MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
No Brasil, especialmente nos jovens que cresceram na época do Lula Neoliberal, elevado elitismo. O elitismo no sentido de acharem que vão fazer curso superior, assumir um cargo na área e ficar nisso para sempre. Ao mesmo tempo, supondo que sejam bem remunerados e podem fazer piada de outros. O padrão coach de ser e que é só acreditar.
O primeiro engano é achar que curso superior forma profissional. Não!!! O curso superior dá uma boa base em saber aprender, pesquisar, fazer contados e ter novas ideias. Em alguns casos, dá uma carteirinha que permite exercer certa profissão. Depois vai estudar e trabalhar muito para achar um nicho promissor e se fixar em área que pode não ser de formação original.
O segundo engano de pensar que vai chegar na área como profissional e ficará para sempre nela. Não vai e cada vez menos. O bacharelado é obrigação e a carteirinha esperado. Não tem diferencial. Outra que boas oportunidades podem surgir em outras áreas bem diferentes da original. Por exemplo, tinha coleguinha no doutorado que era advogado com graduação e mestrado pela usp que preferiu ser burocrata. Ou outro doutor que virou cozinheiro.
O terceiro engano relacionado ao elitismo. É achar que voltar para interior, montar o negócio comum ou ficar no business Family é fracasso. Já vi velho falando isso. Não é. Na realidade é a oportunidade de usar os conhecimentos para algo efetivo. Com boas chances de ter ótima remuneração e ter melhor qualidade de vida. Sem medo de sujar a bota, conversar com peões e fazer trabalho básico.
Aí vejo casos como o jovem abaixo. Formado em engenharia de produção que não quis trabalhar de empregado porque paga pouco, tem que morar na cidade e o custo de vida é elevado. O resultado foi voltar a plantar cana. Ele administra a propriedade, faz a maioria dos trabalhos, tem planilhas sobre tudo. O cara extremamente organizado. Aprendo muito com ele.
Agora começa a perceber que o movimento de jovens abaixarem o narizinho. E aceitarem que não tem nada pronto. E morar em um apartamento multifuncional no centro, ganhar uns 2-3 mil mês e trabalhar muito em cargos burocráticos não é suficiente. Por mais hipsters que sejam.
O primeiro engano é achar que curso superior forma profissional. Não!!! O curso superior dá uma boa base em saber aprender, pesquisar, fazer contados e ter novas ideias. Em alguns casos, dá uma carteirinha que permite exercer certa profissão. Depois vai estudar e trabalhar muito para achar um nicho promissor e se fixar em área que pode não ser de formação original.
O segundo engano de pensar que vai chegar na área como profissional e ficará para sempre nela. Não vai e cada vez menos. O bacharelado é obrigação e a carteirinha esperado. Não tem diferencial. Outra que boas oportunidades podem surgir em outras áreas bem diferentes da original. Por exemplo, tinha coleguinha no doutorado que era advogado com graduação e mestrado pela usp que preferiu ser burocrata. Ou outro doutor que virou cozinheiro.
O terceiro engano relacionado ao elitismo. É achar que voltar para interior, montar o negócio comum ou ficar no business Family é fracasso. Já vi velho falando isso. Não é. Na realidade é a oportunidade de usar os conhecimentos para algo efetivo. Com boas chances de ter ótima remuneração e ter melhor qualidade de vida. Sem medo de sujar a bota, conversar com peões e fazer trabalho básico.
Aí vejo casos como o jovem abaixo. Formado em engenharia de produção que não quis trabalhar de empregado porque paga pouco, tem que morar na cidade e o custo de vida é elevado. O resultado foi voltar a plantar cana. Ele administra a propriedade, faz a maioria dos trabalhos, tem planilhas sobre tudo. O cara extremamente organizado. Aprendo muito com ele.
Agora começa a perceber que o movimento de jovens abaixarem o narizinho. E aceitarem que não tem nada pronto. E morar em um apartamento multifuncional no centro, ganhar uns 2-3 mil mês e trabalhar muito em cargos burocráticos não é suficiente. Por mais hipsters que sejam.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Sobre o acordo Mercosul-ue não venham com papo de fazendão ou que não é livre comércio porque é cheio de regulamentação.
Abaixo o especial sobre o tema. A primeira parte de horas de podcast recheado com gente da área.
Aqui está um programa para você… Especial sobre o Acordo MERCOSUL – União Europeia Pt.1 Episódio de Xadrez Verbal
https://open.spotify.com/episode/6KQE5X ... LDljyQiDuA
Lembrem do México no NAFTA. No fim das contas atraiu investimento pesado de multinacionais. Ao mesmo tempo, atraiu boa parte da indústria de alimentos processados, carros e linha branca dos EUA.
Ok, o NAFTA piorou a crise social e institucional no México. Mas aí é culpa de como o México se organiza. O que é bem diferente do Brasil e Argentina, mesmo de Paraguai e Uruguai.
Enviado de meu Redmi 6A usando o Tapatalk
Abaixo o especial sobre o tema. A primeira parte de horas de podcast recheado com gente da área.
Aqui está um programa para você… Especial sobre o Acordo MERCOSUL – União Europeia Pt.1 Episódio de Xadrez Verbal
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Lembrem do México no NAFTA. No fim das contas atraiu investimento pesado de multinacionais. Ao mesmo tempo, atraiu boa parte da indústria de alimentos processados, carros e linha branca dos EUA.
Ok, o NAFTA piorou a crise social e institucional no México. Mas aí é culpa de como o México se organiza. O que é bem diferente do Brasil e Argentina, mesmo de Paraguai e Uruguai.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Na parte em vermelho, a lógica que une a "velha esquerda" e a "velha direita" em proteger a eterna nascente industria nacional. E proteger de forma burra ao isolar da competição, acesso aos componentes e insumos mais avançados, que sabotam a própria industria no longo prazo.
Também vale outras áreas como finanças e serviços. Até pouco tempo ambos abominavam as "fintechs" e exaltavam os bancões públicos e privados nacionais. Na verdade continuam exaltando, mas não falam tanto.
Não existe essa de "tudo que planta no Brasil dá". É o grande mito. Assim como Brasil pacífico e ordeiro. Hoje, o Brasil é grande produtor agrícola hoje devido ao investimento em tecnologia e no desenvolvimento de soluções para os problemas nacionais. E desde os tempos que não existiam soluções para ser compradas no exterior. Aliás, atualmente vendidas para outras regiões como na África, Austrália, Oriente Médio e América Latina.
Também vale outras áreas como finanças e serviços. Até pouco tempo ambos abominavam as "fintechs" e exaltavam os bancões públicos e privados nacionais. Na verdade continuam exaltando, mas não falam tanto.
A parte do agronegócio é fantasia do Elio Gaspari. O projeto do Brasil pós-1930 foi construir autonomia na produção de alimentos. Em especial, na década de 1960 com o objetivo de ocupar o interior e elevar produção agrícola. Para isso, passou a investir para conseguir produzir nas áreas semi-áridas do centro-oeste, sudeste e nordeste. Ao mesmo tempo, aumentar a produtividade do Sul e São Paulo.Bolsonaro tem muito tambor e pouco violino
Houve época em que era mais fácil comprar cocaína que importar computador
21.jul.2019 às 2h00
Em julho de 2017 o procurador Deltan Dallagnol foi convidado para fazer uma palestra no Ceará, pediu cachê de uns R$ 30 mil, mais passagens para ele, a mulher, os filhos e estadia no Beach Park ("as crianças adoraram"). Em junho passado o ministro de Economia baixou a Portaria 309, que reduzia os impostos de importação de bens de capital, informática e tecnologia. Dezoito dias depois, suspendeu-a. Nada a ver uma coisa com a outra? Elas mostram como a mão invisível do atraso leva o leão a miar.
Quem pagou a villeggiatura do doutor Dallagnol foi a Federação da Indústrias do Ceará, uma das estrelas do Sistema S, aquele em cuja caixa de R$ 20 bilhões arrecadados compulsoriamente nas veias das empresas o doutor Paulo Guedes prometeu "meter uma faca".
Passaram-se seis meses sem que Guedes voltasse a falar no Sistema S, mas quando ele assinou a portaria 309 cumpriu uma das maiores promessas de campanha do capitão Bolsonaro. Baixando os impostos de importação de bens de capital e de equipamentos de informática, baratearia os preços de computadores, celulares e produtos eletrônicos. A alegria durou pouco pois recolheu-a prometendo revê-la.
A mão invisível de uma parte do patronato da indústria ganhou a parada mostrando ao governo que poderia bloquear seus projetos no Congresso. Ela já conseguira o arquivamento do projeto de abertura comercial deixado por Michel Temer. Esse jogo tem quase um século. Houve época em que era mais fácil comprar cocaína do que importar computador.
Quando a economia nacional começou a se abrir, o agronegócio foi à luta, modernizou-se e hoje é internacionalmente competitivo. A indústria blindou-se atrás de federações (alimentadas pelo Sistema S), aliada a "piratas privados e criaturas do pântano político" (palavras de Guedes). Poderosa, preserva-se com leis protecionistas. Resultado: os piratas prosperaram, a indústria definhou e seus produtos custam caro. Já as federações, nadam em dinheiro, custeando palestras que poucos empresários sérios custeiam.
O capitão Bolsonaro é um mestre do ilusionismo. A cada semana agita o país com tolices ("golden shower"), impropriedades (o conforto de um trabalho infantil que não conheceu) ou mesmo irrelevâncias (a nomeação do filho para a embaixada em Washington, ganha um almoço de lagosta no Supremo Tribunal quem souber os nomes dos três últimos embaixadores nos Estados Unidos).
Quando um assunto relevante como a abertura da economia vai para o pano verde, o leão revoga a portaria 309 no escurinho de Brasília, prometendo revisá-la em agosto. A ver, pois essa orquestra tem muitos tambores e poucos violino.
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/e ... b5zm4py4YI
Não existe essa de "tudo que planta no Brasil dá". É o grande mito. Assim como Brasil pacífico e ordeiro. Hoje, o Brasil é grande produtor agrícola hoje devido ao investimento em tecnologia e no desenvolvimento de soluções para os problemas nacionais. E desde os tempos que não existiam soluções para ser compradas no exterior. Aliás, atualmente vendidas para outras regiões como na África, Austrália, Oriente Médio e América Latina.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
'Estamos alinhados às políticas dos EUA', diz Bolsonaro sobre retenção de navios do Irã
Questionado se tinha conversado com Trump sobre o impasse, presidente disse que 'certas coisas não precisa conversar' e 'sabe o que fazer' sobre o caso
https://internacional.estadao.com.br/no ... 0002931415
BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste domingo que não precisar conversar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para estar alinhado com os americanos na questão dos dois navios iranianos que estão parados no Porto de Paranaguá desde junho. Segundo ele, o tema não foi tratado com o republicano ainda.
"Sobre esse assunto específico não. Mas tem certas coisas que não precisa conversar. Estamos alinhados à política deles, então sabemos o que temos que fazer", disse.
Brasil deve se tornar 2º maior exportador global de milho, diz FAO
https://www.douradosagora.com.br/notici ... l-de-milho
Irã é o principal país importador do milho brasileiro
https://www.udop.com.br/index.php?item= ... od=1171630
08/10/2018 - O Irã é o principal país importador do milho brasileiro em 2018, com a aquisição de 4,684 milhões de toneladas no acumulado dos primeiros nove meses do ano, alta de 38% na comparação com o resultado de igual período do ano passado, apontam dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), captados pelo analista de grãos da DATAGRO, Flávio Roberto de França Júnior.
