Armas de Fogo e Equipamentos em Geral

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Re: Armas de Fogo e Equipamentos em Geral

#4096 Mensagem por gabriel219 » Sex Nov 15, 2019 7:56 am

Me parece um fuzil desnecessariamente complexo. Qual o sentido de possuir um sistema como este?




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Ckrauslo
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Re: Armas de Fogo e Equipamentos em Geral

#4097 Mensagem por Ckrauslo » Sex Nov 15, 2019 12:33 pm

Concordo, eu entendo isso em um bullpup, pois eliminaria os estojos quente atingindo o rosto e possivelmente entrando na roupa dos militares quando eles atiram com braços trocados, mas em um fuzil normal?




Kept you waiting, huh?
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FilipeREP
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Os caras não confiam nesse fuzil de assalto

#4098 Mensagem por FilipeREP » Sex Nov 15, 2019 1:19 pm

Por Paul Huard, 8 de junho de 2015.
Tradução Filipe do A. Monteiro, 1º de setembro de 2019.

O SA80 é medíocre, na melhor das hipóteses.

Imagem
Real Fuzileiro Naval faz pontaria com o SA80 usando uma empunhadura frontal.

O SA80 é o principal fuzil de assalto do exército britânico, e tudo nele grita "década de 1980".

O Serviço de Boatos do Exército Britânico - um quadro de mensagens e site de comédia - descreveu-o como a versão armada do funcionário público, “as it doesn’t work, and can’t be fired” ("pois não funciona e não pode ser demitido", trocadilho entre não funcionar e não disparar). O fuzil ainda tem a década incorporada em seu nome. SA80 significa "Arma Portátil para os anos 80".

Como muito na época, o SA80 representava uma modernidade elegante. Generais e burocratas do Ministério da Defesa queriam que fosse o fuzil de assalto mais preciso e confiável do mundo.

Em vez disso, foi um desastre gigantesco.

Introduzido pela primeira vez em 1985, o SA80 vem na configuração bullpup* e dispara a munição da OTAN de 5,56x45 milímetros. Era para ser um substituto compacto e tecnologicamente avançado para o venerável fuzil de batalha L1A1 - mais conhecido como o Fabrique Nationale FAL.

*Nota do Tradutor: Bullpup, intraduzível, significa “tudo à retaguarda”, com as peças móveis atrás do gatilho.

Mas os problemas afetaram o SA80, que ainda está em serviço em uma variedade de configurações. Para ser justo, alguns soldados britânicos dizem que o L85A2 - a mais recente encarnação do fuzil de assalto SA80 - é confiável na maioria das vezes.

Ainda assim, as versões anteriores do SA80 eram notórias por seus incidentes de tiro, principalmente nos ambientes agressivos encontrados em um campo de batalha típico. O fuzil freqüentemente tinha “pedaços” que quebrariam ou cairiam da arma. Há até histórias de baionetas fixas "tornando-se balísticas"* quando soldados abriam fogo.

*Nota do Tradutor: Sendo disparadas com a bala.

"A questão principal do SA80 agora é de confiança", disse Terry Gander, editor da Jane’s Infantry Weapons, ao The Daily Mail. "Os caras não gostam dele e o menor problema tenderá a ser ampliado".

Mas, apesar de alguma conversa sobre a substituição da arma, os militares britânicos planejam manter o SA80 até pelo menos 2020 - quer os rapazes gostem ou não.

Imagem
Versão L85A1 do SA80 em desmontagem de primeiro escalão.

O desenvolvimento do SA80 remonta à década de 1950. As forças armadas britânicas estavam interessadas em desenvolver uma arma em configuração bullpup mesmo nessa época. Mas foi somente na década de 1970 que o Reino Unido construiu protótipos reais do SA80.

Ao mesmo tempo, o M-16 produzido nos EUA havia se tornado o fuzil mais comum da OTAN, se por nenhuma outra razão, a não ser o grande número de soldados americanos na aliança. Os britânicos ainda estavam apegados ao FAL — uma armada confiável e bruta que havia servido bem os soldados na Malásia, Vietnã e nas Falklands.

Imagem

No entanto, alguns soldados consideraram o FAL uma arma pesada que não acompanhava os avanços tecnológicos. Por um lado, os fuzis mais recentes costumavam incluir ópticas de maior potência para condições de baixa luminosidade.

Nos escalões superiores das forças armadas britânicas, há muito fizeram-se queixas sobre a munição da OTAN de 7,62 x 51 milímetros do FAL. Muitos achavam que a munição era poderosa demais para disparar de modo totalmente automático.

