Esse cenário me lembra muito o shutdown que os dois mandatos do Obama enfrentou e que o Trump recentemente também teve que passar. Dos males seria o menor, de tanto segurar uma hora o Congresso vê que é insustentável e que está manchando a imagem deles também, e não só do Governo Federal.Bourne escreveu: ↑Qua Mai 22, 2019 11:29 am Governo federal vai continuar cortando despesas não obrigatórias. Por exemplo, os conhecidos me contaram que as universidades federais não abrem para segundo semestre por falta de dinheiro. Vão economizar tudo para manter segurança de equipamento, resultado de pesquisas e esperar tempos melhores. Não é terrorismo, mas o plano de emergência e tem o planejamento para ser executado. Algo similar anda acontecendo em outras estruturas como forças armadas. Pior que não tem perspectiva de mudar a situação.
MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Tudo estaria perdido se o mesmo homem, ou o mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo exercesse os três poderes: o de fazer as leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar. (MONTESQUIEU. O Espírito das Leis. Livro XI, Cap. VI)
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Reforma da previdência não impacta a economia atual e sim a de 2023-2025. È visão do governo que quer aprovar a previdência antes de outras reformas.
Por sinal a Reforma tributaria a revelia do governo passou sem pormenores. O único partido apoiando o governo foi o PSOL já que ambos querem a previdência primeiro.
Pro ritmo do congresso brasileiro a reforma tributaria ta voando num F22.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
A reforma da previdência teria, em teoria, efeito nas expectativas que impulsionariam maior consumo, investimento e o espetáculo de crescimento. O espetáculo de crescimento oriundo de reduzir a pressão do colapso fiscal no longo prazo, efeitos positivos sobre poupança, mercado de trabalho e competitividade. Supostamente.
Na real o pessoal anda bem descrente (Edmar Bacha, Alexandre Schwartsmanm, Marcos Lisboa, marcos mendes, Arminio Fraga, entre outros não malucos e nem comunistas). Eles dizem que a reforma é importante, mas é um tijolinho e precisa ver como é desenhada e potenciais efeitos sobre a economia. Talvez, por aí explique porque o governo Temer focou nas reformas micro econômicas e do mercado de trabalho antes de atacar a Previdência.
A reforma tributária do Bernardo Apply vai ser aprovada antes da previdência. É consenso de que precisa simplificar o sistema, reduzir a margem para judicialização e guerra fiscal entre estados e municípios. Ao mesmo tempo que tem um planejamento consistente para transição.
O pressentimento que o Marco Cintra não sabe nada e o governo não tem projeto foi confirmado. Nem apareceu para defender o suposto projeto do governo na CCJ. Ou seja, o governo deveria agradecer o congresso ter uma proposta consensual de reforma tributária que foca na simplificação do sistema.
Na real o pessoal anda bem descrente (Edmar Bacha, Alexandre Schwartsmanm, Marcos Lisboa, marcos mendes, Arminio Fraga, entre outros não malucos e nem comunistas). Eles dizem que a reforma é importante, mas é um tijolinho e precisa ver como é desenhada e potenciais efeitos sobre a economia. Talvez, por aí explique porque o governo Temer focou nas reformas micro econômicas e do mercado de trabalho antes de atacar a Previdência.
A reforma tributária do Bernardo Apply vai ser aprovada antes da previdência. É consenso de que precisa simplificar o sistema, reduzir a margem para judicialização e guerra fiscal entre estados e municípios. Ao mesmo tempo que tem um planejamento consistente para transição.
O pressentimento que o Marco Cintra não sabe nada e o governo não tem projeto foi confirmado. Nem apareceu para defender o suposto projeto do governo na CCJ. Ou seja, o governo deveria agradecer o congresso ter uma proposta consensual de reforma tributária que foca na simplificação do sistema.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Como disse: reforma da previdência é condição necessária (dentre muitas outras), mas não suficiente para retomada.
Outra é que a independência do BC é uma ótima medida. O problema é como vai ser desenhada. Pelo que falam o projeto vai ter que ser refeito e tirar várias jabuticadas. Algo que o Congresso poderá fazer. Assim como fez com a reforma tributária e fará com a previdência.Ex-presidentes do BC dizem que reforma da Previdência não garante retomada
Armínio Fraga, Henrique Meirelles e Ilan Goldfajn participaram de evento no Rio
IO DE JANEIRO
A aprovação da reforma da Previdência é fundamental para reduzir o risco fiscal do país, mas insuficiente para garantir a retomada sustentável do crescimento, avaliaram nesta quarta (22) três ex-presidentes do Banco Central que participaram no Rio de seminário sobre os 20 anos do regime de metas de inflação.
