Armas de Fogo e Equipamentos em Geral

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Re: Armas de Fogo e Equipamentos em Geral

#4111 Mensagem por FilipeREP » Ter Nov 19, 2019 7:57 pm

cabeça de martelo escreveu: Ter Nov 19, 2019 8:15 am
FilipeREP escreveu: Seg Nov 18, 2019 10:06 pm Por Jean Huon, extrato do livro “Le FAMAS et son histoire”, 2010.
Tradução Filipe do A. Monteiro, 30 de outubro de 2019.

Em Angola, o guarda do presidente da UNITA, Jonas Savimbi, estava equipado com o FAMAS, apesar da França nunca vender neste país!
A Unita tinha armamento de meio mundo...

A actual Guarda presidencial do Presidente Angolano também usa uma Bullpup, apesar de no video ainda terem as Galil. :wink:



Imagem
Brigada de Forças Especiais (BRIFE)
Este bullpup dos angolanos é o Micro Tavor X95 israelense, intercambiáveis em calibre 5,56mm e 9mm.




Eu gostaria muito de ver fotos da guarda pessoal de Savimbi usando o FAMAS. Se alguém tiver, por favor, poste aqui. Será muito apreciado.

Os tunisianos compraram os fuzis Steyr AUG, bullpups austríacos. Estes fuzis, projetados para o clima europeu central, não funcionaram bem no clima desértico tunisiano. Isto levou à criação de um sistema de adaptação ao calor para o AUG.

Que eu saiba, apenas os comandos do GIP (Groupe d'Intervention Présidentiel) conseguiram adquirir alguns fuzis FAMAS.

Imagem
Operador GIP.




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Re: Armas de Fogo e Equipamentos em Geral

#4112 Mensagem por FilipeREP » Qui Nov 21, 2019 4:41 pm

Imagem

Mercenários franceses (os tais "contractors") armados de fuzis FAMAS F1 posando ao lado de comandos iraquianos da 1ª Brigada de Operações Especiais, "Brigada Dourada", no Iraque, em 2007.




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Re: Armas de Fogo e Equipamentos em Geral

#4113 Mensagem por FilipeREP » Qui Nov 21, 2019 5:03 pm

Calibre 7,62mm versus 5,56mm

Por Miguel Machado, Operacional, 20 de setembro de 2012.

Texto: http://www.operacional.pt/calibre-762mm-versus-556mm/

O debate sobre o tema que aqui trazemos está na ordem do dia em diversos países e também por cá. No meio militar a questão não é pacifica. Aquilo que parecia uma verdade adquirida – o uso do calibre 5,56mm – veio a ser posta em causa sobretudo com a experiência do Afeganistão – mostrando que o calibre 7,62mm não morreu. Como em muitas coisas nesta vida deve-se contudo ter cuidado com as verdades absolutas. Nada melhor do falar com quem sabe e tentar ir além das generalidades e ideias feitas.

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Editado pela última vez por FilipeREP em Sáb Nov 23, 2019 5:44 pm, em um total de 1 vez.
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Re: Armas de Fogo e Equipamentos em Geral

#4114 Mensagem por Túlio » Qui Nov 21, 2019 5:19 pm

FilipeREP escreveu: Qui Nov 21, 2019 5:03 pm Calibre 7,62mm versus 5,56mm

Por Miguel Machado, Operacional, 20 de setembro de 2012.

Texto: http://www.operacional.pt/calibre-762mm-versus-556mm/

O debate sobre o tema que aqui trazemos está na ordem do dia em diversos países e também por cá. No meio militar a questão não é pacifica. Aquilo que parecia uma verdade adquirida – o uso do calibre 5,56mm – veio a ser posta em causa sobretudo com a experiência do Afeganistão – mostrando que o calibre 7,62mm não morreu. Como em muitas coisas nesta vida deve-se contudo ter cuidado com as verdades absolutas. Nada melhor do falar com quem sabe e tentar ir além das generalidades e ideias feitas.

