Armas de Fogo e Equipamentos em Geral
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Re: Armas de Fogo e Equipamentos em Geral
Fuzis de treinamento FAL do Brasil
Por Ronaldo Olive, The Firearm Blog, 28 de março de 2017.
Tradução Filipe do A. Monteiro, 30 de dezembro de 2019.
A idéia está longe de ser nova: ter uma pistola de menor calibre para substituir a pistola real para treinamento inicial, de modo que você possa obter reduções substanciais de custos no processo. Simples assim. A fórmula alcançou graus variados de sucesso (ou falta dele) em diferentes países ao longo dos anos e também foi experimentada - ainda que brevemente - no Brasil há trinta anos ou mais.
O Rossi EB-79/FAC
O fuzil de ar comprimido Rossi EB-79/FAC de calibre 4,5mm (.177) foi projetado para se parecer com e manusear como um FAL 7,62x51mm.
O uso de um fuzil de ar comprimido para o treinamento inicial de recrutas parecia atraente o suficiente para um país com orçamentos de defesa muito limitados, pois permitiria o uso de estandes de tiro interno com total segurança e evitaria viagens de tropas que consumiam tempo e combustível para estandes distantes. No Brasil, algumas unidades do Exército já estavam experimentando, no início dos anos 70 - puramente em uma base individual - com fuzis de ar comprimido comerciais padrão para ensinar aos novos recrutas procedimentos básicos de mira e tiro. A idéia então se tornou um interesse oficial, e o DMB - Departamento de Material Bélico - emitiu especificações em 1979 para uma arma de uso padrão desse tipo.
O resultado foi o EB-79/FAC (Fuzil de Ar Comprimido), que foi exaustivamente testado em 1981, entrou em serviço no ano seguinte e foi produzido por algum tempo pela Amadeo Rossi S / A Metalúrgica e Munições em São Leopoldo, RS. Calibrada para pelotas de 4,5mm (.177) e usando uma armação de polímero, foi feito para se parecer com e manusear como um FAL 7,62x51mm, o fuzil padrão do Exército Brasileiro. Ele ainda possuía um carregador fixo, alça de transporte e quebra-chama falso similar. O comprimento total (1100mm) e o peso (4,6kg) eram praticamente os mesmos do fuzil real. Eles estavam em uso limitado por alguns anos, principalmente com os chamados "Tiros de Guerra", unidades de treinamento de recrutamento de meio período em cidades menores, sem unidades maiores do Exército disponíveis.
Curiosamente (mas esperado em um local com tantas restrições de armas de fogo como o Brasil), as vendas deste fuzil de ar no mercado comercial foram proibidas, pois foram classificadas como “ítens de uso militar”!
O IMBEL “Falbina”
Sendo uma fabricante de fuzis FAL estabelecida há muito tempo, a Fábrica de Itajubá da IMBEL não encontrou problemas em lançar uma versão de treinamento dedicada, no calibre .22LR.
Como fabricante licenciada de fuzis FAL de longa data, a IMBEL - Indústria de Material Bélico do Brasil - decidiu fazer uma versão de treinamento .22LR dessa arma no início dos anos 80, sendo o trabalho de responsabilidade de sua Fábrica de Itajubá, no estado de Minas Gerais. Em vez de oferecer um kit de conversão para o fuzil M964 padrão, a designação local do FAL, a empresa optou por fabricar o fuzil no calibre menor. Operando, é claro, por ação convencional de recuo por gases, um carregador de 20 tiros que se encaixa para cima em um falso carregador de FAL não-removível. As alças de manejo eram tanto do tipo maçaneta (lado direito, atrás da janela de ejeção) ou da variante dobrável (lado esquerdo). Também foram encontradas variações no registro de segurança, na frente do guarda-mato (estilo Garand, bloqueando o gatilho quando puxado para trás) ou duplicada daquela da arma original, ou seja, no lado esquerdo, logo acima do gatilho.
Vistas mais próximas de um dos protótipos “Falbina”, com a placa inferior do pequeno carregador de 20 tiros projetando-se levemente do falso carregador de FAL não-removível, e o retém de segurança tipo Garand dentro do guarda-mato. A figura abaixo também mostra o pequeno seletor de tiro destinado ao uso dos instrutores.
