também pode ser transformado num óleo que absorve o hidrogénio e seguir então por navio, sem riscos.
Como reage às vozes críticas que sublinham que no hidrogénio verde é preciso gastar energia – solar – para gerar uma nova energia?
Há muito pouco conhecimento sobre o hidrogénio verde. E ao mesmo tempo há muitos interesses virados para a eletrificação. Há empresas a investir fortemente nesta área. Mas a eletricidade só representa 23% do nosso mix energético. Falta descarbonizar os restantes 77% e não vai ser possível, de todo, fazer isto com a eletrificação. É aí que entra o hidrogénio verde, que pode ajudar a mudar mais rapidamente essa outra parte. Não vejo o hidrogénio como concorrente da eletrificação. Vamos precisar de tudo isto para descarbonizar a economia e criar o crescimento económico necessário na Europa para a reindustrialização do nosso continente. Sou a favor de todas as tecnologias.
Mas todas as energias alternativas às fósseis querem ocupar o seu espaço no mercado.
A ideia é substituir o hidrogénio poluente que já é consumido na indústria por hidrogénio verde. Consegue-se produzi-lo de forma limpa, com eletricidade proveniente do eólico e do solar. O hidrogénio não é uma fonte de energia, é um energy carrier [portador de energia]. Conseguimos armazenar muita energia num volume muito pequeno de hidrogénio. Esta é uma das principais qualidades do hidrogénio. As baterias elétricas também armazenam energia mas têm limitações ao nível do peso, do espaço, das matérias-primas. Não devemos apostar numa só tecnologia para o armazenamento. Temos muitas outras formas e o hidrogénio é mais uma. E das melhores. As baterias perdem energia com o passar do tempo, enquanto o hidrogénio não, porque é um gás. Não perde a sua capacidade energética, nem em dois meses, nem em seis meses ou seis anos. Permite guardar grandes quantidades de energia durante muito tempo. Isto é bom para fazer face à intermitência das renováveis e face às diferenças sazonais no consumo de energia: guardamos quando temos a mais para utilizar quando temos a menos.
Daqui a quanto tempo o hidrogénio poderá ter um papel de destaque no mix energético europeu e mundial?
Ainda temos de criar, e vai levar muitos anos, um novo ecossistema energético, onde constam fatores de produção de energia limpa – eólica e solar. Para mim, dez anos para mudar um ecossistema energético é muito rápido. Há uma aceleração da mudança neste momento, por causa de dois fatores: as tecnologias para o solar e as baterias estão a tornar-se mais económicas do que a alternativa que é obter a energia da rede. Se conseguir energia própria a um custo mais baixo, vou instalar um sistema próprio. Especialmente quando olhamos para as empresas, onde 20 a 30% dos custos são com energia. É uma componente muito importante. As renováveis estão a ficar mais baratas do que comprar eletricidade à rede. As políticas europeias estão a ser implementadas de forma acelerada pelos Estados-membros, o que quer dizer que a legislação está a mudar as regras do jogo. O hidrogénio vai ter um papel cada vez mais importante no novo e emergente ecossistema energético como uma fonte de energia muito flexível.
Como assim? Ainda se sabe muito pouco sobre hidrogénio verde.
Pode ser produzido a partir de fontes renováveis, pode ser utilizado quando quisermos, o que é muito diferente da eletricidade, que produzimos e temos de utilizar logo ou perdemos. Os eletrões não ficam à espera. Ou então armazena-se mas há limitações grandes nas baterias. O hidrogénio também é muito versátil: pode ser utilizado nos transportes, em autocarros ou camiões, barcos. A vantagem face aos veículos elétricos puros é que com hidrogénio é possível andar mais quilómetros e abastecer mais depressa – três ou quatro minutos. O hidrogénio é um energy carrier de alta concentração energética: conseguimos pôr em pouco volume muita energia e é muito leve. O hidrogénio verde também permite produzir amoníaco, que é a matéria-prima principal dos fertilizantes, com destino ao mercado do norte da Europa. E podemos começar a olhar para a produção de etanol e metanol, que vão ser procurados por causa da segunda Diretiva Europeia de Renováveis, que impõe metas de descarbonização dos transportes. Conseguimos produzir etanol e metanol a partir de hidrogénio, incluindo dióxido de carbono.
https://eco.sapo.pt/entrevista/hidrogen ... utoeuropa/
O promotor da iniciativa Flamingo Verde, Marc Rechter, CEO do Resilient Group, revela pormenores sobre o futuro da indústria que vai nascer em Portugal para exportar hidrogénio para o mundo.
Apesar de neste momento estar apenas no papel, a criação de uma indústria para a produção de hidrogénio verde em Portugal tem potencial para destronar a fábrica da Volkswagen em Palmela como a maior exportadora nacional, garante o promotor da iniciativa Flamingo Verde (Green Flamingo), Marc Rechter, CEO do ResilientGroup, em entrevista ao Capital Verde do ECO.
