GEOPOLÍTICA
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Re: GEOPOLÍTICA
Não é por nada não, mas, pelo que conheço dos militares brasileiros, e dos brasileiros, tenho ainda cá para mim que nós no lugar dos holandeses teríamos dado bem mais trabalho aos sérvios.
Isso, se para piorar as coisas, para o governo daqui, claro, o EB frente a situação que se desenrolava, não enviasse mais tropas á Bósnia para "pagar pra ver" junto aos sérvios.
Tudo hipóteses. Mas é sempre bom lembrar que até hoje o EB costuma se gabar de nunca ter perdido uma guerra. Duvido que os generais daquela época - hoje em dia a maioria não passam de uns cagões burrocratas - iriam admitir o exército de Caxias abandonar os seus à própria sorte, e pior ainda, ser chamado de covarde, omisso ou cumplice do massacre de civis.
Até prova em contrário, nossa historiografia militar, neste aspecto, é irretocável, desde o séc XIX.
abs
Isso, se para piorar as coisas, para o governo daqui, claro, o EB frente a situação que se desenrolava, não enviasse mais tropas á Bósnia para "pagar pra ver" junto aos sérvios.
Tudo hipóteses. Mas é sempre bom lembrar que até hoje o EB costuma se gabar de nunca ter perdido uma guerra. Duvido que os generais daquela época - hoje em dia a maioria não passam de uns cagões burrocratas - iriam admitir o exército de Caxias abandonar os seus à própria sorte, e pior ainda, ser chamado de covarde, omisso ou cumplice do massacre de civis.
Até prova em contrário, nossa historiografia militar, neste aspecto, é irretocável, desde o séc XIX.
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- Marcelo Ponciano
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Re: GEOPOLÍTICA
Compartilho dessa opinião, seria o caso para um Harakiri com o sabre de Caxias, tamanha a desonra para o EB.
Tudo estaria perdido se o mesmo homem, ou o mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo exercesse os três poderes: o de fazer as leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar. (MONTESQUIEU. O Espírito das Leis. Livro XI, Cap. VI)
- FCarvalho
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Re: GEOPOLÍTICA
Eu acredito que esse vexame, para não dizer vergonha, o EB não traria pra casa nem f...
ps: Naquela época, só tinha a bgda pqdt e a FFE como forças de pronta resposta. Em todo caso, me parece bastante crível que o EB se desse o trabalho, em tudo caminhando para a situação de massacre se concretizar, de enviar do jeito que fosse e como desse, pelo menos um Btl Pqdt à Bósnia e depois dava satisfação a quem de direito. Mesmo não contando com todos os recursos tecnológicos dos demais países envolvidos na missão. Mas só o fato da notícia de o Brasil enviar tropas para reforçar a posição, já seria um fato digno de fazer os atores locais repensarem suas posturas. As consequências políticas seriam resolvidas depois.
abs
ps: Naquela época, só tinha a bgda pqdt e a FFE como forças de pronta resposta. Em todo caso, me parece bastante crível que o EB se desse o trabalho, em tudo caminhando para a situação de massacre se concretizar, de enviar do jeito que fosse e como desse, pelo menos um Btl Pqdt à Bósnia e depois dava satisfação a quem de direito. Mesmo não contando com todos os recursos tecnológicos dos demais países envolvidos na missão. Mas só o fato da notícia de o Brasil enviar tropas para reforçar a posição, já seria um fato digno de fazer os atores locais repensarem suas posturas. As consequências políticas seriam resolvidas depois.
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- cabeça de martelo
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Re: GEOPOLÍTICA
Túlio escreveu: Ter Jul 23, 2019 2:41 pm POWS, ias muito bem, daí me apareces com isso de COACHING, PQP!!!
- Bourne
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Re: GEOPOLÍTICA
A vida real não é filme de hollywood que os militares destemidos desobedecem o comando, são indisciplinados e salvam o dia. Ou que vai fazer, mandar e arrebentar que se dane o comando e os políticos. Isso não existe. Ou acham que o Maverick continuaria voando depois de tudo que aprontou? Iria responder processos disciplinares, possivelmente colocado na reserva ou deslocado para transporte.
