O governo mesmo não tinha votos nem do próprio PSL. Não fosse a intervenção do Maia o governo não levava vitória nem em votação para pauta de condomínio.Matheus escreveu: ↑Qua Jul 10, 2019 10:02 pm Povo aqui em março falando q o governo não tinha 50 votos pra previdência. Fechou 379, acima do esperado por analistas.
Como disse, não iria ser o que o Guedes queria, mas algo próximo iria sair.
Próxima missão é a tributária, depois, o funcionalismo.
Tenho a impressão que, se não houver nenhuma catástrofe mundial, vamos começar a decolar, não pelo governo em si, mas pelo congresso ter assumido o protagonismo.
Preferia alguém de centro em 2023 que uma reeleição do Bolso, mas se continuar assim, o Jean vai ter vendido , segundo o " pavão", o seu mandato à toa.
SOBRE A PREVIDÊNCIA SOCIAL
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Re: SOBRE A PREVIDÊNCIA SOCIAL
Tudo estaria perdido se o mesmo homem, ou o mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo exercesse os três poderes: o de fazer as leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar. (MONTESQUIEU. O Espírito das Leis. Livro XI, Cap. VI)
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Re: SOBRE A PREVIDÊNCIA SOCIAL
A função de aprovar leis e PEC é do parlamento mesmo, embora tenhamos mania de chamar de reforma do FHC, reforma do Lula e reforma da Dilma.
Não é nada meu. Não é nada meu. Excelência eu não tenho nada, isso é tudo de amigos meus.
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Re: SOBRE A PREVIDÊNCIA SOCIAL
O próprio orçamento é aprovado pelo legislativo, que teria a obrigação de analisar se a situação está crítica e prover as reformas necessárias para o executivo governar o país. Não sei porque tudo tem que partir do executivo.
Não é nada meu. Não é nada meu. Excelência eu não tenho nada, isso é tudo de amigos meus.
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Re: SOBRE A PREVIDÊNCIA SOCIAL
ERRADO...redondamente errado.
O presidente da república é Chefe de Governo e Chefe de Estado. É ele que tem que olhar os cofres, ver que o dinheiro está acabando, propor e buscar soluções. O congresso apenas concorda ou não. Entenda, o presidente é o devedor, o congresso é o fiador. Nesse sentido, se é de competência do presidente da república então é ele que deve articular esforços para provar a medida, não o congresso. Se ficar de birrinha com o Congresso, como de fato estava, não consegue aprovar nada. O comportamento do presidente colocaria o país em crise sem precedentes não fosse a capacidade do Maia em apagar os incêndios e fazer o que era necessário.
Se você tem dúvidas de quem é a responsabilidade, se pergunte quem é que perde o cargo se der merda:
A última pessoa que perdeu protagonismo para o Congresso chama-se Dilma, antes dela teve um outro chamado Collor.
Como disse ontem o Kennedy Alencar: O poder não admite vácuo, se não for exercido por quem o devia, outro vem e preenche o espaço.
O presidente da república é Chefe de Governo e Chefe de Estado. É ele que tem que olhar os cofres, ver que o dinheiro está acabando, propor e buscar soluções. O congresso apenas concorda ou não. Entenda, o presidente é o devedor, o congresso é o fiador. Nesse sentido, se é de competência do presidente da república então é ele que deve articular esforços para provar a medida, não o congresso. Se ficar de birrinha com o Congresso, como de fato estava, não consegue aprovar nada. O comportamento do presidente colocaria o país em crise sem precedentes não fosse a capacidade do Maia em apagar os incêndios e fazer o que era necessário.
Veja que tudo isso, apenas alguns exemplos, depende do presidente da república ter interlocução como o Congresso. Não tem essa de que é responsabilidade do Congresso e ele que se vire.Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição.
§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:
I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;
II - disponham sobre:
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumento de sua remuneração;
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços públicos e pessoal da administração dos Territórios;
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como normas gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto no art. 84, VI; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções, estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a reserva. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
[...]
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
[...]
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;
XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a situação do País e solicitando as providências que julgar necessárias;
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição;
XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior;
Se você tem dúvidas de quem é a responsabilidade, se pergunte quem é que perde o cargo se der merda:
Se é ele que perde a cabeça, é dele a responsabilidade de resolver o problema, propor a solução, convencer a todos de que é a melhor saída. Se outro fez esse serviço é porque o Presidente da República não cumpriu o seu papel, nem de Chefe de Governo, nem de Chefe de Estado. Sendo, portanto, dispensável.Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:
[...]
VI - a lei orçamentária;
A última pessoa que perdeu protagonismo para o Congresso chama-se Dilma, antes dela teve um outro chamado Collor.
Como disse ontem o Kennedy Alencar: O poder não admite vácuo, se não for exercido por quem o devia, outro vem e preenche o espaço.
Tudo estaria perdido se o mesmo homem, ou o mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo exercesse os três poderes: o de fazer as leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar. (MONTESQUIEU. O Espírito das Leis. Livro XI, Cap. VI)
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Re: SOBRE A PREVIDÊNCIA SOCIAL
O modelo de governabilidade pós-constituição de 1988 funcionou relativamente bem com Presidentes habilidosos e com bases fortes (FHC e Lula). O modelo começou a apresentar falhas graves e implodiu com o impeachment da Dilma. As falhas agravadas por uma presidente inábil, incapaz de manter uma base herdada do Lula, acompanhadas por líderes juvenis (Gleisi, por exemplo) que eram bem diferentes dos tempos do Lula.