O holandês, a viver em Portugal há 20 anos, não hesita em afirmar que “para Portugal é uma oportunidade maior do que a Autoeuropa […] em termos de exportações”.
Com uma reunião entre os governos de Portugal e da Holanda agendada para a próxima semana, em Bruxelas, para debater os próximos passos da iniciativa Flamingo Verde, Marc Rechter desvendou em entrevista ao Capital Verde do ECO mais pormenores sobre o que aí vem.
Qual é o verdadeiro potencial do hidrogénio verde para Portugal?
No futuro, Sines vai poder exportar energia, como se fosse petróleo, mas limpo. Para Portugal é uma oportunidade maior do que a Autoeuropa. Se for bem implementado vai ter maior impacto na economia portuguesa do que a Autoeuropa. E não só em termos de exportações, porque também vai permitir reduzir em 20% a importação de gás natural. Faz sentido, mas não é simples de executar. Tem de ser um esforço colaborativo entre muitos atores de países diferentes, governos e empresas, e temos e manter velocidade.
Para que mercados poderá Portugal exportar essa energia?
Alemanha, Bélgica, Finlândia, Suécia, até para o Japão. Onde quer que já exista um mercado de hidrogénio. Quanto mais rápido criarmos as infraestruturas certas em Sines, mais bem posicionados vamos ficar. Existem muitos mercados diferentes onde o hidrogénio verde terá um papel importantíssimo enquanto fonte de energia descarbonizada. A indústria mundial ainda utiliza hoje o hidrogénio (cinzento, ou seja, ainda poluente) em grandes quantidades, principalmente as refinarias, as indústrias do aço, cimento, vidro, farmacêutica e química. A maior zona química do mundo situa-se precisamente entre o portos de Roterdão [Holanda] e Antuérpia [Bélgica] e a área do Ruhr na Alemanha. Daí surgiu a lógica para começarmos a pensar numa cadeia de valor para o hidrogénio, aproveitando o recurso solar de Portugal. Começámos por identificar uma zona de consumo intensivo de hidrogénio, que terá pela frente o desafio de se descarbonizar.
Bateu primeiro à porta dos governos ou das empresas?
Tenho a grande vantagem de ser holandês e conheço bem o contexto de lá. A ideia é boa, mas requer confiança entre as pessoas. Primeiro fomos falar com as empresas porque sabíamos que era importante criar uma cadeia de valor para o hidrogénio. Tudo o que fizemos desde 2009 não é simples, tivemos de convencer grandes empresas holandesas de que a ideia era válida. Não é algo que uma só empresa vá fazer sozinha. É impossível. É uma estratégia de implementação de uma cadeia de abastecimento. Desde a produção à transformação, transporte e consumo.
Marc Rechter, promotor Flamingo VerdeSines tem espaço – 1GW de solar necessário para produzir hidrogénio ocupa 1500 hectares em média –, tem um porto, tem indústria química. Em Sines temos também um ótimo posicionamento geográfico, mas não é o único sítio com potencial na Península Ibérica.
Foi mais fácil falar com as empresas holandesas ou com as portuguesas?
A estratégia tem muitos atores públicos e privados. É um ecossistema complicado. A Holanda já estava muito avançada na sua estratégia de hidrogénio, por duas razões: necessidade de descarbonizar a gigante indústria química, com grandes refinarias da Shell, BP, Total, fábricas de aço e fertilizantes. O Governo holandês identificou o hidrogénio há vários anos como um componente estratégico para o país, para a descarbonização e também a nível económico. É uma grande oportunidade para as empresas holandesas se posicionarem nesse setor na Europa e a nível mundial. As grandes empresas com quem fui falar já fizeram grandes investimentos e na Holanda já existe um plano estratégico muito elaborado ao nível da economia do hidrogénio. Foi fácil falar com eles porque já estão muito avançados. Foi também relativamente fácil convencê-los que Portugal seria um bom país para criarmos uma primeira cadeia de valor europeia.
Sines foi a primeira escolha para montar uma indústria de hidrogénio verde na Europa?
Vejo isto como uma oportunidade ibérica, a nível europeu. Temos de pensar muito bem nas localizações das infraestruturas de produção de hidrogénio. Tem tudo a ver com: onde faz mais sentido colocar o investimento? Sines tem espaço – 1GW de solar necessário para produzir hidrogénio ocupa 1500 hectares em média –, tem um porto, tem indústria química. Em Sines temos também um ótimo posicionamento geográfico, mas não é o único sítio com potencial na Península Ibérica. A nível europeu é necessária uma estratégia integrada para o hidrogénio verde. É isso que se está a discutir neste momento em Bruxelas. Não podemos só olhar para um país produtor e um país consumidor.
Há mais países europeus interessados no hidrogénio verde português?