Portanto, a substituição do FAL - o SA80 - usaria a mesma munição menor que a usada no M-16. Isso tornaria a logística e o fornecimento de munição mais fáceis e permitiria que os soldados controlassem suas armas ao disparar de forma automática. Testes iniciais do SA80 indicaram que ele era altamente preciso e pronto para o campo de batalha.

Pelo menos... em teoria.

Em 1990, o ditador iraquiano Saddam Hussein invadiu o Kuwait e iniciou a Guerra do Golfo Pérsico. Tropas britânicas - armadas com fuzis SA80 - correram para a Arábia Saudita e se juntaram ao contra-ataque. Mas os soldados descobriram rapidamente que seus fuzis tinham grandes problemas.

Por exemplo, o SA80 não tinha uma proteção em torno do retém do carregador, o que frequentemente fazia com que o carregador caísse quando a arma colidisse contra o corpo do usuário. Os projetistas o construíram para atiradores destros - um grande descuido que deixou as tropas canhotas com uma arma desconfortável e desajeitada para atirar.

Mais ameaçadoramente, o SA80 freqüentemente travava com poeira e detritos do Oriente Médio, um mau funcionamento que poderia tornar a arma de um soldado inútil no pior momento possível.

"Acho que o desenho do SA80 é adequado", disse um ex-soldado do Exército Britânico ao War Is Boring. “A iteração original da arma foi muito ruim. Relatos daqueles que a usaram na primeira Guerra do Golfo apontaram para muitos problemas - especialmente em comparação com o SLR, a versão britânica do L1A1, que ainda estava em utilização padrão na época.”



“Os soldados mais antigos comparavam constantemente os dois, conversando sobre munições mais brutas e o fato de que você podia atirar com o SLR de ambos os ombros”, continuou o soldado. "Pra mim, isso era algo que eu realmente não gostei no L85, não era possível atirar com a mão esquerda quando necessário - se você o fizesse, acabaria com um um belo roxo na bochecha esquerda."

Anos de atualizações e ajustes foram feitos para melhorar o SA80. Finalmente, os soldados britânicos receberam o fuzil L85A2 modificado em 2001, a tempo para a missão da OTAN no Afeganistão.

"Era uma arma que eu realmente não precisava me preocupar e fez o trabalho que eu queria", disse ele. "Não ouvi muitas reclamações sobre o assunto desde que as atualizações do A2 foram implementadas. É uma pena que demorou tantos anos para que as coisas fossem resolvidas."

Mas isso não é suficiente para fazer todos os soldados britânicos aceitarem o fuzil de assalto.

O SAS pode selecionar quaisquer armas de fogo que deseje para cumprir suas missões, mas se eles se recusaram a usar o SA80. Os Fuzileiros Navais Reais no Afeganistão também estão trocando o SA80 pelo C8 Diemaco, de fabricação canadense, uma versão do Colt M-16A3.

Além disso, o SA80 é um fracasso como arma de exportação. Somente a Bolívia e a Jamaica compraram-o, o que significa que o governo britânico nunca recuperou os consideráveis custos de desenvolvimento do fuzil.

Então, que tal substituir o SA80 por outra coisa? Bem, um contra-argumento é que os britânicos já gastaram tanto dinheiro em atualizações, que se livrar do fuzil agora seria economicamente e politicamente desastroso.

Portanto, parece que o SA80 chegou pra ficar no exército britânico por pelo menos mais alguns anos - um fuzil cujos piores críticos dizem ter sido "projetado pelo incompetente, emitido pelos indiferentes e carregado pelos infelizes."

Original: https://warisboring.com/the-lads-dont-t ... tle-rifle/




Editado pela última vez por FilipeREP em Sáb Jan 25, 2020 1:23 am, em um total de 1 vez.
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Re: Armas de Fogo e Equipamentos em Geral

#4099 Mensagem por cabeça de martelo » Sáb Nov 16, 2019 9:15 am





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Re: Os caras não confiam nesse fuzil de assalto

#4100 Mensagem por cabeça de martelo » Sáb Nov 16, 2019 9:20 am

FilipeREP escreveu: Sex Nov 15, 2019 1:19 pm Por Paul Huard, 8 de junho de 2015.
Tradução Filipe do A. Monteiro, 1º de setembro de 2019.

O SA80 é medíocre, na melhor das hipóteses.

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Real Fuzileiro Naval faz pontaria com o SA80 usando uma empunhadura frontal.

Original: https://warisboring.com/the-lads-dont-t ... tle-rifle/
Este artigo é de 2015 e em 2017 os Britânicos assinaram com a HK uma actualização passando estas espingardas-automáticas a serem designadas de SA80 A3.