Uma característica particularmente incomum era um registro de segurança adicional no lado esquerdo da culatra, destinado a ser usado pelo instrutor: uma das posições travava o mecanismo de disparo após cada tiro, o fuzil disparava novamente somente depois que o instrutor ajustasse a alavanca de acordo, enquanto uma posição alternativa permitia o fogo semi-automático normal. Nenhum modo totalmente automático, presente nos FALs do Exército Brasileiro, estava disponível.
O fuzil de treinamento IMBEL desmontado em primeiro escalão. Observe o ferrolho pequeno e a mola recuperadora para sua operação de recuo por gases, bem como o compartimento do carregador .22LR vindo da culatra.
Alguns protótipos com pequenas variações (formato da alavanca de manejo, segurança aplicada) foram concluídos e avaliados por unidades do Exército para possível adoção, mas o programa não avançou muito. Felizmente, o autor teve a sorte de ter tido chances de disparar o não-oficialmente chamado “Falbina” (uma mistura de FAL e Carabina) na fábrica em 1982 e 1983.
O carregador de 20 tiros em .22LR sendo inserido no falso carregador de FAL fixo. Um exame mais detalhado da foto mostrará que este exemplo do fuzil de treinamento IMBEL, como aquele da imagem anterior, não está equipado com o retém de segurança do gatilho no estilo Garand, e que a alavanca de manejo no lado esquerdo da culatra (lado direito, no fuzil original) é do tipo dobrável.
Autor se divertindo com um “Falbina” na Fábrica de Itajubá no início dos anos 80.
O kit de conversão de percussão lateral da Brasarms
Componentes do kit (de cima para baixo): cano, esqueleto do conjunto do ferrolho, retém de segurança do gatilho e dois carregadores.
A mesma idéia de usar uma arma calibrada em .22LR, para dar aos recrutas instruções iniciais sobre os procedimentos de manuseio e disparo do FAL, surgiu novamente no Brasil em 1985-86, quando uma empresa do Rio de Janeiro, Brasarms Indústria e Comércio Ltda, criou um kit de conversão inteligente para fazer isso. A engenhoca foi criada por Olympio Vieira de Mello Filho, pai da submetralhadora Uru de 9x19mm (pretendo postar um artigo sobre essa controversa SMG em um futuro próximo). Após sua submissão aos testes oficiais de certificação do Exército Brasileiro no Campo de Provas da Marambaia, que incluiu um bem-sucedido programa de testes de precisão, confiabilidade e resistência de 5.000 cartuchos, eu também pude colocar minhas mãos nela para um teste pessoal avaliação.
A vista superior da estrutura leve do ferrolho mostra o percussor com sua mola, bem como a estrutura de suporte da mola recuperadora/haste guia na retaguarda. O mecanismo de segurança do retém do gatilho foi liberado por um golpe do seccionador (embaixo) preso ao ferrolho enquanto se movia para a frente, liberando o cão para disparar. Imagem inferior: a face do ferrolho.
O kit Brasarms consistia em um cano (540 mm de comprimento, 6 raias, torção de RH), conjunto do ferrolho e dois carregadores. A montagem era notavelmente direta, não demorando a alguém (inclusive eu) muito mais que um minuto, depois de algumas tentativas orientadas. Abra o FAL girando a alavanca de desmonte no sentido anti-horário e girando a coronha para baixo. Remova a tampa da culatra, retirando subsequentemente todo o conjunto do ferrolho e de operação de gás (ferrolho, conjunto do ferrolho, mola recuperadora e sua haste guia). Insira o cano reduzido no fuzil até o final, o qual foi recomendado ter sido levemente lubrificado antes. Conecte o seccionador de segurança à unidade do ferrolho e deslize esse conjunto na caixa da culatra. Coloque a tampa da culatra de volta na arma e feche o fuzil novamente.
Instalação do kit em um FAL de coronha fixa: (1) cano de .22LR pronto para ser inserido no cano de 7,62x51mm; (2) insira até o fundo do cano do FAL; (3) o retém de segurança do gatilho (em cima) está preso ao lado esquerdo do esqueleto do ferrolho; (4) conjunto do ferrolho com o seccionador no lugar; (5) conjunto do ferrolho sendo inserido na extremidade traseira da culatra; (6) conjunto do ferrolho no lugar dentro da culatra; (7) a tampa da culatra deslizada de volta na arma, a qual pode ser fechada novamente.