No lugar apareceu o desejo de protagonismo do Congresso. O indicativo é que a reforma da previdência que quase nada do texto do Guedes. O orgulho estampado no choro do Rodrigo Maia. É como se colocasse que "NÓS (o Congresso e várias mãos) fizemos, não foi o governo. Somos os responsáveis pelo futuro do país". O maia e congresso viraram a âncora de estabilidade da economia e das instituições. O mercado não liga para o Guedes. Aguardem que a reforma tributária do Congresso (aquela do Appy) vai passar suave.
O Congresso não vai recuar. Porque os congressistas perceberam as vantagens em ser super poderoso, ditar o ritmo das votações, escolher e desenhar as reformas. Não tem motivos para ceder ao executivo. O próximo Presidente vai ter que aprender a lidar com a nova fase da democracia brasileira. Agora, podem formalizar com transição para Parlamentarismo. E as conversas estão por aí e despertam muitas simpatias.
Detalhe é que a oposição (PDT e PSB) perderam e perderam feio. Eles participaram das discussões e teve imposição que toda a bancada seria contra. Na realidade, os novinhos enfrentaram o partido e votaram a favor, baseados no argumento que participaram das discussões e as demandas foram preenchidas dentro do possível. Esse pessoal vai tomar os partidos (ou montar um novo) para preencher o espectro de centro-esquerda estilo europeia/norte-americana. É como se gritassem que "somos esquerda moderna, responsável e que dialoga" tudo que os líderes do PDT e PSB não são e não querem. E os partidos não vão expulsar porque vão perder 1/3 dos parlamentares.
E o Petê ganhou. Sim, senhores. Eles bancaram desde o começo o terraplanismo e posição radical. Satisfizeram o público deles, foram coerentes e garantem o espaço na oposição. Ainda podem gritar que o PDT e PSB são tudo vendidos e disfarçam seu neoliberalismo.
No lugar apareceu o desejo de protagonismo do Congresso. O indicativo é que a reforma da previdência que quase nada do texto do Guedes. O orgulho estampado no choro do Rodrigo Maia. É como se colocasse que "NÓS (o Congresso e várias mãos) fizemos, não foi o governo. Somos os responsáveis pelo futuro do país". O maia e congresso viraram a âncora de estabilidade da economia e das instituições. O mercado não liga para o Guedes. Aguardem que a reforma tributária do Congresso (aquela do Appy) vai passar suave.
O Congresso não vai recuar. Porque os congressistas perceberam as vantagens em ser super poderoso, ditar o ritmo das votações, escolher e desenhar as reformas. Não tem motivos para ceder ao executivo. O próximo Presidente vai ter que aprender a lidar com a nova fase da democracia brasileira. Agora, podem formalizar com transição para Parlamentarismo. E as conversas estão por aí e despertam muitas simpatias.
Detalhe é que a oposição (PDT e PSB) perderam e perderam feio. Eles participaram das discussões e teve imposição que toda a bancada seria contra. Na realidade, os novinhos enfrentaram o partido e votaram a favor, baseados no argumento que participaram das discussões e as demandas foram preenchidas dentro do possível. Esse pessoal vai tomar os partidos (ou montar um novo) para preencher o espectro de centro-esquerda estilo europeia/norte-americana. É como se gritassem que "somos esquerda moderna, responsável e que dialoga" tudo que os líderes do PDT e PSB não são e não querem. E os partidos não vão expulsar porque vão perder 1/3 dos parlamentares.
E o Petê ganhou. Sim, senhores. Eles bancaram desde o começo o terraplanismo e posição radical. Satisfizeram o público deles, foram coerentes e garantem o espaço na oposição. Ainda podem gritar que o PDT e PSB são tudo vendidos e disfarçam seu neoliberalismo.
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Re: SOBRE A PREVIDÊNCIA SOCIAL
Bourne, vou mais longe, funcionou enquanto tinha um mensalão robusto e bem resolvido, hoje como não tem, o parlamente resolveu fazer seu papel, mas cheio de mágoas.
Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
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- Bourne
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Re: SOBRE A PREVIDÊNCIA SOCIAL
Também está incluso. Junto com os cargos e emendas.
O governo atual dizem que despejou algumas dezenas de milhões em emendas. Acredito que foi jogar dinheiro fora e tem deputado fazendo o governo de bobo. Porque os deputados votariam a reforma da previdência de qualquer forma porque era necessário, tanto que alteraram o projeto. Eles tem mais ganhos para seu eleitor que se preocupam com reformas do que emendas. Por exemplo, o Rodrigo Maia que tem a base de votação de 80, 90 mil eleitores.
Percebam que o congresso está cortando as asinhas do executivo. Nos últimos meses limitaram o contingenciamento de investimentos, buscam trazer a responsabilidade de fazer o orçamento e impor que seja cumprido (igual quase todos os países do mundo), cassaram e querem limitar os decretos e MPs, estão se metendo em questões internacionais e negociações. Estão preparando medidas para limitar indicações políticas do executivo. É muita coisa que não tem como esse ou outro executivo desmontar.