Irã compra pelo menos 50 mil toneladas de milho do Brasil
http://www.grupojangada.com.br/instituc ... -do-brasil
Em 2018, o Brasil vendeu ao Irã US$ 2,26 bilhões e importou US$ 39,92 milhões. O Irã é maior mercado para o milho brasileiro e o quinto maior destino da carne bovina e da soja exportadas pelo Brasil.
http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/ficha ... ica-do-ira
Impulsionado pelo milho, Irã se isola como 2º mercado exportador de Mato Grosso
https://www.sonoticias.com.br/agronotic ... to-grosso/
Exportações de milho têm forte alta de 122% em julho e Irã é o principal importador
https://www.comexdobrasil.com/exportaco ... mportador/
IMPORTADORES DO IRÃ COMPRAM MAIS DE 500 MIL T DE MILHO DO BRASIL
O Irã foi o principal importador de milho do Brasil em 2017, comprando 4,8 milhões de toneladas, segundo dados do governo brasileiro.
https://www.abracomex.org/importadores- ... -do-brasil
Questionado se tinha conversado com Trump sobre o impasse, presidente disse que 'certas coisas não precisa conversar' e 'sabe o que fazer' sobre o caso
https://internacional.estadao.com.br/no ... 0002931415
BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste domingo que não precisar conversar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para estar alinhado com os americanos na questão dos dois navios iranianos que estão parados no Porto de Paranaguá desde junho. Segundo ele, o tema não foi tratado com o republicano ainda.
"Sobre esse assunto específico não. Mas tem certas coisas que não precisa conversar. Estamos alinhados à política deles, então sabemos o que temos que fazer", disse.
Brasil deve se tornar 2º maior exportador global de milho, diz FAO
https://www.douradosagora.com.br/notici ... l-de-milho
Irã é o principal país importador do milho brasileiro
https://www.udop.com.br/index.php?item= ... od=1171630
08/10/2018 - O Irã é o principal país importador do milho brasileiro em 2018, com a aquisição de 4,684 milhões de toneladas no acumulado dos primeiros nove meses do ano, alta de 38% na comparação com o resultado de igual período do ano passado, apontam dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), captados pelo analista de grãos da DATAGRO, Flávio Roberto de França Júnior.
Irã compra pelo menos 50 mil toneladas de milho do Brasil
http://www.grupojangada.com.br/instituc ... -do-brasil
Em 2018, o Brasil vendeu ao Irã US$ 2,26 bilhões e importou US$ 39,92 milhões. O Irã é maior mercado para o milho brasileiro e o quinto maior destino da carne bovina e da soja exportadas pelo Brasil.
http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/ficha ... ica-do-ira
Impulsionado pelo milho, Irã se isola como 2º mercado exportador de Mato Grosso
https://www.sonoticias.com.br/agronotic ... to-grosso/
Exportações de milho têm forte alta de 122% em julho e Irã é o principal importador
https://www.comexdobrasil.com/exportaco ... mportador/
IMPORTADORES DO IRÃ COMPRAM MAIS DE 500 MIL T DE MILHO DO BRASIL
O Irã foi o principal importador de milho do Brasil em 2017, comprando 4,8 milhões de toneladas, segundo dados do governo brasileiro.
https://www.abracomex.org/importadores- ... -do-brasil
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
É um sacrifício para salvar a civilização ocidental.
Os iranianos não passarão fome. Podem comprar o milho, alimentos e medicamentos dos EUA ou outros países ocidentais.
Quem tem que pressionar o governo é o agronegócio brasileiro. Se fica na rua de boca aberta na rua todo mundo passa a mão. Porem até agora não fizeram nada. Sinal de que não se importam com os US$ 2 bi ou mais de exportações de grãos, carnes e outros bens não entram no embargo. E estava em trajetória de crescimento acelerado em 2017 e 2018.
Em parte, os iranianos tinham mais simpatia em comprar do Brasil do que EUA, Canadá e Austrália. Seja pela maior confiabilidade e pelo Brasil não se meter nas questões do Irã no Oriente Média. Seja pelo potencial de futuros negócios como exportações (petróleo, derivados, adubo e insumos como ureia) e investimentos no setor petrolífero no médio e longo prazo.
Os iranianos não passarão fome. Podem comprar o milho, alimentos e medicamentos dos EUA ou outros países ocidentais.
Quem tem que pressionar o governo é o agronegócio brasileiro. Se fica na rua de boca aberta na rua todo mundo passa a mão. Porem até agora não fizeram nada. Sinal de que não se importam com os US$ 2 bi ou mais de exportações de grãos, carnes e outros bens não entram no embargo. E estava em trajetória de crescimento acelerado em 2017 e 2018.
Em parte, os iranianos tinham mais simpatia em comprar do Brasil do que EUA, Canadá e Austrália. Seja pela maior confiabilidade e pelo Brasil não se meter nas questões do Irã no Oriente Média. Seja pelo potencial de futuros negócios como exportações (petróleo, derivados, adubo e insumos como ureia) e investimentos no setor petrolífero no médio e longo prazo.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Nem na época da ditadura, vimos um presidente tão lambe botas como esse, é vergonhosos.
Não estou enaltecendo a fracassada política do Pt, mas pode estar nascendo uma fracassada política do Bolsonaro, cadê a política externa sem viés ideológico que o Bolsonaro tanto pregava?
Não estou enaltecendo a fracassada política do Pt, mas pode estar nascendo uma fracassada política do Bolsonaro, cadê a política externa sem viés ideológico que o Bolsonaro tanto pregava?
Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
- Bourne
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Barcos do Irã ficam parados no Brasil após Petrobras vetar venda de combustível
Os navios transportam milho. O presidente Bolsonaro lembra que seu Governo "está alinhado" com os EUA e que advertiu às empresas do risco que supõem as multas
A disputa cada vez mais escancarada dos Estados Unidos com o Irã chegou às águas do Brasil. Dois navios iranianos estão há várias semanas ancorados em frente ao porto de Paranaguá (PR) por falta de combustível para regressar ao seu país. A Petrobras se recusa a lhes fornecer diesel, alegando temer as consequências das sanções norte-americanas ao Irã —apesar de as embarcações transportarem milho. Alimentos e remédios estão, em princípio, excluídos das sanções. Perguntado sobre o assunto, o presidente Jair Bolsonaro respondeu neste domingo que “vocês já sabem que estamos alinhados com a política deles (dos EUA). Então fazemos o que temos que fazer”.
Desde o início de seu mandato, em janeiro, Bolsonaro forjou uma aliança com Donald Trump que é a base da nova política externa do Brasil. Isso se reflete, entre outros assuntos, em um novo alinhamento com Washington nas votações da ONU e em uma oposição frontal à Venezuela chavista.
O Bavand, carregado com 48.000 toneladas de milho, deveria ter zarpado de Paranaguá em 8 de junho, e o Termeh espera desde 9 de junho para ser abastecido de combustível para viajar a outro porto, Imbituba (SC) para carregar também milho, segundo a revista Veja. O Irã é um dos principais importadores do milho brasileiro. Também compra soja e carne bovina. Em 2018, o Brasil exportou o equivalente a 8,4 bilhões de reais à República Islâmica, ao passo que as importações foram irrisórias, 142 milhões de reais, segundo dados do Ministério da Economia brasileiro.
O presidente já revelou na sexta-feira que seu Governo tinha advertido às empresas brasileiras sobre as sanções unilaterais impostas por Washington a Teerã e sobre o risco que elas corriam.
Na sua recusa a vender combustível aos navios, a Petrobras alegou esse risco de ser incluída pelos EUA numa lista negra de empresas que fazem negócios com o Irã, “o que acarretaria graves prejuízos”. E acrescentou que existem outras empresas capazes de lhes vender diesel. A imprensa brasileira informa que os tripulantes das duas embarcações recebem alimentos terra; nenhum deles desembarcou.
https://brasil.elpais.com/brasil/2019/0 ... ia20190723
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Irã pede informações ao Itamaraty sobre navios parados em Paranaguá (PR)
Segundo fontes, o diplomata perguntou o que o governo brasileiro está fazendo para ajudar na solução do problema
https://oglobo.globo.com/mundo/ira-pede ... r-23826932
BRASÍLIA — O embaixador do Irã no Brasil, Seyed Ali Saghaeyan , foi ao Itamaraty , nesta terça-feira, para saber que providências estão sendo tomadas pelo governo brasileiro que ajudem a resolver o impasse envolvendo dois navios iranianos que estão atracados desde o início de junho no porto de Paranaguá (PR). A Petrobras se recusa a abastecer as embarcações, uma delas já carregada de milho, sob a alegação de que poderia sofrer sanções dos Estados Unidos. Os navios trouxeram ureia importada para o Brasil e o produto, que foi descarregado no mês passado, faz parte da lista de restrições impostas por Washington ao comércio com Teerã.
A questão foi discutida com o secretário de negociações bilaterais no Oriente Médio, Europa e África do Ministério das Relações Exteriores, Kenneth Félix Haczynski da Nóbrega. Uma fonte que acompanha o assunto revelou que o diplomata iraniano comentou que Teerã tem várias dúvidas a respeito de como o governo brasileiro está se movimentando para a resolver o problema — segundo ele, bastante incomum nas relações comerciais bilaterais. Seyed Ali Saghaeyan teria deixado o Itamaraty sem uma resposta concreta.
Os navios foram fretados pela empresa brasileira Eleva e deveriam voltar ao Irã com 100 mil toneladas de milho, depois de deixar no Brasil a ureia importada. Esse tipo de operação se chama "comércio compensado", por não envolver pagamento iraniano. A Eleva argumenta que as embarcações entraram legalmente no Brasil e que comprou o produto de firmas que não estão na lista de entidades sancionadas pelos EUA.
A decisão final será tomada no Supremo Tribunal Federal, ao qual a Petrobras recorreu, depois que a Eleva obteve uma liminar na Justiça do Paraná obrigando a estatal a fornecer o combustível. Na última sexta-feira, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, deu um parecer favorável à Petrobras na disputa, dizendo que a Eleva teria alternativas para abastecer os navios.
EUA alertaram governo brasileiro contra importação de ureia do Irã
Washington informou que empresas e portos podem ser sancionados; alerta envolve o caso de navios parados em Paranaguá porque a Petrobras se recusa a abastecê-los
https://oglobo.globo.com/mundo/eua-aler ... a-23825296
BRASÍLIA E RIO - O governo brasileiro foi alertado há cerca de três semanas pelo governo americano de que a importação do fertilizante ureia do Irã está sob restrições impostas pelos Estados Unidos , e que empresas brasileiras, incluindo portos, que ajudem a viabilizar o comércio do produto estarão sujeitas a sanções .
O alerta envolve o caso dos dois navios iranianos , o Termeh e o Bavand, que estão parados desde o início de junho no porto de Paranaguá , impedidos de zarpar porque a Petrobras se recusa a abastecê-los, alegando que pode ser alvo de punições de Washington.
Os navios foram fretados pela empresa brasileira Eleva e a carga de ureia que trouxeram do Irã já foi descarregada no mês passado. Eles deveriam voltar ao país persa levando 100 toneladas de milho — o Irã é o quinto maior importador dessa commodity brasileira. A operação é classificada como “comércio compensado”, por não envolver pagamento iraniano em dinheiro, já que Teerã está com reservas reduzidas por causa das sanções aplicadas pelos EUA desde que abandonaram unilateralmente, em maio de 2018, o acordo nuclear assinado entre as principais potências e o país do Golfo Pérsico.
A Eleva afirma que as embarcações entraram legalmente no Brasil e que comprou a ureia de empresas iranianas que não estão na lista de entidades sancionadas pelos Estados Unidos. Por isso, diz, não havia necessidade de pedir uma licença especial a Washington.
— A Eleva, empresa brasileira e não sancionada, está tentando comprar combustível para concluir a exportação de milho que, por ser alimento, não é sujeito a qualquer tipo de sanção — disse ao GLOBO o advogado Rodrigo Cotta, do escritório Kincaid Mendes Vianna Advogados, que representa a empresa.