Em vez de usar um suplemento para o carregador padrão do FAL, o kit brasileiro foi fornecido com duas unidades modificadas de fábrica. Uma réplica exata do carregador original, a unidade de treinamento também duplicou a capacidade de 20 tiros e foi adequadamente equilibrada para dar o mesmo peso carregada com munição .22LR como se tivesse um número igual de munição 7,62x51mm: 750 gramas. O preenchimento manual dos carregadores monofilares ficou um pouco difícil (pelo menos nos exemplos em mãos) após o 15º cartucho mais ou menos. O ejetor era integral ao carregador.
Essa vista do carregador do kit mostra claramente um pequeno cartucho .22LR no lábio de alimentação. A capacidade de vinte tiros duplicou àquela do original de 7.62x51mm.
Com o kit totalmente instalado, o fuzil obviamente foi operado por recuo de gases. Para compensar as diferentes características balísticas das munições, a alça de mira do FAL deve ser ajustada na faixa de 400 a 600 metros no modelo de deslizamento padrão ou a 250 metros na mira de abertura do Para-FAL, onde a precisão pode ser dominada com um grau de precisão excelente. Usando alvos de escala reduzida bullseye (1/5 ou 1/10) ou alvos táticos, engajamentos de longo alcance podem ser efetivamente simulados a distâncias tão curtas quanto, digamos, 10 ou 20 metros, para que instalações de treinamento em ambiente interno pudessem ser fácil e economicamente configuradas.
Como era de se esperar, um fuzil de 5kg disparando minúsculos cartuchos .22LR permaneceu firme durante todo o tempo. Sem coices no ombro e explosão da boca, você pode se concentrar em... apenas atingir alvos. Nós (eu e meu filho/fotógrafo Alexander) atiramos principalmente nos alvos táticos reduzidos de 1/10, o que correspondeu aproximadamente a disparos contra alvos do tamanho de homens a 100-200 metros. A precisão era excelente e, além de um ou outro voador, os acertos na zona de matança eram a regra para disparos do ombro. Com o fuzil levemente apoiado, nós poderíamos até “brincar de sniper” e começar a acertar “apenas cabeças”. Considerando que as miras de ferro de combate do FAL não são boas para disparos de precisão, os resultados foram mais do que satisfatórios.
Os fuzis convertidos também dispararam muito bem em cadências taxas de tiro automáticas cíclicas na faixa de 700 tiros por minuto. Como a falta de recuo e subida da boca não era representativa da realidade do FAL em 7,62x51mm, a prática do rock and roll não deve ser considerada realmente instrutiva, mas nos divertiu muito!
Alexander Olive disparando um Para-FAL convertido em fogo automático da cintura e (foto inferior) o pai fazendo o mesmo, com a coronha dobrada. O fuzil de grande calibre seria totalmente incontrolável neste caso.
E havia uma diferença de funcionamento específica entre os fuzis originais e os modificados: o ferrolho do .22LR permaneceu fechado após o último cartucho ser disparado, enquanto no FAL de 7,62x51mm há um pino (montado na caixa da culatra à direita do ejetor) para segurar o ferrolho na posição à retaguarda quando o carregador estiver vazio. Duplicar os diferentes componentes do carregador responsáveis por isso mostrou-se desnecessariamente complicado, então a empresa Brasarms abandonou o recurso. Infelizmente, o interesse local e estrangeiro em um FAL convertido em percussão lateral não foi tão grande quanto o esperado. Então…
Original: https://www.thefirearmblog.com/blog/201 ... es-brazil/
Por Ronaldo Olive, The Firearm Blog, 28 de março de 2017.
Tradução Filipe do A. Monteiro, 30 de dezembro de 2019.
A idéia está longe de ser nova: ter uma pistola de menor calibre para substituir a pistola real para treinamento inicial, de modo que você possa obter reduções substanciais de custos no processo. Simples assim. A fórmula alcançou graus variados de sucesso (ou falta dele) em diferentes países ao longo dos anos e também foi experimentada - ainda que brevemente - no Brasil há trinta anos ou mais.