Neste momento temos uma estratégia Holanda-Portugal mas há mais Europa além destes dois países. O grande objetivo é criar um mercado europeu de hidrogénio verde. Já avançámos na cadeia de valor Holanda-Portugal, agora temos de olhar para os países à volta: Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Espanha, França. Quantos mais Estados-membros estiverem a olhar para isto, melhor. Se nos próximos cinco a dez anos conseguirmos criar várias cadeias de valor entre vários países, através do mar, através de gasodutos, e outras tecnologias, a Europa vai criar um sistema muito forte de auto-produção de energia e mudar radicalmente a sua dependência do gás da Rússia e do petróleo do Médio Oriente.
Depois de convencida a Holanda, foi complicado fazer o mesmo em Portugal?
As empresas holandesas estão muito interessadas porque podem ter mais uma fonte de hidrogénio verde e estamos a trabalhar com elas. Conseguimos convencer o Governo holandês de que Portugal é um bom parceiro para começar a primeira cadeia de valor de hidrogénio na Europa, já que tem tido estabilidade política, promoção das renováveis e desde outubro assumiu hidrogénio verde como prioridade para o país. O Governo holandês percebeu que faz sentido fazermos um trabalho em conjunto. Estamos a falar com o Governo português há dois anos, para identificar o potencial do hidrogénio. Desde outubro, depois das eleições, quando chegámos com uma estrutura já montada na Holanda – com interesse do setor privado e também do Governo — as coisas começaram a andar. Para Portugal há uma grande oportunidade de descarbonização e criação de emprego. Também porque avisámos que é agora ou nunca. Tal como a Holanda é a porta de entrada para a maior zona industrial do mundo, há muitos outros países que também querem o hidrogénio verde. E há muita gente que pode competir com Portugal por ter boas condições para a produção do hidrogénio verde: Itália, Marrocos, Tunísia, Egito, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Chile, Omã, muitos têm recurso solar melhor do que o nosso. A questão é que estamos a criar um novo ecossistema energético europeu que tem a ver com baixar custos e também assegurar a segurança energética. No futuro podemos até importar hidrogénio verde daqueles países, mas primeiro temos de assegurar a nossa cadeia de valor interna europeia, para não estarmos dependentes de terceiros.
Quais são os próximos passos no projeto de trazer o hidrogénio verde para Portugal?“Sabemos que as interligações de eletricidade e gás entre Espanha e França são um ponto fraco e ainda vai demorar muito para ser resolvido. França não tem grande interesse nisso”, alerta Marc Rechter.
Para a semana haverá uma reunião com os governos de Portugal e Holanda em Bruxelas. Em dezembro realizou-se também na Comissão Europeia o primeiro workshop aberto para a apresentação de vários projetos de hidrogénio, candidatos ao estatuto IPCEI – Important Projects of Common European Interest. A Comissão Europeia vê-nos como um dos projetos mais maduros entre todos os que estão a candidatar-se ao IPCEI. Muito provavelmente vamos conseguir obter o estatuto, mas não podemos desacelerar agora, não podemos ser lentos. Temos de continuar com velocidade para estarmos na linha da frente. Em março, Portugal e Holanda vão assinar um memorando de entendimento, mas só na segunda metade de 2021 as obras de construção poderão começar no terreno, em Sines.
De acordo com o que apresentaram em Bruxelas, há a previsão de 15 empresas envolvidas no projeto. Este número pode crescer?
O número de empresas vai ter tendência de crescer porque não vai ser uma coisa fechada. Para avançarmos com a velocidade necessária e ganharmos o apoio de Bruxelas não podemos ter já à partida 100 empresas na mesa. Com 15 empresas já é um desafio gerir os interesses de cada uma. Depois da autorização de Bruxelas e do acordo entre Holanda e Portugal, muitas empresas vão poder integrar-se na cadeia de valor.
Portugal vai ter hidrogénio verde para exportar e para consumo interno. Mas vai ser possível usar a rede de gasodutos já existente?
A REN também está no processo. Pela informação que temos, conseguimos injetar hidrogénio verde na rede de gás até uma certa percentagem sem haver necessidade de mais investimentos em infraestruturas de transporte e distribuição. Na Europa, a rede de gás é recente e consegue-se injetar até 20% de hidrogénio. Além desse valor, já começa a ser necessário fazer investimentos na rede. Neste momento já há investimentos a serem feitos na rede de gás, o objetivo é que nos próximos 30 a 40 anos a rede de gás natural seja atualizada e melhoradas para ser uma uma rede de hidrogénio verde. Existe a oportunidade para a REN aproveitar a sua infraestrutura para o futuro, para uma nova era. É uma mudança no investimento e uma oportunidade de descarbonizar o sistema energético. Para o abastecimento de veículos, pode-se sempre acrescentar um tanque de hidrogénio nas bombas de gasolina já existentes e passa a existir uma maior rede de postos. Isso implica investimento, mas está a ser feito em todo o mundo. O hidrogénio é uma boa opção nos transportes, mas a infraestrutura ainda tem de crescer, como aconteceu com os carros elétricos, que levaram alguns anos para evoluir e agora estão em flecha. O hidrogénio também tem de fazer essa escalada.