O caso que pode ser realista é no caso do filme "Maré Vermelha". O capitão (Gene Hackman) e imediato (Denzel Washington) extremamente preparados, ótimos currículos, muitos anos de estudo e experiência. No final das contas ambos estavam corretos em lançar ou não os misseis contra Rússia. O Capitão recebeu as ordens de lançamentos e os códigos não foram recebidos completos por outros problemas, mas avaliava que o lançamento era necessário para proteger os EUA. O Imediato porque preferiu ser ponderado e necessitava de confirmação devido a gravidade e dano causado pelo ataque. No final do filme, o capitão é mandado para reserva porque agiu de forma perigosa mesmo dentro das regras. E o imediato ganha o seu submarino porque se mostrou ponderado e firme.
O Duque de Caxias tinha o perfil de general. Porque era sensato, pensava e estudava, falava manso, respeitava os comandados e sabia conversar com o Imperador e parlamentares. Os militares cortam as asas dos oficiais indisciplinados, violentos e burros desde cedo. E com a profissionalização das forças armadas e estrutura de carreira mais clara ficou ainda mais consistente. Porque eles não querem malucos que pensem que estão em um filme. Caso contrário, podem começar uma guerra, líder massacres, mandar os próprios soldados para morte, fraquejar na hora que receber a ordem.
Os holandeses não fizeram vexame nenhum. Fizeram o que qualquer exército profissional faria. Como disse um dos envolvidos, a responsabilidade era dos holandeses e não estavam preparados para o que aconteceu. Também culpa da OTAN que tinha o comando unificado e não pode desobedecer a cadeia de comando. Não tem herói servindo. Estão ali para fazer um trabalho. Se não tem condições, preserva os soldados e recua. No final das contas, cumprindo ou não a ordem, terá a investigação para ver como os oficiais se comportaram, atribuir responsabilidades e avaliar as consequências. Se algum fez besteira vai responder.
---------------
O James Blunt jura que evitou a terceira guerra mundial porque não atacou as tropas russas durante a intervenção da OTAN na Iugoslávia. Se for verdade, ele não foi punido porque quem deu a ordem se exaltou e fez a tarefa de não começar insanidades e proteger seus soldados.
Edit: lembrei do filme
O caso que pode ser realista é no caso do filme "Maré Vermelha". O capitão (Gene Hackman) e imediato (Denzel Washington) extremamente preparados, ótimos currículos, muitos anos de estudo e experiência. No final das contas ambos estavam corretos em lançar ou não os misseis contra Rússia. O Capitão recebeu as ordens de lançamentos e os códigos não foram recebidos completos por outros problemas, mas avaliava que o lançamento era necessário para proteger os EUA. O Imediato porque preferiu ser ponderado e necessitava de confirmação devido a gravidade e dano causado pelo ataque. No final do filme, o capitão é mandado para reserva porque agiu de forma perigosa mesmo dentro das regras. E o imediato ganha o seu submarino porque se mostrou ponderado e firme.
O Duque de Caxias tinha o perfil de general. Porque era sensato, pensava e estudava, falava manso, respeitava os comandados e sabia conversar com o Imperador e parlamentares. Os militares cortam as asas dos oficiais indisciplinados, violentos e burros desde cedo. E com a profissionalização das forças armadas e estrutura de carreira mais clara ficou ainda mais consistente. Porque eles não querem malucos que pensem que estão em um filme. Caso contrário, podem começar uma guerra, líder massacres, mandar os próprios soldados para morte, fraquejar na hora que receber a ordem.
Os holandeses não fizeram vexame nenhum. Fizeram o que qualquer exército profissional faria. Como disse um dos envolvidos, a responsabilidade era dos holandeses e não estavam preparados para o que aconteceu. Também culpa da OTAN que tinha o comando unificado e não pode desobedecer a cadeia de comando. Não tem herói servindo. Estão ali para fazer um trabalho. Se não tem condições, preserva os soldados e recua. No final das contas, cumprindo ou não a ordem, terá a investigação para ver como os oficiais se comportaram, atribuir responsabilidades e avaliar as consequências. Se algum fez besteira vai responder.
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O James Blunt jura que evitou a terceira guerra mundial porque não atacou as tropas russas durante a intervenção da OTAN na Iugoslávia. Se for verdade, ele não foi punido porque quem deu a ordem se exaltou e fez a tarefa de não começar insanidades e proteger seus soldados.
Edit: lembrei do filme
- FCarvalho
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Re: GEOPOLÍTICA
Profissionalismo é um termo muito recente no EB e nas demais ffaa's brasileiras.
A 25 anos atrás o ambiente institucional e político eram outros.
