Bourne escreveu: ↑Qua Jun 19, 2019 5:02 pm
Prevejo que as indicações são que a FAB (e talvez MB) casa com Gripen pelos próximos 50 anos. Não tem caça de quinta ou sexta geração no horizonte, mas modificações e evolução do projeto base do Gripen. Ao mesmo tempo, o foco vão ser complementados por drones que devem ter cada vez mais protagonismo nas forças aéreas, especialmente para missões de ataque terrestre e naval.
Os drones serão os grandes projetos na Era pós Gripen. O plural é porque devem ser mais de um tipo e complexidade para preencher diversos tipos de missões. Dos mais simples até mais complexos. Em idos da década de 2020 começam as discussões sérias sobre o tema.
O Gripen na MB uma elucubração para possível capacidade de defesa e ataque para Marinha. Não vejo que vá sobrar dinheiro para NAes no presente ou futuro. No fim das contas a marinha vai priorizar outros equipamentos e formas de atuação.
A consequência natural do processo de introdução do Gripen E/F na FAB é a continuidade de sua produção até obter-se o número desejado pela instituição. Isto sendo feito, se for, vamos passar os próximos 15 anos recebendo caças em três lotes subsequentes, ou seja, ao longo da próxima década e início de 2030, sendo muito difícil se pensar, financeiramente, em outros projetos, ainda mais um caça de 5a G, ou mesmo drones,
Neste sentido, pelo menos até 2035 vamos estar gastando no recebimento, formação e operacionalização dos caças e suas tripulações, e detalhe, ao mesmo tempo, tendo de encaminhar também a atualização do primeiro e segundo lote.
Vamos ter muita sorte na verdade se conseguirmos fazer tudo isso ao mesmo tempo. Mas como o Gripen E/F é um projeto modular desde a sua concepção, supõe-se que o custo de suas atualizações sejam diluídos ao longo do tempo.
No caso da MB, a princípio a adoção de um novo caça que substitua os A-4 só será tomada no pós-2025, tendo em vista o planejamento para o recebimento de um novo Nae a partir de 2035. No caso, se nenhuma outra encomenda for vista para o Gripen M, duvido que a MB banque sozinha esta empreitada. Agora, é possível também uma outra alternativa, na prática já concebida e pensada no VF-1 e no cmdo da aviação naval, que é o caso de operar apenas de bases de terra na cobertura da esquadra como se faz em vários países mundo afora. Neste caso em específico, independente da existência de um Nae, o futuro do VF-1 estaria garantido de qualquer modo, faltando apenas decidir quantos caças e como a aquisição seria feita, se junto a um possível terceiro lote da FAB ou independente dele.
Assim, é provável que o Gripen E/F seja o padrão da nossa defesa aérea até bem depois de 2050. E se a Suécia encampar mais um segundo lote, como hora se prevê, então adeus FS2020 ou qualquer coisa parecida em termos de parceria com eles no sentido de desenvolver um caça de 5a G nórdico-tupiniquim.
Por outro lado, tal como vejo, a única coisa que poderia forçar a FAB a alterar o seu planejamento seria a introdução inopinada de caças de 5a G no subcontinente. Isso não é de todo impossível, e com o passar do tempo, sabemos que o número de modelos disponíveis no mercado, e seus preços e custos, começarão cedo ou tarde a tornar esses equipamentos mais acessíveis, mesmo a países periféricos, inclusive nós.
Neste sentido, tirando o Chile, apenas a aquisição e operação de caças por Argentina, Colômbia. Peru e Venezuela poderia incitar a FAB a dar um passo a mais na direção de um caça avançado. Outros paises limítrofes não tem nenhuma capacidade ou infraestrutura para operar tais sistemas. Mas esta é talvez uma possibilidade concreta, vislumbrada até o momento, somente para daqui a 15 ou 20 anos. Mas isso é apenas uma concepção de cenário hipotético no qual tudo saia conforme as relações dos países de entorno se apresentem e mantenham estáveis e longevas. Mas sabemos que a realidade via de regra não costuma combinar suas ações e reações com a burocracia dos planejamento institucional militar e/ou diplomático.
Drones no Brasil é um caminho que há muito deveria já estar mais do que adiantado. Inclusive no sentido da operação de modelos de ataque. Mas estamos atrasados tanto no desenvolvimento quanto na operação deste tipo de equipamento, e pelas limitações impostas aos planos da defesa, dificilmente imagino que consigamos desenvolver ou operar algo mais capaz do que um Falcão, Heron TP ou Hermos 900, se muito. E ainda assim, principalmente para missões de reconhecimento.
Perdemos muito tempo e dinheiro investindo em estudos e produtos que não levaram a nada. Embora a BID possua hoje empresas capazes de desenvolver modelos bastante promissores. Neste aspecto, sempre fui de opinião que deveríamos adiantar a nossa vida em relação a tais tecnologias através de parcerias com países do mesmo porte estratégico que o nosso. Para isso não faltam candidatos, mesmo a Argentina possui modelos e projetos muito interessantes há anos, mas que sofrem do mesmíssimo problema que os nossos..$$$
Podemos, entendo, comprar ou produzir sob licença modelos de ataque e para outras funções desde já, mas como somos praticamente insipientes nesta área e as forças não costumam dialogar sobre problemas e soluções comuns, ainda teremos um longo caminho a percorrer. Salvo se houver decisão político-institucional em contrário. Mas isso seria algo bem fora da curva da nossa realidade.
abs