O Rossi EB-79/FAC
O fuzil de ar comprimido Rossi EB-79/FAC de calibre 4,5mm (.177) foi projetado para se parecer com e manusear como um FAL 7,62x51mm.
O uso de um fuzil de ar comprimido para o treinamento inicial de recrutas parecia atraente o suficiente para um país com orçamentos de defesa muito limitados, pois permitiria o uso de estandes de tiro interno com total segurança e evitaria viagens de tropas que consumiam tempo e combustível para estandes distantes. No Brasil, algumas unidades do Exército já estavam experimentando, no início dos anos 70 - puramente em uma base individual - com fuzis de ar comprimido comerciais padrão para ensinar aos novos recrutas procedimentos básicos de mira e tiro. A idéia então se tornou um interesse oficial, e o DMB - Departamento de Material Bélico - emitiu especificações em 1979 para uma arma de uso padrão desse tipo.
O resultado foi o EB-79/FAC (Fuzil de Ar Comprimido), que foi exaustivamente testado em 1981, entrou em serviço no ano seguinte e foi produzido por algum tempo pela Amadeo Rossi S / A Metalúrgica e Munições em São Leopoldo, RS. Calibrada para pelotas de 4,5mm (.177) e usando uma armação de polímero, foi feito para se parecer com e manusear como um FAL 7,62x51mm, o fuzil padrão do Exército Brasileiro. Ele ainda possuía um carregador fixo, alça de transporte e quebra-chama falso similar. O comprimento total (1100mm) e o peso (4,6kg) eram praticamente os mesmos do fuzil real. Eles estavam em uso limitado por alguns anos, principalmente com os chamados "Tiros de Guerra", unidades de treinamento de recrutamento de meio período em cidades menores, sem unidades maiores do Exército disponíveis.
Curiosamente (mas esperado em um local com tantas restrições de armas de fogo como o Brasil), as vendas deste fuzil de ar no mercado comercial foram proibidas, pois foram classificadas como “ítens de uso militar”!
O IMBEL “Falbina”
Sendo uma fabricante de fuzis FAL estabelecida há muito tempo, a Fábrica de Itajubá da IMBEL não encontrou problemas em lançar uma versão de treinamento dedicada, no calibre .22LR.
Como fabricante licenciada de fuzis FAL de longa data, a IMBEL - Indústria de Material Bélico do Brasil - decidiu fazer uma versão de treinamento .22LR dessa arma no início dos anos 80, sendo o trabalho de responsabilidade de sua Fábrica de Itajubá, no estado de Minas Gerais. Em vez de oferecer um kit de conversão para o fuzil M964 padrão, a designação local do FAL, a empresa optou por fabricar o fuzil no calibre menor. Operando, é claro, por ação convencional de recuo por gases, um carregador de 20 tiros que se encaixa para cima em um falso carregador de FAL não-removível. As alças de manejo eram tanto do tipo maçaneta (lado direito, atrás da janela de ejeção) ou da variante dobrável (lado esquerdo). Também foram encontradas variações no registro de segurança, na frente do guarda-mato (estilo Garand, bloqueando o gatilho quando puxado para trás) ou duplicada daquela da arma original, ou seja, no lado esquerdo, logo acima do gatilho.
Vistas mais próximas de um dos protótipos “Falbina”, com a placa inferior do pequeno carregador de 20 tiros projetando-se levemente do falso carregador de FAL não-removível, e o retém de segurança tipo Garand dentro do guarda-mato. A figura abaixo também mostra o pequeno seletor de tiro destinado ao uso dos instrutores.
Uma característica particularmente incomum era um registro de segurança adicional no lado esquerdo da culatra, destinado a ser usado pelo instrutor: uma das posições travava o mecanismo de disparo após cada tiro, o fuzil disparava novamente somente depois que o instrutor ajustasse a alavanca de acordo, enquanto uma posição alternativa permitia o fogo semi-automático normal. Nenhum modo totalmente automático, presente nos FALs do Exército Brasileiro, estava disponível.
O fuzil de treinamento IMBEL desmontado em primeiro escalão. Observe o ferrolho pequeno e a mola recuperadora para sua operação de recuo por gases, bem como o compartimento do carregador .22LR vindo da culatra.