Pode ser que estejas certo, ou não.
Se alguém de dentro do EB ou que teve acesso privilegiado na situação as informações importantes, não resolver dar seu ponto de vista, o máximo que podemos fazer aqui é um exercício coletivo de imaginação e ilações.
O resto a história contará as suas versões.
Abs
A 25 anos atrás o ambiente institucional e político eram outros.
Pode ser que estejas certo, ou não.
Se alguém de dentro do EB ou que teve acesso privilegiado na situação as informações importantes, não resolver dar seu ponto de vista, o máximo que podemos fazer aqui é um exercício coletivo de imaginação e ilações.
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Re: GEOPOLÍTICA
Bourne escreveu: Ter Jul 23, 2019 9:50 pmO James Blunt jura que evitou a terceira guerra mundial porque não atacou as tropas russas durante a intervenção da OTAN na Iugoslávia. Se for verdade, ele não foi punido porque quem deu a ordem se exaltou e fez a tarefa de não começar insanidades e proteger seus soldados.
Edit: lembrei do filme
https://en.wikipedia.org/wiki/Incident_ ... na_airport
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Re: GEOPOLÍTICA
Também duvido muito que o EB deixaria civis desamparados no campo de batalha.
Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
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Re: GEOPOLÍTICA
As probabilidades históricas, até prova em contrário, estão a nosso favor.
E como disse, eram outros tempos.
Não existe desabono em termos de conduta/postura do EB em nenhuma missão da ONU desde 1956 ate os dias de hoje, seja com observadores, seja com tropas em campo.
Ate por isso somos insistentemente convidados, ou instados, a participação de missões da ONU todos os anos. E se não fosse pelo MRE, políticos e o pessoal da economia, teríamos tropas espalhadas pelo mundo todo em mais de 20 missões. E com certeza seriamos a liderança na maior parte delas. E não meros participes.
É bom lembrar que foi a Minustah ha 15 anos atrás que deu o pontapé inicial para a transformação doutrinária e material que se pode observar nos planos do EB.
A maioria dos projetos de modernização da forca são consequência direta da experiência real daquela missão.
Imaginem vocês agora se tivéssemos feito o mesmo desde os anos 1990 no mesmo nível de envolvimento e responsabilidade em todas as missões que fomos chamados e recusamos, por motivos pouco ou nada aceitáveis.
Abs
E como disse, eram outros tempos.
Não existe desabono em termos de conduta/postura do EB em nenhuma missão da ONU desde 1956 ate os dias de hoje, seja com observadores, seja com tropas em campo.
Ate por isso somos insistentemente convidados, ou instados, a participação de missões da ONU todos os anos. E se não fosse pelo MRE, políticos e o pessoal da economia, teríamos tropas espalhadas pelo mundo todo em mais de 20 missões. E com certeza seriamos a liderança na maior parte delas. E não meros participes.
É bom lembrar que foi a Minustah ha 15 anos atrás que deu o pontapé inicial para a transformação doutrinária e material que se pode observar nos planos do EB.
A maioria dos projetos de modernização da forca são consequência direta da experiência real daquela missão.
Imaginem vocês agora se tivéssemos feito o mesmo desde os anos 1990 no mesmo nível de envolvimento e responsabilidade em todas as missões que fomos chamados e recusamos, por motivos pouco ou nada aceitáveis.
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- Marcelo Ponciano
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Re: GEOPOLÍTICA
Não sei como funciona isso, mas acho que a Minustah saiu cara para o Brasil. Lembro da imprensa batento nos bilhões que foram gastos lá.
Se a ONU custeasse pelo menos parte dos gastos com a manutenção da tropa nos locais até seria possível o Brasil participar mais. Digo isso porque o soldo do militar tem que ser pago de qualquer jeito, então é melhor que seja empregado em missões da ONU para ter o único treinamento 100% eficaz: o combate real. Se a ONU pagasse as demais despesas de manutenção o Brasil poderia mandar mais tropas sem praticamente mudar em nada o orçamento.
Se a ONU custeasse pelo menos parte dos gastos com a manutenção da tropa nos locais até seria possível o Brasil participar mais. Digo isso porque o soldo do militar tem que ser pago de qualquer jeito, então é melhor que seja empregado em missões da ONU para ter o único treinamento 100% eficaz: o combate real. Se a ONU pagasse as demais despesas de manutenção o Brasil poderia mandar mais tropas sem praticamente mudar em nada o orçamento.