Daqui a pouco, o Congresso vota medida que "os ministros serão indicados pelo congresso e o Ministro terá direito a indicar X assessores. Os demais cargos são para técnicos de carreira". O que interessa para os políticos porque limita ainda mais o executivo na hora de negociar.
O governo atual dizem que despejou algumas dezenas de milhões em emendas. Acredito que foi jogar dinheiro fora e tem deputado fazendo o governo de bobo. Porque os deputados votariam a reforma da previdência de qualquer forma porque era necessário, tanto que alteraram o projeto. Eles tem mais ganhos para seu eleitor que se preocupam com reformas do que emendas. Por exemplo, o Rodrigo Maia que tem a base de votação de 80, 90 mil eleitores.
Percebam que o congresso está cortando as asinhas do executivo. Nos últimos meses limitaram o contingenciamento de investimentos, buscam trazer a responsabilidade de fazer o orçamento e impor que seja cumprido (igual quase todos os países do mundo), cassaram e querem limitar os decretos e MPs, estão se metendo em questões internacionais e negociações. Estão preparando medidas para limitar indicações políticas do executivo. É muita coisa que não tem como esse ou outro executivo desmontar.
Daqui a pouco, o Congresso vota medida que "os ministros serão indicados pelo congresso e o Ministro terá direito a indicar X assessores. Os demais cargos são para técnicos de carreira". O que interessa para os políticos porque limita ainda mais o executivo na hora de negociar.
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Re: SOBRE A PREVIDÊNCIA SOCIAL
Isso tudo é uma reação a 27 anos de "salvadores da pátria". Presidentes que não só querem governar por muito tempo como querem deixar dinastias politicas que irão ou segui-los diretamente ou "esquentar a cadeira" para que retornem.
Collor, FHC, Lula, Dilma e Bolsonaro neste quesito são todos farinha do mesmo saco. E a tendência tem ficado cada vez pior em que disfarçam cada vez menos a intenção.
Collor foi parado antes de começar.
FHC emplaco a reeleição mas falhou em por seu sucessor e após 2006 morreu de vez as chances.
Lula emplaco a sucessão, mas Dilma tinha outros planos ao invés de ser uma esquentada de cadeira.
E bolsonaro nem disfarça que planeja reeleição e não duvido ele querer emplacar o filho em 2026 pra voltar em 2030-34
Salvadores da pátria são um perigo porque levam automaticamente ao enfraquecimento das instituições já que querem concentrar força politica em si mesmos, A perigosíssima ideia de que sem eles o país não funciona, está perdido e que são insubstituíveis. E com o tempo, e a crise certa, podem conseguir o que querem, a vassalagem, ou pior dos casos, fim dos 2 outros poderes. E com isso temos o fim a democracia ou apenas sua sombra.
Não que o congresso esteja fazendo isso vindo de um senso de patriotismo, etc. Mas ao pulverizar o poder você diminui as chances que um politico em particular se torne incontestável na politica. E que mesmo que ocorra ele consiga concentrar tudo em torno de sí.
Dessa maneira a republica funciona de maneira +técnica e descentralizada o que impede arrumadinhos. E torna o papel do congresso e executivo muito mais de apagar incêndios e reformar instituições defasadas do que fazer o executivo e o legislativo governarem o dia a dia da republica.
Ah e o Brasil precisa urgente proibir que presidentes possam concorrer novamente ao cargo.
Nunca ocorreu mas não faltam tentativas e sonhos.
Collor, FHC, Lula, Dilma e Bolsonaro neste quesito são todos farinha do mesmo saco. E a tendência tem ficado cada vez pior em que disfarçam cada vez menos a intenção.
Collor foi parado antes de começar.
FHC emplaco a reeleição mas falhou em por seu sucessor e após 2006 morreu de vez as chances.
Lula emplaco a sucessão, mas Dilma tinha outros planos ao invés de ser uma esquentada de cadeira.
E bolsonaro nem disfarça que planeja reeleição e não duvido ele querer emplacar o filho em 2026 pra voltar em 2030-34
Salvadores da pátria são um perigo porque levam automaticamente ao enfraquecimento das instituições já que querem concentrar força politica em si mesmos, A perigosíssima ideia de que sem eles o país não funciona, está perdido e que são insubstituíveis. E com o tempo, e a crise certa, podem conseguir o que querem, a vassalagem, ou pior dos casos, fim dos 2 outros poderes. E com isso temos o fim a democracia ou apenas sua sombra.
Não que o congresso esteja fazendo isso vindo de um senso de patriotismo, etc. Mas ao pulverizar o poder você diminui as chances que um politico em particular se torne incontestável na politica. E que mesmo que ocorra ele consiga concentrar tudo em torno de sí.
Dessa maneira a republica funciona de maneira +técnica e descentralizada o que impede arrumadinhos. E torna o papel do congresso e executivo muito mais de apagar incêndios e reformar instituições defasadas do que fazer o executivo e o legislativo governarem o dia a dia da republica.
Ah e o Brasil precisa urgente proibir que presidentes possam concorrer novamente ao cargo.