Alguns protótipos com pequenas variações (formato da alavanca de manejo, segurança aplicada) foram concluídos e avaliados por unidades do Exército para possível adoção, mas o programa não avançou muito. Felizmente, o autor teve a sorte de ter tido chances de disparar o não-oficialmente chamado “Falbina” (uma mistura de FAL e Carabina) na fábrica em 1982 e 1983.
O carregador de 20 tiros em .22LR sendo inserido no falso carregador de FAL fixo. Um exame mais detalhado da foto mostrará que este exemplo do fuzil de treinamento IMBEL, como aquele da imagem anterior, não está equipado com o retém de segurança do gatilho no estilo Garand, e que a alavanca de manejo no lado esquerdo da culatra (lado direito, no fuzil original) é do tipo dobrável.
Autor se divertindo com um “Falbina” na Fábrica de Itajubá no início dos anos 80.
O kit de conversão de percussão lateral da Brasarms
Componentes do kit (de cima para baixo): cano, esqueleto do conjunto do ferrolho, retém de segurança do gatilho e dois carregadores.
A mesma idéia de usar uma arma calibrada em .22LR, para dar aos recrutas instruções iniciais sobre os procedimentos de manuseio e disparo do FAL, surgiu novamente no Brasil em 1985-86, quando uma empresa do Rio de Janeiro, Brasarms Indústria e Comércio Ltda, criou um kit de conversão inteligente para fazer isso. A engenhoca foi criada por Olympio Vieira de Mello Filho, pai da submetralhadora Uru de 9x19mm (pretendo postar um artigo sobre essa controversa SMG em um futuro próximo). Após sua submissão aos testes oficiais de certificação do Exército Brasileiro no Campo de Provas da Marambaia, que incluiu um bem-sucedido programa de testes de precisão, confiabilidade e resistência de 5.000 cartuchos, eu também pude colocar minhas mãos nela para um teste pessoal avaliação.
A vista superior da estrutura leve do ferrolho mostra o percussor com sua mola, bem como a estrutura de suporte da mola recuperadora/haste guia na retaguarda. O mecanismo de segurança do retém do gatilho foi liberado por um golpe do seccionador (embaixo) preso ao ferrolho enquanto se movia para a frente, liberando o cão para disparar. Imagem inferior: a face do ferrolho.
O kit Brasarms consistia em um cano (540 mm de comprimento, 6 raias, torção de RH), conjunto do ferrolho e dois carregadores. A montagem era notavelmente direta, não demorando a alguém (inclusive eu) muito mais que um minuto, depois de algumas tentativas orientadas. Abra o FAL girando a alavanca de desmonte no sentido anti-horário e girando a coronha para baixo. Remova a tampa da culatra, retirando subsequentemente todo o conjunto do ferrolho e de operação de gás (ferrolho, conjunto do ferrolho, mola recuperadora e sua haste guia). Insira o cano reduzido no fuzil até o final, o qual foi recomendado ter sido levemente lubrificado antes. Conecte o seccionador de segurança à unidade do ferrolho e deslize esse conjunto na caixa da culatra. Coloque a tampa da culatra de volta na arma e feche o fuzil novamente.
Instalação do kit em um FAL de coronha fixa: (1) cano de .22LR pronto para ser inserido no cano de 7,62x51mm; (2) insira até o fundo do cano do FAL; (3) o retém de segurança do gatilho (em cima) está preso ao lado esquerdo do esqueleto do ferrolho; (4) conjunto do ferrolho com o seccionador no lugar; (5) conjunto do ferrolho sendo inserido na extremidade traseira da culatra; (6) conjunto do ferrolho no lugar dentro da culatra; (7) a tampa da culatra deslizada de volta na arma, a qual pode ser fechada novamente.
Em vez de usar um suplemento para o carregador padrão do FAL, o kit brasileiro foi fornecido com duas unidades modificadas de fábrica. Uma réplica exata do carregador original, a unidade de treinamento também duplicou a capacidade de 20 tiros e foi adequadamente equilibrada para dar o mesmo peso carregada com munição .22LR como se tivesse um número igual de munição 7,62x51mm: 750 gramas. O preenchimento manual dos carregadores monofilares ficou um pouco difícil (pelo menos nos exemplos em mãos) após o 15º cartucho mais ou menos. O ejetor era integral ao carregador.