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O concurso para comprar a "nova arma ligeira" que deveria equipar as Forças Armadas Portuguesas foi cancelado (19JUL2012). Será no entanto que pequenos lotes de armas novas podem ser adquiridos para finalidades pontuais, por exemplo, missões exteriores? Na foto a Unidade de Protecção da Força da Força Aérea com uma HK-417 em avaliação.
Caro amigo Filipe, lembro-te que o DB existe desde 2003 e temos Foristas Portugueses também, praticamente desde o começo. É natural imaginar que textos de vários anos atrás tenham sido objeto de nossa atenção e que temas como 7,62 x 5,56 já tenham sido debatidos à exaustão. Aliás, os tugas já escolheram suas novas armas e calibres. 8-]




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Re: Armas de Fogo e Equipamentos em Geral

#4115 Mensagem por FilipeREP » Qui Nov 21, 2019 5:41 pm

Túlio escreveu: Qui Nov 21, 2019 5:19 pm
FilipeREP escreveu: Qui Nov 21, 2019 5:03 pm Calibre 7,62mm versus 5,56mm

Por Miguel Machado, Operacional, 20 de setembro de 2012.

Texto: http://www.operacional.pt/calibre-762mm-versus-556mm/

O debate sobre o tema que aqui trazemos está na ordem do dia em diversos países e também por cá. No meio militar a questão não é pacifica. Aquilo que parecia uma verdade adquirida – o uso do calibre 5,56mm – veio a ser posta em causa sobretudo com a experiência do Afeganistão – mostrando que o calibre 7,62mm não morreu. Como em muitas coisas nesta vida deve-se contudo ter cuidado com as verdades absolutas. Nada melhor do falar com quem sabe e tentar ir além das generalidades e ideias feitas.

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O concurso para comprar a "nova arma ligeira" que deveria equipar as Forças Armadas Portuguesas foi cancelado (19JUL2012). Será no entanto que pequenos lotes de armas novas podem ser adquiridos para finalidades pontuais, por exemplo, missões exteriores? Na foto a Unidade de Protecção da Força da Força Aérea com uma HK-417 em avaliação.
Caro amigo Filipe, lembro-te que o DB existe desde 2003 e temos Foristas Portugueses também, praticamente desde o começo. É natural imaginar que textos de vários anos atrás tenham sido objeto de nossa atenção e que temas como 7,62 x 5,56 já tenham sido debatidos à exaustão. Aliás, os tugas já escolheram suas novas armas e calibres. 8-]
"À exaustão" é um verdadeiro exemplo de exagero. Ainda mais com a crônica ignorância sobre armamento que o público brasileiro, em sua esmagadora maioria, demonstra - e de forma tão dolorosa. Nunca é demais ler e estudar.




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Re: Armas de Fogo e Equipamentos em Geral

#4116 Mensagem por Túlio » Qui Nov 21, 2019 5:58 pm

FilipeREP escreveu: Qui Nov 21, 2019 5:41 pm

"À exaustão" é um verdadeiro exemplo de exagero. Ainda mais com a crônica ignorância sobre armamento que o público brasileiro, em sua esmagadora maioria, demonstra - e de forma tão dolorosa. Nunca é demais ler e estudar.
A meu ver isso vale para todos. Por exemplo, ler o Fórum para saber onde e o que postar está incluído em tua assertiva. Aliás, sabias que temos não um mas DOIS tópicos sobre um Fuzil para o EB muito anteriores ao IA-2? Que temos também um tópico chamado "Notícias do Exército Português" no qual há abundantes informações sobre o armamento escolhido, prestadas por um ex-PQDT de lá? Ou que neste Fórum foi publicada (por mim, aliás) a primeira foto da arma da Imbel desmontada em toda a www? As coisas não são tão lineares assim, tipo "cheguei, aprendam comigo"...




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Re: Armas de Fogo e Equipamentos em Geral

#4117 Mensagem por gabriel219 » Qui Nov 21, 2019 8:00 pm

Esqueçam essa briga de 5.56 mm e 7.62 mm NATO, abracem o 6.5 x 40 mm.

Na minha opinião, o melhor calibre intermediário, melhor até que o 6.8 x 43 mm SPC.