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Re: Armas de Fogo e Equipamentos em Geral

#4101 Mensagem por Viktor Reznov » Sáb Nov 16, 2019 1:43 pm

Aham. Esse ano ficou confirmado. Parece que todos os L85 do Exército Britânico e dos Royal Marines serão atualizados pro padrão L85A3. Inclusive os L85A1 que eram usados somente pelas tropas da retaguarda e em treinamento.




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Re: Armas de Fogo e Equipamentos em Geral

#4102 Mensagem por cabeça de martelo » Sáb Nov 16, 2019 1:58 pm

Os RMC querem passar a ser "Commandos" a 100% e por isso entre as mudanças estruturais e as de equipamento/armamento é bem possível que deixem as L85 de parte e comecem a usar somente as C7/8.




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

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Re: Armas de Fogo e Equipamentos em Geral

#4103 Mensagem por FilipeREP » Sáb Nov 16, 2019 2:59 pm

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Ana Paula Arósio, com 15 anos, segurando um Rossi 851 na capa da revista Magnum.




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Re: Armas de Fogo e Equipamentos em Geral

#4104 Mensagem por Túlio » Sáb Nov 16, 2019 5:06 pm

FilipeREP escreveu: Sáb Nov 16, 2019 2:59 pm Imagem

Ana Paula Arósio, com 15 anos, segurando um Rossi 851 na capa da revista Magnum.
Lia muito essa revista nos tempos pré-internet e aprendi muita coisa, que inclusive usei tanto nos Cursos e Treinamentos quanto em ações reais. E tive esse revólver, que podia ser a coisa mais linda que já vi - de fato, era - em termos de arma de mão mas desapontava em vários aspectos, que só quem usou por anos pode afirmar:

:arrow: Aquela empunhadura de madeira só era menos pior do que a original do Taurus mod 80, o véio "canela fina" (a melhor em madeira que conheci foi a do Taurus TA). E isso em ergonomia, porque a do citado 80 tinha "dentes" tão grandes que podia suar e molhar a mão o quanto quisesse, "grudava" igual; já a do Rossi era um sabão, molhou ou suou, escorregou. Vai passar por isso numa ação real... :lol: :lol: :lol: :lol:

:arrow: Pelo acima, o 851 era um revólver "de coldre", só se sacava no momento exato. Novo problema: ninguém sabia (basta ver a própria foto da capa) que o dedo só vai ao gatilho quando se tem alvo e pretende disparar, daí não fica difícil imaginar quantos incidentes (cagadas onde ninguém se machuca, é só um baita susto) e acidentes (alguém se machuca ou mesmo morre) ocorriam, e que não eram casos esporádicos. Aliás, era "inox": quá, em um par de anos e com manutenção cuidadosa já apresentava vários pontos de oxidação. Nunca soube a verdadeira razão, apenas tenho para mim que era por os coldres serem de couro, talvez algum resquício das resinas usadas nos curtumes interagisse com o aço e desse nisso mas repito, nunca soube a razão exata. Se for isso, os hoje comuns coldres de polímero resolveriam fácil; mas mesmo assim não gostava, pois se por um lado era lindo de doer, por outro não era muito confiável no uso profissional...

:arrow: É que além do acima citado (cabo escorregadio), a liga do tambor (parte mais crítica de um Rev, pois é ali que ocorre a queima mais forte da pólvora) era para a Mun .38 SPL comum, sendo recomendação da própria Rossi ter muito cuidado com Mun +P (até na revista Magnum tinha essa recomendação, mas "genérica", ou seja, sem se aplicar a esta ou aquela arma em especial); e eu ainda tinha o desgranhudo quando, na segunda metade dos 90, a +P+ já estava à venda em qualquer loja, com ponta HP ou FMJ de 125 grains e, sob encomenda, 158 grains, que era - e é - a minha preferência. Comentei isso com o cara da "Van das Gostosuras" (que era a quem eu encomendava Mun), meu antigo cupincha e sabia que arma eu tinha, falou apenas "já deixam trabalhar encachaçado? Tá doido, cara, vais te matar", deu risada e depois explicou.

:arrow: Mas já dizia o véio Murphy, se tem como ficar pior, acaba ficando: o cano é leve demais para suas 4 pol, o que leva o CG para trás e resulta num certo exagero de muzzle, especialmente com Mun mais "ardida", o que atrapalha bastante quando se precisa de uma Double Tap. E aquele insert lindinho vermelho na massa de mira acaba caindo (uso intensivo) e nunca mais se acha. Não sei hoje mas na época custava mais do que outra peça que tive que trocar, o percussor ("agulha") que, na versão que eu tinha, e que chamávamos de "mocha" (uma curiosidade sobre os Rev da Rossi era que vinham tanto com percussor interno - "mochos" - quanto com externo, a que chamávamos "guampa" ou "aspa". É aliás o da foto.