O impasse sobre o abastecimento dos navios está no Supremo Tribunal Federal, ao qual a Petrobras recorreu depois que a Eleva obteve uma liminar na Justiça do Paraná obrigando a estatal a fornecer o combustível.
Ontem, a empresa pediu ao STF que intime a Petrobras a apresentar, em 24 horas, a lista de empresas brasileiras que têm o combustível IFO 380, usado pelos navios iranianos. No processo, a Petrobras havia indicado que uma única empresa estaria apta a fornecer o combustível em Paranaguá: a Refinaria de Petróleo Riograndense, que, segundo a Eleva, informou não ter estoque do produto.
Na noite de sexta-feira, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, deu um parecer favorável à Petrobras na disputa, dizendo que a Eleva teria alternativas para abastecer os navios. No parecer, Dodge citou um argumento recebido do Itamaraty de que o abastecimento pela Petrobras poderia causar prejuízo a "relações diplomáticas estratégicas" do Brasil.
Uma das preocupações do governo brasileiro é com a Petrobras. No processo no STF, a estatal alega que correria o risco de bloqueio de ativos, queda das ações na Bolsa americana e antecipação da cobrança de uma dívida de US$ 78 bilhões. Ao negar o abastecimento em junho, a estatal se antecipou ao alerta do governo americano, que pressiona contra novas operações comerciais do tipo.
Nesta segunda-feira, a Petrobras foi além e afirmou que vai adotar o mesmo procedimento em todos os casos envolvendo navios incluídos na lista de entidades sancionadas pelos Estados Unidos, mesmo que o comércio não envolva a ureia. A estatal disse que, até agora, não recebeu nenhum outro pedido de abastecimento de navios iranianos.
Prejuízos comerciais
O impasse envolvendo os navios em Paranaguá poderá afetar a balança comercial brasileira, que em 2018 teve um superávit superior a US$ 2,5 bilhões com o Irã. Representantes do setor privado que fazem negócios com o país persa dizem que o Brasil corre o risco de perder mercado para outros fornecedores, como Ucrânia, Rússia e Cazaquistão. A venda de carne bovina congelada e fresca do Brasil já foi afetada pela falta de dinheiro enfrentada pelo Irã, e teve queda de 43% em 2018, em comparação ao ano anterior.
— Chegou o momento de o Brasil mostrar que é um país neutro, independente e mais humano — afirmou a presidente da Câmara de Comércio e Investimentos Brasil- Irã, Romana Dovganyuk, que chamou de desumano o fato de o governo brasileiro deixar os navios sem condições de zarpar. — Não estamos levando brinquedos, petróleo ou produtos petroquímicos. Estamos levando comida. O Irã tem 70 milhões de pessoas que precisam comer.
O presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, lembrou que o comércio com os iranianos é complexo e, em boa parte dos casos, as operações são feitas através de terceiros países, em regime de triangulação. É que as instituições financeiras, temendo problemas com Banco Central americano, não financiam diretamente as exportações e as importações, mesmo que os produtos envolvidos não estejam submetidos a sanções.
— Se o Brasil é um país neutro, abastecemos o Irã. Mas o Brasil não pode adotar sua neutralidade, porque os EUA não permitem.
Técnicos do governo brasileiro, minimizaram o problema, dizendo que é pontual, concentrado na ureia. Já uma fonte da área econômica comentou que não é interesse do Brasil hoje manter uma parceria com o Irã, que seria “um pária internacional”. Já as relações com os EUA, disse, são prioridade.
O Brasil fornece ao Irã principalmente soja, milho e carne. Importa entre US$ 5 milhões e US$ 15 milhões em tapetes, pistache e porcelana. No caso da ureia, há grande dependência do agronegócio brasileiro do produto importado, daí ele ter sido usado como solução para manter vivo o comércio bilateral, no sistema que não envolve pagamentos internacionais.
Procurado, o Itamaraty não comentou o assunto, alegando que o processo está em segredo de Justiça.
Entenda o impasse que impede o abastecimento de dois navios iranianos no Brasil
Petrobras afirma que pode sofrer retaliações se fornecer combustível às embarcações, que estão na lista de sanções dos EUA; empresa responsável pela exportação diz que não há problemas legais
https://oglobo.globo.com/mundo/entenda- ... l-23824128
Sem combustível, navio iraniano Bavand aguarda fim de impasse perto do porto de Paranaguá (PR). O capitão do outro navio parado, o Termeh, disse que a tripulação está com o moral "cada vez mais baixo" e cita falta de água e alimentos a bordo Foto: HEULER ANDREY / AFP
RIO — Parados desde o começo de junho a cerca de 20 km do porto de Paranaguá (PR) , os navios de bandeira iraniana Bavand e Termeh aguardam o fim de um impasse para saber quando e se conseguirão ser reabastecidos e seguir viagem rumo ao Irã .
Os dois foram contratados pela empresa brasileira Eleva Química Ltda. para trazer do Irã uma carga de ureia , fertilizante agrícola, e para levar ao países do Golfo Pérsico uma carga de milho avaliada em cerca de R$ 100 milhões. Os carregamentos de ureia já foram desembarcados, e o Bavand foi carregado com 50 mil toneladas de milho, enquanto o Termeh aguarda para receber a mesma quantidade do produto agrícola.
Ao pedir o abastecimento dos navios de modo que eles pudessem seguir viagem, a Eleva recebeu a informação de que a Petrobras não forneceria o combustível.
A estatal alega que os dois navios são alvo de sanções dos EUA contra o Irã, adotadas depois que Washington abandonou o acordo nuclear com o país persa, em maio do ano passado. Essas medidas atingem vários setores da economia iraniana, incluindo o financeiro, o petrolífero e o de transportes marítimos.
As medidas tentam impedir que cidadãos e empresas baseadas nos EUA, além de empresas de outros países com presença no sistema econômico americano, negociem com qualquer uma das pessoas e entidades incluídas na lista de sanções, mantida pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros ( Ofac ), ligado ao Departamento do Tesouro. O Ofac também é o responsável por garantir o cumprimento das medidas e, eventualmente, punições.
Quem for considerado culpado pode sofrer represálias que vão do cancelamento de vistos ao congelamento de bens em território americano, podendo chegar à própria inclusão na lista do Ofac. Nos últimos anos, houve vários casos de empresas de fora dos EUA que foram punidas por negociar com instituições e pessoas presentes na lista de sanções americanas a diferentes países.
A Petrobras teme que a simples associação a embarcações atingidas pelas sanções possa ter efeitos em suas operações nos EUA e por isso se recusa a fornecer o combustível, algo que é refutado pela Eleva. A empresa exportadora chegou a conseguir duas liminares no Tribunal de Justiça do Paraná, mas a Petrobras recorreu ao Supremo Tribunal Federal e as liminares foram suspensas pelo presidente do tribunal, Dias Toffoli. Uma decisão definitiva da corte é aguardada a qualquer momento.
O impasse expõe como a política de sanções dos EUA está sujeito a diferentes interpretações. Entenda as diferenças de posições entre a Petrobras e a Eleva:
A Petrobras corre risco de sanções se abastecer os navios?
Petrobras: a estatal alega que, caso venha a fornecer o combustível, corre o risco de bloqueio de ativos, queda das ações na Bolsa americana e antecipação da cobrança de uma dívida de US$ 78 bilhões nos EUA. Os dois navios estão na lista do Ofac e chegaram ao país carregados com ureia, produto que estaria sujeito a sanções. Pareceres da Procuradoria Geral da União e da Advocacia Geral da União aceitaram o argumento da estatal e disseram que ela não pode ser obrigada a fornecer o combustível.
Eleva: segundo a empresa, é ela, e não a Sepid Shipping Company (dona dos navios também incluída na lista de sanções do Ofac) que está requisitando o combustível e vai pagar por ele. Na prática, segundo a Eleva, a Petrobras está fornecendo combustível para uma empresa brasileira e que não é alvo de ações americanas.
Há alternativas para o abastecimento dos navios?
Petrobras: A estatal afirma que há outros fornecedores no porto de Paranaguá que poderiam abastecer os navios. Isso mostra que não existe uma proibição específica ao abastecimento, e que a conduta da estatal reflete dúvidas sobre a abrangência das sanções. Em 2010, a Iran Air afirmou que empresas de combustível em aeroportos na Europa estavam se recusando a abastecer seus aviões, mesmo com os governos locais dizendo que não havia qualquer proibição.
Eleva: a empresa reconhece que há outro fornecedor de combustível no porto de Paranaguá, porém ele não tem o tipo usado pelos navios, o IFO 380 . Segundo a Eleva, as embarcações não funcionam com o óleo diesel hoje disponível no local. Há ainda uma alternativa, a operação “ ship to ship ”, que envolve a transferência de combustível de uma embarcação para outra. A opção também é considerada inviável pela Eleva, que alega serem altos os riscos envolvidos, uma vez que os navios estão sem combustível para realizar as manobras necessárias, além de questões envolvendo a legislação brasileira.
As importações de ureia violam as sanções, como alegam os EUA?
Petrobras: a estatal argumenta que a ureia é um produto cujas exportações pelo Irã estão sob restrições dos EUA. Até o início de maio deste ano, vários países que importavam o produto recebiam permissões dos americanos para seguir com as transações sem serem punidos. Mas desde então o Departamento do Tesouro parou de emitir essas licenças, pondo o produto, usado como fertilizante, dentro do escopo das exportações iranianas sujeitas a questionamentos pelo Ofac. Segundo o Banco Mundial, o Irã responde por 6% das exportações globais de ureia.
Eleva: a empresa afirma que a ureia, na sua forma granulada, é um insumo agrícola, de utilização rotineira e que não oferece qualquer risco. Além disso, ela diz que a Petrobras não estaria viabilizando a importação de ureia, uma vez que a carga já está no Brasil, já foi desemcarcada dos dois navios e tem todas autorizações requisitadas. A Eleva ainda reforça que o produto foi adquirido de uma empresa iraniana que não aparece na lista de sanções da Ofac e que ela própria também não é alvo de medidas do Departamento do Tesouro. Por fim, a Eleva diz que a aplicação das sanções a entidades de terceiros países é " altamente especulativa ".
Segundo fontes, o diplomata perguntou o que o governo brasileiro está fazendo para ajudar na solução do problema
https://oglobo.globo.com/mundo/ira-pede ... r-23826932
BRASÍLIA — O embaixador do Irã no Brasil, Seyed Ali Saghaeyan , foi ao Itamaraty , nesta terça-feira, para saber que providências estão sendo tomadas pelo governo brasileiro que ajudem a resolver o impasse envolvendo dois navios iranianos que estão atracados desde o início de junho no porto de Paranaguá (PR). A Petrobras se recusa a abastecer as embarcações, uma delas já carregada de milho, sob a alegação de que poderia sofrer sanções dos Estados Unidos. Os navios trouxeram ureia importada para o Brasil e o produto, que foi descarregado no mês passado, faz parte da lista de restrições impostas por Washington ao comércio com Teerã.
A questão foi discutida com o secretário de negociações bilaterais no Oriente Médio, Europa e África do Ministério das Relações Exteriores, Kenneth Félix Haczynski da Nóbrega. Uma fonte que acompanha o assunto revelou que o diplomata iraniano comentou que Teerã tem várias dúvidas a respeito de como o governo brasileiro está se movimentando para a resolver o problema — segundo ele, bastante incomum nas relações comerciais bilaterais. Seyed Ali Saghaeyan teria deixado o Itamaraty sem uma resposta concreta.
Os navios foram fretados pela empresa brasileira Eleva e deveriam voltar ao Irã com 100 mil toneladas de milho, depois de deixar no Brasil a ureia importada. Esse tipo de operação se chama "comércio compensado", por não envolver pagamento iraniano. A Eleva argumenta que as embarcações entraram legalmente no Brasil e que comprou o produto de firmas que não estão na lista de entidades sancionadas pelos EUA.