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Re: Armas de Fogo e Equipamentos em Geral

#4118 Mensagem por Túlio » Qui Nov 21, 2019 8:53 pm

gabriel219 escreveu: Qui Nov 21, 2019 8:00 pm Esqueçam essa briga de 5.56 mm e 7.62 mm NATO, abracem o 6.5 x 40 mm.

Na minha opinião, o melhor calibre intermediário, melhor até que o 6.8 x 43 mm SPC.
Isso já tá resolvido faz séculos, Gabriel véio... :lol: :lol: :lol: :lol:

Claro, mudo de opinião no dia em que mandarem um Caçador (Sniper) pegar um alvo a 1.000 yds com um Fz 5,56 x 45 de ferrolho manual ou botarem uma Mtr neste calibre como coaxial em um MBT, ou ainda quando for considerado que o 7,62 x 51 é uma boa escolha para combates como aqueles dos Marines nas ruas estreitas do Iraque ou Afeganistão, onde a distância máxima de tiro era umas 30 yds ou ainda em recintos fechados (imagines o ricochete numa parede de pedra); como dizia o outro, cada um no seu quadrado e se não me engano já te vi defendendo vigorosamente mais de um calibre no GC... :twisted: :twisted: :twisted: :twisted:

PS.: já falei muitas vezes, para distâncias mais curtas sempre vou achar o 7,62 x 39 mais FODÃO mas o 5,56 mais "doce" de atirar (um eu treinei com AK-103, o outro com uma cópia da M-4 feita pela Bushmaster, ambos na GR do UY).




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Re: Armas de Fogo e Equipamentos em Geral

#4119 Mensagem por Ckrauslo » Qui Nov 21, 2019 9:43 pm

Eu defendo, cupincha....
Acho que deveria se ter uma mescla de 5,56 e 7,62...
O 556 é bom para determinadas funções, o 7,62 é bom para outras, acho que dificilmente vamos achar um calibre que seja bom em tudo.
Por isso acho que a ideia de apenas um calibre e uma unica plataforma, um tanto insana, ainda mais com a crescente assimetria do combate armado atual.
abraço.




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Re: Armas de Fogo e Equipamentos em Geral

#4120 Mensagem por gabriel219 » Qui Nov 21, 2019 9:51 pm

A vantagem do 6.5 x 40 mm é que o mesmo projétil pode ser utilizado num outro cartucho, de 49 mm, para Mtr Empr Gr e Fz Precisão SA, no caso mais conhecido como 6.5 mm Creedmoor. Sua balística é comparável ao .300Win Magnum até 1200 metros, que é o suficiente para apoiar um Pelotão como um todo, nos GC de Ap Fg e numa Fração vinculada à Sç de Cmd para Expl.

Mais sobre o 6.5 mm Warrior Magnum: https://www.thefirearmblog.com/blog/201 ... -6-5-40mm/
Imagem
Mas usaríamos duas munições diferentes? Não exatamente, já que a parte diferente seria a mais "barata da munição", que é o cartucho e mais propelente. O projétil seria o mesmo, em 3 versões:

:arrow: Polymer Tip (120 grains), para combates em curta distância e/ou contra alvos não blindados (insurgentes, milicianos, traficantes);

:arrow: Open Tip Match (130 grains), munição intermediária, para alvos semi-blindados ou através de barreiras menos duras; e

:arrow: Steel Arrow Tip (144 grains), munição para ser utilizada contra alvos blindados ou atrás de barreiras mais duras.

Tem pressão praticamente idêntica ao 6.8 mm SPC, sendo superior ao 5.56 mm e inferior ao 7.62 NATO. Com um conjunto de molas boa, culatra extendida como do ACR e um bom híbrido de muzzle brake e flash hider, como o EFAB ou BCF, dá pra fazer ter um recuo semelhante ao 5.56 mm, porém ainda maior.

O 6.5 mm Grandel já possui coeficiente balístico melhor que o 5.56 mm, 7.62 mm NATO e até mesmo ao 6.8 mm SPC, já o 6.5 x 40 mm, proposto pelo Mitch Shoffner e apelidado de 6.5 mm Warrior Magnum, tem coeficiente balístico ainda superior, ideal para Fz Ass (15"), Fz Mtr (15") e Fz DMR (16,5").

