FCarvalho escreveu: Seg Set 30, 2019 11:54 am
Pelo tempo que a KMW já está aqui, e pelas óbvias ligações com a cidade e região de entorno que ela também construiu, me permito vislumbrar que a partir daquele espaço existente é factível que uma expansão da infraestrutura esteja em tela em curto e médio prazo, faltando apenas o incentivo comercial e financeiro para fazer isso.
Oras, as ligações do EB e da cav blda com os alemães são conhecidíssimas, e para quem acompanha o assunto de perto, é sabido que o pessoal de verde oliva tem todo interesse que aquele empreendimento saia do papel. As bases foram lançadas e em terreno sólido. E os alemães vem criando e reforçando os seus vínculos com a cidade e região de forma que, apoio é algo que não irá faltar no caso de uma concorrência ou na atualização dos atuais CC.
Aliás, acabamos por esquecer uma quarta alternativa que não as citadas até aqui. A compra de um CC usado mais novo que os Leo 1A5. Entendo que os GT devam dar atenção a ela também, posto que é tão válida quanto as demais, diferenciado-se as condições do negócio e custos.
Neste aspecto, também, assim entendo, a KMW leva uma certa vantagem pois os Leo II - seja lá a versão que for - são definitivamente o objetivo lógico do que o pessoal da cav blda entende como sendo a resposta a todos os seus problemas, na impossibilidade de se poder comprar um CC novo ou a atualização dos Leo 1A5 se provar cara demais e pouco eficaz.
Assim, novamente, do pouco que está por lá, para se expandir as infraestruturas e as operações eventualmente industriais, é possível verificar que a vantagem está, em tese, com os alemães. E no caso presente, o critério de EED não será cabível dado que não há empresa nacional em condições de oferecer os mesmos produtos e serviços neste empreendimento.
Eu posso estar por outro lado evidentemente enganado. Mas por tudo que leio e vejo por aí, no que depender da cav bda do EB o Leo II é a solução preferível para encerrar, pelo menos em certo sentido, o problema da substituição do atuais bldos.
Seja como uma solução tampão, com as versões A4, A5 ou A6 - a esta altura o que chegar na mãos é lucro - seja na forma de um Leo IIA7. Até prova em contrário.
Ontem olhei novamente alguns slides do EB sobre os programas de modernização e vi, na verdade revi, que no cronograma de planejamento, entre 2020-2023 está apontado os estudos para uma nova família VBTP-SL. Tais estudos, ou planejamento, indicam o que a instituição pensa a despeito da substituição das M-113, que apesar de ganhar uma sobrevida, não irão muito mais longe. Neste aspecto, é possível verificar que o cmdo do exército pode ter em mente possíveis planos no médio e longo prazo para as instalações de SM daquela empresa alemã. Ou no mínimo, podemos crer, devem ter gostado do que viram nas apresentações deles sobre uma nova família de bldos. E isso gerou boas expectativas.
Enfim, eu tenho cá para mim que é de total interesse para o EB, e para a BID e indústria nacional, que tanto um novo CC como uma nova família de VBTP-SL tenham origens diferentes em termos de fabricantes/ofertantes. Não só no sentido de diminuir o mais que possível dependências e exclusividades deste ou daquele fornecedor, como fortalecer e capacitar-nos em termos de projeto, manutenção e produção no longo prazo para todos estes itens.
Não penso que será um processo fácil, mas admitindo que o EB escolha uma outra empresa para fornecer soluções para um novo CC, há de se admitir que o EB possa fazer um esforço para que os investimentos realizados em SM não sejam à toa.
Na verdade penso que todos teríamos a ganhar quanto maior e mais diversificada for a nossa rede de fornecedores. E seus desdobramentos na BID e na P&D nacional.
Leo2A4 podes esquecer, já foi considerado e notado que não há à venda, pelo menos em quantidade que substitua sequer os M-60, pois quem tem na versão A4 quer fazer o mesmo que os outros, ou seja, no que aparecer o tutu, converter em A5/A6/A7, que foi o que a maioria fez; enquanto isso vão ficando com ele como está, que mesmo assim ainda é um ótimo MBT. Deste modo, Leopard só se for novo. Sobre intenções do Comando do Exército sobre MBTs, está escrito e assinado VBC-CC MÉDIO! Nenhum dos carros que estamos debatendo se enquadra, e esta seria a única chance tanto da KMW quanto da Iveco, propondo um Bld assim derivado de uma família de outras VTRs sobre lagartas (mas que vai acabar saindo tão caro quanto um Black Panther). Exceto, claro, se fizerem o que acho certo e tirarem o C I Bld daqui do RS e levarem para um lugar mais apropriado a blindados pesados. Aliás, nunca ficaste pensando nas razões pelas quais foi comprado um lote de Leo1BE (mais leves) e outro do mesmo tamanho mas de M-60A3TTS (mais pesados) e estes, com abundância de peças e partes nos EUA e mais e melhores updates/upgrades disponíveis ou em desenvolvimento nos EUA e mesmo no mercado internacional, foram preteridos em favor do Leo, com vastas restrições neste aspecto? Eu fiz isso e ainda saí perguntando para quem SABE. Nem vou mais falar de ponte, viaduto, banhado e estrada casca-de-ovo porque cada vez me parece mais que estou sendo visto como algum tipo curioso de TROLL, o buzz-kill, e não me parece apropriado à minha OUTRA função aqui, assim, melhor ficar na minha...