Essa vista do carregador do kit mostra claramente um pequeno cartucho .22LR no lábio de alimentação. A capacidade de vinte tiros duplicou àquela do original de 7.62x51mm.
Com o kit totalmente instalado, o fuzil obviamente foi operado por recuo de gases. Para compensar as diferentes características balísticas das munições, a alça de mira do FAL deve ser ajustada na faixa de 400 a 600 metros no modelo de deslizamento padrão ou a 250 metros na mira de abertura do Para-FAL, onde a precisão pode ser dominada com um grau de precisão excelente. Usando alvos de escala reduzida bullseye (1/5 ou 1/10) ou alvos táticos, engajamentos de longo alcance podem ser efetivamente simulados a distâncias tão curtas quanto, digamos, 10 ou 20 metros, para que instalações de treinamento em ambiente interno pudessem ser fácil e economicamente configuradas.
Como era de se esperar, um fuzil de 5kg disparando minúsculos cartuchos .22LR permaneceu firme durante todo o tempo. Sem coices no ombro e explosão da boca, você pode se concentrar em... apenas atingir alvos. Nós (eu e meu filho/fotógrafo Alexander) atiramos principalmente nos alvos táticos reduzidos de 1/10, o que correspondeu aproximadamente a disparos contra alvos do tamanho de homens a 100-200 metros. A precisão era excelente e, além de um ou outro voador, os acertos na zona de matança eram a regra para disparos do ombro. Com o fuzil levemente apoiado, nós poderíamos até “brincar de sniper” e começar a acertar “apenas cabeças”. Considerando que as miras de ferro de combate do FAL não são boas para disparos de precisão, os resultados foram mais do que satisfatórios.
Os fuzis convertidos também dispararam muito bem em cadências taxas de tiro automáticas cíclicas na faixa de 700 tiros por minuto. Como a falta de recuo e subida da boca não era representativa da realidade do FAL em 7,62x51mm, a prática do rock and roll não deve ser considerada realmente instrutiva, mas nos divertiu muito!
Alexander Olive disparando um Para-FAL convertido em fogo automático da cintura e (foto inferior) o pai fazendo o mesmo, com a coronha dobrada. O fuzil de grande calibre seria totalmente incontrolável neste caso.
E havia uma diferença de funcionamento específica entre os fuzis originais e os modificados: o ferrolho do .22LR permaneceu fechado após o último cartucho ser disparado, enquanto no FAL de 7,62x51mm há um pino (montado na caixa da culatra à direita do ejetor) para segurar o ferrolho na posição à retaguarda quando o carregador estiver vazio. Duplicar os diferentes componentes do carregador responsáveis por isso mostrou-se desnecessariamente complicado, então a empresa Brasarms abandonou o recurso. Infelizmente, o interesse local e estrangeiro em um FAL convertido em percussão lateral não foi tão grande quanto o esperado. Então…
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Re: Armas de Fogo e Equipamentos em Geral
Viktor Reznov escreveu: ↑Seg Dez 30, 2019 10:37 pm
Realmente eu achei surpreendente. O compensador Cutts bagunça completamente o manuseio da Thompson, mas já no BAR muda demaise o perfil do recuo da arma. Agora imagina só você ter que chegar ao ponto de precisar esvaziar um carregador de um Colt Monitor num carro de uma turma de assaltantes de banco? Lá se vão 40% da audição em cada ouvido.
Na verdade o Cutts não funcionava na Thompson não por ser ruim mas por causa da interação arma-munição: o cano era muito longo e o .45 ACP foi projetado como munição subsônica de baixa pressão, ou seja, quando o projétil finalmente passava por ele os gases já não tinham força nem velocidade para compensar o muzzle e, além disso, munição de pistola não dá grande recuo, ainda mais em uma arma de uns 5 kg ou mais. Na que mostraste o compensador (outro modelo) funciona bem porque ali temos 7,62 x 63 (.30/06), que combina projétil pesado com alto supersônico num cano longo, como ambos sabemos. Aliás, a única coisa que faltou no filme que mostraste foi O SOM! PUTZ, já postei filme meu aqui atirando de .40 e a arma fazia muito mais barulho, cheguei a pensar "mas isso é compensador ou SUPRESSOR?"