Para Fz Pr de ação de ferrolho de um proposto Plt Cç e Mtr para Plt Ap Fg, o .338 LM e NM poderiam ser adotados (CADEX e Sig Sauer, respectivamente?).

Na época que defendi o 5.56 mm e o 7.62 mm no mesmo GC, fui me baseando através da experiência dos Britânicos e dos Australianos, bem como da US Army, até eu conhecer o 6.5 mm Warrior Magnum.

Tá ai um IA3, desenvolvido em conjunto com a KAC :twisted: :twisted:




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Re: Armas de Fogo e Equipamentos em Geral

#4121 Mensagem por gabriel219 » Sex Nov 22, 2019 12:09 pm

https://www.instagram.com/p/B5K-_PFDWB- ... dqfu6h97tx

Esse camuflado é muito bonito.

Apesar de não ser da marca, cada vez mais vejo Forças Especiais da SegPub utilizando os coturnos da LALO. Já já eles montam uma fábrica aqui.




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Re: Armas de Fogo e Equipamentos em Geral

#4122 Mensagem por cabeça de martelo » Sex Nov 22, 2019 1:23 pm

FilipeREP escreveu: Qui Nov 21, 2019 5:03 pm Calibre 7,62mm versus 5,56mm

Por Miguel Machado, Operacional, 20 de setembro de 2012.

Texto: http://www.operacional.pt/calibre-762mm-versus-556mm/

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O resultado final foi este:

https://assets.exercito.pt/SiteAssets/G ... %A1vel.pdf

http://warriors.pt/galerias/novas-armas ... portugues/




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
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Re: Armas de Fogo e Equipamentos em Geral

#4123 Mensagem por FilipeREP » Sex Nov 22, 2019 2:01 pm

Túlio escreveu: Qui Nov 21, 2019 5:58 pm
FilipeREP escreveu: Qui Nov 21, 2019 5:41 pm

"À exaustão" é um verdadeiro exemplo de exagero. Ainda mais com a crônica ignorância sobre armamento que o público brasileiro, em sua esmagadora maioria, demonstra - e de forma tão dolorosa. Nunca é demais ler e estudar.
A meu ver isso vale para todos. Por exemplo, ler o Fórum para saber onde e o que postar está incluído em tua assertiva. Aliás, sabias que temos não um mas DOIS tópicos sobre um Fuzil para o EB muito anteriores ao IA-2? Que temos também um tópico chamado "Notícias do Exército Português" no qual há abundantes informações sobre o armamento escolhido, prestadas por um ex-PQDT de lá? Ou que neste Fórum foi publicada (por mim, aliás) a primeira foto da arma da Imbel desmontada em toda a www? As coisas não são tão lineares assim, tipo "cheguei, aprendam comigo"...
Dado que a sua resposta não tem qualquer relação sequer com a minha primeira postagem, e muito menos com a segunda, eu só posso dizer que ela foi no mínimo Freudiana. Mas esse é o risco de discutir tudo baseado em notícia de jornal, vivendo de manchete em manchete, como é o triste caso do universo brasileiro de "militaria"; onde não existe um verdadeiro estudo sobre militaria - apenas discussões inócuas sobre aquisição de material militar baseados na última manchete do último segundo. Dito isto, o resumo da minha resposta é: o que tem o cu a ver com as calças?




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Re: Armas de Fogo e Equipamentos em Geral

#4124 Mensagem por Túlio » Sex Nov 22, 2019 2:17 pm

Mas vai durar para sempre essa ladainha, caro @FilipeREP? Te apresentas como "ex-militar" mas não vi uma só linha ou parágrafo onde descrevas alguma experiência, opinião ou impressão profissional tua, é só texto (muitas vezes antigo pra caramba e já debatido à exaustão, repito) pronto e de terceiros, não vi um só que fosse teu. E essa tua atitude de superioridade sobre quem não conheces (e nem pareces interessado em conhecer) já está ficando enjoativa, e não sou só eu a pensar assim.

