gabriel219 escreveu: ↑Qui Out 31, 2019 2:41 pm
É totalmente possível, mas o problema é o custo de desenvolver uma torre nova pra um VBC, que não é como as torres da CMI ou Oto Melara. Estas torres já são desenhadas para o tipo de blindagem que irá ser colocada nela, por isso que remover a blindagem pra diminuir a massa do Altay não é tão fácil, pois alguma coisa teria que ficar no lugar. Seria mais inteligente desenvolver uma torre nova, é de menor risco mas bem mais caro.
Temo que não tenhamos tempo pra isso e nem dinheiro, já que com toda certeza o custo unitário irá sair acima dos US$ 15 milhões, com o custo do desenvolvimento de uma nova torre, além de acabarmos por possuir uma viatura inferior a original, devido a diminuição da blindagem. Não me parece ser algo que valha a pena, ainda mais quando se falamos na redução de 12,5 toneladas de blindagem - falo blindagem pois não tem de onde mais tirar.
Não entendi, se a Leonardo não poderia fazer negócio conosco, pois "teremos duas empresas fechadas aqui", não seria exatamente a mesma coisa com os Turcos? A Leonardo não possui fábrica no Brasil, apesar dela ter oferecido a construção de uma em parceria com a Embraer.
Entendo que um reprojeto da torre está totalmente fora de questão, não só pelos altos custos, como pelas limitações tecnológicas e humanas que temos aqui. Então, a não ser que os turcos já tenham alguma outra versão em mente e/ou um CC "pré-projetado" baseado no Altay, das duas, uma: ou o Altay não será oferecido, ou eles irão arriscar com o carrro do jeito que está e procurar envolver o máximo possível a BID na proposta deles. É uma jogada perigosa e muito arriscada, mas, objetivamente falando, eles não tem muito a perder quanto a isso.
No que concerne a Leonardo, acho não me expressei bem. A questão é a seguinte:
Temos a Helibrás aqui desde 1978. No começo uma PPP que depois com o tempo acabou tudo na mão dos franceses. Montamos o Esquilo aqui há 40 anos, e o propósito inicial que se tinha de fazer com que o negócio gerasse tecnologia, aprendizagem, e principalmente, helos originalmente de desenho brasileiro nunca aconteceu. Por uma série de motivos e razões que não convém ao tópico. O pior dessa situação é que neste tempo todo não fizemos nada a nível institucional para tentar modificar o status quo. Hoje a Helibrás praticamente domina o mercado brasileiro civil e militar.
Onde entra a Leonardo nisso? Bem, os italianos seriam a nossa chance mais rápida de tentar relativizar o poder de barganha que os franceses hoje tem na área de helos civis, e principalmente, militares no país. De que forma? Horas, as três forças precisam renovar suas frotas em vários segmentos. A Leonardo tem propostas para todos eles. Então, quer vender no Brasil? Ok, mas para isso queremos uma fábrica, investimento em P&D, off set, transferêcia de tecnologia, formação/especialização de mão de obra, capacitação da BID e da indústria nacional, etc. Oferecemos além das compras militares, incentivos fiscais, e outras benesses que o Estado dispõe, além de acesso facilitado ao segundo maior mercado de helicópteros do mundo.
Mas detalhe, eu vou oferecer as mesmas condições para os turcos, russos, americanos, ucranianos, suíços, japoneses, e quem mais quiser se dispor de investir no Brasil e aceite os riscos de fazer isso. Então, ante de nos propor um negócio, pensem bem antes no que vão nos oferecer. Porque vocês não são os únicos que estão batendo a nossa porta pedindo para almoçar, e prometendo casamento, salário, roupa passada, e um cafuné por dia.
Se conseguirmos fazer com que todos que tem interesse, capacidade e produtos investirem no Brasil, e concorrem entre si para isso, ficaremos em uma posição vantajosa e muito melhor do que a de hoje, onde invariavelmente, decisões políticas tem influenciado e mesmo determinado o que as ffaa's compram ou recebem em termos de equipamentos, leia-se Helibrás.
Existem lacunas enormes que precisam ser supridas no EB e demais forças em termos materiais. Os turcos, italianos e outros tem muito a oferecer. Como tirar vantagem disso? Bem, deixando bem claro que nós negociamos com o mundo inteiro, e ao mesmo tempo. Então, leva o compromisso com o erário público quem oferecer as melhores condições e vantagens para o país, e assim prosperará em seus negócios por aqui. Mas para isso, todos tem que dar o seu melhor. E não se aceita menos que isto.
abs