Claro que vendi para um Colega que preferia arma por bonita e não por efetiva e com a grana comprei um Taurus 82 3 pol preto com empunhadura TA, que aliás tenho até hoje (mas troquei a original por empunhadura de borracha, feia mas eficaz) e sempre com +P+. Uns anos atrás me apareceu um índio com um 851 e se achando o cara. Não ri porque mal o conhecia e não disse o acima por não ligar pra quem eu não conheço e que já chega "se achando". Se não vou com a cara, que aprenda como eu aprendi. Ou que vá pro diabo.




“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”

P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: Armas de Fogo e Equipamentos em Geral

#4105 Mensagem por Viktor Reznov » Sáb Nov 16, 2019 11:49 pm

EDIT MOD - Túlio

Já foi avisado sobre desvirtuamento de tópicos em Seções-Fulcro e suas consequências, especialmente quando se faz isso com finalidades político-partidárias e/ou ideológicas.

Insistir implicará em sanção automática.




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Teste de lama com o M16 e o AK.

#4106 Mensagem por FilipeREP » Dom Nov 17, 2019 5:16 pm





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LAPA FA Modelo 03 Brasileiro

#4107 Mensagem por FilipeREP » Seg Nov 18, 2019 9:25 pm

Por Ronaldo Olive, 07 de junho de 2013 (1984).
Tradução Filipe do A. Monteiro, 2017.

Imagem

"Hoje temos mais um artigo de Ronaldo Olive, reimpresso com sua permissão. Isso foi originalmente publicado no Jane's Defence Weekly em 1984, quando o LAPA FA-03 ainda estava mais ou menos em fase de protótipo - os fuzis bullpup* se tornaram mais amplamente aceitos desde então. Infelizmente para o LAPA, o Modelo 03 não foi aceito para uso militar, e nenhuma encomenda estrangeira foi recebida - apenas este único protótipo foi construído. Então, sem mais delongas, leia sobre esse fuzil de combate brasileiro com algumas características interessantes. Obrigado Ronaldo!"
- Ian McCollum.


Imagem
Ronaldo Olive.

*Nota do Tradutor: Bullpup, de inglês intraduzível significa “tudo à retaguarda” por associação.

Fuzil de Assalto LAPA 5.56 mm Atinge a Fase Oficial de Testes.
A aparição de mais um fuzil de assalto de 5,56mm na cena militar pode não atrair muita atenção, a menos que ele tenha a configuração bullpup agora na moda, o que lhe dá uma chance maior de receber mais do que apenas um olhar casual. E se este fuzil incorpora características novas e principalmente úteis, então ele merece um exame completo. É o caso do LAPA FA Modelo 03, recém-chegado à arena dos fuzis de pequeno calibre, que está prestes a iniciar o teste oficial de certificação no Campo de Provas da Marambaia, uma filial do CTEx - Centro Tecnológico do Exército. Recentemente, a Janes Defense Weekly teve a chance de disparar essa nova arma e avaliar suas características gerais.

Imagem

O FA (Fuzil Automático) Modelo 03 foi projetado pelo LAPA - Laboratório de Projetos de Armamento Automático, uma área de P&D baseada no Rio de Janeiro. Os trabalhos iniciais começaram no final de 1978. Após cerca de um ano, um protótipo de viabilidade técnica foi concluído, e suas características mais promissoras levaram a protótipos adicionais para refinar o projeto. Senões inevitáveis foram gradualmente removidas e a arma brasileira evoluiu para uma realidade confiável e funcional. Após a certificação, deve entrar na produção para atender a demanda local e estrangeira, mas a empresa não especificaria datas. Tampouco se comentariam as abordagens relatadas por países estrangeiros interessados em acordos de produção licenciados, mas considerada a dura concorrência no setor de armas, sua reticência em tornar públicos alguns detalhes é compreensível.

DESCRIÇÃO
O arranjo do fuzil bullpup é o resultado de querer torná-lo o mais compacto possível sem encurtar o cano a um ponto em que a eficiência balística seja degradada. Então, o gatilho é movido para frente e o mecanismo de disparo, junto com o carregador, é encaixado na cavidade da coronha.