De qualquer forma, este OT já deu. Se queres continuar de mimimi uses MP e respondo, aqui o assunto é armas leves e equipamentos associados. Qualquer dúvida sobre OT, leias o Regulamento.

Não haverá novo aviso.


PS.: minhas sentidas desculpas aos Colegas por isso, mas não se repetirá. :oops: :oops: :oops: :oops:




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Considerações sobre o calibre 5,56mm: As tropas americanas estão sob risco?

#4125 Mensagem por FilipeREP » Sex Nov 22, 2019 2:22 pm

Por Seth R. Nadel, Guns Magazine, 2003.
Tradução Filipe do A. Monteiro, Setembro de 2019.

Imagem

...as tropas querem uma munição que derrube o inimigo com um único tiro... a munição padrão atual de 5,56mm... está se mostrando lamentavelmente inadequada como uma paradora de homens...

Essas palavras, em um relatório desclassificado das tropas envolvidas na Operação Anaconda, provocaram uma reavaliação há muito esperada do cartucho de 5,56x45mm - a munição de serviços dos EUA nos últimos 30 anos. Por várias razões, ressurgiram as mesmas questões e preocupações originalmente levantadas durante a era do Vietnã sobre o poder de parada de nossa munição atual. O livro Black Hawk Down (Falcão Negro em Perigo, 1999) contém várias referências ao fracasso da munição 5,56mm em "derrubar" o inimigo no chão. Pesquisas adicionais revelam referências semelhantes do Panamá e Granada. Comparativamente, pouco uso foi feito de armas portáteis durante as operações da Tempestade no Deserto, e, portanto, existem poucos relatórios desse tipo em domínio público. Mas as operações atuais no Afeganistão estão produzindo uma nova lista dos mesmos velhos problemas.

Nossas tropas estão acertando tiros, em muitos casos, múltiplos tiros no centro da massa do tronco, mas os bandidos não estão caindo. Em uma situação de combate, poucas coisas são certas, mas a incapacidade de deter um adversário determinado com um tiro bem centrado quase certamente causará baixas americanas. Perdemos tropas no Afeganistão devido a esse fracasso? Ninguém ainda vai dizer.

Início controverso

Os primeiros relatórios sobre a eficácia em combate do cartucho 5,56mm surgiram de experiências no Vietnã no início dos anos 60. Pequenas quantidades do novo XM15 foram enviadas ao Vietnã para dotação dos conselheiros americanos. A resistência à adoção de uma munição de serviço de calibre .22 foi difícil de sustentar diante desses relatos iniciais. Edward C. Ezell, em seu livro The Great Rifle Controversy (A Grande Controvérsia do Fuzil, 1984, sem tradução e tratando do M16), registra um relatório pós-ação:

“Em 16 de junho de 1962, um pelotão da 340 Companhia Ranger [sul-vietnamita]... entrou em contato com três vietcongues armados na selva densamente arborizada. A uma distância de aproximadamente 15 metros, um Ranger disparou um AR-15 em fogo automático, atingindo um vietcongue com três tiros na primeira rajada. Um tiro na cabeça a arrancou completamente. Outro no braço direito também o arrancou completamente. Um tiro o atingiu no lado direito, causando um buraco de cerca de cinco polegadas de diâmetro... pode-se presumir que qualquer um dos três ferimentos teria causado a morte.”

A experiência de combate subsequente descobriu que os M16 mais recentes - quando funcionavam - não causavam os grandes ferimentos traumáticas como nas versões iniciais. Isso causou uma perda de confiança na arma que foi exacerbada por problemas funcionais iniciais. Assim, quando as tropas tinham fuzis que funcionavam, a munição nem sempre parava o inimigo. Pesquisas descobriram o porquê.

O exato primeiro lote de XM15 enviado ao Vietnã para teste usou canos com um passo do raiamento de 1:14 polegadas. Posteriormente, a taxa do passo do raiamento foi alterada para 1:12 polegadas. Dois fatores motivaram essa mudança. O primeiro foram os estudos balísticos que mostraram que o passo do raiamento de 1:14 polegadas levou a uma estabilidade extremamente ruim das balas sob condições árticas. O outro fator motivador era muito mais poderoso e menos fundamentado no uso realista do fuzil em combate.