FCarvalho escreveu: Seg Set 30, 2019 11:54 am
A pergunta não é essa. A pergunta é: quem consegue ajuntar maior valor agregado em termos industriais, comerciais e tecnológicos com o menor custo possível para o EB?
Os italianos já tem todo um parque fabril aqui. Eles podem, se quiserem, nos oferecer um Ariete C1 como solução de oportunidade, ou o proposto modelo C2 em um eventual negócio governo a governo em encomenda conjunta com o exército italiano. Cobrem duas alternativas. Podem também oferecer soluções para a atualização dos Leo 1A5. Tudo em um único lugar, que não por acaso já tem espaço dedicado para expansão da planta industrial em Sete Lagoas em vista da produção dos LMV. Do ponto de vista dos custos de investimento, parece ser a solução que mais valor agregado geraria com os menores custo para o EB. Mas, nos interessa deixar tudo nas mãos de um único fornecedor? Eu acho que não.
Já os alemães tem todo um histórico de parceria com a cav blda do EB que não pode ser simplesmente negado ou omitido, e muito menos desprezado, e ambos parecem se conhecer bem em termos de limites e proposições. Não há indústria, mas há todo um planejamento que pode, quiçá, em tempo curto, levar a planta de SM a apoiar uma eventual solução para a cav blda em termos de CC. Assim como os italianos eles tem capacidade de cobrir todas as quatro alternativas possíveis. Mas aqui o diferencial, os alemães ainda teriam que investir muito dinheiro para cobrir um eventual CC novo. Neste aspecto, as demais soluções oferecidas também teriam baixo custo e poderiam ser implementadas em tempo bastante razoável. Eles tem vantagens comparativas que outros eventuais concorrentes não tem.
Por fim, os coreanos, bem, nunca tivemos negócios com eles na seara da defesa, e confiança é algo muito difícil de se conquistar, e perde-se em um piscar de olhos. Mas o interessante neste caso é muito mais em função da capacidade de off set e tot que eles podem oferecer - desde a criação de novos empregos à construção civil passando por P&D e investimento em formação de mão de obra e capacitação em engenharia - de forma que qualquer investimento feito só teria efeito no longo prazo e poderiam ser sentidos durante todo o processo de implementação, que seria pelo menos uns dez anos. O problema principal deles é custo, que seria dentre os comentados, com certeza o maior. Mas claro, a eventual adoção de um K-2 BR de longe pode, na teoria, trazer muito mais benefícios em termos gerais, e não somente relativos a defesa, para o país e ao EB. Isso com certeza soma pontos importantes para eles, dado que tais tipo de argumentos conseguem normalmente sensibilizar muito mais a politicalha local, ao contrário de P&D, novas tecnologias, defesa e coisas afins. Com certeza os coreanos devem saber disso. Então, pode se admitir que os coreanos teriam chances críveis mesmo de levar um negócio para o novo CC do exército. Fica a dever como eles convenceriam o planalto central disso.
abs
Essa do C-2 é de rir: faríamos melhor negócio se, com eles comprando este duvidoso carro, nós lhes comprássemos seus Leo2 a preço de feira, o que até os ajudaria no financiamento. Depois seria apenas mandá-los (junto com o C I Bld) para algum lugar com chão mais firme, menos densamente povoado e, por conseguinte, com menos obstáculos. Roraima?
A tua frase "já os alemães tem todo um histórico de parceria com a Cav Bld do EB que não pode ser simplesmente negado ou omitido, e muito menos desprezado" me fez cair duro: que eu saiba o "todo um histórico" mal passa de uma década, até a Iveco ganha da alemoada. Ou falas de caminhões também? Aí a Ford e os EUA poderiam ter algo a dizer...
De qualquer modo, meu problema não é com MBT brontossauro, gosto de todos (com especial predileção pelo T-90MS) e sim com sua localização: aqui no RS tem poucos lugares por onde possam andar e manobrar com segurança (Mobilidade Tática), além da falta de necessidade, e no Brasil todo não há como movê-los com rapidez (Mobilidade Estratégica), dada a falta de meios (C-17, p ex).