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O corpo do LAPA FA Modelo 03 é construído em grande parte de plástico de alto impacto, possui contornos particularmente elegantes e é agradável de manusear e transportar. Uma configuração de linha reta bem projetada, de fato, resultou no fuzil ser capaz de ficar equilibrado na soleira da coronha! Isso também determinou a configuração das miras elevadas: a alça de mira, uma abertura com giro de duas posições (200 m e 400 m), está alojada dentro da alça de transporte estilo AR-10, enquanto a massa de mira é uma coluna protegida em cima de uma armação metálica erguida na boca do cano. O raio é (para a configuração bullpup) um generoso 374 mm (14,7 polegadas). A alavanca de manejo, que permanece estacionária quando a arma é disparada, está dentro da alça de transporte e a extremidade superior corre ao longo de uma fenda na parte de baixo da alça, dando-lhe mais rigidez.

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MUNIÇÃO
Atualmente, a arma é calibrada para o cartucho M193 de 5,56 x 45 mm tipo comum, o cano de 490 mm (19,3 polegadas) tendo um raiamento de seis raias com um passo de uma volta em 305 mm (1:12 polegada). Exemplos de produção, como esperado, também terão os canos adaptados para a nova munição SS109 da OTAN. Um quebra-chama é montado no cano e um acessório para baioneta é fornecido. A alimentação no protótipo é feita por carregadores metálicos tipo cofre de 20 ou 30 tiros do tipo do M-16, mas as armas de produção são suscetíveis de usarem carregadores de plástico curvos de 20, 30 ou 40 tiros. O carregador é inserido de baixo para cima dentro do alojamento da coronha, e o retém na parte traseira é pressionado para frente para liberar o carregador. A janela de ejeção, que pode ser ajustada facilmente para atiradores destros ou canhotos, é equipada com uma cobertura de mola que se abre quando a arma é engatilhada ou disparada.

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MECANISMO DE DISPARO
As inovações reais são aquelas encontradas no mecanismo de disparo. No lugar dos arranjos de segurança mais convencionais aplicados, o FA Modelo 03 tem uma configuração de ação dupla para o cão, mantendo-o pronto para uso imediato, e ao mesmo tempo protegido contra disparos acidentais. Uma única alavanca, no lado esquerdo da coronha entre o alojamento do carregador e a soleira, é ajustada para um dos três modos de disparo (“30” para automático; “3” para rajada controlada de 3 tiros; “1” para fogo semi-automático) e os dois modos de ação (“SA” para ação única [single action] e “DA” para ação dupla [double action]).

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Após ou antes de armar e alimentar as armas, o que é feito puxando a alavanca de manejo cerca de 110 mm (4,3 polegadas) para trás e liberando-a, o atirador ajusta a alavanca seletora de tiro em uma das três posições de tiro. Caso disparado imediatamente, o fuzil será ajustado para ação única, exibindo assim um gatilho mais curto e mais leve. Depois de disparar alguns tiros, ou se nenhum uso imediato for previsto, a alavanca pode ser movida para a marca “DA” e retornada a uma das três posições de tiro. Isso derrubará o cão, permitindo que a arma seja transportada com total segurança, com uma bala carregada na câmara e pronta para a ação: tudo o que é necessário é puxar o gatilho (que terá uma tração mais longa e mais pesada) para disparar o fuzil. Se for necessária mais precisão para o primeiro disparo, o atirador pode mover a alavanca para a marca "SA" e voltar para a posição de tiro escolhida, o que fará com que a arma dispare o primeira tiro em ação simples. A operação é por gás, a partir de uma janela localizada a cerca de 160 mm (6,3 polegadas) da boca do cano, que aciona um conjunto de pistão/haste ortodoxo. O trancamento da culatra é conseguido pelos ressaltos do ferrolho rotativo.

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A desmontagem de primeiro escalão para limpeza de rotina é relativamente simples e não requer ferramentas. Depois de retirar o carregador e verificar se a arma está descarregada, o retém da soleira é removido lateralmente para a direita, o que permite que a soleira junto com a mola de recuperadora e seu alojamento sejam puxados para fora da coronha. O retém de desmontagem, na lateral da empunhadura da pistola, é então removido da arma lateralmente para a direita, separando o corpo em duas metades. A metade inferior, que inclui o alojamento do carregador, a empunhadura da pistola e o guarda-mão, alojam o mecanismo de disparo, que fica totalmente exposto para limpeza normal, não sendo necessária a desmontagem adicional desse grupo. Com a alavanca de manejo puxada para a posição traseira, a tampa plástica superior pode ser removida, expondo o cano/conjunto do ferrolho. A tampa da caixa da culatra tubular de metal é desparafusada, e isso permite que o ferrolho e o conjunto do ferrolho deslize para fora. A haste de gases e o pistão podem então ser removidos. Um procedimento invertido é usado para remontar a arma.

Imagem
LAPA FA Modelo 03 com bandoleira.