Armínio Fraga, Henrique Meirelles e Ilan Goldfajn defenderam também a aprovação de lei para garantir a autonomia do Banco Central, como passo adicional para garantir o regime de metas, instituído em 1999 no governo Fernando Henrique Cardoso, quando Fraga presidia a instituição.
"A reforma da Previdência tira peso, mas não dá para a gente olhar ela isoladamente. Tem várias outras questões, elementos que têm que estar dentro do pacote", analisa Goldfajn, que presidiu o BC entre junho de 2016 e fevereiro de 2019, quando transmitiu o cargo ao indicado do presidente Jair Bolsonaro, Roberto Campos Neto.
"Privatizações, reforma tributária, medidas para desburocratizar, tudo isso é relevante e tudo isso está dentro de um pacote que gera aumento da atividade", completou. Ele citou também a abertura comercial como processo que pode contribuir para o crescimento da economia.
Autor de um projeto de reforma da Previdência quando ocupava o ministério da Fazenda do governo Michel Temer, Henrique Meirelles afirmou que a aprovação no Congresso reduz o risco fiscal e, como consequência, o custo de financiamentos no país, o que ajudará a impulsionar a economia. "Agora, é evidente que não é a única coisa. Isso é uma base para dar estabilidade fiscal", ponderou.
Meirelles ressaltou que o Brasil precisa adotar medidas para melhorar a produtividade, dando como exemplo estudo do Banco Mundial que coloca o país no fim da lista entre os melhores lugares para se fazer negócios.
"Não há dúvida de que temos que fazer a base, que é o equilíbrio macroeconômico. A partir daí, podemos endereçaras demais questões que levam a maior produtividade e, portanto, a maior crescimento", afirmou.
Para Fraga, a reforma da Previdência tem efeitos no crescimento de curto prazo, considerando a situação da economia brasileira. "Está tudo parado, tudo travado e acho que seria um grande avanço aprovar essa reforma, especialmente com os números que estão sendo considerados", afirmou.
A mudança nas aposentadorias, diz, criaria espaço para reversão de expectativas, mas deve ser seguida por outras reformas. "[A Previdência] seria uma primeira grande reforma mas certamente não resolve o problema", comentou.
Fraga defendeu também a "reconstrução" da Lei de Responsabilidade Fiscal, que na sua opinião, foi "desmoralizada" nos últimos anos. "O Brasil entrou numa trajetória de desgoverno fiscal absolutamente insustentável", comentou.
INDEPENDÊNCIA
Na comemoração dos 20 anos do regime de metas de inflação, os ex-presidentes do BC concordaram que o modelo estabelecido em 1999 está consolidado após resistir a diversas crises econômicas e pressões políticas.
"Ele sobreviveu a muitos altos e baixos", comentou Fraga. "Acho que uma grande vantagem do sistema é sua simplicidade, a transparência que ele dá, a clareza para as pessoas que essa é uma missão do governo".
Eles ressaltaram, porém, que não é papel do Banco Central estimular o crescimento econômico, mas sim "suavizar ciclos". "O regime [de metas] sobreviveu a diferentes governos e diferentes choques, mas o risco é a sociedade achar que o BC pode fazer o que ele não pode fazer", frisou Goldfajn.
Os ex-presidentes defenderam a aprovação da lei que garante autonomia do Banco Central, apresentada pelo presidente Jair Bolsonaro ao Congresso Nacional em abril, como parte da agenda dos 100 dias de seu governo.
"É importante eliminarmos de fato essas incertezas de uma vez por todas e para isso precisamos de fato aprovar a independência do BC", afirmou Meirelles.
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2 ... gn=twfolha
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Agora com dados e simulações considerando que tal economia do R$ 1 tri em 10 anos se realize.Sterrius escreveu: ↑Qua Mai 22, 2019 9:28 pm Reforma da previdência não impacta a economia atual e sim a de 2023-2025. È visão do governo que quer aprovar a previdência antes de outras reformas.
Por sinal a Reforma tributaria a revelia do governo passou sem pormenores. O único partido apoiando o governo foi o PSOL já que ambos querem a previdência primeiro.
Pro ritmo do congresso brasileiro a reforma tributaria ta voando num F22.
O paladino do Centrão, deputado Paulinho da Força, afirmou buscar apoio entre os demais membros do ilustre grupo para “desidratar” o projeto de reforma de Previdência, argumentando que a economia decorrente ajudaria o presidente Jair Bolsonaro a se reeleger em 2022. À parte a discussão do seu objetivo, os meios que o nobre deputado pensa utilizar são absolutamente desastrosos.