Aliás, não sei com o que gravaram o filme, aqui temos eu com o AK-103 e um cupincha com uma Sony comum. Foi minha primeira sequência de dez tiros do treinamento com a arma (ouve-se quando a arma para de atirar, fico meio perdido e o Instrutor percebe e fala "diez" ) e dá para ver que faz muito mais barulho...
Aliás, não sei com o que gravaram o filme, aqui temos eu com o AK-103 e um cupincha com uma Sony comum. Foi minha primeira sequência de dez tiros do treinamento com a arma (ouve-se quando a arma para de atirar, fico meio perdido e o Instrutor percebe e fala "diez" ) e dá para ver que faz muito mais barulho...
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P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: Armas de Fogo e Equipamentos em Geral
Agora fiquei (ainda) mais parvo! Então eles estão a armar as Forças Armadas com HK416/417 e agora vão comprar SCAR para os Snipers?!FN Herstal from Belgium to deliver SCAR-H PR Precision Rifles 7.62 mm caliber to French Army
Posted On Saturday, 28 December 2019 18:02
Belgian Company FN Herstal has confirmed its selection to supply FN SCAR®-H PR precision rifle in 7.62x51 mm NATO caliber with fixed buttstock to the French Army in conjunction with the FPSA (Fusils de précision semi-automatique - Semi-Automatic Precision Rifle) program in France.
The FN Herstal FN SCAR®-H PR precision rifle in 7.62x51 mm NATO caliber will replace the old FR-F2 in service with the French army since 1986.
The FN SCAR®-H PR precision rifle for the French Army will be delivered with Schmidt & Bender optics, sound suppressor, bipod, carrying bag and sets of accessories.
The contract for the FPSA program will also include the acquisition of 2,600 Semi-Automatic Precision rifles, 1,800 IL riflescopes, 1,000 thermal imaging systems and 6.3 million of 7.62×51 mm ammunitions. The Belgian company OIP Sensor Systems will supply the night vision optics.
The FPSA program was launched by the French army to replace the old FR-F2, currently, the standard sniper rifle of the French military since 1986. The FR-F2 is an upgrade from the earlier FR F1 sniper rifle. It was manufactured by MAS (an abbreviation of Manufacture d'armes de Saint-Étienne - one of several government-owned arms factories in France).
The FR F2 is a bolt action rifle, chambered for the 7.62x51 mm (.308) ammunition. It is worth mentioning that the previous FR F1 was chambered for 7.5x54 mm ammunition.
The semi-auto or semi-auto/full auto 7.62x51mm (.308) FN SCAR-H TPR precision rifle with its heavy floating barrel and match grade trigger provides rapid shots on target even at long range. The long one-piece integrated top rail allows day and night optics to be fitted inline. A choice of buttstock options allows the rifle to be adapted to the user’s needs: a foldable buttstock (FN SCAR-H PR model) or fixed sniper-type buttstock (FN SCAR-H TPR model).
The FN SCAR-H PR precision rifle is derived from the FN SCAR assault rifle. The commonality of training and components throughout the FN SCAR family significantly simplifies and reduces costs for, operator training and maintenance. As for the standard SCAR assault rifle, the FN SCAR-H PR is a gas-operated (short-stroke gas piston) with a rotating bolt.
The FN SCAR®-H PR incorporates features seldom found in a semi-auto or full-auto precision rifle. This rifle retains the same performances as an assault rifle at shorter ranges. The top of the receiver is fitted with a long one-piece top rail that allows in-line mounting of telescopic sight and night vision optics or night and day scopes. It can be fitted with two types of barrel length including a 406.4mm (16") or 508mm (20"). It has foldable buttstock, adjustable in length and height.
The FN SCAR®-H PR uses 20 rounds magazine and has a weight of 4,5 kg maximum and a maximum length of 1,071 mm. The mechanical precision sights have range setting up to a distance of 600 m.
http://www.thefifthcolumn.xyz/Forum/vie ... =36&page=3
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Re: Armas de Fogo e Equipamentos em Geral
Talvez eles achem que o SCAR H MK20, seja mais preciso que os 417, G28 e M110A1 da HK
Kept you waiting, huh?