IMPRESSÕES DO TIRO
Fuzis Bullpup não são facilmente encontrados, especialmente no Brasil, então essa foi uma primeira experiência prática. Apesar da preparação psicológica, a primeira impressão é de uma arma do tipo “Guerra nas Estrelas”, mesmo que as linhas do FA Modelo 03 sejam conservadoras se comparadas com, digamos, o Steyr AUG. Depois de manusear por alguns minutos, porém, e me acostumar com a localização incomum do carregador, sua compactação pôde ser apreciada: apenas 735 mm (28,9 polegadas) de comprimento, e com superfícies muito lisas, é “agradável” de manusear e transportar, o que é especialmente importante para longas marchas, quando o fuzil é transportado pela bandoleira em seu corpo. O retém frontal da bandoleira gira livremente em torno do cano, e acoplado a um retém traseiro de duas posições (por cima/por baixo da coronha), permite que o fuzil seja carregado em várias posições.

Imagem
Ronaldo Olive com o LAPA FA Modelo 03.

DISPARANDO DO OMBRO
Sem o seu carregador, o protótipo do fuzil de assalto LAPA pesa 3,2 kg (7,0 libras), embora as armas de produção devam pesar 2,8 kg (6,2 libras). Para o disparo de ombro mirado, as miras estão em uma posição confortável para o olho. A alça de mira com mola gira facilmente para a posição de 200 m ou 400 m, sendo ao mesmo tempo rígida o suficiente para não ser deslocada acidentalmente. É ajustável para resistência ao vento, enquanto a massa de mira com torre protegida pode ser ajustada para elevação. A abertura de visão da alça de mira é um pouco pequena demais para a rápida aquisição do alvo, mas isso deve ser corrigido em armas de produção, segundo o LAPA.

Imagem
Miras do LAPA FA Modelo 03.

A posição da alavanca de manejo, na parte superior da arma, a torna ambidestra, mas como ela precisa ser puxada com um ou dois dedos, a tração parece mais pesada quando comparada a uma alça que pode ser segurada com o apoio do polegar. Isso é mais do que compensado, no entanto, pela alça permanecendo fora do caminho em todos os momentos.

O estande de testes foi fisicamente limitada a cerca de 50m, portanto a precisão de longa distância estava fora de questão. Disparado do ombro, o fuzil é confortável e proporciona um bom descanso para a bochecha do atirador na coronha. Embora a culatra esteja mais próxima da orelha do que nos fuzis convencionais, não há aumento perceptível no nível de ruído, embora as medidas instrumentadas possam provar o contrário. A configuração em linha reta do fuzil, com o eixo do cano estendendo-se diretamente ao ombro junto com o recuo muito baixo inerente à munição de 5,56mm, mantém o FA Modelo 03 estável em fogo semiautomático. Nesse modo, de pé, ajoelhado e deitado, a arma era manuseada bem.

Imagem
O autor disparando LAPA FA Modelo 03.

Rajadas controladas de 3 tiros foram disparadas tanto do ombro quanto do quadril, as armas sempre permanecendo muito estáveis. O gatilho deve ser mantido puxado pela duração da rajada. Nessa configuração, se apenas um ou dois tiros forem disparados, o mecanismo será reiniciado automaticamente para estar pronto para disparar mais três vezes quando o gatilho for puxado novamente.

FOGO AUTOMÁTICO
Uma grande quantidade de fogo automático (cerca de 700 tiros/ minuto) foi realizado, com a arma na altura do quadril, estilo de assalto. Mais uma vez, a controlabilidade era excelente, e a extrema compacidade do desenho, fazendo com que o fuzil tivesse apenas 60mm (2,4 polegadas) a mais do que a maioria das submetralhadoras de coronha, seria um bônus definitivo no combate aproximado. O fogo instintivo em engajamentos com múltiplos alvos, por exemplo, é muito facilitado pelo fato da empunhadura da pistola estar localizada quase na metade do comprimento da arma, permitindo movimentos mais rápidos do cano em alvos diferentes. Disparos com uma mão, com e sem o apoio da bandoleira, mostram o seu notável equilíbrio e com uma ligeira pressão entre o braço e o corpo, o fuzil é mantido estável mesmo em fogo automático.

Nas fotografias, a janela de ejeção pode parecer muito próxima do braço para conforto, no entanto, na prática, os cartuchos usados ejetam bem acima e para frente, nem mesmo o calor dos gases é sentido por um braço desprotegido, portanto a segurança não é comprometida.

Imagem

FICHA TÉCNICA
Calibre: 5,56 mm.
Raiamento: Seis Raias, 1:12’’ volta.
Peso total (vazio): 3,2 kg (7,0 polegadas).
Comprimento total: 735 mm (28,9 polegadas).
Comprimento do cano: 490 mm (19,3 polegadas).
Miras: Alça de mira de abertura com giro dual (200 m e 400 m), torre frontal.
Raio da Mira: 374 mm (14,7 polegadas).
Capacidade do carregador: 20 ou 30 tiros (carregadores STANAG).
Cadência de tiro: 700 tiros/ minuto.