A decisão final será tomada no Supremo Tribunal Federal, ao qual a Petrobras recorreu, depois que a Eleva obteve uma liminar na Justiça do Paraná obrigando a estatal a fornecer o combustível. Na última sexta-feira, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, deu um parecer favorável à Petrobras na disputa, dizendo que a Eleva teria alternativas para abastecer os navios.
EUA alertaram governo brasileiro contra importação de ureia do Irã
Washington informou que empresas e portos podem ser sancionados; alerta envolve o caso de navios parados em Paranaguá porque a Petrobras se recusa a abastecê-los
https://oglobo.globo.com/mundo/eua-aler ... a-23825296
BRASÍLIA E RIO - O governo brasileiro foi alertado há cerca de três semanas pelo governo americano de que a importação do fertilizante ureia do Irã está sob restrições impostas pelos Estados Unidos , e que empresas brasileiras, incluindo portos, que ajudem a viabilizar o comércio do produto estarão sujeitas a sanções .
O alerta envolve o caso dos dois navios iranianos , o Termeh e o Bavand, que estão parados desde o início de junho no porto de Paranaguá , impedidos de zarpar porque a Petrobras se recusa a abastecê-los, alegando que pode ser alvo de punições de Washington.
Os navios foram fretados pela empresa brasileira Eleva e a carga de ureia que trouxeram do Irã já foi descarregada no mês passado. Eles deveriam voltar ao país persa levando 100 toneladas de milho — o Irã é o quinto maior importador dessa commodity brasileira. A operação é classificada como “comércio compensado”, por não envolver pagamento iraniano em dinheiro, já que Teerã está com reservas reduzidas por causa das sanções aplicadas pelos EUA desde que abandonaram unilateralmente, em maio de 2018, o acordo nuclear assinado entre as principais potências e o país do Golfo Pérsico.
A Eleva afirma que as embarcações entraram legalmente no Brasil e que comprou a ureia de empresas iranianas que não estão na lista de entidades sancionadas pelos Estados Unidos. Por isso, diz, não havia necessidade de pedir uma licença especial a Washington.
— A Eleva, empresa brasileira e não sancionada, está tentando comprar combustível para concluir a exportação de milho que, por ser alimento, não é sujeito a qualquer tipo de sanção — disse ao GLOBO o advogado Rodrigo Cotta, do escritório Kincaid Mendes Vianna Advogados, que representa a empresa.
O impasse sobre o abastecimento dos navios está no Supremo Tribunal Federal, ao qual a Petrobras recorreu depois que a Eleva obteve uma liminar na Justiça do Paraná obrigando a estatal a fornecer o combustível.
Ontem, a empresa pediu ao STF que intime a Petrobras a apresentar, em 24 horas, a lista de empresas brasileiras que têm o combustível IFO 380, usado pelos navios iranianos. No processo, a Petrobras havia indicado que uma única empresa estaria apta a fornecer o combustível em Paranaguá: a Refinaria de Petróleo Riograndense, que, segundo a Eleva, informou não ter estoque do produto.
Na noite de sexta-feira, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, deu um parecer favorável à Petrobras na disputa, dizendo que a Eleva teria alternativas para abastecer os navios. No parecer, Dodge citou um argumento recebido do Itamaraty de que o abastecimento pela Petrobras poderia causar prejuízo a "relações diplomáticas estratégicas" do Brasil.
Uma das preocupações do governo brasileiro é com a Petrobras. No processo no STF, a estatal alega que correria o risco de bloqueio de ativos, queda das ações na Bolsa americana e antecipação da cobrança de uma dívida de US$ 78 bilhões. Ao negar o abastecimento em junho, a estatal se antecipou ao alerta do governo americano, que pressiona contra novas operações comerciais do tipo.
Nesta segunda-feira, a Petrobras foi além e afirmou que vai adotar o mesmo procedimento em todos os casos envolvendo navios incluídos na lista de entidades sancionadas pelos Estados Unidos, mesmo que o comércio não envolva a ureia. A estatal disse que, até agora, não recebeu nenhum outro pedido de abastecimento de navios iranianos.
Prejuízos comerciais
O impasse envolvendo os navios em Paranaguá poderá afetar a balança comercial brasileira, que em 2018 teve um superávit superior a US$ 2,5 bilhões com o Irã. Representantes do setor privado que fazem negócios com o país persa dizem que o Brasil corre o risco de perder mercado para outros fornecedores, como Ucrânia, Rússia e Cazaquistão. A venda de carne bovina congelada e fresca do Brasil já foi afetada pela falta de dinheiro enfrentada pelo Irã, e teve queda de 43% em 2018, em comparação ao ano anterior.
— Chegou o momento de o Brasil mostrar que é um país neutro, independente e mais humano — afirmou a presidente da Câmara de Comércio e Investimentos Brasil- Irã, Romana Dovganyuk, que chamou de desumano o fato de o governo brasileiro deixar os navios sem condições de zarpar. — Não estamos levando brinquedos, petróleo ou produtos petroquímicos. Estamos levando comida. O Irã tem 70 milhões de pessoas que precisam comer.
O presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, lembrou que o comércio com os iranianos é complexo e, em boa parte dos casos, as operações são feitas através de terceiros países, em regime de triangulação. É que as instituições financeiras, temendo problemas com Banco Central americano, não financiam diretamente as exportações e as importações, mesmo que os produtos envolvidos não estejam submetidos a sanções.
— Se o Brasil é um país neutro, abastecemos o Irã. Mas o Brasil não pode adotar sua neutralidade, porque os EUA não permitem.
Técnicos do governo brasileiro, minimizaram o problema, dizendo que é pontual, concentrado na ureia. Já uma fonte da área econômica comentou que não é interesse do Brasil hoje manter uma parceria com o Irã, que seria “um pária internacional”. Já as relações com os EUA, disse, são prioridade.
O Brasil fornece ao Irã principalmente soja, milho e carne. Importa entre US$ 5 milhões e US$ 15 milhões em tapetes, pistache e porcelana. No caso da ureia, há grande dependência do agronegócio brasileiro do produto importado, daí ele ter sido usado como solução para manter vivo o comércio bilateral, no sistema que não envolve pagamentos internacionais.
Procurado, o Itamaraty não comentou o assunto, alegando que o processo está em segredo de Justiça.
Entenda o impasse que impede o abastecimento de dois navios iranianos no Brasil
Petrobras afirma que pode sofrer retaliações se fornecer combustível às embarcações, que estão na lista de sanções dos EUA; empresa responsável pela exportação diz que não há problemas legais
https://oglobo.globo.com/mundo/entenda- ... l-23824128
Sem combustível, navio iraniano Bavand aguarda fim de impasse perto do porto de Paranaguá (PR). O capitão do outro navio parado, o Termeh, disse que a tripulação está com o moral "cada vez mais baixo" e cita falta de água e alimentos a bordo Foto: HEULER ANDREY / AFP
RIO — Parados desde o começo de junho a cerca de 20 km do porto de Paranaguá (PR) , os navios de bandeira iraniana Bavand e Termeh aguardam o fim de um impasse para saber quando e se conseguirão ser reabastecidos e seguir viagem rumo ao Irã .
Os dois foram contratados pela empresa brasileira Eleva Química Ltda. para trazer do Irã uma carga de ureia , fertilizante agrícola, e para levar ao países do Golfo Pérsico uma carga de milho avaliada em cerca de R$ 100 milhões. Os carregamentos de ureia já foram desembarcados, e o Bavand foi carregado com 50 mil toneladas de milho, enquanto o Termeh aguarda para receber a mesma quantidade do produto agrícola.
Ao pedir o abastecimento dos navios de modo que eles pudessem seguir viagem, a Eleva recebeu a informação de que a Petrobras não forneceria o combustível.
A estatal alega que os dois navios são alvo de sanções dos EUA contra o Irã, adotadas depois que Washington abandonou o acordo nuclear com o país persa, em maio do ano passado. Essas medidas atingem vários setores da economia iraniana, incluindo o financeiro, o petrolífero e o de transportes marítimos.
As medidas tentam impedir que cidadãos e empresas baseadas nos EUA, além de empresas de outros países com presença no sistema econômico americano, negociem com qualquer uma das pessoas e entidades incluídas na lista de sanções, mantida pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros ( Ofac ), ligado ao Departamento do Tesouro. O Ofac também é o responsável por garantir o cumprimento das medidas e, eventualmente, punições.
Quem for considerado culpado pode sofrer represálias que vão do cancelamento de vistos ao congelamento de bens em território americano, podendo chegar à própria inclusão na lista do Ofac. Nos últimos anos, houve vários casos de empresas de fora dos EUA que foram punidas por negociar com instituições e pessoas presentes na lista de sanções americanas a diferentes países.
A Petrobras teme que a simples associação a embarcações atingidas pelas sanções possa ter efeitos em suas operações nos EUA e por isso se recusa a fornecer o combustível, algo que é refutado pela Eleva. A empresa exportadora chegou a conseguir duas liminares no Tribunal de Justiça do Paraná, mas a Petrobras recorreu ao Supremo Tribunal Federal e as liminares foram suspensas pelo presidente do tribunal, Dias Toffoli. Uma decisão definitiva da corte é aguardada a qualquer momento.
O impasse expõe como a política de sanções dos EUA está sujeito a diferentes interpretações. Entenda as diferenças de posições entre a Petrobras e a Eleva:
A Petrobras corre risco de sanções se abastecer os navios?
Petrobras: a estatal alega que, caso venha a fornecer o combustível, corre o risco de bloqueio de ativos, queda das ações na Bolsa americana e antecipação da cobrança de uma dívida de US$ 78 bilhões nos EUA. Os dois navios estão na lista do Ofac e chegaram ao país carregados com ureia, produto que estaria sujeito a sanções. Pareceres da Procuradoria Geral da União e da Advocacia Geral da União aceitaram o argumento da estatal e disseram que ela não pode ser obrigada a fornecer o combustível.
Eleva: segundo a empresa, é ela, e não a Sepid Shipping Company (dona dos navios também incluída na lista de sanções do Ofac) que está requisitando o combustível e vai pagar por ele. Na prática, segundo a Eleva, a Petrobras está fornecendo combustível para uma empresa brasileira e que não é alvo de ações americanas.
Há alternativas para o abastecimento dos navios?
Petrobras: A estatal afirma que há outros fornecedores no porto de Paranaguá que poderiam abastecer os navios. Isso mostra que não existe uma proibição específica ao abastecimento, e que a conduta da estatal reflete dúvidas sobre a abrangência das sanções. Em 2010, a Iran Air afirmou que empresas de combustível em aeroportos na Europa estavam se recusando a abastecer seus aviões, mesmo com os governos locais dizendo que não havia qualquer proibição.
Eleva: a empresa reconhece que há outro fornecedor de combustível no porto de Paranaguá, porém ele não tem o tipo usado pelos navios, o IFO 380 . Segundo a Eleva, as embarcações não funcionam com o óleo diesel hoje disponível no local. Há ainda uma alternativa, a operação “ ship to ship ”, que envolve a transferência de combustível de uma embarcação para outra. A opção também é considerada inviável pela Eleva, que alega serem altos os riscos envolvidos, uma vez que os navios estão sem combustível para realizar as manobras necessárias, além de questões envolvendo a legislação brasileira.
As importações de ureia violam as sanções, como alegam os EUA?
Petrobras: a estatal argumenta que a ureia é um produto cujas exportações pelo Irã estão sob restrições dos EUA. Até o início de maio deste ano, vários países que importavam o produto recebiam permissões dos americanos para seguir com as transações sem serem punidos. Mas desde então o Departamento do Tesouro parou de emitir essas licenças, pondo o produto, usado como fertilizante, dentro do escopo das exportações iranianas sujeitas a questionamentos pelo Ofac. Segundo o Banco Mundial, o Irã responde por 6% das exportações globais de ureia.