O Porto de Sines também já está preparado para exportar hidrogénio verde em navios para o resto do mundo?
Há dez anos identificámos que o potencial de Portugal e Espanha para exportarem energia renovável era enorme. Mas sabemos que as interligações de eletricidade e gás entre Espanha e França são um ponto fraco e ainda vai demorar muito para ser resolvido. França não tem grande interesse nisso. A forma de aproveitarmos o nosso recurso energético e exportá-lo – tornar Portugal e Espanha, porque vejo isto de forma ibérica, numa região de exportação de energia limpa – vem através do hidrogénio verde. Porque conseguimos produzir, armazenar e transportar o hidrogénio de forma muito mais fácil do que a eletricidade, que exige redes e interligações elétricas. Para o hidrogénio podemos usar as redes de gás já existentes e juntá-lo ao gás natural. Ou transportá-lo em longas distâncias, em navios, depois de liquefeito. No entanto, essa tecnologia ainda vai levar uns anos a chegar ao mercado porque tem alguns desafios técnicos, mas existe o projeto-piloto do primeiro barco para transportar hidrogénio liquefeito. Também pode ser transformado num óleo que absorve o hidrogénio e seguir então por navio, sem riscos.
Marc Rechter, promotor Flamingo VerdeNeste momento temos uma estratégia Holanda-Portugal mas há mais Europa além destes dois países. O grande objetivo é criar um mercado europeu de hidrogénio verde. Já avançámos na cadeia de valor Holanda-Portugal, agora temos de olhar para os países à volta: Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Espanha, França.
Como reage às vozes críticas que sublinham que no hidrogénio verde é preciso gastar energia – solar – para gerar uma nova energia?
Há muito pouco conhecimento sobre o hidrogénio verde. E ao mesmo tempo há muitos interesses virados para a eletrificação. Há empresas a investir fortemente nesta área. Mas a eletricidade só representa 23% do nosso mix energético. Falta descarbonizar os restantes 77% e não vai ser possível, de todo, fazer isto com a eletrificação. É aí que entra o hidrogénio verde, que pode ajudar a mudar mais rapidamente essa outra parte. Não vejo o hidrogénio como concorrente da eletrificação. Vamos precisar de tudo isto para descarbonizar a economia e criar o crescimento económico necessário na Europa para a reindustrialização do nosso continente. Sou a favor de todas as tecnologias.
Mas todas as energias alternativas às fósseis querem ocupar o seu espaço no mercado.
A ideia é substituir o hidrogénio poluente que já é consumido na indústria por hidrogénio verde. Consegue-se produzi-lo de forma limpa, com eletricidade proveniente do eólico e do solar. O hidrogénio não é uma fonte de energia, é um energy carrier [portador de energia]. Conseguimos armazenar muita energia num volume muito pequeno de hidrogénio. Esta é uma das principais qualidades do hidrogénio. As baterias elétricas também armazenam energia mas têm limitações ao nível do peso, do espaço, das matérias-primas. Não devemos apostar numa só tecnologia para o armazenamento. Temos muitas outras formas e o hidrogénio é mais uma. E das melhores. As baterias perdem energia com o passar do tempo, enquanto o hidrogénio não, porque é um gás. Não perde a sua capacidade energética, nem em dois meses, nem em seis meses ou seis anos. Permite guardar grandes quantidades de energia durante muito tempo. Isto é bom para fazer face à intermitência das renováveis e face às diferenças sazonais no consumo de energia: guardamos quando temos a mais para utilizar quando temos a menos.
Daqui a quanto tempo o hidrogénio poderá ter um papel de destaque no mix energético europeu e mundial?
Ainda temos de criar, e vai levar muitos anos, um novo ecossistema energético, onde constam fatores de produção de energia limpa – eólica e solar. Para mim, dez anos para mudar um ecossistema energético é muito rápido. Há uma aceleração da mudança neste momento, por causa de dois fatores: as tecnologias para o solar e as baterias estão a tornar-se mais económicas do que a alternativa que é obter a energia da rede. Se conseguir energia própria a um custo mais baixo, vou instalar um sistema próprio. Especialmente quando olhamos para as empresas, onde 20 a 30% dos custos são com energia. É uma componente muito importante. As renováveis estão a ficar mais baratas do que comprar eletricidade à rede. As políticas europeias estão a ser implementadas de forma acelerada pelos Estados-membros, o que quer dizer que a legislação está a mudar as regras do jogo. O hidrogénio vai ter um papel cada vez mais importante no novo e emergente ecossistema energético como uma fonte de energia muito flexível.
Como assim? Ainda se sabe muito pouco sobre hidrogénio verde.