Original: https://www.forgottenweapons.com/brazil ... #more-7188

Essa tradução foi publicada no site Warfare Blog no dia 9 de setembro de 2019: https://www.warfareblog.com.br/2019/09/ ... leiro.html

Post-scriptum

RONALDO OLIVE:
9 de junho de 2013
Fuzil bullpup LAPA: a história final

Há muito tempo, Nelmo Suzano, o projetista do fuzil, me disse que logo depois de ter sido enviado ao Campo de Provas da Marambaia do Exército Brasileiro, no Rio de Janeiro, para o programa oficial de certificação que o liberaria para produção em série (não era, de fato, uma avaliação do Exército para possível uso), ele recebeu relatórios de que três problemas de extração de cartuchos haviam ocorrido em cerca de 500 disparos. Como ele e várias outras pessoas, inclusive eu, já haviam disparado milhares de tiros com a arma praticamente sem problemas, ele ficou surpreso e se dirigiu ao centro de testes para recuperar o fuzil e as 5.500 munições restantes das 6.000 munições totais da CBC, adquiridas para os testes. Um exame detalhado da arma não mostrou problemas, tanto internos quanto externos, então o Nelmo voltou sua atenção para a munição.

Os cartuchos envolvidos nos incidentes apresentaram o que ele chamou de "protuberâncias de sobrepressão". Após examinar uma medição de cada uma das munições não-disparadas, ele descobriu que 64% delas apresentavam discrepâncias de tamanho ou formato que levariam a variações inaceitáveis de folga quando carregadas e disparadas. Mais ainda, foram encontradas algumas balas com a espoleta montada para trás (!) e algumas tinham a bala fora de alinhamento com o cartucho. O Nelmo então levou as munições com defeito para a fábrica da CBC e mostrou-as a um executivo da empresa, que não poderia dar explicações satisfatórias além de dizer que as “cabeças rolariam”… No caso, o fuzil não foi devolvido ao Campo de Provas da Marambaia, outros associados da empresa LAPA desistiram de sua participação financeira no programa e Nelmo foi deixado em paz. Naquela época, ele havia recebido um pedido das forças armadas da Malásia que desejavam que oito armas fossem enviadas imediatamente para um programa de avaliação que levaria à produção local do fuzil bullpup brasileiro. Ele não podia ter as armas prontas a curto prazo, então a coisa toda não prosseguiu. Recorde-se que, mais tarde, o Steyr AUG foi adotado pela Malásia e produzido lá sob licença ...




Editado pela última vez por FilipeREP em Seg Dez 30, 2019 6:00 pm, em um total de 4 vezes.
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O FAMAS no mercado de exportação

#4108 Mensagem por FilipeREP » Seg Nov 18, 2019 10:06 pm

Por Jean Huon, extrato do livro “Le FAMAS et son histoire”, 2010.
Tradução Filipe do A. Monteiro, 30 de outubro de 2019.

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ESPERANÇAS DESAPONTADAS.
Desde 1984, o FAMAS é oferecido para exportação e vários países adquiriram essa arma, mas em quantidades limitadas:

- Argentina (Comandos Anfíbios),
- Brasil (FAMAS F1 Comando, usado pelas Forças Especiais do Exército),
- Camboja (guarda pessoal do príncipe Sihanouk),
- Chipre (FAMAS F1 Comando, usado pelas forças especiais da polícia),
- Djibuti (400 unidades),
- Emirados Árabes Unidos,
- Gabão (800 unidades),
- Indonésia (forças especiais da polícia),
- Líbano,
- Filipinas (forças especiais da polícia),
- Senegal.

Os filhos do coronel Khadafi se gabavam de ter um FAMAS que lhes foi oferecido por ... (não podemos dizer)!

Em Angola, o guarda do presidente da UNITA, Jonas Savimbi, estava equipado com o FAMAS, apesar da França nunca vender neste país!

A China comprou algumas cópias do FAMAS (talvez para copiá-lo?).

Apesar das campanhas de apresentação particularmente brilhantes no exterior, o FAMAS não conseguiu penetrar no mercado de exportação, provavelmente devido ao seu alto custo (você pode pagar entre sete e dez fuzis Kalashnikov pelo preço de um FAMAS).

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GIGN da Gendarmerie do Djibouti em treinamento com o 13th MEU.

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Um comando anfíbio argentino com o FAMAS G2 Comando.