A começar porque, apesar do número associado à reforma – na casa de R$ 1 trilhão –soar alto nos ouvidos de qualquer um, seu impacto sobre a capacidade de gasto do governo, em particular os que possam servir de carro-chefe em eventual campanha para reeleição, é muito menor do que o valor prenuncia.
Atendendo a pedidos, a equipe econômica divulgou quadro mais detalhado do impacto esperado da reforma sobre os gastos previdenciários, não apenas por tipo, mas também por ano (https://tinyurl.com/y2cps4ax). Estes dados podem ser então usados para traçar um cenário da evolução das contas públicas alternativo ao apresentado na Lei de Diretrizes Orçamentárias, conforme tabela abaixo.
Despesas projetadas pela LDO 2019
Há alguns pontos a se destacar. Notem que, por construção, respeita-se a norma constitucional impondo que o gasto total só cresça de acordo com a inflação, ou seja, mantendo seu valor real constante. Todavia, como o PIB cresce mais do que a inflação (ou assim esperamos), a despesa total, medida como proporção do PIB, cai a cada ano: de 18,7% do PIB previsto para o ano que vem para 17,4% do PIB em 2022.
Apesar disto, a despesa associada a benefícios previdenciários, a maior do orçamento, segue crescendo relativamente ao PIB.
Assim, para manter o gasto total em linha com o requerimento constitucional, as demais despesas têm que cair. Todavia, o governo federal controla fração pequena do que gasta: não pode reduzir as despesas com pessoal e encargos e enfrenta dificuldades com as demais despesas obrigatórias, bem como com emendas impositivas, que, como sugere o nome, não estão sujeitas a cortes.
Restam, portanto, as despesas ditas “discricionárias” (que incluem todo investimento federal), cujo valor cairia de R$ 99,8 bilhões em 2020 (1,3% do PIB ou 7% da despesa total) para R$ 71,9 bilhões em 2022 (0,8% do PIB, ou 5% da despesa total. No ano passado, destaque-se, tais despesas montavam a R$ 116,7 bilhões (1,7% do PIB, ou 9% do total).
A LDO, portanto, só projeta a despesa total em linha com o “teto de gastos” porque impõe redução draconiana da despesa discricionária, possivelmente inviabilizando o funcionamento do governo em 2021, ou, com sorte, 2022.
Considere agora a próxima tabela, detalhando os efeitos do projeto da reforma da previdência sobre as despesas federais de 2020 a 2022. O impacto total atingiria, em caso de aprovação integral da reforma, de R$ 15,6 bilhões (0,2% do PIB) no ano que vem, até R$ 68,2 bilhões (0,8% do PIB) em 2022.
Impacto da reforma previdenciária
Como ficaria então a evolução de cada despesa federal, supondo que a trajetória de dispêndio total permanecesse inalterada com relação à LDO e que, portanto, todas as economias do projeto pudessem ser destinadas às despesas discricionárias? A tabela seguinte ilustra esta possibilidade, revelando modesta redução dos benefícios previdenciários neste período, de 8,5% para 8,3% do PIB, bem como no que se aplica a pessoal e encargos e às demais despesas obrigatórias.
Despesas projetadas pela LDO 2019 ajustadas à reforma da previdência
Sob tal suposição, as despesas discricionárias permaneceriam ao redor de 1,5% do PIB (em torno de 8-9% da despesa total) em todo horizonte até a próxima eleição, levemente abaixo dos valores registrados em 2018.
Vale dizer, a aprovação total da reforma manteria o aperto do governo virtualmente nos mesmos níveis observados no ano passado. Paulinho da Força poderia dormir tranquilo, porque a reforma não “encheria” os cofres do governo, nem permitiria enormes gastos com programas e projetos que assegurassem a reeleição do presidente; apenas impediria o colapso do governo federal em 2022, ou a necessidade de revogar o teto de gastos até lá.
Obviamente, se o objetivo for provocar o colapso do governo, “desidratar” em muito a proposta de reforma seria, aí sim, um método bastante eficiente, de resto gerando efeitos colaterais severos para todos os que precisam de serviços e do investimento públicos.
Mas quem se importa?
Fonte: https://www.infomoney.com.br/blogs/econ ... -colateral
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Enquanto isso, o Pete do congresso quer derrubar a MP do saneamento. Só porque incentiva que se firmem parcerias com iniciativa privada para investimento em saneamento. Uma elevada preocupação com a base eleitoral e servidores das estatais de saneamento.
No entanto, o Rodrigo Maia em acordo com os demais partidos, governadores e prefeitos que algo deve sair. Seja MP ou projeto de lei baseada na MP. E a solução vai incorporar sim trazer empresas privadas e quebrar exclusividade das estatais estaduais. Porque sem isso não tem como fazer obras. A realidade é essa. Aguardemos.