Tudo estaria perdido se o mesmo homem, ou o mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo exercesse os três poderes: o de fazer as leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar. (MONTESQUIEU. O Espírito das Leis. Livro XI, Cap. VI)
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Re: GEOPOLÍTICA
A ONU entra com o financiamento das tropas no terreno, é assim em qualquer missão sob a égide da dita organização.
- Marcelo Ponciano
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Re: GEOPOLÍTICA
Curioso, então não entendo as críticas contra a Minustah aqui no Brasil. Lembro que até setores do governo reclamavam dos gastos elevados.
Certamente que os militares enviados recebiam algum adicional no soldo. Mas seria só isso o responsável pelas críticas?
Por mim, o EB não ficava um único dia sequer sem uma missão de paz dessas.
Certamente que os militares enviados recebiam algum adicional no soldo. Mas seria só isso o responsável pelas críticas?
Por mim, o EB não ficava um único dia sequer sem uma missão de paz dessas.
Tudo estaria perdido se o mesmo homem, ou o mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo exercesse os três poderes: o de fazer as leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar. (MONTESQUIEU. O Espírito das Leis. Livro XI, Cap. VI)
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Re: GEOPOLÍTICA
Marcelo, as críticas sempre vieram, e sempre vem, de setores da sociedade que nutrem forte oposição histórica a qualquer tipo de "gasto" em relação as forças armadas, seja por simples questões ideológico-política, seja por mera ignorância do papel institucional delas, no país e fora dele.
Isso se dá normalmente porque a maioria da classe política e a DITA elite intelectual e econômica do Brasil teme mais os militares do que o povo "pobre, burro e longe" que os mantém onde sempre estiveram desde sempre.
Como no Brasil nunca houve e não há interesse, conhecimento e debate sobre os assuntos defesa nacional, mesmo que a ONU pagasse cada centavo de cada soldado brasileiro a seu serviço no exterior, ainda assim haveria quem diria que estaríamos "gastando dinheiro público" com coisas que não nos dizem respeito.
Fato é que a ONU paga muitas das despesas que todos os países que empregam tropas de paz. Isso é assim desde há muito. O problema é que no Brasil, para quem quer apenas utilizar a questão como pano de fundo para a falta de argumentos para atacar, contradizer ou simplesmente fazer oposição ao governo, seja ele qual for, nada disso importa. Mera questão de oportunismo.
Para teres uma ideia, só nos últimos cinco anos, nos preparamos para missões na África e Oriente Médio. Todas com forte indícios de assumirmos a liderança das missões. Aí o que parecia certo, depois do término da Minustah, se tornou de certa forma um vexame para nós, devido a recusa do país em participar, sob a desculpa de sempre... $$$.
Uma mentira lavada e um chute no saco das ffaa's que se preparam durante tempos para fazer esse trabalho.
Mas, enfim, os cmdos das ffaa's tem plena consciência de que em um país como o nosso, com pouca ou nenhuma chance de conflitos no próprio território, e sem ameaças concretas que justifiquem qualquer investimento de longo prazo e regular em defesa, as missões da ONU são a única válvula de escape para se conseguir alguns avanços em termos materiais e humanos.
Elas ao menos ajudam a justificar o fato de que nossos soldados precisam do melhor quando estiverem lá fora representando o país, e mais, todos são responsáveis pela sua proteção e sucesso na missão.
Sem esse sentido de co-responsabilidade entre GF, classe politica e sociedade, as missões da ONU de pouco valem no sentido de dar melhores condições as forças militares que temos. E é isso que a Minustah, e os que lá morreram, de certa forma criou, mesmo que sem querer, por aqui.
Se não fôssemos um país tão sem memória, é possível que hoje estivéssemos no Líbano, na RCA e em outras missões para as quais fomos convidados, inclusive a comandar. Há mesmo expectativas de uma missão no leste da Ucrãnia, cuja missão está em negociação há vários anos, e na qual nós teríamos papel preponderante, já que russos e ucranianos tem boas relações conosco e não temos nada com OTAN e cia ltda, além de fazermos parte dos Brics.
abs
Isso se dá normalmente porque a maioria da classe política e a DITA elite intelectual e econômica do Brasil teme mais os militares do que o povo "pobre, burro e longe" que os mantém onde sempre estiveram desde sempre.