Imagem
Soldado norte americano no campo de batalha da guerra do Vietnã com com sua "nova" arma. O M16 dos lotes originais apresentou diversas falhas de confiabilidade, assim como sua munição. (Cena do filme Casaulties of War, 1989)

Motivação errada?

Os instrutores de tiro ao alvo do exército e atiradores competitivos, freqüentemente as mesmas pessoas, sabiam que o novo fuzil era impreciso a longas distâncias porque as balas eram marginalmente estabilizadas pela lenta taxa do passo do raiamento de 1:14 polegadas. Eles se esforçaram para obter uma taxa mais rápida do passo do raiamento para melhorar a precisão.

Continuamos a cair na armadilha de permitir que atiradores de competição, cursos de tiro projetados no século XIX, tenham um impacto considerável em nossas armas e munições projetadas para o século XXI. A mudança para um passo de 1:12 polegadas tornou as balas de 55 grãos mais estáveis, mas também reduziu a letalidade da munição. Embora a taxa original do passo do raiamento tivesse permitido que a bala se tornasse instável e tombasse com o impacto, os novos canos super-estabilizaram a munição, de modo que as feridas mais pareciam punhaladas com um picador de gelo.

Deve-se admitir que "as histórias sobre a falha em parar" nem sempre podem ser tomadas pelo valor nominal sem a verificação pós-ação. Ao contrário do fuzil M14 usado antes, todos os M16 tinham capacidade para disparos totalmente automáticos. Freqüentemente, muitas histórias repetidas de tropas que despejavam um carregador inteiro em fogo automático no peito de um inimigo que se aproximava, frequentemente significavam que apenas alguns tiros marginais realmente atingiram o alvo. Independentemente, ocorreram incidentes suficientes de falha de parada documentados para deixar dúvidas sobre a eficácia do cartucho de 5,56mm.

Novas direções

A era pós-Vietnã trouxe novas mudanças para o M16. Nossos aliados da OTAN, tendo evitado o sudeste da Ásia, continuavam justificadamente temendo uma invasão soviética. A inteligência revelou que as forças do Pacto de Varsóvia estavam começando a adotar coletes à prova de balas. Ao buscar a padronização da OTAN do 5,56x45 mm, uma objeção era a falta percebida de capacidade de perfurante.

A munição belga SS-109 foi desenvolvida para combater essa fraqueza. Nos testes da OTAN concluídos em 1979, a munição SS-109 foi escolhida por responder à necessidade de penetração de blindagem, perfurando o capacete de aço americano a 500 metros. Mas o projétil de 62 grãos, mais longo e pesado, exigia uma taxa do passo do raiamento ainda mais rápida para se estabilizar.

Além da padronização da OTAN, outra justificativa para a adoção de um equivalente americano do SS-109 foi a necessidade de desenvolver e padronizar uma nova arma de apoio do grupo de combate. Experimentos com fuzis M16 de cano pesado haviam provado a necessidade de uma arma muito mais robusta e alimentada por cinta de munição.

Para cumprir a função de apoio de GC, a nova metralhadora precisaria da capacidade de disparar munição perfurante, bem como uma nova munição traçante que possuísse um alcance de "esgotamento" mais longo do que a capacidade de 450 metros da munição traçante M196 de 55 grãos.

Os dados foram lançados para a adoção americana dessas novas cargas do cartucho 5,56 mm. Os equivalentes americanos do SS-109 desenvolvido na Europa, e munição traçante L-110 correspondente foram classificadas como do tipo M-855 e M-856, munições comuns M-855 podem ser identificadas por uma ponta de projétil envernizada em verde, e a M-856 por uma ponta envernizada em laranja.

Entra o M16A2

Para simplificar a logística, a nova munição foi publicada. Isso exigiu mais uma mudança na taxa do passo do raiamento do M16 para 1:7 polegadas. Agora temos uma munição muito estável e precisa que pode perfurar coletes à prova de balas. No entanto, a bala tem uma tendência lamentável a permanecer estável, mesmo depois de atingir um adversário, resultando em um pequeno canal de ferimento.