Pode ser produzido a partir de fontes renováveis, pode ser utilizado quando quisermos, o que é muito diferente da eletricidade, que produzimos e temos de utilizar logo ou perdemos. Os eletrões não ficam à espera. Ou então armazena-se mas há limitações grandes nas baterias. O hidrogénio também é muito versátil: pode ser utilizado nos transportes, em autocarros ou camiões, barcos. A vantagem face aos veículos elétricos puros é que com hidrogénio é possível andar mais quilómetros e abastecer mais depressa – três ou quatro minutos. O hidrogénio é um energy carrier de alta concentração energética: conseguimos pôr em pouco volume muita energia e é muito leve. O hidrogénio verde também permite produzir amoníaco, que é a matéria-prima principal dos fertilizantes, com destino ao mercado do norte da Europa. E podemos começar a olhar para a produção de etanol e metanol, que vão ser procurados por causa da segunda Diretiva Europeia de Renováveis, que impõe metas de descarbonização dos transportes. Conseguimos produzir etanol e metanol a partir de hidrogénio, incluindo dióxido de carbono.
https://eco.sapo.pt/entrevista/hidrogen ... utoeuropa/
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Re: Noticias de Portugal
Legal a notícia mas, IMHO, descontextualizada, pois sequer explica o que é "hidrogênio verde". Como não sou XUXA nem discípulo da SATAN GRETA , que aceitam tudo pronto e acham lindo mas jamais fazem perguntas, fui pesquisar para saber o que é. Link abaixo.
https://www.portal-energia.com/hidrogen ... el-147390/
Não sai da eletrólise que eu fazia experiências na escola, nos anos 70, ou seja, a gente pegava uma vasilha de material não-condutor (pela ordem de custo na época, o barato vidro, a relativamente comum cerâmica e o caríssimo plástico), botava água até acima da metade (todo cuidado é pouco com gurizada), então jogava um par de pastilhas de soda cáustica (o véio NaOH que enchia o saco nas aulas de Química, era só pensar em mexer que a Professora tinha um troço ) distantes uma da outra, então enfiava-se um fio duplo com uns 30 cm abertos em V e as pontas plásticas descascadas para deixar exposto o núcleo de cobre (Cu - é Cuprum, seus maldosos) e voltadas para cima. Então colocávamos um tubo de ensaio (vidro) envolvendo cada uma das duas pontas do fio e o levávamos para o mais perto possível de cada pastilha de soda. Então finalmente o fio era ligado à tomada e, com a entrada de energia, ali estava o milagre de ver uma equação fazer sentido no mundo real: o H "enchia" o tubo de ensaio ao dobro da razão do O, demonstrando o sentido do termo H2O.
CURIOSIDADE - No que os tubos ficavam cheios, nova lição: o de O podia ser levado para fora na posição normal em que se conduz um recipiente qualquer (boca para cima), já o H era o contrário, por ser mais leve que o ar e ainda por cima explosivo. Claro que quem fazia isso era a Professora, que na época se considerava 100% responsável pela petizada (o que ontem era REGRA hoje é EXCEÇÃO).
E voltemos ao tema; a mesmíssima pergunta que eu, o pré-adolescente Túlio fez à Profe nos anos 70 continua a ter a mesmíssima resposta:
- Não, Tulinho, não dá pra deixar fazendo hidrogênio e oxigênio dia e noite, a eletrólise só ocorre enquanto tiver a soda cáustica...
- Mas Profe, é só deixar alguém botando mais!
- Uma hora acaba o pacote...
- É só comprar mais, Profe!
- É uma solução corrosiva, Tulinho (eu ODIAVA ser chamado assim), vai "comendo" o fio...
- Mas Profe, a gente faz um gerador alimentado a hidrogênio (provavelmente eu era o único nerd que sabia brigar bem, daí escapei do bullying) & blablabla (até que ela, que me conhecia bem, mandava pra Biblioteca "de castigo", com ordens de fazer uma pesquisa sobre o que eu estava propondo, a ser entregue na semana seguinte).