Eleva: a empresa afirma que a ureia, na sua forma granulada, é um insumo agrícola, de utilização rotineira e que não oferece qualquer risco. Além disso, ela diz que a Petrobras não estaria viabilizando a importação de ureia, uma vez que a carga já está no Brasil, já foi desemcarcada dos dois navios e tem todas autorizações requisitadas. A Eleva ainda reforça que o produto foi adquirido de uma empresa iraniana que não aparece na lista de sanções da Ofac e que ela própria também não é alvo de medidas do Departamento do Tesouro. Por fim, a Eleva diz que a aplicação das sanções a entidades de terceiros países é " altamente especulativa ".
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
A capacidade de mobilização e a categoria vai acabar. Por dois motivos.Governo suspende tabela de fretes rodoviários após ameaça de greve de caminhoneiros...
https://economia.uol.com.br/noticias/re ... viario.htm
De um lado, o efeito que está se consolidando, o lobby para forçar que a tabela de frete seja bem mais elevada que o custo real incentiva as empresas em ter frota própria. Esses caminhões com placa cinza (que transportam carga própria e não fazem aluguel) estão pipocando em várias atividades, especialmente pequenas e médias empresas que tem como parte relevante do negócio prestar serviços e fazer transporte de suas mercadorias. As transportadoras começam a focar em frota própria na medida em que permite reduzir custos e ter maior poder de mercado. E viagens mais longas possibilitarem o uso de outros modais (ferroviário ou navegação).
De outro, que deve se acentuar com o tempo, a existência da tabela de frente atrai mais aventureiros e dá sobrevida aos menos eficientes. Um dos indicativos é que a tabela desenvolvido pela USP-Esalq foca no custo e, se o custo caiu, a tabela prevê remuneração menor. Assim, a maior oferta de caminhões para menor demanda por carga, levando a queda do preço do frete ou mais gente disposto a trabalhar abaixo da tabela. Ao mesmo tempo, o mercado tem dificuldades de se ajustar pelo custo do capital (dos caminhões) e valor dos fretes.
Os bancos estão antecipando o movimento. Não financiam primeiro caminhão porque o risco desse ser (sem contatos, sem rede P2P, elevada competição e sem lastro em outras atividades, sem experiência administrativa ou do trabalho em si, etc...) dificilmente vai pagar. Não vai pagar caminhão com frete de aplicativo.
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Relatos do Bourne empreendedor. Estava cá que precisa comprar um caminhão pequeno para entregas. Uns tempos atrás estava 35 mil e agora o mesmo modelo pulou para 55 mil. Hoje está mais fácil e barato comprar terreno e máquinas de construção do que caminhão.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Irã ameaça suspender importações do Brasil se Petrobrás não abastecer cargueiros
Embaixador da República Islâmica em Brasília disse ter comunicado autoridades de que seu país pode procurar novos fornecedores de produtos agrícolas se governo não resolver a situação; em 2019, Teerã comprou US$ 1,3 bi de fornecedores brasileiros
https://internacional.estadao.com.br/no ... 0002936296
BRASÍLIA - O Irã ameaçou cortar as importações do Brasil se a estatal Petrobrás não reabastecer os dois cargueiros da República Islâmica que estão parados há semanas no Paraná por falta de combustível em consequência de sanções impostas pelos Estados Unidos.
Em entrevista à agência Bloomberg, o embaixador do Irã em Brasília, Seyed Ali Saghaeyan, disse que entrou em contato com as autoridades brasileiras na terça-feira, 23, para informar que seu país pode procurar novos parceiros para comprar milho, soja e carne se as autoridades brasileiras não resolverem a situação.
O cargueiro iraniano Bavand está parado perto do Porto de Paranaguá, no Paraná, por falta de combustível Foto: João Andrade/REUTERS
No primeiro semestre de 2019, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o Brasil importou US$ 26 milhões em produtos iranianos. A alta na comparação com o mesmo período de 2018 é de 800%. A ureia, um fertilizante, corresponde a 96% desse valor.
Em troca, o Brasil exportou US$ 1,3 bilhão para o Irã no primeiro semestre deste ano, uma alta de 23,85% na comparação com o mesmo período do ano passado. O principal produto da relação é o milho, responsável por 36% das vendas. A soja vem em seguida com 34%.
"Eu disse para os brasileiros que eles devem resolver essa questão e não os iranianos", afirmou Saghaeyan em um contato na embaixada na capital brasileira qualificado pela agência de notícias como raro. "Se (a situação) não for solucionada, talvez as autoridades em Teerã desejarão tomar decisões já que (o mercado de produtos agrícolas) é um mercado livre e outros países estão disponíveis."
Além disso, o embaixador confirmou que seu país considera enviar combustível para os dois navios, mas essa seria uma opção demorada e cara, segundo Saghaeyan. "Países grandes e independentes como Brasil e Irã devem trabalhar juntos sem interferência de terceiros ou de outro país", finalizou o diplomata.
Ainda de acordo com a Bloomberg, Saghaeyan pediu uma reunião com o ministro de Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, mas ainda não obteve resposta.
Crise entre Brasília e Teerã
Dois navios de bandeira iraniana, o MV Bavand e o MV Termeh, estão parados desde o início de junho no Porto de Paranaguá, no Paraná. Os cargueiros trouxeram ureia e voltariam carregados de milho, mas a Petrobrás teme punições americanas e se recusa a abastecer as embarcações, que estão na lista negra do Departamento do Tesouro dos EUA.
A estatal disse haver risco de ser punida nos EUA, por isso se negou a abastecer os navios iranianos. “Além disso, os navios vieram do Irã carregados com ureia, produto também sujeito a sanções americanas. Caso a Petrobrás venha a abastecer esses navios, ficará sujeita ao risco de ser incluída na mesma lista, sofrendo graves prejuízos”, afirmou a empresa.
Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que as sanções dos EUA ao Irã são um risco para as empresas brasileiras. “Existe esse problema. Os EUA, de forma unilateral, pelo que me consta, têm embargo levantado contra o Irã (na verdade, ele quis dizer “um embargo em vigor”). As empresas brasileiras foram avisadas do problema e estão correndo risco.”
Ele também disse estar alinhado aos EUA em relação ao tema, mesmo sem ter conversado com o presidente americano, Donald Trump. "Sobre esse assunto específico não (conversamos). Mas tem certas coisas que não precisa conversar. Estamos alinhados à política deles, então sabemos o que temos que fazer", disse.
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, também opinou sobre o tema e disse ser a favor da suspensão da decisão liminar que obrigou a Petrobrás a fornecer combustível para as embarcações no Paraná.
No documento, Raquel afirma que a empresa não provou ter direito subjetivo de comprar o combustível da Petrobrás e que possui alternativas para adquirir o produto de outros fornecedores - o que é contestado pela importadora Eleva Química, que contratou os navios cargueiros iranianos.
Análise: Brasil entrou na crise entre EUA e Irã e tem muito a perder
De janeiro a junho deste ano, exportações brasileiras a Teerã somaram US$ 1,3 bilhão; impasse sobre navios iranianos na costa brasileira pode prejudicar o Brasil em suas relações comerciais
https://internacional.estadao.com.br/no ... 0002929490
O Brasil está nessa crise – é um cenário lateral ao quadro central. Tem muito a perder. O impasse no reabastecimento dos cargueiros Bavand e Termeh, atracados no Porto de Paranaguá com suas cargas de ureia e milho, precisa de solução rápida do Ministério das Relações Exteriores para não pôr em risco uma relação bilateral vantajosa para o País – este ano, de janeiro a junho, as exportações brasileiras para Teerã somaram US$ 1,3 bilhão. As importações ficaram em US$ 26 milhões. Há negociações preliminares entre governos envolvendo aviões comerciais, a ampliação da planilha de produtos agrícolas e a venda de serviços.
Para um diplomata do Itamaraty ouvido pelo Estado “a equação deve ser esclarecida logo para que o custo negativo não caia na conta brasileira e, pior, antes que haja desdobramentos” – uma referência à possibilidade de conflito no Oriente Médio entre coalizões lideradas pelos EUA e Irã.
Governo do Brasil poderia agir para resolver impasse sobre navios iranianos, diz analista
Em entrevista de Teerã, Mostafa Khoshcheshm lembra que governo alemão interveio para solucionar caso semelhante ocorrido no aeroporto de Frankfurt
https://oglobo.globo.com/mundo/governo- ... a-23825757
BRASÍLIA - O incidente envolvendo os navios iranianos atracados no porto de Paranaguá provocou apreensão no país do Golfo Pérsico e o receio da perda de um dos poucos parceiros comerciais ocidentais que restaram após as sanções americanas. Embora sem desconsiderar a preocupação da Petrobras em ser penalizada por fornecer combustível para as embarcações, iranianos avaliam que o governo brasileiro poderia atuar para contornar a situação. E que, dessa forma, sua omissão no caso pode sinalizar uma nova postura do Brasil em relação ao Irã.
— Vender combustível para um navio voltar pra casa não é uma grande coisa. Mas essa postura [do Brasil] indica que é um fator importante para o presidente de extrema direita Bolsonaro atender os interesses de Donald Trump. Se não, o governo de Brasília poderia facilmente solucionar a questão — afirmou ao GLOBO o analista político iraniano Mostafa Khoshcheshm, considerado próximo do regime iraniano.
O analista político faz um paralelo entre o caso dos navios ancorados no Brasil e o de um avião da companhia iraniana Iran Air que ficou há alguns meses sem combustível no aeroporto de Frankfurt, na Alemanha. Na ocasião, autoridades do aeroporto e empresas privadas se recusaram a abastecer a aeronave. Mas no fim, para evitar os efeitos das sanções americanas, o reabastecimento teria acontecido por meio de um caminhão-tanque, em uma extremidade do aeroporto, fornecido por companhia estatal.
— O que o governo do presidente Bolsonaro precisa levar em conta é que essa colaboração pode agradar ao presidente Trump, mas isso não vai mantê-lo satisfeito. Ele sempre quer mais, até mesmo dos aliados da Otan — complementa Khoshcheshm.
Ele também ressalta que as sanções unilaterais são ilegais porque ferem a Resolução 2231 do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, que ratificou o acordo nuclear assinado em 2015 entre Irã, Estados Unidos, União Europeia, Reino Unido, Alemanha, França, Rússia e China. — Respeitar essas sanções unilaterais representa estender ao território brasileiro a vontade e as decisões dos Estados Unidos. E isso mina a independência e a soberania brasileira — complementa, em uma linha argumentativa que os iranianos usaram em tempos recentes para atacar a União Europeia.
O analista também lamenta a deterioração da relação entre os países, que são importantes parceiros comerciais e que mantêm semelhanças culturais.
Justamente pelas consequências que o incidente pode ter, os jornais iranianos e outras mídias ligadas ao regime evitaram dar grande destaque para o caso dos navios. Um diplomata estrangeiro baseado em Teerã observou que "interessa mostrar que o Irã pode ficar ainda mais isolado".
O principal assunto no país, portanto, continua sendo a crise da apreensão dos navios do Reino Unido pelo Irã e de uma embarcação iraniana pelos britânicos no Estreito de Gibraltar. Nesta segunda-feira (22), também foi destaque o desmantelamento de uma rede de supostos espiões da CIA que atuariam em território iraniano.
A Petrobrás, o agronegócio e os navios iranianos no Brasil
https://politica.estadao.com.br/blogs/f ... no-brasil/
Em princípio, a venda de combustível para os navios envolvidos naquelas operações excluídas do embargo deveria seguir o mesmo benefício, por isso, estranha-se a postura da Petrobrás neste caso específico. Não se deve afastar a possibilidade de a empresa estar apenas refletindo o alinhamento do atual governo aos desejos norte-americano, ainda quem em aparente detrimento às exportações do agronegócio brasileiro. Não podemos esquecer as primeiras manifestações do novo governo que geraram desconforto com os países árabes e com a China logo no início desta nova gestão.
