gabriel219 escreveu: ↑Qui Dez 19, 2019 3:44 pm
Creio que a TORC foi o EB pensando em possuir uma torre nacional para substituir a UT-30BR, porém não tem grana para adquirir nem a UT-30BR, tanto que parou nas 14 unidades encomendadas, até onde sei. Função doutrinária? Na minha opinião caberia bem como AAe, ApFg no Plt Ap Fg - VBTP com canhão 30 mm Mk44/XM813 seriam orgânicos dos Plt Fz Mec, na minha opinião, ao menos um por Plt, ideal sendo dois - e como Rec orgânico no Plt Expl. Não é muito difícil pensar nisso.
Mas não é a questão de pressa, Flávio, mas sim "por que atrasar?", pois caso haja verba, não há o porque postergar, ainda mais a adoção de um calibre como esse. Pega grana investida nos M113, estaríamos operando Marder há muito tempo. Foram mais de USD 116 milhões, é muita grana.
Nós como foristas podemos imaginar ou sugerir empecilhos, mas no ponto de vista do EB eu não os encontro. Falando do ponto de vista técnico, é claro.
Bem, eu até agora não entendi ainda porquê o EB ainda não colocou uma simples Remax nos M-113, apesar de a Ares já ter demonstrado a viabilidade. Falta de grana? Pode ser, mas isso não explica tudo.
Da mesma forma a TORC 30, que pelo tempo que já está aí, ao menos um protótipo já era para estar sendo testado.
Várias vezes vi marketing da empresa dizendo que o EB iria dispor um Guarani para colocar a torre, e nada até hoje. Falta de veículos é que não é. Tem, ou teria, mais de 50 deles na Iveco esperando ser pagos para entrar nas fileiras. Qual o problema então de pegar um que já esteja aí funcionando e dar para a empresas fazer o trabalho de integração a sua própria custas? Nada até onde sei. O CFN fez isso com um SK-105 e uma empresa nacional. Funcionou. Na hora de ver o que poderia ser feito com o resto da frota e o pessoal meteu na mão no bolso, é que os problemas apareceram. Ficou só no demonstrador.
Acho que a mesma coisa aconteceu com a TORC 30, só que dessa vez nem o protótipo deu sorte de ficar pronto. E mesmo que ficasse, ia colocar ele onde, já que o EB não se dispõs a ceder nenhum bldo?
No projeto da família Guarani nestes últimos tempos tem se falado em uma VBE AAe. Presumo que aquela torre da Ares com o canhão alemão seja a base para qualquer tipo de investimento neste campo, dado que a mesma pode receber mais de um tipo de sistema de mísseis, conforme a empresa alega. Temos os mísseis, temos a torre, o radar, e sistemas C4I nacionais que podem prover solução para mais este membro da família. A questão é: temos recursos para prover o desenvolvimento de tal modelo? Se uma TORC 30 básica já deve estar saindo os olhos da cara montada no Guarani, imagina o quanto que não vai custar uma versão específica dela. Já ofereceram ela até em versão VBR adicionando mísseis AC e sistemas de apoio para reconhecimento. Novamente o EB olhou de lado. Não ficaria triste se esta torre pudesse ser utilizada em um Guarani 6x6 com um canhão de 50 ou 57 mm na função no lugar dos Cascavel. Mas o EB aparentemente não aceita nada que não seja 105 ou 120 para uma VBR, e ainda por cima 8x8. Bem, não conseguem sequer desenvolver as VBE 6x6 mas teimam e batem pé num troço muito mais caro e mais complexo do que eles tem, e qua ainda precisa de vários ajustes.
Enfim, recebemos as UT-30 e até hoje o EB parece não saber o que fazer com elas em termos operacionais e funcionais. E se ainda não sabem, é porque nunca tiveram algo parecido, e os referenciais teóricos e a experiência alheia até aqui não serviram para muita coisa. Assim fica difícil.
Aliás, para mim, ao menos está claro desde o começo dessa conversa de VBR, VBCI, VBTP e VBE do projeto Guarani que sem uma uma visão pragmática da realidade, esse projeto tende a ficar sendo enrolado até chegar um momento em que todo o dinheiro posto nele terá sido em vão, dado que os atrasos constantes no seu desenvolvimento farão com que ele torne mais um elefante branco dentre os muitos que já tivemos na defesa, e sem nunca atingir seu fim.
Por mim, diante de tantos atrasos e limitações orçamentárias impositivas ano após ano, vários tipos de VBE previstas poderiam ser simplesmente substituídas pelos Tectran/Tatra 4x4 do Astros. A Avibrás faria isso com uma mão nas costas, e ainda ajudaria a garantir emprego, renda e impostos aqui mesmo. Além de prover uma logística mais simples e de menor custo que a base do Guarani nas bdas inf mec, e posteriomente nas bdas cav mec.
Da mesma forma as VBR. Sempre fui a favor de uma solução simples. A CMI está aqui há décadas. Temos uma relação com a empresa extensa e provada. Era só colocar uma torre com can 90mm no Guarani 6x6 e pronto. Começa do básico e substitui o Cascavel nas bgdas inf mec, e no médio e longo prazo, passa-se a uma VBTP 8x8 e depois a VBR, aí sim com can 105 ou 120. Simples assim e tudo com a mesma torre para as bdas cav mec e blda. Mas não, tinham que escolher o caminho mais complicado e difícil, em todos os sentidos. Resultado é que não temos nada e os EE-9 continuam aí agora até com projeto de modernização...
Hoje as alternativas de torres e canhões é vasta, e diversificada. Há múltiplas formas de equipar de forma razoável e simples as OM mec e bldas e suas U e Sub U. Temos de 20 a 57 mm em termos de calibres. Para não falar dos muitos tipos de mísseis AC que há por aí.
Mas nada disso parece impressionar o EB e seu longevo apego ao mínimo básico necessário.
abs