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Re: SOBRE A PREVIDÊNCIA SOCIAL
Como disse não vai dar em nada. O PSB e PDT não podem perder 1/3 dos parlamentares. E pior, se expulsar um como exemplo, os demais podem se revoltar e sair para outro partido. E o PDT e PSB virarem partidos zumbis que por enquanto tem bancada, mas que boa partes dos deputados ignora as orientações do partido.
Todo mundo sabe que precisa da reforma da previdência e das reformas. Precisa discutir e assumir posições. Ou vai para o PT/PSOL e fica contra tudo.
Todo mundo sabe que precisa da reforma da previdência e das reformas. Precisa discutir e assumir posições. Ou vai para o PT/PSOL e fica contra tudo.
PDT recua e já não fala mais em expulsão de Tabata e dissidentes
Outros sete deputados da legenda não seguiram orientação e votaram a favor da reforma da Previdência
BRASÍLIA - Apesar de ter anunciado a intenção de expulsar quem votou a favor da reforma da Previdência, líderes do PDT já discutem penas alternativas contra a deputada Tabata Amaral (SP) e os outros sete deputados que apoiaram as mudanças nas regras da aposentadoria.
O presidente do PDT, Carlos Lupi, admitiu o recuo a aliados em conversas informais feitas após a votação e na manhã desta quinta-feira. Os dirigentes do PDT avaliam, contudo, que é necessário a abertura de um processo disciplinar “para dar exemplo”, mas que a expulsão da sigla não seria de interesse da legenda.
Um grupo ligado a Lupi quer uma advertência pública aos parlamentares infiéis. Na Câmara, os deputados que votaram contra a reforma pedem que os infiéis percam “espaço político” na Casa e na legenda. O principal alvo da bancada é a deputada Tabata Amaral. Os parlamentares querem ela fora da vice-liderança da legenda e das comissões, como Educação.
O presidente do PDT afirmou nesta quinta-feira, 11, que o partido também vai reavaliar a possibilidade de lançar Tabata à prefeitura de São Paulo no ano que vem. Quarta mais votada nas últimas eleições, a deputada era uma das principais apostas do partido no ano que vem. “Claro que o partido em São Paulo vai reavaliar tudo isso”, afirmou Lupi pela manhã no Rio.
Para dirigentes pedetistas ouvidos pelo Estado, a posição pública de Tabata antes da votação – que chegou a fazer vídeo nas redes sociais explicando seu voto – incentivou outros dissidentes. Lupi e o líder do partido na Câmara, André Figueiredo (CE), avaliaram a aliados que a posição da parlamentar foi usada para justificar debandada na hora da votação. O partido tentava, ao menos, convencer os favoráveis a proposta a se absterem na hora da votação.
“A expulsão seria um prêmio”, afirmou um dirigente ao Estado. Além de Tabata, outros sete pedetistas votaram a favor do texto-base da reforma: Alex Santana (BA), Flávio Nogueira (PI), Gil Cutrim (MA), Jesus Sérgio (AC), Marlon Santos (RS), Silvia Cristina (RO) e Subtenente Gonzaga (MG).
Os dirigentes avaliam que a expulsão não garantiria o mandato ao partido, impactando na representação da legenda na Câmara e sua participação no fundo partidário. A avaliação é que há entendimento no Tribunal Superior Eleitoral garantindo o parlamentar o mandato em caso de expulsão da agremiação.
https://politica.estadao.com.br/noticia ... 52N80h52WM
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Re: SOBRE A PREVIDÊNCIA SOCIAL
O que acontece quando se é renomado e vai querer dar pitacos em outros países que são desconhecidos. Alem disso, arranja parceiros que passam informações bizarras e modificam a realidade para dar aquela "lacradinha" partidária.
A lacroeconomia de Piketty
É conhecido o fato de que a pobreza no Brasil se concentra em crianças com pais desempregados
Pedro Fernando Nery, Paulo Tafner e Arminio Fraga*, O Estado de S.Paulo
13 de julho de 2019 | 04h00
É sempre bem-vinda em nosso debate público a participação de alguém do peso do economista francês Thomas Piketty. No entanto, o artigo “A quem interessa aumentar a desigualdade?”, recém-publicado no Valor Econômico, é uma decepção para os que admiram o influente trabalho do autor de O Capital no Século XXI, no qual há precioso zelo por análises de séries históricas, muita contabilidade e pouca economia. Nesse best-seller, ele pautou o tema da desigualdade em diversos países ao longo de anos, exibindo incomum zelo na análise de séries históricas de dados. Mas isso não impediu o célebre pesquisador e seus coautores de publicar artigo contra a reforma da Previdência repleto de erros. Não se trata de questão ideológica, mas de equívocos factuais que beiram o constrangedor.
Publicado no dia seguinte à aprovação do relatório da reforma no Plenário da Câmara, o texto erra na partida: para criticar a reforma, começa descrevendo equivocadamente as regras atuais de aposentadoria. Para os autores, existe um critério de idade para a aposentadoria por tempo de contribuição no Brasil. Como sabemos, não há, e boa parte do esforço da reforma reside nesse ponto.
A confusão é com a chamada fórmula 85/95, aprovada em 2015 no meio das iniciativas de pauta-bomba contra o governo Dilma Rousseff. Esses valores se referem à soma de idade e tempo de contribuição (85 para a mulher e 95 para o homem).