Mas a rigor o problema me parece exatamente o mesmo: sem material corrosivo (que acaba com os eletrodos) não há eletrólise e sem eletrólise não há hidrogênio. Aliás, e o oxigênio, pretendem fazer o que com ele? É um gás pesado, que se dirige ao chão e, se produzido de modo contínuo e lançado diretamente na Natureza, vai se acumulando. Dae um desses acúmulos se forma numa floresta, é verão e uns naturebas vão pra lá fazer comunhão com Gaia ou sei lá o que, um deles enrola o indefectível "recreativo", acende com um isqueiro (mal notando que a chama está dez vezes mais intensa) e dá aquela "puxada" que vai até a ponta do dedão do pé; aí fica divertido, o que era para queimar uma pequena parte do bagulho queima ele inteiro de uma só vez e ainda taca fogo na barba do cara (é tudo barbudinho, repararam?) que, no pavor, joga longe o que sobrou do bagulho enquanto tenta salvar a barba. Ora, o que poderia dar errado numa floresta Portuguesa em pleno verão e entupida de oxigênio quando alguém lança uma chuva de fagulhas pra tudo que é lado? Sugestão:
https://www.portal-energia.com/hidrogen ... el-147390/
Não sai da eletrólise que eu fazia experiências na escola, nos anos 70, ou seja, a gente pegava uma vasilha de material não-condutor (pela ordem de custo na época, o barato vidro, a relativamente comum cerâmica e o caríssimo plástico), botava água até acima da metade (todo cuidado é pouco com gurizada), então jogava um par de pastilhas de soda cáustica (o véio NaOH que enchia o saco nas aulas de Química, era só pensar em mexer que a Professora tinha um troço ) distantes uma da outra, então enfiava-se um fio duplo com uns 30 cm abertos em V e as pontas plásticas descascadas para deixar exposto o núcleo de cobre (Cu - é Cuprum, seus maldosos) e voltadas para cima. Então colocávamos um tubo de ensaio (vidro) envolvendo cada uma das duas pontas do fio e o levávamos para o mais perto possível de cada pastilha de soda. Então finalmente o fio era ligado à tomada e, com a entrada de energia, ali estava o milagre de ver uma equação fazer sentido no mundo real: o H "enchia" o tubo de ensaio ao dobro da razão do O, demonstrando o sentido do termo H2O.
CURIOSIDADE - No que os tubos ficavam cheios, nova lição: o de O podia ser levado para fora na posição normal em que se conduz um recipiente qualquer (boca para cima), já o H era o contrário, por ser mais leve que o ar e ainda por cima explosivo. Claro que quem fazia isso era a Professora, que na época se considerava 100% responsável pela petizada (o que ontem era REGRA hoje é EXCEÇÃO).
E voltemos ao tema; a mesmíssima pergunta que eu, o pré-adolescente Túlio fez à Profe nos anos 70 continua a ter a mesmíssima resposta:
- Não, Tulinho, não dá pra deixar fazendo hidrogênio e oxigênio dia e noite, a eletrólise só ocorre enquanto tiver a soda cáustica...
- Mas Profe, é só deixar alguém botando mais!
- Uma hora acaba o pacote...
- É só comprar mais, Profe!
- É uma solução corrosiva, Tulinho (eu ODIAVA ser chamado assim), vai "comendo" o fio...
- Mas Profe, a gente faz um gerador alimentado a hidrogênio (provavelmente eu era o único nerd que sabia brigar bem, daí escapei do bullying) & blablabla (até que ela, que me conhecia bem, mandava pra Biblioteca "de castigo", com ordens de fazer uma pesquisa sobre o que eu estava propondo, a ser entregue na semana seguinte).
Mas a rigor o problema me parece exatamente o mesmo: sem material corrosivo (que acaba com os eletrodos) não há eletrólise e sem eletrólise não há hidrogênio. Aliás, e o oxigênio, pretendem fazer o que com ele? É um gás pesado, que se dirige ao chão e, se produzido de modo contínuo e lançado diretamente na Natureza, vai se acumulando. Dae um desses acúmulos se forma numa floresta, é verão e uns naturebas vão pra lá fazer comunhão com Gaia ou sei lá o que, um deles enrola o indefectível "recreativo", acende com um isqueiro (mal notando que a chama está dez vezes mais intensa) e dá aquela "puxada" que vai até a ponta do dedão do pé; aí fica divertido, o que era para queimar uma pequena parte do bagulho queima ele inteiro de uma só vez e ainda taca fogo na barba do cara (é tudo barbudinho, repararam?) que, no pavor, joga longe o que sobrou do bagulho enquanto tenta salvar a barba. Ora, o que poderia dar errado numa floresta Portuguesa em pleno verão e entupida de oxigênio quando alguém lança uma chuva de fagulhas pra tudo que é lado? Sugestão:
MAIOR INCÉNDIO FLORESTAL DA HISTÓRIA DE PORTUGAL
(...)
Comentários:
Greta Thunberg - Estamos todos com Portugal. Fiquei surpresa, coisas assim só acontecem no Brasil.
José Sócrates - Bem sei, acusar-me-ão disso também. É dura a vida de um perseguido político.
Ana Gomes - TRATA-SE DE OUTRO MALEFÍCIO DO SINHOIRE PAULO PORTAS, QUE POR CERTO ALGUM PROVEITO ESPERA AUFERIR! (não tenho culpa se ela fala aos berros)
Isabel dos Santos - Esclareço que, mesmo estando em Portugal no dia dos eventos, nem perto cheguei do local, estava hospedada em casa de amigos por ser pobre demais para poder pagar um hotel.
Comandante de Tancos - Por causa dos fogos e densos fumos, algumas armas e munições foram furtadas. Eu estava em visita a outra unidade, logo, nada sei mas vou investigar.
Pinto-Coelho - Foram os comunistas!
@cabeça de martelo - Foi o Bolsonaro, sempre é o Bolsonaro!!!