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Terrorista do Estado Islâmico com um FAMAS F1. Acredita-se que veio do Líbano.

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Força de Ação Especial da polícia filipina.

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Operador do KOPASSUS com um FAMAS G2.

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Militares chinesas com fuzis FAMAS F1.

ALGUMAS HISTÓRIAS RELATADAS DURANTE A APRESENTAÇÃO DO FAMAS EM VÁRIOS PAÍSES.

Imagem
General brasileiro testando o sistema FÉLIN.

No Brasil, as demonstrações de tiro com o Exército foram realizadas em um estádio de futebol em um distrito periférico. No estádio, portanto, são instalados alvos no gramado, mas sem nenhuma proteção de tiro! Ao fundo, atrás dos alvos, a algumas centenas de metros, a favela local com seus barracos de telhados de telhas metálicas enferrujadas.

Os soldados começam a atirar na frente dos olhos surpresos do demonstrador da MAS. A certa altura, os militares começam a disparar várias vezes em rajada. Vimos as telhas voando e as pessoas correndo em todas as direções.

Diplomaticamente, ele pergunta a um dos oficiais presentes: "As casas ali atrás não te incomodam?" Resposta: "Eles não têm permissão para construir ali, eles não estão lá!"

Na Venezuela, os militares instalaram um tambor de 200 litros cheio de água perto do ponto de tiro. O oficial venezuelano pega um FAMAS e dispara o padrão da OTAN (150 tiros em 3 minutos) e, com um gesto amplo, mergulha o FAMAS fumegante no tonel com o chiado que imaginamos. Então ele retira o FAMAS, olha o cano e dispara uma segunda vez, de acordo com o padrão da OTAN. Nenhum problema foi observado.

Mas melhorou. Outro soldado "sangra" um cartucho para reduzir a carga de pólvora, o introduz na câmara e dispara. Como esperado, a bala fica parada no cano.

Em seguida, ele pega um carregador cheio, coloca em rajada contínua e dispara o carregador completo. O cano nem estava com tiras vermelhas!

Imagem
Operadores da 99ª Brigada de Operações Especiais, Comando de Operaciones Especiales General en Jefe Félix Antonio Velásquez, Exército da Venezuela.

Também na Venezuela, que havia comprado alguns exemplares do FAMAS, um dos chefes do departamento de testes se perguntou sobre a vida útil das armas. As unidades em seu poder dispararam 17.000 cartuchos sem nenhum sinal de desgaste.

Em um pequeno Estado da África austral, o FAMAS é apresentado às autoridades que solicitam tiros em alvos móveis. O alvo em questão consistia em uma placa de metal que um soldado robusto segurava no final de uma vara enquanto corria dentro de uma trincheira. Os demonstradores da MAS conseguiram colocar 23 dos 25 impactos no alvo, disparando em rajadas de três tiros.

Imagem
Legionário do 2e REI na Arábia Saudita durante a Operação Escudo no Deserto, 1990.

Durante a Guerra do Golfo em 1990, uma competição-avaliação entre materiais diversos foi organizada nos Emirados Árabes Unidos. O FAMAS ficou em segundo lugar e, quando a tempestade de areia começou a soprar, ele se classificou em primeiro lugar, sendo o único a resistir à areia devido à ausência de trancamento da culatra.

- Jean Huon, Le Famas et son histoire, pg. 104-105. Crépin-Leblond Éditions, 2010.

Imagem

Essa tradução foi publicada no site Warfare Blog no dia 4 de novembro de 2019: https://www.warfareblog.com.br/2019/11/ ... tacao.html




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Re: O FAMAS no mercado de exportação

#4109 Mensagem por cabeça de martelo » Ter Nov 19, 2019 8:15 am

FilipeREP escreveu: Seg Nov 18, 2019 10:06 pm Por Jean Huon, extrato do livro “Le FAMAS et son histoire”, 2010.
Tradução Filipe do A. Monteiro, 30 de outubro de 2019.

Em Angola, o guarda do presidente da UNITA, Jonas Savimbi, estava equipado com o FAMAS, apesar da França nunca vender neste país!
A Unita tinha armamento de meio mundo...

A actual Guarda presidencial do Presidente Angolano também usa uma Bullpup, apesar de no video ainda terem as Galil. :wink:



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Brigada de Forças Especiais (BRIFE)




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
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Re: Armas de Fogo e Equipamentos em Geral

#4110 Mensagem por FilipeREP » Ter Nov 19, 2019 5:21 pm

Mauser CZ 08/34 em 7x57mm de Brno, Tchecoslováquia. Propriedade privada de um francês.

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(Eu havia respondido ao português sobre os bullpups, mas o comentário sumiu)




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