Mas a soma não é requisito de acesso à aposentadoria, e sim regra para determinação do valor do benefício. Em vez de controlar o gasto, postergando aposentadoria, o aumenta, permitindo aposentadorias precoces sem o fator previdenciário. É inclusive regressiva do ponto de vista da distribuição de renda, pois aumenta transferências de renda para grupos mais bem inseridos no mercado de trabalho – como observa ótimo estudo de Marcelo Caetano, Luis Paiva e coautores do Ipea. Os autores, desinformados, entendem que a regra é um requisito para aposentadoria. Se fosse, a reforma estaria endurecendo uma regra razoável – mas infelizmente uma regra que não existe.
Essa confusão é há muito difundida por economistas da Unicamp, inclusive na campanha presidencial – um deles, Pedro Zahluth, é coautor do texto (junto com Marc Morgan e Amory Gethin). Para eles e Piketty, a regra que não existe é a primeira alternativa para aposentadoria no Brasil, um erro crasso.
A principal modalidade de aposentadoria é na verdade a por idade: brasileiros mais pobres que não têm muito tempo de emprego formal, oscilando ao longo da vida entre o desemprego e a informalidade, já se aposentam com idade mínima. Piketty e colegas descrevem essa regra como uma regra residual, e erram feio quando dizem que sobre ela incide o fator previdenciário – reduzindo as aposentadorias. O fator previdenciário só se aplica à aposentadoria por tempo de contribuição, exatamente pelas idades precoces, não à aposentadoria por idade. Novamente, se descreve uma regra fictícia muito mais dura do que a existente, caso de desconto no valor de quem já se aposenta mais tarde.
Sobre essas regras já duras de aposentadoria, mas inexistentes, incidiria uma reforma da Previdência ainda mais draconiana. Mas a triste realidade ignorada por Piketty e coautores é que são os brasileiros mais instruídos, das ocupações mais produtivas e das regiões mais industrializadas que se aposentam muito mais cedo do que os demais. A empregada doméstica, o pedreiro ou o gari se aposentam 10 anos depois do patrão: possuem idade mínima de 65 anos, enquanto a média da aposentadoria por tempo de contribuição é de 55.
Não apenas o caráter progressivo da reforma – provocando convergência de regras entre rico e pobre – é ignorado, como a descrição das medidas novamente é repleta de erros grosseiros. Piketty e colegas relatam o fim das contribuições sociais recolhidas sobre o faturamento (Cofins) e lucro (CSLL), que deixariam de bancar o déficit da Previdência. É disparate tão alienígena em nosso debate que beira o delírio.
Nessa linha, vale notar também que o quintil mais pobre de brasileiros recebe apenas 11% do montante transferido pela União para cobertura do déficit da Previdência urbana e do funcionalismo federal.
É conhecido o fato de que a pobreza no Brasil se concentra em crianças com pais desempregados, enquanto a Previdência se concentra em pessoas mais velhas com emprego formal. Ela já consome 60% de nosso orçamento, apesar da demografia favorável, e praticamente 14% do PIB. O mesmo que países velhos como Alemanha ou Japão.
Há ainda um alarmismo descabido com a perda de cobertura entre idosos pobres, que perderiam o direito aos benefícios com a reforma. Ele é centrado na elevação de 15 para 20 anos do tempo mínimo de contribuição. Mas, desde o relatório da Comissão Especial, semanas atrás, a elevação não valeria para mulheres, grupo que representa a maioria das pessoas que se aposentam por idade. Continuou valendo para a minoria, os homens, mas a eles continuou permitido receber o BPC na mesma idade (65 anos) e no mesmo valor (1 salário mínimo). Saiba o leitor que na mesma quinta-feira da publicação do texto de Piketty e coautores, o tempo de contribuição exigido para homens também foi mantido.
O que sobra de pertinente no texto? Nada em relação à Previdência. A preocupação com a reforma tributária e tributação sobre os mais ricos é legítima e meritória – aliás, há muito defendida por nós –, mas ficou sem sentido em um texto terrivelmente desinformado.
Pesquisadores que seguem a metodologia de pesquisa de Piketty detectam de fato uma abissal desigualdade de renda no País, e reconhecem como antídoto tanto uma boa reforma da Previdência quanto uma tributária. Não falamos por eles, mas recomendamos ao leitor os importantes trabalhos de Marcelo Medeiros e Pedro Souza.
Na linguagem das polarizadas redes sociais, alguém “lacra” quando faz afirmações de efeito, que geram as curtidas fáceis de sua bolha, mas sem profundidade. A escolha por lacrar implica a renúncia à discussão séria. Piketty lacrou.
*PEDRO FERNANDO NERY É ECONOMISTA E CONSULTOR LEGISLATIVO
PAULO TAFNER É ECONOMISTA E PESQUISADOR DA FIPE/USP
ARMÍNIO FRAGA É ECONOMISTA E EX-PRESIDENTE DO BANCO CENTRAL
https://economia.estadao.com.br/noticia ... E34W83uTEY
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Re: SOBRE A PREVIDÊNCIA SOCIAL
Só está equivocado em encontrar uma base de apoio do governo de 75% dos parlamentares. Não é o governo, mas o Rodrigo Maia que tem esses deputados. Sem o Maia concordar, articular e negociar o governo não tem nada. As reformas são do Congresso e não do governo. Ao contrário, o único que pode dizer governista, o PSL, está mais preocupado em defender as corporações do que fazer reforma. Além do Novo que é mais governista que o PSL.