Quanto à responsabilidade dos exportadores brasileiros em relação aos contratos de venda e compra do milho embarcado naqueles navios iranianos, a partir da assunção de que estes contratos tenham sido celebrados sob a cláusula FOB, acreditamos que não haverá maiores repercussões, salvo pela eventual perda de oportunidades futuras de novas negociações.
Impasse com navios iranianos no Paraná pode ter 'impacto desnecessário' e prejudicar exportações, dizem especialistas
https://www.terra.com.br/noticias/brasi ... uwveb.html
A carga seria dada em troca da compra das 100 mil toneladas de milho, avaliadas em cerca de R$ 100 milhões. O Irã é o quinto maior comprador do grão produzido no Brasil.
Para analistas, o impasse com os navios iranianos indica que o país está assumindo um lado nesse jogo, o que pode representar uma quebra de confiança nas relações comerciais que foram intensificadas ao longo dos últimos 20 anos.
"Se o Brasil não abastecer os navios com base no receio da Petrobras, o Irã vai começar a diversificar as opções e a substituir o Brasil. O Brasil entra no rol dos países não confiáveis na perspectiva do país de assegurar a segurança alimentar", diz um ex-integrante do governo.
"O dano na relação comercial é muito grande. E recai sobre os produtores brasileiros. Estamos falando de geração de emprego, de renda, o prejuízo é grande", diz a fonte.
Para Kai Kenkel, professor do Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio, o impasse faz lembrar as discussões em torno do impacto da transferência da embaixada do Brasil em Israel de Tel Aviv para Jerusalém, medida que desagradaria os países árabes e impactaria fortemente a exportação brasileira de carnes halal - com os animais abatidos de acordo com os preceitos islâmicos - para o mundo árabe.
"O Brasil é depende fortemente da exportação de commodities e precisa desses mercados, mas decisões tomadas na política externa afetam as exportações do agronegócio brasileiro", diz Kenkel. "A ironia é que uma parcela dessa indústria tem uma bancada forte que apoiou o Bolsonaro, mas pode se tornar alvo de represálias a partir de sua política externa."
Aproximação no governo Lula
O Brasil aumentou a aproximação do Irã durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que abriu as portas do país para a compra de produtos brasileiros.
"O Brasil vendia menos de US$ 1 bilhão para o ano para o Irã antes de 2002. Ao longo do governo Lula, as exportações foram crescendo exponencialmente. Em seu segundo mandato, houve um momento em que 90% de todo o frango consumido em Teerã vinha do Brasil", lembra Flavio Rassekh, coordenador da ONG United4Iran no Brasil, que atua na defesa de direitos humanos.
Rassekh lembra que o país de 70 milhões de pessoas vive um período de racionamento de alimentos e dificuldades de abastecimento, resultado de uma conjunção de fatores: além das sanções, o país saiu recentemente da maior seca dos últimos 40 anos, passou por uma enchente destruidora no primeiro semestre e enfrenta uma crise de crise de hiperinflação.
Com todas essas dificuldades, diz Rassekh, o Brasil até agora era um parceiro importante, com ampla oferta de alimentos para atender as necessidades do país. "Com o governo de Bolsonaro, isso tudo pode ser revertido, e o Irã pode ficar ainda mais isolado no cenário internacional."
Assim, para o Irã, substituir as importações não é uma tarefa simples. O país tem poucos parceiros no cenário internacional e sofre com o impacto das sanções. O Brasil até agora se comportava como um país neutro sob o ponto de vista comercial.
"O Brasil sinaliza que está se aproximando da estratégia do governo Trump, que aprova e embarca em sua estratégia. O que é o contrário do que vinha fazendo no passado, investindo em relações multilaterais", diz Oliver Stuenkel, da FGV-SP.
Stuenkel aponta que um dos preceitos da globalização é que o comércio entre países não deve ser baseado em alinhamentos políticos, mas observa a tendência de potências como os Estados Unidos e a China de usar o comércio como arma política.
"É perigoso o Brasil se envolver nesse tipo de conduta", considera. "O comércio brasileiro tem como objetivo o desenvolvimento do país. É para gerar emprego, renda, e não para ser afirmar posicionamento político."
Apoio de Bolsonaro aos EUA contra Irã preocupa diplomatas e militares
Comentários do presidente sobre navios presos no PR indica mudança de posição histórica
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/201 ... ares.shtml
O episódio da retenção de dois navios iranianos perto do porto de Paranaguá (PR) abriu uma nova crise interna no Itamaraty e já preocupa a cúpula das Forças Armadas.
Nem tanto pelo impasse em si, já que a maioria dos diplomatas e militares ouvidos concorda que a Petrobras corre risco de sofrer sanções dos EUA caso abasteça os cargueiros, mas pelo alinhamento automático à posição americana anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL).
A primeira leva 50 mil toneladas de milho e a segunda espera para descarregar uma carga do insumo de fertilizantes ureia para embarcar 66 mil toneladas do grão para o Irã em troca.
Ambos os navios estão na lista de embarcações que podem gerar sanções secundárias, ou seja, para quem colaborar para sua operação.
Por isso a Petrobras, que tem ações negociadas nos EUA, está se negando a abastecê-los e a disputa com a empresa Eleva foi parar no Supremo Tribunal Federal.
No domingo (21), Bolsonaro ressaltou sua proximidade com o presidente americano Donald Trump e disse estar alinhado aos EUA no aperto econômico contra os aiatolás.
Entre diplomatas, há a certeza de que a eventual escalada da crise no Golfo Pérsico, que desemboca em conflito entre EUA e o Irã, levará a um inédito apoio explícito do Brasil a Washington.
Aqui entram generais da ativa, que temem qualquer iniciativa que possa acarretar riscos de segurança.
Dois deles, ouvidos pela Folha, afirmam que o país pode entrar na rota de grupos associados à teocracia iraniana, como o palestino Hamas ou o libanês Hizbullah.
Sempre é lembrado em conversas o fato de que a vizinha Argentina já foi alvo de um grande atentado contra instituição judaica em 1994, atribuído a terroristas islâmicos.
Embaixador da República Islâmica em Brasília disse ter comunicado autoridades de que seu país pode procurar novos fornecedores de produtos agrícolas se governo não resolver a situação; em 2019, Teerã comprou US$ 1,3 bi de fornecedores brasileiros
https://internacional.estadao.com.br/no ... 0002936296
BRASÍLIA - O Irã ameaçou cortar as importações do Brasil se a estatal Petrobrás não reabastecer os dois cargueiros da República Islâmica que estão parados há semanas no Paraná por falta de combustível em consequência de sanções impostas pelos Estados Unidos.
Em entrevista à agência Bloomberg, o embaixador do Irã em Brasília, Seyed Ali Saghaeyan, disse que entrou em contato com as autoridades brasileiras na terça-feira, 23, para informar que seu país pode procurar novos parceiros para comprar milho, soja e carne se as autoridades brasileiras não resolverem a situação.
O cargueiro iraniano Bavand está parado perto do Porto de Paranaguá, no Paraná, por falta de combustível Foto: João Andrade/REUTERS
No primeiro semestre de 2019, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o Brasil importou US$ 26 milhões em produtos iranianos. A alta na comparação com o mesmo período de 2018 é de 800%. A ureia, um fertilizante, corresponde a 96% desse valor.
Em troca, o Brasil exportou US$ 1,3 bilhão para o Irã no primeiro semestre deste ano, uma alta de 23,85% na comparação com o mesmo período do ano passado. O principal produto da relação é o milho, responsável por 36% das vendas. A soja vem em seguida com 34%.
"Eu disse para os brasileiros que eles devem resolver essa questão e não os iranianos", afirmou Saghaeyan em um contato na embaixada na capital brasileira qualificado pela agência de notícias como raro. "Se (a situação) não for solucionada, talvez as autoridades em Teerã desejarão tomar decisões já que (o mercado de produtos agrícolas) é um mercado livre e outros países estão disponíveis."
Além disso, o embaixador confirmou que seu país considera enviar combustível para os dois navios, mas essa seria uma opção demorada e cara, segundo Saghaeyan. "Países grandes e independentes como Brasil e Irã devem trabalhar juntos sem interferência de terceiros ou de outro país", finalizou o diplomata.
Ainda de acordo com a Bloomberg, Saghaeyan pediu uma reunião com o ministro de Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, mas ainda não obteve resposta.
Crise entre Brasília e Teerã
Dois navios de bandeira iraniana, o MV Bavand e o MV Termeh, estão parados desde o início de junho no Porto de Paranaguá, no Paraná. Os cargueiros trouxeram ureia e voltariam carregados de milho, mas a Petrobrás teme punições americanas e se recusa a abastecer as embarcações, que estão na lista negra do Departamento do Tesouro dos EUA.
A estatal disse haver risco de ser punida nos EUA, por isso se negou a abastecer os navios iranianos. “Além disso, os navios vieram do Irã carregados com ureia, produto também sujeito a sanções americanas. Caso a Petrobrás venha a abastecer esses navios, ficará sujeita ao risco de ser incluída na mesma lista, sofrendo graves prejuízos”, afirmou a empresa.
Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que as sanções dos EUA ao Irã são um risco para as empresas brasileiras. “Existe esse problema. Os EUA, de forma unilateral, pelo que me consta, têm embargo levantado contra o Irã (na verdade, ele quis dizer “um embargo em vigor”). As empresas brasileiras foram avisadas do problema e estão correndo risco.”
Ele também disse estar alinhado aos EUA em relação ao tema, mesmo sem ter conversado com o presidente americano, Donald Trump. "Sobre esse assunto específico não (conversamos). Mas tem certas coisas que não precisa conversar. Estamos alinhados à política deles, então sabemos o que temos que fazer", disse.
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, também opinou sobre o tema e disse ser a favor da suspensão da decisão liminar que obrigou a Petrobrás a fornecer combustível para as embarcações no Paraná.
No documento, Raquel afirma que a empresa não provou ter direito subjetivo de comprar o combustível da Petrobrás e que possui alternativas para adquirir o produto de outros fornecedores - o que é contestado pela importadora Eleva Química, que contratou os navios cargueiros iranianos.
Análise: Brasil entrou na crise entre EUA e Irã e tem muito a perder
De janeiro a junho deste ano, exportações brasileiras a Teerã somaram US$ 1,3 bilhão; impasse sobre navios iranianos na costa brasileira pode prejudicar o Brasil em suas relações comerciais
https://internacional.estadao.com.br/no ... 0002929490
O Brasil está nessa crise – é um cenário lateral ao quadro central. Tem muito a perder. O impasse no reabastecimento dos cargueiros Bavand e Termeh, atracados no Porto de Paranaguá com suas cargas de ureia e milho, precisa de solução rápida do Ministério das Relações Exteriores para não pôr em risco uma relação bilateral vantajosa para o País – este ano, de janeiro a junho, as exportações brasileiras para Teerã somaram US$ 1,3 bilhão. As importações ficaram em US$ 26 milhões. Há negociações preliminares entre governos envolvendo aviões comerciais, a ampliação da planilha de produtos agrícolas e a venda de serviços.
Para um diplomata do Itamaraty ouvido pelo Estado “a equação deve ser esclarecida logo para que o custo negativo não caia na conta brasileira e, pior, antes que haja desdobramentos” – uma referência à possibilidade de conflito no Oriente Médio entre coalizões lideradas pelos EUA e Irã.