Imagem
O M16A2.

A pesquisa, facilitada pelo Dr. Martin Fackler, veterano do Laboratório de Ferimentos Balísticos do Exército, esclareceu os ferimentos das munições militares. Independentemente do calibre, os ferimentos funcionam da mesma maneira. Geralmente, todas as balas de fuzil encamisadas em metal danificam o corpo girando (chamado guinada) em seu longo eixo enquanto se movem pelo corpo.

O diâmetro, o peso, a velocidade e o giro induzido pelo raiamento no cano todos afetam (a que profundidade do tecido) quando a guinada começa. Descobriu-se que o 7,62x39mm guinava somente após penetração profunda, geralmente produzindo um orifício de calibre .30 ligeiramente curvado. A munição 7,62x51mm OTAN de 147 grãos, e a munição comum M193 5,56x45 de 55 grãos, ambas tombam, e depositam pequenas partículas ao longo do caminho da bala.

As mesmas munições de fabricantes diferentes se comportam de maneira diferente, principalmente o projétil sueco 7,62mm OTAN. Essa munição tende a fragmentar-se mais violentamente, despedaçando-se em muitos fragmentos, o que causa um caminho de destruição muito mais amplo.

Infelizmente, a munição M855 5,56mm super-estabilizada não tomba prontamente, e pode fazê-lo somente depois de sair do corpo, criando um orifício de entrada e saída calibre .22. A menos que esse orifício esteja em material quase sólido, como o baço ou o fígado, ou atinja o coração ou o sistema nervoso central, ele causa pouco dano.

É por isso que o antigo programa "SPIW" (Special Purpose Individual Weapon/Arma Individual de Propósito Especial) abandonou a flechette (‘flecheta’, pequena flecha) como projétil. Esses projéteis de diâmetro muito pequeno, parecidos com dardos, eram tão estáveis que atravessavam os alvos, como descobrimos com a dotação limitada de cartuchos de espingarda flechette testados no Vietnã.

Abordagem alternativa

Em 1974, os soviéticos adotaram uma munição de serviço de pequeno diâmetro, o cartucho de 5,45x39mm. Os engenheiros soviéticos evitaram a potencial perda de capacidade de ferimento deixando um espaço de ar no nariz do projétil 5,45 mm. No impacto, o núcleo de chumbo avança, altera o centro de gravidade e induz rapidamente à guinada. Portanto, eles têm uma munição que é estável em voo, mas instável após o impacto.

A eficácia do projeto é evidenciada pela experiência dos mujahideen afegãos, que durante o conflito com as forças soviéticas no início dos anos 80 apelidaram a munição 5,45mm de "O Ferrão Venenoso.” Não introduzimos essa munição por motivos "humanitários."

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Alguns propõem armar pelo menos alguns membros do GC com os fuzis M14 dos estoques existentes, como esse M14 DMR.

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A arma belga de apoio do GC Minimi, adotada pelos EUA como M249. A decisão de adotar uma arma de apoio de GC em 5,56mm escreveu em pedra a adoção do cartucho SS-109 mais pesado de 62 grãos.

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O AK74M 5,45x39mm soviético viu serviço no Afeganistão a partir de 1979. O fuzil era admirado pelas tropas e respeitado pelos mujahideen.

Eficácia situacional

Outros fatores externos influenciam o "poder de parada" da atual munição de serviço americana. Na era pós-Vietnã, esperávamos enfrentar um exército da Europa Oriental. Essas forças opostas deveriam ser pessoas "civilizadas" como nossas próprias tropas. No entanto, o atual adversário é quase um animal completamente diferente do soldado americano.