A tal esquerda não tem projeto nenhum e nem penetração. Ou pior, negociam e dão ideias (PDT e PSB), muitas incorporadas na reforma. Depois acordam votar contra. O resultado foi a traição de 1/3 dos parlamentares.
A tal esquerda não tem projeto nenhum e nem penetração. Ou pior, negociam e dão ideias (PDT e PSB), muitas incorporadas na reforma. Depois acordam votar contra. O resultado foi a traição de 1/3 dos parlamentares.
A reforma de Previdência e a “Traição de Tabata”
Wilson Gomes disse:
12 de julho de 2019
A reforma de Previdência e a “Traição de Tabata”
A esquerda acordou nesta quinta-feira em depressão e fúria por causa da aprovação da reforma da Previdência em primeiro turno na Câmara Federal. Entendo a frustração, uma vez que este projeto em particular é um pacote de maldades daqueles que governantes só ousam propor, se muito, nos primeiros seis meses de mandato. Mas muitas pessoas, além disso, demonstram uma genuína surpresa com a aprovação da proposta e isto, sim, me parece intrigante. A aprovação da reforma da Previdência era apenas uma questão de “quando” e de “quanto” e nada mais. Era mais barbada prever a aprovação da reforma da Previdência do que a vitória de Bolsonaro no segundo turno depois que Lula fechou questão sobre uma candidatura petista para enfrentar o antipetismo. E olha que naquele caso já era fácil demais.
Desde que Paulo Guedes expôs a sua proposta, a única força política que se apresentou com energia suficiente para lhe atravancar o caminho foi o desastre na articulação política do governo Bolsonaro. Que produziu como consequência o aumento exponencial dos custos exigidos pelos parlamentares, principalmente dos partidos com um teor de 0% de ideologia e 100% de fisiologia, que a mídia, em um equívoco estúpido, chama de centrão. Nada que uma promessa de generosa liberação de emendas parlamentares não pudesse resolver.
Em segundo lugar, como em política não há espaço vazio e o que não falta no Congresso são cobras criadas, o presidente da Câmara ocupou voluptuosamente o espaço deixado às moscas por um governo sem apetite ou competência para a articulação política. E assim, Rodrigo Maia foi para a reforma da Previdência até agora o que Eduardo Cunha foi para o impeachment de Dilma: mostrou que é ele quem manda no Congresso e não o governo, e que o presidente da República pode até ter uma coalizão forte, mas quem afinal faz as entregas, se quiser, é o presidente da Câmara.
De resto, se o presidente e os seus garotos não atrapalhassem, hipótese que não era desprezível ainda há pouco, a aprovação de uma reforma da Previdência seria bastante previsível. Primeiro, porque a entrega da reforma foi a condição fundamental para que a elite endinheirada do Sul e do Sudeste aderisse a Bolsonaro em 2018 e aceitasse usar o próprio prestígio e influência para cristianizar o paganismo bolsonarista diante do sistema produtivo e financeiro do país e o sistema de mídia que orbita ao redor destes. Era claro, portanto, que Bolsonaro não teria como manter o apoio de um setor extremamente influente da sociedade brasileira, se não se demonstrasse capaz de entregar tal reforma. E Paulo Guedes, o principal fiador desses sistemas na administração Bolsonaro, sempre fez questão de lembrar ao governo que a sua parte do pacto eleitoral precisava ser cumprida.
Nada disso garantiria coisa alguma, contudo, não fosse a crise econômica, que é persistente e, para muitos setores, devastadora. No quinto ano consecutivo em que a economia do país não sai do lugar, o emprego desapareceu, as pessoas sentem que a sua vida está pior, e uma geração inteira de brasileiros parece estar perdendo as esperanças. Cinco anos é uma vida. Por outro lado, Paulo Guedes, a Globo News e todos os envolvidos na defesa desta proposta conseguiram transformar o cenário da crise econômica na principal alavanca para a obtenção da reforma da Previdência que desejavam. E a venderam à opinião pública como a bala de prata para que o país volte a crescer.
Em contrapartida, ninguém foi capaz de apresentar uma outra abordagem da reforma fora do quadro interpretativo economicista, ninguém foi capaz, enfim, de desafiar o enquadramento da Previdência como gasto público dos economistas de Chicago. Cabia à esquerda fazer isso. De forma que, antes de perder duramente, na madrugada da quinta-feira, na votação da reforma no Plenário do Congresso, a esquerda já havia perdido, ainda mais fragorosamente, a disputa pela interpretação desta reforma na opinião pública.