@P44 - Graças a Alá, o único odor a fumo que tem aqui nas moirarias vem da morada daquele paniscas do Véio Túlio, que tanto ameaçou até que emigrou mesmo; comprou uma morada ao lado da minha e costuma vir fumar à janela sempre que o vento está para cá. Qualquer dia vou-lhe aos cornos!
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Re: Noticias de Portugal
Primeiro era o lítio, agora é o hidrogênio
Quer saber duma coisa, tou de saco cheio de vendedores de banha da cobra.
Seja qual for o "negócio", meia dúzia lucra e o resto do povo não ganha nada com isso
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Triste sina ter nascido português
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Re: Noticias de Portugal
Creio que falta apenas alguém para sugerir que muita energia - o suficiente para TODAS as gerações - pode ser extraída de uma QUECA! Só botar os eletrodos em partes não-importantes para o mister. Aí sim, todo mundo vai ÇA FUDEIRE e de bom grado, que isso não se recusa ao Estado nem ao CAPITALISMO MALVADO (basta imaginar o que é SER PAGO ou ter desconto nos impostos só para dar uma fincada)...
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Re: Noticias de Portugal
Portugal e Índia reforçam laços empresariais no domínio da Defesa
Portugal e a Índia reforçam as relações de cooperação no domínio das indústrias de Defesa com a assinatura de três acordos de cooperação entre empresas dos dois países.
O grupo português CEiiA (Centro de Excelência para a Inovação da Indústria Automóvel) e a empresa indiana HAL estabelecem uma parceria para o desenvolvimento de novos projetos ligados à tecnologia aeronáutica e espacial, aproveitando a experiência e a competência adquiridas pelo grupo de Matosinhos neste domínio, nomeadamente através da participação no projeto de engenharia das aeronaves KC-390.
Também a empresa portuguesa UAVISION e a indiana VEDA Defense Systems firmam um acordo com enfoque na transferência de tecnologia, produção e coprodução de sistemas aéreos não tripulados, ao abrigo do qual será ainda criado um centro de treino para este tipo de aparelhos na Índia, com know-how português.
Por último, é ainda assinado um protocolo entre os Estaleiros Navais de Peniche e o GOA Shipyard para a construção de lanchas rápidas em Portugal e na Índia, com recurso a tecnologia da empresa portuguesa, nomeadamente polímeros nos cascos das embarcações. A transferência de tecnologia e coprodução destes equipamentos permitirá explorar oportunidades de negócio em mercados de interesse comum, como o continente africano.
A assinatura destes acordos, na Índia, é acompanhada pelo Secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional, Jorge Seguro Sanches, e pelo Secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, por ocasião da visita de Estado do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
https://www.portugal.gov.pt/pt/gc22/com ... -da-defesa
Portugal e a Índia reforçam as relações de cooperação no domínio das indústrias de Defesa com a assinatura de três acordos de cooperação entre empresas dos dois países.
O grupo português CEiiA (Centro de Excelência para a Inovação da Indústria Automóvel) e a empresa indiana HAL estabelecem uma parceria para o desenvolvimento de novos projetos ligados à tecnologia aeronáutica e espacial, aproveitando a experiência e a competência adquiridas pelo grupo de Matosinhos neste domínio, nomeadamente através da participação no projeto de engenharia das aeronaves KC-390.
Também a empresa portuguesa UAVISION e a indiana VEDA Defense Systems firmam um acordo com enfoque na transferência de tecnologia, produção e coprodução de sistemas aéreos não tripulados, ao abrigo do qual será ainda criado um centro de treino para este tipo de aparelhos na Índia, com know-how português.
Por último, é ainda assinado um protocolo entre os Estaleiros Navais de Peniche e o GOA Shipyard para a construção de lanchas rápidas em Portugal e na Índia, com recurso a tecnologia da empresa portuguesa, nomeadamente polímeros nos cascos das embarcações. A transferência de tecnologia e coprodução destes equipamentos permitirá explorar oportunidades de negócio em mercados de interesse comum, como o continente africano.
A assinatura destes acordos, na Índia, é acompanhada pelo Secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional, Jorge Seguro Sanches, e pelo Secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, por ocasião da visita de Estado do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
https://www.portugal.gov.pt/pt/gc22/com ... -da-defesa
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Re: Noticias de Portugal
Túlio escreveu: ↑Sáb Fev 15, 2020 3:17 pmLegal a notícia mas, IMHO, descontextualizada, pois sequer explica o que é "hidrogênio verde". Como não sou XUXA nem discípulo da SATAN GRETA , que aceitam tudo pronto e acham lindo mas jamais fazem perguntas, fui pesquisar para saber o que é. Link abaixo.