Governo do Brasil poderia agir para resolver impasse sobre navios iranianos, diz analista
Em entrevista de Teerã, Mostafa Khoshcheshm lembra que governo alemão interveio para solucionar caso semelhante ocorrido no aeroporto de Frankfurt
https://oglobo.globo.com/mundo/governo- ... a-23825757
BRASÍLIA - O incidente envolvendo os navios iranianos atracados no porto de Paranaguá provocou apreensão no país do Golfo Pérsico e o receio da perda de um dos poucos parceiros comerciais ocidentais que restaram após as sanções americanas. Embora sem desconsiderar a preocupação da Petrobras em ser penalizada por fornecer combustível para as embarcações, iranianos avaliam que o governo brasileiro poderia atuar para contornar a situação. E que, dessa forma, sua omissão no caso pode sinalizar uma nova postura do Brasil em relação ao Irã.
— Vender combustível para um navio voltar pra casa não é uma grande coisa. Mas essa postura [do Brasil] indica que é um fator importante para o presidente de extrema direita Bolsonaro atender os interesses de Donald Trump. Se não, o governo de Brasília poderia facilmente solucionar a questão — afirmou ao GLOBO o analista político iraniano Mostafa Khoshcheshm, considerado próximo do regime iraniano.
O analista político faz um paralelo entre o caso dos navios ancorados no Brasil e o de um avião da companhia iraniana Iran Air que ficou há alguns meses sem combustível no aeroporto de Frankfurt, na Alemanha. Na ocasião, autoridades do aeroporto e empresas privadas se recusaram a abastecer a aeronave. Mas no fim, para evitar os efeitos das sanções americanas, o reabastecimento teria acontecido por meio de um caminhão-tanque, em uma extremidade do aeroporto, fornecido por companhia estatal.
— O que o governo do presidente Bolsonaro precisa levar em conta é que essa colaboração pode agradar ao presidente Trump, mas isso não vai mantê-lo satisfeito. Ele sempre quer mais, até mesmo dos aliados da Otan — complementa Khoshcheshm.
Ele também ressalta que as sanções unilaterais são ilegais porque ferem a Resolução 2231 do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, que ratificou o acordo nuclear assinado em 2015 entre Irã, Estados Unidos, União Europeia, Reino Unido, Alemanha, França, Rússia e China. — Respeitar essas sanções unilaterais representa estender ao território brasileiro a vontade e as decisões dos Estados Unidos. E isso mina a independência e a soberania brasileira — complementa, em uma linha argumentativa que os iranianos usaram em tempos recentes para atacar a União Europeia.
O analista também lamenta a deterioração da relação entre os países, que são importantes parceiros comerciais e que mantêm semelhanças culturais.
Justamente pelas consequências que o incidente pode ter, os jornais iranianos e outras mídias ligadas ao regime evitaram dar grande destaque para o caso dos navios. Um diplomata estrangeiro baseado em Teerã observou que "interessa mostrar que o Irã pode ficar ainda mais isolado".
O principal assunto no país, portanto, continua sendo a crise da apreensão dos navios do Reino Unido pelo Irã e de uma embarcação iraniana pelos britânicos no Estreito de Gibraltar. Nesta segunda-feira (22), também foi destaque o desmantelamento de uma rede de supostos espiões da CIA que atuariam em território iraniano.
A Petrobrás, o agronegócio e os navios iranianos no Brasil
https://politica.estadao.com.br/blogs/f ... no-brasil/
Em princípio, a venda de combustível para os navios envolvidos naquelas operações excluídas do embargo deveria seguir o mesmo benefício, por isso, estranha-se a postura da Petrobrás neste caso específico. Não se deve afastar a possibilidade de a empresa estar apenas refletindo o alinhamento do atual governo aos desejos norte-americano, ainda quem em aparente detrimento às exportações do agronegócio brasileiro. Não podemos esquecer as primeiras manifestações do novo governo que geraram desconforto com os países árabes e com a China logo no início desta nova gestão.
Quanto à responsabilidade dos exportadores brasileiros em relação aos contratos de venda e compra do milho embarcado naqueles navios iranianos, a partir da assunção de que estes contratos tenham sido celebrados sob a cláusula FOB, acreditamos que não haverá maiores repercussões, salvo pela eventual perda de oportunidades futuras de novas negociações.
Impasse com navios iranianos no Paraná pode ter 'impacto desnecessário' e prejudicar exportações, dizem especialistas
https://www.terra.com.br/noticias/brasi ... uwveb.html
A carga seria dada em troca da compra das 100 mil toneladas de milho, avaliadas em cerca de R$ 100 milhões. O Irã é o quinto maior comprador do grão produzido no Brasil.
Para analistas, o impasse com os navios iranianos indica que o país está assumindo um lado nesse jogo, o que pode representar uma quebra de confiança nas relações comerciais que foram intensificadas ao longo dos últimos 20 anos.
"Se o Brasil não abastecer os navios com base no receio da Petrobras, o Irã vai começar a diversificar as opções e a substituir o Brasil. O Brasil entra no rol dos países não confiáveis na perspectiva do país de assegurar a segurança alimentar", diz um ex-integrante do governo.
"O dano na relação comercial é muito grande. E recai sobre os produtores brasileiros. Estamos falando de geração de emprego, de renda, o prejuízo é grande", diz a fonte.
Para Kai Kenkel, professor do Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio, o impasse faz lembrar as discussões em torno do impacto da transferência da embaixada do Brasil em Israel de Tel Aviv para Jerusalém, medida que desagradaria os países árabes e impactaria fortemente a exportação brasileira de carnes halal - com os animais abatidos de acordo com os preceitos islâmicos - para o mundo árabe.
"O Brasil é depende fortemente da exportação de commodities e precisa desses mercados, mas decisões tomadas na política externa afetam as exportações do agronegócio brasileiro", diz Kenkel. "A ironia é que uma parcela dessa indústria tem uma bancada forte que apoiou o Bolsonaro, mas pode se tornar alvo de represálias a partir de sua política externa."
Aproximação no governo Lula
O Brasil aumentou a aproximação do Irã durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que abriu as portas do país para a compra de produtos brasileiros.
"O Brasil vendia menos de US$ 1 bilhão para o ano para o Irã antes de 2002. Ao longo do governo Lula, as exportações foram crescendo exponencialmente. Em seu segundo mandato, houve um momento em que 90% de todo o frango consumido em Teerã vinha do Brasil", lembra Flavio Rassekh, coordenador da ONG United4Iran no Brasil, que atua na defesa de direitos humanos.
Rassekh lembra que o país de 70 milhões de pessoas vive um período de racionamento de alimentos e dificuldades de abastecimento, resultado de uma conjunção de fatores: além das sanções, o país saiu recentemente da maior seca dos últimos 40 anos, passou por uma enchente destruidora no primeiro semestre e enfrenta uma crise de crise de hiperinflação.
Com todas essas dificuldades, diz Rassekh, o Brasil até agora era um parceiro importante, com ampla oferta de alimentos para atender as necessidades do país. "Com o governo de Bolsonaro, isso tudo pode ser revertido, e o Irã pode ficar ainda mais isolado no cenário internacional."
Assim, para o Irã, substituir as importações não é uma tarefa simples. O país tem poucos parceiros no cenário internacional e sofre com o impacto das sanções. O Brasil até agora se comportava como um país neutro sob o ponto de vista comercial.
"O Brasil sinaliza que está se aproximando da estratégia do governo Trump, que aprova e embarca em sua estratégia. O que é o contrário do que vinha fazendo no passado, investindo em relações multilaterais", diz Oliver Stuenkel, da FGV-SP.
Stuenkel aponta que um dos preceitos da globalização é que o comércio entre países não deve ser baseado em alinhamentos políticos, mas observa a tendência de potências como os Estados Unidos e a China de usar o comércio como arma política.
"É perigoso o Brasil se envolver nesse tipo de conduta", considera. "O comércio brasileiro tem como objetivo o desenvolvimento do país. É para gerar emprego, renda, e não para ser afirmar posicionamento político."
Apoio de Bolsonaro aos EUA contra Irã preocupa diplomatas e militares
Comentários do presidente sobre navios presos no PR indica mudança de posição histórica
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/201 ... ares.shtml
O episódio da retenção de dois navios iranianos perto do porto de Paranaguá (PR) abriu uma nova crise interna no Itamaraty e já preocupa a cúpula das Forças Armadas.
Nem tanto pelo impasse em si, já que a maioria dos diplomatas e militares ouvidos concorda que a Petrobras corre risco de sofrer sanções dos EUA caso abasteça os cargueiros, mas pelo alinhamento automático à posição americana anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL).
A primeira leva 50 mil toneladas de milho e a segunda espera para descarregar uma carga do insumo de fertilizantes ureia para embarcar 66 mil toneladas do grão para o Irã em troca.
Ambos os navios estão na lista de embarcações que podem gerar sanções secundárias, ou seja, para quem colaborar para sua operação.
Por isso a Petrobras, que tem ações negociadas nos EUA, está se negando a abastecê-los e a disputa com a empresa Eleva foi parar no Supremo Tribunal Federal.
No domingo (21), Bolsonaro ressaltou sua proximidade com o presidente americano Donald Trump e disse estar alinhado aos EUA no aperto econômico contra os aiatolás.
Entre diplomatas, há a certeza de que a eventual escalada da crise no Golfo Pérsico, que desemboca em conflito entre EUA e o Irã, levará a um inédito apoio explícito do Brasil a Washington.
Aqui entram generais da ativa, que temem qualquer iniciativa que possa acarretar riscos de segurança.
Dois deles, ouvidos pela Folha, afirmam que o país pode entrar na rota de grupos associados à teocracia iraniana, como o palestino Hamas ou o libanês Hizbullah.
Sempre é lembrado em conversas o fato de que a vizinha Argentina já foi alvo de um grande atentado contra instituição judaica em 1994, atribuído a terroristas islâmicos.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
O Presidente e o Ministro das Alucinações Exteriores estão cumprindo a promessa de campanha e o anuncio dos primeiros dias de governos. Isto é, alinhamento automático aos EUA e salvar a civilização judaico-cristã. Puxar brigas com os países árabes com transferência da embaixada para Jerusalém, boicotar exportações ao Irã, atacar a China era mais que esperado.
Não fica só no Irã. Prestem atenção aos países árabes. Eles não esqueceram. Existem vários sinais que estão se preparando para apunhalar as exportações brasileiras. Quando vier, vem em forma de avalanche que vai levar regiões, fazendeiros e empresas entrarem em colapso. E amanhã ou depois, os russos, turcos e chineses começam também ficar com pé atrás e direcionam os negócios para outros parceiros neutros que seguem com ponderação o direito internacional. Por exemplo, a África está produzindo soja e grãos, vizinhos (Argentina, Uruguai, Paraguai, Colômbia e Peru), EUA/Canadá estão muito animados para aproveitar oportunidades.
Os chineses estão sendo bonzinhos porque confiam no lobby dentro do Brasil. Sabem que o país é importante, existe muitos interesses em jogo e não é um governo que vai prejudicar o comércio e investimento. Por exemplo, vetar equipamento chinês para 5G foi esquecido porque as companhias precisam do equipamento. Espero. Vai que temos surpresa até o fim do ano.
Não fica só no Irã. Prestem atenção aos países árabes. Eles não esqueceram. Existem vários sinais que estão se preparando para apunhalar as exportações brasileiras. Quando vier, vem em forma de avalanche que vai levar regiões, fazendeiros e empresas entrarem em colapso. E amanhã ou depois, os russos, turcos e chineses começam também ficar com pé atrás e direcionam os negócios para outros parceiros neutros que seguem com ponderação o direito internacional. Por exemplo, a África está produzindo soja e grãos, vizinhos (Argentina, Uruguai, Paraguai, Colômbia e Peru), EUA/Canadá estão muito animados para aproveitar oportunidades.