E neste caso a esquerda praticamente perdeu por W.O. De que voz influente da esquerda e da centro-esquerda você viu surgir interpretações da reforma da previdência em que a massa prestou atenção e a que uma parte importante da sociedade aderiu? Fora uns vídeos recentes e pouco disseminados de Ciro Gomes, a esquerda não se fez ouvir, não disputou a interpretação dos fatos, não formulou um projeto alternativo que envolvesse o público, não liderou campanhas nem engajou pessoas. A esquerda pós-2015 parece ter perdido a capacidade de falar à massa e de empolgar multidões. E olha que estou me referindo principalmente ao espaço em que hoje se joga o grande jogo da política na esfera pública, a saber, os ambientes digitais, tão eficientemente ocupados pela nova direita. A esquerda simplesmente não tem aparecido para jogar. Aliás, nada diferente do que aconteceu com a PEC do teto do gasto público e com a reforma trabalhista
No campo político, deu-se o mesmo. Oficialmente, o bloco da oposição tem 141 deputados e o governo tem 350. 22 são oficialmente independentes. Pois o governo conseguiu 379 votos a favor da reforma da Previdência, enquanto os votos contra foram 131. Façam, pois, as suas contas. A oposição de esquerda tem pouco mais de 25% da Câmara, a coalizão governamental tem um pouco abaixo de 70%, mas pode expandir no máximo a 75%, como aconteceu na quinta. A aprovação de uma reforma como esta requer 3/5 dos deputados, mas o governo conseguiu 71 votos a mais do que precisaria. Em suma, amigos, foi uma derrota feia para a oposição.
Como disse-me hoje um amigo, a oposição deveria era estar se perguntando por que, mesmo com a mais impopular das reformas do Estado, mesmo com um governo batendo cabeça há seis meses e com o índice de apoio popular mais baixo da série histórica, mesmo com uma crise econômica que não dá sinais de declínio, ainda assim a oposição não consegue convencer e liderar ninguém além dos 25% inerciais. A esquerda perdeu a capacidade de negociar, convencer e liderar também no interior do próprio sistema parlamentar. Além de ter perdido a capacidade de formular propostas e aglutinar pessoas ao redor delas. Prova disso é que se chegou ao Plenário simplesmente em uma situação, binária, de tudo ou nada: ou se era contra a reforma ou a favor desta reforma, porque outro projeto de reforma não havia à mesa. Nunca houve, aliás. E muita gente preferiu uma reforma ruim e cruel a nenhuma reforma, é bom que se diga.
A frustração da esquerda com o modo como as coisas se conduziram na votação da reforma deveria ser uma frustração consigo mesma. Com a sua incapacidade demonstrada, desde 2015, de liderar a política nacional nas ruas, nos ambientes digitais e no parlamento. Mas pelo que depreendo da fúria registrada nas mídias sociais, a esquerda preferiu encontrar um culpado para onde direcionar a sua raiva, na figura da jovem deputada pedetista, Tabata Amaral. Parece até que a deputada é que teria esmagado todas as esperanças da esquerda na votação da reforma da Previdência. No fundo, sabe-se que o voto e a opinião dela não fizeram a menor diferença no conjunto dos 379 que aprovaram o projeto, que provavelmente os 265 mil eleitores que a constituíram deputada devem ter achado, inclusive, que o seu voto era “muito coerente”. Assim como se sabe que a aprovação da reforma da Previdência eram favas contadas e que ela aconteceu porque Rodrigo Maia a fez acontecer. Mas como odiar Maia não tem graça nem novidade, e a esquerda é autodestrutiva, que tal ficar com raiva de Tabata Amaral, linchá-la nas redes sociais e empurrar para a direita a única figurinha nova e influente que apareceu no álbum da esquerda nos últimos tempos?
Como se vê, a esquerda perdeu a capacidade de pautar e liderar a opinião pública, de articular e liderar a política partidária, mas continua craque em achar bodes expiatórios para o que não consegue fazer e em consolar-se com explicações fáceis e fracas dos próprios fracassos. Assim, o ego fragilíssimo da esquerda pós-2015 faz com que a sua leitura da realidade seja cada vez mais sentimental e menos política. Desta forma, o dia depois da aprovação da reforma da Previdência em primeiro turno foi o dia do melodrama “A Traição de Tabata”, quando deveria ter sido a ocasião de uma séria avaliação política sobre as razões de ter perdido, de novo, tanto na votação no parlamento quanto na opinião pública. Mas isto haveria de requerer uma serenidade e uma maturidade que, aparentemente, não estão disponíveis. E solta o bolero, que hoje é dia de “llorar la perfidia de tú amor”.
WILSON GOMES é doutor em Filosofia, professor titular da Faculdade de Comunicação da UFBA e autor de A democracia no mundo digital: história, problemas e temas (Edições Sesc SP)
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Re: SOBRE A PREVIDÊNCIA SOCIAL
PDT suspendeu todo mundo e não duvido manter a suspensão indefinidamente.
Eles querem que isso faça os mesmos mudarem de ideia e votarem com o partido no 2º turno.
Mas dificil por o gênio na lampada uma vez tirado. Tabata e os outros continuarão fazendo barulho e não falta partido pra entrarem e cavarem uma outra eleição.
Eles querem que isso faça os mesmos mudarem de ideia e votarem com o partido no 2º turno.
Mas dificil por o gênio na lampada uma vez tirado. Tabata e os outros continuarão fazendo barulho e não falta partido pra entrarem e cavarem uma outra eleição.
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Re: SOBRE A PREVIDÊNCIA SOCIAL
A Tababa não me trai e nem os outros. Fez o que esperava de um parlamentar de centro-esquerda. Isto é, estudou o tema, analisou os dados e evidência, estabeleceu o dialogo e alterou os pontos possíveis. E digo mais, a parcela expressiva do eleitorado e potenciais eleitores esperam uma esquerda que se comporte dessa forma.