Como no Brasil nunca houve e não há interesse, conhecimento e debate sobre os assuntos defesa nacional, mesmo que a ONU pagasse cada centavo de cada soldado brasileiro a seu serviço no exterior, ainda assim haveria quem diria que estaríamos "gastando dinheiro público" com coisas que não nos dizem respeito.
Fato é que a ONU paga muitas das despesas que todos os países que empregam tropas de paz. Isso é assim desde há muito. O problema é que no Brasil, para quem quer apenas utilizar a questão como pano de fundo para a falta de argumentos para atacar, contradizer ou simplesmente fazer oposição ao governo, seja ele qual for, nada disso importa. Mera questão de oportunismo.
Para teres uma ideia, só nos últimos cinco anos, nos preparamos para missões na África e Oriente Médio. Todas com forte indícios de assumirmos a liderança das missões. Aí o que parecia certo, depois do término da Minustah, se tornou de certa forma um vexame para nós, devido a recusa do país em participar, sob a desculpa de sempre... $$$.
Uma mentira lavada e um chute no saco das ffaa's que se preparam durante tempos para fazer esse trabalho.
Mas, enfim, os cmdos das ffaa's tem plena consciência de que em um país como o nosso, com pouca ou nenhuma chance de conflitos no próprio território, e sem ameaças concretas que justifiquem qualquer investimento de longo prazo e regular em defesa, as missões da ONU são a única válvula de escape para se conseguir alguns avanços em termos materiais e humanos.
Elas ao menos ajudam a justificar o fato de que nossos soldados precisam do melhor quando estiverem lá fora representando o país, e mais, todos são responsáveis pela sua proteção e sucesso na missão.
Sem esse sentido de co-responsabilidade entre GF, classe politica e sociedade, as missões da ONU de pouco valem no sentido de dar melhores condições as forças militares que temos. E é isso que a Minustah, e os que lá morreram, de certa forma criou, mesmo que sem querer, por aqui.
Se não fôssemos um país tão sem memória, é possível que hoje estivéssemos no Líbano, na RCA e em outras missões para as quais fomos convidados, inclusive a comandar. Há mesmo expectativas de uma missão no leste da Ucrãnia, cuja missão está em negociação há vários anos, e na qual nós teríamos papel preponderante, já que russos e ucranianos tem boas relações conosco e não temos nada com OTAN e cia ltda, além de fazermos parte dos Brics.
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Re: GEOPOLÍTICA
Voltando ao acordo UE-Mercosul. Eu avisei que o descuido e constantes falas de que preocupação ambiental "è coisa de vegano!" estão começando a chamar atenção pra situação da Amazonia, atenção indesejada e que isso cedo ou tarde passará da imprensa/população pros governos.
https://brasilianismo.blogosfera.uol.co ... -amazonia/
Eu sei que é Uol, mas o número de jornais internacionais cobrindo as mudanças não é pequeno e já passou de blogs pra jornais de prestigio em seus respectivos países. (China.org, New York Times, bloomblerg, etc).
Isso só deverá levar o governo atual a fazer um "double down" ou seja, acelerar o processo. O que fará a volta da década de 80 e 90 com pressão internacional na área e poderá de fato começar a danificar a geopolitica brasileira.
E não é preciso "invadir a amazonia", ou outras teorias mirabolantes. Basta eles pararem de comprar nossa carne e alguns produtos chave.... (Madeira por exemplo).
Nada que um leve processo de 2-5 anos não resolva.....
Ainda é tempo de parar/dar a volta. Pq quando sair das palavras, alertas pra ações politicas já será tarde demais.
https://brasilianismo.blogosfera.uol.co ... -amazonia/
Eu sei que é Uol, mas o número de jornais internacionais cobrindo as mudanças não é pequeno e já passou de blogs pra jornais de prestigio em seus respectivos países. (China.org, New York Times, bloomblerg, etc).
Isso só deverá levar o governo atual a fazer um "double down" ou seja, acelerar o processo. O que fará a volta da década de 80 e 90 com pressão internacional na área e poderá de fato começar a danificar a geopolitica brasileira.
E não é preciso "invadir a amazonia", ou outras teorias mirabolantes. Basta eles pararem de comprar nossa carne e alguns produtos chave.... (Madeira por exemplo).
Nada que um leve processo de 2-5 anos não resolva.....
Ainda é tempo de parar/dar a volta. Pq quando sair das palavras, alertas pra ações politicas já será tarde demais.