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Re: Armas de Fogo e Equipamentos em Geral
Japan’s Defense Force Selects Howa 5.56 and HK SFP9 For New Rifle & Pistol
Howa 5.56
SFD9
Fonte: https://www.thefirearmblog.com/blog/201 ... le-pistol/
Howa 5.56
SFD9
Fonte: https://www.thefirearmblog.com/blog/201 ... le-pistol/
- gabriel219
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Re: Armas de Fogo e Equipamentos em Geral
Era o que eu iria falar, me parece ter dedo da HK no projeto.
Essa SFD9 é muito elogiada lá fora, não sei porque pouca gente adotou.
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Editado pela última vez por gabriel219 em Sáb Jan 04, 2020 2:33 pm, em um total de 1 vez.
- Ckrauslo
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Re: Armas de Fogo e Equipamentos em Geral
Só acho meio tenso a escolha da VP9 como pistola, ela tem um histórico de falhar miseravelmente quando exposta a coisas como: terra, lama, água e areia.
Para civis em defesa pessoal, dificilmente importa.
Para uma instituição de guerra, importa bastante.
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- gabriel219
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Re: Armas de Fogo e Equipamentos em Geral
A SFD é a evolução da VP e por onde eu olhava, só elogios. O problema é o preço dela.
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Re: Armas de Fogo e Equipamentos em Geral
Pois é, eu vi um dos testes, aquele feito pelo Tim Harmsen do Military Arms Channel. Foi só molhar e a arma emperrou completamente.
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Re: Armas de Fogo e Equipamentos em Geral
Viktor Reznov escreveu: ↑Sáb Jan 04, 2020 5:34 pmPois é, eu vi um dos testes, aquele feito pelo Tim Harmsen do Military Arms Channel. Foi só molhar e a arma emperrou completamente.
Só pra variar fiquei curioso, dei uma pesquisada e me parece que é o abaixo, cupinchas:
Convenhamos, os testes são BEM radicais e, como o próprio Operador menciona, em condições quase impossíveis de acontecerem no mundo real.
Convenhamos, os testes são BEM radicais e, como o próprio Operador menciona, em condições quase impossíveis de acontecerem no mundo real.
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Re: Armas de Fogo e Equipamentos em Geral
E a mesma arma, SFP só significa striker fired pistol e é o nome europeu da arma.gabriel219 escreveu: ↑Sáb Jan 04, 2020 2:33 pm A SFD é a evolução da VP e por onde eu olhava, só elogios. O problema é o preço dela.
As variações vem depois.
A SFP tem as seguintes variações:
• SF
• TR
• OR
• SD
• SK
• M
• L
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Re: Armas de Fogo e Equipamentos em Geral
Condições quase impossíveis para um CCW (civil que permissão de porte velado).Túlio escreveu: ↑Sáb Jan 04, 2020 7:34 pmViktor Reznov escreveu: ↑Sáb Jan 04, 2020 5:34 pm
Pois é, eu vi um dos testes, aquele feito pelo Tim Harmsen do Military Arms Channel. Foi só molhar e a arma emperrou completamente.Só pra variar fiquei curioso, dei uma pesquisada e me parece que é o abaixo, cupinchas:
Convenhamos, os testes são BEM radicais e, como o próprio Operador menciona, em condições quase impossíveis de acontecerem no mundo real.
Na verdade é um método um pouco menos refinado dos testes que a maioria das forças armadas faz para homologar um armamento.
Essas são intempéries que um militar em terreno não urbano, pode estar exposto a todo momento.
Por exemplo em patrulhas na Amazônia.
Você tem que manter o seu fuzil acima da cabeça para não molhar-lo.
Mas pode ser que em algum momento tenha de fazer-lo.
Se sua arma não disparar por conta disso, no meio de uma escaramuça na selva.
Tu estás morto.
Numa ação ribeirinha, pode ter de se jogar no chão no meio da areia da "praia" com a correria, terra voando para os lados, pode ficar no armamento.
São coisas que podem não ser possíveis de evitar em uma situação de combate militar em terreno rural.
Com pistola pior ainda é uma arma de emergência.
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