Nossos inimigos na Somália e no Afeganistão são pessoas duras, acostumadas a trabalho físico duro. Eles não considerariam ficar sentado em frente a uma tela de computador como um trabalho. Quando eles viajam do ponto A ao ponto B, eles andam - geralmente descalços. Eles têm pouco para comer, não esperam atendimento médico e estão acostumados a sofrer. Assim, um ferimento que derruba as tropas ocidentais, pedindo medevac*, faz com que esses lutadores duros enfiem um pano sujo e continuem a luta. Eles também são fanáticos, lutando, e dispostos a morrer, por sua causa.

*Nota do Tradutor: Evacuação médica por aeronave.

O velho cálculo de batalha de que era melhor ferir um soldado do que matá-lo não é mais verdadeiro. Os exércitos precisam remover os feridos da batalha e tratar seus ferimentos. Isso remove tropas adicionais da batalha. Exércitos bem organizados têm uma cauda logística de médicos, padioleiros, helicópteros, cirurgiões, hospitais e todo o resto. Os terroristas não. Eles nem são exércitos nesse sentido.

Os feridos são deixados por conta própria, e considerados mártires se morrerem. Muitos buscam esse martírio, e então lutam até serem mortos. Exércitos mais organizados têm tropas que se rendem. Mesmo os nazistas, com sua disciplina de ferro, não podiam impedir que tropas e até exércitos inteiros se rendessem. Mas para um verdadeiro crente, lutando contra o que vê como uma santa cruzada, a causa nunca é perdida.

O ambiente em que lutamos também afeta a capacidade de ferir. No clima quente e úmido do Vietnã, onde o M16 foi colocado em campo pela primeira vez, estava quente e o mínimo de vestimentas era a norma. Enquanto esse artigo é escrito, estamos nos aproximando do inverno nas montanhas altas do Afeganistão, o que tem dois efeitos, nenhum deles benéfico para deter um adversário com tiros únicos.

No tempo frio, todos se juntam. Eles podem não usar coletes à prova de balas, mas várias camadas de roupas pesadas e de baixa tecnologia que podem diminuir a velocidade e, em alguns casos, até parar balas. Particularmente nas distâncias mais longas, uma bala de 5,56 mm pode não ter velocidade suficiente para atravessar o corpo sob a roupa ou infligir um ferimento grave.

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Da esquerda pra direita: 5,45x39 mm soviética, SS-109/M-855, projéteis SS-109 e M-193, M-193 comum.

O que deve ser feito?

Documentamos os motivos pelos quais a atual combinação de fuzil / cartucho dos EUA não possui a mesma alta capacidade de ferimento do primeiro XM-15 adotado. Então, o que deve ser feito sobre isso?

As possíveis soluções para esse problema assumem diferentes formas. Alguns defendem o retorno à munição 7,62x51mm OTAN, que agora está disponível nos fuzis da série AR-10. Uma versão ampliada do M-16 (na verdade, o projeto original estava em 7,62mm*). Todo o treinamento anterior seria transferido diretamente até o manuseio da arma. Outros querem um retorno ao M14 de 7,62mm, um fuzil de batalha em tamanho tradicional, muitos milhares dos quais permanecem em estoque. De fato, existem rumores de certas unidades de Operações Especiais seguindo um ou ambos os caminhos.

*Nota do Tradutor: Trata-se do AR-10.

Outro caminho seria adotar munição diferente, usando algum método que os russos fazem para induzir a guinada rapidamente, desestabilizando o impacto. Uma terceira opção seria adotar uma nova munição, mais leve e com menos recuo que a 7,62 OTAN, mas com um projétil de diâmetro maior e melhor balística de ferimento que a 5,56mm. Uma variante de 6 mm da munição 5,56x45mm existente foi investigada.

Haverá grande relutância em buscar qualquer uma dessas opções. Independentemente disso, nossos combatentes exigem - não, eles merecem - as melhores armas individuais possíveis. Parece que a atual munição padrão de serviço está aquém do esperado e, como resultado, nossas tropas estão em perigo. Agora é a hora de reexaminar esse problema e garantir que o nosso pessoal tenha a melhor munição e equipamento possíveis, se quisermos enviá-los para o perigo.

Essa tradução foi publicada no site Warfare Blog no dia 19 de setembro de 2019: https://www.warfareblog.com.br/2019/09/ ... mm-as.html




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