https://www.portal-energia.com/hidrogen ... el-147390/
Não sai da eletrólise que eu fazia experiências na escola, nos anos 70, ou seja, a gente pegava uma vasilha de material não-condutor (pela ordem de custo na época, o barato vidro, a relativamente comum cerâmica e o caríssimo plástico), botava água até acima da metade (todo cuidado é pouco com gurizada), então jogava um par de pastilhas de soda cáustica (o véio NaOH que enchia o saco nas aulas de Química, era só pensar em mexer que a Professora tinha um troço ) distantes uma da outra, então enfiava-se um fio duplo com uns 30 cm abertos em V e as pontas plásticas descascadas para deixar exposto o núcleo de cobre (Cu - é Cuprum, seus maldosos) e voltadas para cima. Então colocávamos um tubo de ensaio (vidro) envolvendo cada uma das duas pontas do fio e o levávamos para o mais perto possível de cada pastilha de soda. Então finalmente o fio era ligado à tomada e, com a entrada de energia, ali estava o milagre de ver uma equação fazer sentido no mundo real: o H "enchia" o tubo de ensaio ao dobro da razão do O, demonstrando o sentido do termo H2O.
Além do Resilient Group – liderado por Marc Rechter e que está a coordenar a estratégia – somam-se as holandesas Vopak (especialista em armazenamento de combustíveis, que investiu recentemente numa empresa de tecnologias para a logística de hidrogénio) e Anthony Veder (especialista no transporte de gás por via marítima).
A empresa espanhola H2B2 de tecnologias de eletrólise (que permitem obter o hidrogénio através de eletricidade) e a dinamarquesa Vestas (produtora de turbinas eólicas) estão também na iniciativa, a par das portuguesas EDP e Galp, que já tinham vindo a sinalizar uma aproximação ao processo. O banco ABN AMRO, dos Países Baixos, também integra o agrupamento.
A estratégia de hidrogénio verde para Sines foi revelada em novembro passado pelo secretário de Estado Adjunto e da Energia, João Galamba. E a apresentação da passada quarta-feira traz novos pormenores: a central combinará tecnologias solar e eólica para alimentar um eletrolisador de 5GW. E prevê a produção de 465 mil toneladas de hidrogénio por ano, permitindo evitar emissões de 18,6 MT de CO2 por ano. Pressupõe ainda a criação de uma rede de distribuição de hidrogénio.
Como funciona? Basicamente, a eletricidade é usada para dividir água em hidrogénio e oxigénio numa unidade chamada de eletrolisador, num processo químico conhecido por eletrólise. O hidrogénio verde tem depois vários fins: refinar petróleo, tratamento de metais, produção de fertilizantes ou o processamento de alimentos.
Entre as vantagens de Sines para albergar este projeto, está o facto de ser um porto de águas profundas e um complexo industrial químico, de contar com bastante eletricidade produzida a partir de energia solar (nos próximos anos), a existência de “boas” ligações elétricas” e uma “grande quantidade de engenheiros qualificados”.
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Re: Noticias de Portugal.
Caro @cabeça de martelo, o que falei segue valendo: para haver H tem que haver eletrólise e para haver eletrólise tem que haver ácido (produto cáustico, logo, corrosivo) e eletrodo (metal) envolvidos. Ainda não foi desenvolvido para produção industrial/comercial nada que consiga evitar a necessidade de coisas como NaOH ou KOH; há apenas experiências com energia fotovoltaica (mas segue com ácido e metal) e nos laboratórios tentam com grafeno e coisas ainda mais exóticas. Caro pra burro, naturalmente, ou seja, faz-se a experiência e funciona mas, na hora da pergunta "tá, mas e quanto custa para alimentar uma cidade?" a resposta é invariavelmente $algada, para não mencionar os problema$ referentes ao que fazer com tanta água comprometida com ácido e metal (e não se pode deixar evaporar, não vai subir só H2O para a atmosfera) e fica ainda pior quando se tenta, como diria a Dilma, "estocar o Sol", que só gera energia por metade do dia, em média. Aliás, sigo sem entender o que há de "verde" num H que é produzido a partir da poluição FORTE de água potável.
Com minha experiência de vida te digo, da maneira que soluções "fáceis e lógicas porque OS CIENTISTAS disseram que sim" são empurradas pelos media cabeça adentro de pessoas bem intencionadas, não vou ficar nem um pouco surpreso se a "solução" de hoje for o PROBLEMÃO de amanhã. Lembremos, se alguém estivesse preocupado com poluição ou aquecimento global há apenas um século, seria a coisa mais fácil do mundo "vender" o petróleo como substituto lógico e racional para o carvão. Deu no que deu...
Com minha experiência de vida te digo, da maneira que soluções "fáceis e lógicas porque OS CIENTISTAS disseram que sim" são empurradas pelos media cabeça adentro de pessoas bem intencionadas, não vou ficar nem um pouco surpreso se a "solução" de hoje for o PROBLEMÃO de amanhã. Lembremos, se alguém estivesse preocupado com poluição ou aquecimento global há apenas um século, seria a coisa mais fácil do mundo "vender" o petróleo como substituto lógico e racional para o carvão. Deu no que deu...
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Re: Noticias de Portugal
Pássaros a adaptarem-se ao novo aeroporto do Montijo.
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