O resultado é que existe uma boa chance desse 1/3 montar seu próprio partido de centro-esquerda.
O resultado é que existe uma boa chance desse 1/3 montar seu próprio partido de centro-esquerda.
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Re: SOBRE A PREVIDÊNCIA SOCIAL
Chego a conclusão de que a lacrolândia (Petê e PSOL), ao pensar nos problemas a partir da perspectiva do pessoal da zona sul do rio, é mais moderno do que o PDT e PSB.
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Re: SOBRE A PREVIDÊNCIA SOCIAL
A versão brasileira do duelo Merkel vs Kohl estreada por Tabata vs Ciro Gomes.
Depois "ela fala bem, colocou o ministro do bozo no seu lugar. Vai nos ajudar na eleição. Vamos colocá-la como candidata a Prefeita de São Paulo"
Agora "mermão, ela vai comer a gente. Ela vai tomar o partido ou criar um partido com mais apelo que o nosso. A menina é uma víbora. Nosso maior erro"
O pessoal do PDT e o Ciro devem ter pensando "essa menina é boa, mas é boba. Vai ser útil para dar uma cara de moderno ao PDT. Ainda podemos mandar nela".Fora da ‘bolha’, aprovação de Tabata Amaral passa de 30% para 61% após voto pró-reforma
Deputada contrariou o partido e foi criticada por parte de seus seguidores; Ideia Big Data mostra parlamentar mais conhecida e melhor avaliada
Suspensa do PDT junto com outros sete deputados por contrariar o partido e votar a favor da reforma da Previdência na Câmara, a deputada Tabata Amaral (SP) agora está mais conhecida nacionalmente e com aprovação maior, contrariando o clima de hostilidade entre parte de seus seguidores.
É o que mostra um estudo da consultoria Ideia Big Data. De acordo com o levantamento, 30% das pessoas que conheciam Tabata Amaral em junho aprovavam sua atuação em Brasília. Este porcentual passou para 61% em julho. A pesquisa neste mês foi feita entre os dias 14 e 17 - após, portanto, a votação em 1º turno da reforma na Câmara.
O levantamento também mostrou que a porcentagem de pessoas que dizem ser “nem favoráveis, nem desfavoráveis” ao mandato de Tabata diminuiu de 55% para 19%. Avaliações desfavoráveis passaram de 15% para 20%. A porcentagem de pessoas que desconhecem a deputada passou de 97% para 81%. Os que dizem “conhecer bem” a parlamentar eram 1% e agora são 6%. Já quem afirma que “conhece de ouvir falar” são 13% – eram 2% em junho.
Para o presidente do Ideia Big Data e professor da Universidade George Washington/EUA, Maurício Moura, o resultado põe em xeque o real impacto dos ataques a Tabata nas redes. Ela virou meme e, com a hashtag #TabataTraidora, foi bastante criticada por parte da esquerda e de sua própria “bolha”nas páginas oficiais.
“Os políticos brasileiros entram numa onda de se pautarem pelas redes sociais. Ao primeiro olhar, a deputada Tabata Amaral perdeu musculatura nas redes, refletido essencialmente pela perda de seguidores no ambiente digital”, diz Moura. “A pesquisa mostra que a jovem paulista saiu maior do episódios: mais conhecida e melhor avaliada.”
Ele compara o caso Tabata com a congressista americana Alexandria Ocasio-Cortez, do Partido Democrata. “Quando políticos tradicionais confrontam uma liderança jovem, quem sai maior geralmente é a novidade. Nos Estados Unidos vivemos o fenômeno da deputada Alexandria Ocasio-Cortez. Quanto mais atacada pelo establishment, seja Democrata ou Republicano, mais popular a deputada se torna.”
O levantamento do Ideia Big Data, como mostrou antes o blog do Lauro Jardim no jornal O Globo, ouviu 2.010 entrevistados tanto em junho quanto em julho, nas cinco regiões do País e a margem de erro apontada é de 2,15%.
Tabata tem evitado comentar a possível expulsão do PDT. Procurada pelo Estado, ela não comentou os dados da pesquisa. Após votar a favor da reforma, ela disse: “A reforma que hoje votamos não pertence mais ao governo; ela sofreu diversas alterações feitas por esse mesmo Congresso. O sim que digo à reforma não é sim ao governo e também não é um não a decisões partidárias. Meu voto é um voto de consciência”.
Após informar a suspensão de Tabata e de outros sete deputados pró-reforma, o presidente do PDT, Carlos Lupi, sinalizou que conta com uma possível “evolução” da deputada e de seus colegas - já que a reforma ainda será votada em 2º turno na Casa, em agosto. Veja o andamento da proposta no Monitor Bolsonaro. “É importante lembrar também que ainda terá uma segunda votação na Câmara, em agosto. O ser humano vive da evolução. E acho que todos podem evoluir durante esse processo”, disse Lupi, na quarta.
https://politica.estadao.com.br/noticia ... 0002927302
Depois "ela fala bem, colocou o ministro do bozo no seu lugar. Vai nos ajudar na eleição. Vamos colocá-la como candidata a Prefeita de São Paulo"
Agora "mermão, ela vai comer a gente. Ela vai tomar o partido ou criar um partido com mais apelo que o nosso. A menina é uma víbora. Nosso maior erro"