Os chineses estão sendo bonzinhos porque confiam no lobby dentro do Brasil. Sabem que o país é importante, existe muitos interesses em jogo e não é um governo que vai prejudicar o comércio e investimento. Por exemplo, vetar equipamento chinês para 5G foi esquecido porque as companhias precisam do equipamento. Espero. Vai que temos surpresa até o fim do ano.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Irã ameaça cortar importações agrícolas do Brasil se cargueiros não forem reabastecidos
País exporta US$ 1,3 bilhão para nação islâmica que é maior compradora de milho brasileiro
https://www.correiodopovo.com.br/not%C3 ... s-1.353928
No caso do milho, o Irã é o maior comprador do Brasil. Apenas em 2018, as vendas brasileiras ao exterior totalizaram 22 milhões de toneladas, das quais 6,4 milhões foram para o Irã. "Eu disse para os brasileiros que eles devem resolver essa questão - e não os iranianos", frisou Saghaeyan. "Se (a situação) não for solucionada, talvez as autoridades em Teerã desejarão tomar decisões já que (o mercado de produtos agrícolas) é um mercado livre e outros países estão disponíveis."
Em novembro, o Departamento do Tesouro dos EUA incluiu na sua lista negra cerca de 200 navios - cargueiros e petroleiros iranianos ou ligados ao Irã. Entre eles o Bavand e o Termeh, que estão presos no Paraná. O resto da frota continua circulando pelo mundo, carregando e descarregando aparentemente sem problemas. O embaixador iraniano confirmou que seu país analisa a possibilidade de enviar combustível para os dois navios, mas essa seria uma opção demorada e cara. "Países grandes e independentes, como Brasil e Irã, devem trabalhar juntos sem interferência de terceiros ou de outro país", afirmou Saghaeyan, que teria pedido uma reunião com o chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, mas ainda não obteve resposta.
Consultadas pelo jornal O Estado de S. Paulo, associações que representam exportadores brasileiros disseram que a suspensão das importações seria grave, por ser um mercado importante. Para a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), a recusa da Petrobras em fornecer combustível aos navios iranianos seria catastrófica para o setor agrícola do Brasil. "Além de ser o maior importador de milho brasileiro, o Irã é um dos principais compradores de produtos importantes para o País e para o Estado do Paraná, como soja e carne bovina", afirmou a Faep.
Segundo Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, a crise com o Irã foi mal gerida pelo governo. "Ao declarar alinhamento com o presidente dos EUA, Donald Trump, Jair Bolsonaro acabou transformando uma questão comercial em uma questão política", avaliou. De acordo com Barral, a solução da crise foi desnecessária. "A Petrobras tinha optado por não abastecer os cargueiros iranianos para afastar a possibilidade de ser punida no mercado americano. Quando Bolsonaro falou que estava alinhado com os EUA, criou uma crise que teria de ser resolvida pelo mecanismo comercial."
País exporta US$ 1,3 bilhão para nação islâmica que é maior compradora de milho brasileiro
https://www.correiodopovo.com.br/not%C3 ... s-1.353928
No caso do milho, o Irã é o maior comprador do Brasil. Apenas em 2018, as vendas brasileiras ao exterior totalizaram 22 milhões de toneladas, das quais 6,4 milhões foram para o Irã. "Eu disse para os brasileiros que eles devem resolver essa questão - e não os iranianos", frisou Saghaeyan. "Se (a situação) não for solucionada, talvez as autoridades em Teerã desejarão tomar decisões já que (o mercado de produtos agrícolas) é um mercado livre e outros países estão disponíveis."
Em novembro, o Departamento do Tesouro dos EUA incluiu na sua lista negra cerca de 200 navios - cargueiros e petroleiros iranianos ou ligados ao Irã. Entre eles o Bavand e o Termeh, que estão presos no Paraná. O resto da frota continua circulando pelo mundo, carregando e descarregando aparentemente sem problemas. O embaixador iraniano confirmou que seu país analisa a possibilidade de enviar combustível para os dois navios, mas essa seria uma opção demorada e cara. "Países grandes e independentes, como Brasil e Irã, devem trabalhar juntos sem interferência de terceiros ou de outro país", afirmou Saghaeyan, que teria pedido uma reunião com o chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, mas ainda não obteve resposta.
Consultadas pelo jornal O Estado de S. Paulo, associações que representam exportadores brasileiros disseram que a suspensão das importações seria grave, por ser um mercado importante. Para a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), a recusa da Petrobras em fornecer combustível aos navios iranianos seria catastrófica para o setor agrícola do Brasil. "Além de ser o maior importador de milho brasileiro, o Irã é um dos principais compradores de produtos importantes para o País e para o Estado do Paraná, como soja e carne bovina", afirmou a Faep.
Segundo Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, a crise com o Irã foi mal gerida pelo governo. "Ao declarar alinhamento com o presidente dos EUA, Donald Trump, Jair Bolsonaro acabou transformando uma questão comercial em uma questão política", avaliou. De acordo com Barral, a solução da crise foi desnecessária. "A Petrobras tinha optado por não abastecer os cargueiros iranianos para afastar a possibilidade de ser punida no mercado americano. Quando Bolsonaro falou que estava alinhado com os EUA, criou uma crise que teria de ser resolvida pelo mecanismo comercial."
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Toffoli decide que Petrobras deve fornecer combustível a navios iranianos no Paraná
Petrobras se recusa a abastecer embarcações por temer sanções dos EUA
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/201 ... rana.shtml
O presidente do STF, ministro Dias Toffoli, determinou na noite desta quarta-feira (24) que a Petrobras forneça combustível a dois navios iranianos que estão parados há quase 50 dias no porto de Paranaguá (PR).
A Petrobras vinha se negando a vender combustível para os dois navios, sob a justificativa de que as embarcações estão na lista de empresas sancionadas pelos Estados Unidos. O argumento da companhia brasileira era que, ao fornecer óleo aos navios, a própria Petrobras estaria sob risco de sofrer penalidades pelas autoridades norte-americanas.
Na decisão, Toffoli argumenta que a empresa brasileira Eleva Química —responsável pelas embarcações— não está na lista de agentes sancionados pelos EUA.
São dois os navios iranianos fundeados em Paranaguá, o Bavand e o Termeh. Eles trouxeram ureia ao Brasil e deveriam retornar com milho ao país persa.
O Bavand já tem embarcado quase 50 mil toneladas de milho e o Termeh aguarda o carregamento de outras 60 mil toneladas. A carga é avaliada em aproximadamente R$ 100 milhões.
O presidente do STF —que decidiu o caso após uma disputa judicial nas instâncias inferiores— também argumentou prejuízos causados à balança comercial do país com o Irã, que é o maior comprador de milho brasileiro.
Ele disse ainda que não há possibilidade de a Petrobras sofrer sanções dos EUA, uma vez que o reabastecimento será feito por ordem judicial.
Ao comentar o caso dos navios iranianos, o presidente Jair Bolsonaro disse que o Brasil está alinhado à política dos EUA de sanção econômica contra o Irã. “Existe esse problema, os EUA, de forma unilateral, têm embargos levantados contra o Irã. As empresas brasileiras foram avisadas por nós desse problema e estão correndo risco nesse sentido”, afirmou o presidente na sexta (19).
No domingo (21), Bolsonaro reafirmou sua posição. “Sabe que nós estamos alinhados à política deles. Então, fazemos o que tem de fazer”, disse.
Petrobras se recusa a abastecer embarcações por temer sanções dos EUA
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/201 ... rana.shtml
O presidente do STF, ministro Dias Toffoli, determinou na noite desta quarta-feira (24) que a Petrobras forneça combustível a dois navios iranianos que estão parados há quase 50 dias no porto de Paranaguá (PR).
A Petrobras vinha se negando a vender combustível para os dois navios, sob a justificativa de que as embarcações estão na lista de empresas sancionadas pelos Estados Unidos. O argumento da companhia brasileira era que, ao fornecer óleo aos navios, a própria Petrobras estaria sob risco de sofrer penalidades pelas autoridades norte-americanas.
Na decisão, Toffoli argumenta que a empresa brasileira Eleva Química —responsável pelas embarcações— não está na lista de agentes sancionados pelos EUA.
São dois os navios iranianos fundeados em Paranaguá, o Bavand e o Termeh. Eles trouxeram ureia ao Brasil e deveriam retornar com milho ao país persa.
O Bavand já tem embarcado quase 50 mil toneladas de milho e o Termeh aguarda o carregamento de outras 60 mil toneladas. A carga é avaliada em aproximadamente R$ 100 milhões.
O presidente do STF —que decidiu o caso após uma disputa judicial nas instâncias inferiores— também argumentou prejuízos causados à balança comercial do país com o Irã, que é o maior comprador de milho brasileiro.
Ele disse ainda que não há possibilidade de a Petrobras sofrer sanções dos EUA, uma vez que o reabastecimento será feito por ordem judicial.
Ao comentar o caso dos navios iranianos, o presidente Jair Bolsonaro disse que o Brasil está alinhado à política dos EUA de sanção econômica contra o Irã. “Existe esse problema, os EUA, de forma unilateral, têm embargos levantados contra o Irã. As empresas brasileiras foram avisadas por nós desse problema e estão correndo risco nesse sentido”, afirmou o presidente na sexta (19).
No domingo (21), Bolsonaro reafirmou sua posição. “Sabe que nós estamos alinhados à política deles. Então, fazemos o que tem de fazer”, disse.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Resolve o problema imediato, mas sem garantias de reabastecimento acaba que fica complicado manter os contratos o que levará no minimo a diminuição da importação e Brasil deixou de ser confiável como vendedor neutro.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Bolsonaro promete resolver caso de cargueiros do Irã em Paranaguá sem criar rusgas com EUA
Depois de embaixador iraniano ameaçar deixar de comprar milho do Brasil, presidente voltou a afirmar que está alinhado a Trump
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira, 26, que espera resolver o "problema" dos navios iranianos parados há quase 50 dias no porto de Paranaguá (PR)" no máximo até segunda-feira e "sem criar qualquer rusga" com os Estados Unidos. Ele voltou a afirmar que "o governo está alinhado, sim, com o governo de Donald Trump".
https://internacional.estadao.com.br/no ... 0002940301
"Nosso governo está alinhado, sim, com o governo Trump. Estamos entrando em contato, temos conversado desde ontem com o embaixador do governo americano nessa questão, tem a decisão do Toffoli. Agora, os bancos não querem, outros, né, não querem receber o recurso para esse reabastecimento do navio. Então espero que nas próximas horas, ou até no máximo segunda-feira, a gente resolva esse problema sem criar qualquer rusga com os Estados Unidos", declarou o presidente.
Bolsonaro falou com a imprensa ao deixar o Palácio da Alvorada, no final da manhã. O presidente passará o resto do dia em Goiânia (GO), onde participará do 161º Aniversário da Polícia Militar de Goiás.
Depois de embaixador iraniano ameaçar deixar de comprar milho do Brasil, presidente voltou a afirmar que está alinhado a Trump
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira, 26, que espera resolver o "problema" dos navios iranianos parados há quase 50 dias no porto de Paranaguá (PR)" no máximo até segunda-feira e "sem criar qualquer rusga" com os Estados Unidos. Ele voltou a afirmar que "o governo está alinhado, sim, com o governo de Donald Trump".
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"Nosso governo está alinhado, sim, com o governo Trump. Estamos entrando em contato, temos conversado desde ontem com o embaixador do governo americano nessa questão, tem a decisão do Toffoli. Agora, os bancos não querem, outros, né, não querem receber o recurso para esse reabastecimento do navio. Então espero que nas próximas horas, ou até no máximo segunda-feira, a gente resolva esse problema sem criar qualquer rusga com os Estados Unidos", declarou o presidente.
Bolsonaro falou com a imprensa ao deixar o Palácio da Alvorada, no final da manhã. O presidente passará o resto do dia em Goiânia (GO), onde participará do 161º Aniversário da Polícia Militar de Goiás.