Sem acordo, governo deve abrir mão de MP do saneamento
Sem consenso com maioria dos governadores, texto deve caducar e ter seu conteúdo tratado em projeto de lei
No entanto, o Rodrigo Maia em acordo com os demais partidos, governadores e prefeitos que algo deve sair. Seja MP ou projeto de lei baseada na MP. E a solução vai incorporar sim trazer empresas privadas e quebrar exclusividade das estatais estaduais. Porque sem isso não tem como fazer obras. A realidade é essa. Aguardemos.
Sem acordo, governo deve abrir mão de MP do saneamento
Sem consenso com maioria dos governadores, texto deve caducar e ter seu conteúdo tratado em projeto de lei
Governo deve desistir de MP do saneamento
Sem conseguir chegar a um consenso com os governadores, o governo Bolsonaro deve abrir mão da MP 868, que fixa um novo marco regulatório para o setor de saneamento básico, informa a Folha.
A medida caduca em 3 de junho. Para Joice Hasselmann, líder no Congresso, o prazo está muito apertado, e agora é mais viável tentar abordar a questão em um projeto de lei.
O relatório de Tasso Jereissati, aprovado em uma comissão mista, acaba com os chamados contratos de programa, pelos quais municípios contratam empresas estaduais para serviços de saneamento.
Pela MP, depois da expiração desses contratos, só será possível fazer contratos de concessão. Com isso, o município terá de abrir uma licitação, incluindo empresas públicas e privadas. Mais de 20 governadores se manifestaram contra.
O senador tucano disse que seu objetivo é trazer dinheiro privado para, junto do investimento público, alcançar metas de saneamento “minimamente civilizadas”.
https://www.oantagonista.com/brasil/gov ... aneamento/
Editado pela última vez por Bourne em Qui Mai 23, 2019 11:36 pm, em um total de 1 vez.
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
De novo o drama dos "30 anos de governos de esquerda". Ainda estou aguardando sua reposta lá no tópico da economia, quero saber onde você vê política econômica de esquerda nos últimos 30 anos. Aguardo ansiosamente.GIL escreveu: ↑Sáb Mai 25, 2019 8:01 amSe a esquerda nos ultimos 30 anos tivesse se dedicado a reformar o pais, como deseja fazer o Bolsonaro a sua maneira, em vez de mal gastar, roubar e destruir essa nação.Marcelo Ponciano escreveu: ↑Sex Mai 24, 2019 6:00 pm Com vocês a fantástica EmUSAer
Como diria Darcy Ribeiro (nossos representantes comunas esquerdistas que tomam dinks com sangue de bodes são ótimos em fazer frases de efeito):
Tentei fazer o Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei.
Mas os fracassos são minhas vitórias.
Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu.
Uma coisa me resta, pelo menos não compactuei com essa farsa da "joit venture" e bla bla bla bla bla......
Então poderiamos estar numa posição economica e financeiramente forte, até privilegiada com nossas estatais sadias, agressivas e com recursos ao estilo das chinesas, quardando as devidas proporções, o pais teria um crescimento sustentavel e até as empresas privadas estariam capitalizadas, e então a esquerda putrefata e seus militantes lobotomizados, poderiam dar lições de moral aos demais.
Chega a ser um espetaculo deploravel ver como um bebado e corrupto que deveria ter levado um tiro na nuca como castigo ao melhor estilo chines, quer ensinar aos demais o que é governar de uma forma honrada e decente desde dentro de uma cela.
Ademais a EMB ainda existe, em outro contexto, se vai bombar ou não vai depender dela mesma e do BR, que le impede agora estando capitalizada em seguir o caminho da Saab que sempre que pode compra industrias tecnologicas de outros, existe alguma lei que nos impeça fazer o mesmo?
Diga-se de passagem, mérito seja dado ao FHC. Quem privatizou a Embraer e permitiu ela ter chegado até aqui foi a política econômica neoliberal do governo dele. Se tem um case de sucesso dos neoliberais no Brasil esse case é do FHC-Embraer.
Tudo estaria perdido se o mesmo homem, ou o mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo exercesse os três poderes: o de fazer as leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar. (MONTESQUIEU. O Espírito das Leis. Livro XI, Cap. VI)
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Hoje o Bolsonaro estava de joelhos de cabeça baixa com a Michelle recebendo oração.
O cara é bom. Que Deus o abençôe nessa luta diária que tem de enfrentar na Presidência.
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
Sem querer me meter, mas já me metendo...Marcelo Ponciano escreveu: ↑Sáb Mai 25, 2019 12:19 pmDe novo o drama dos "30 anos de governos de esquerda". Ainda estou aguardando sua reposta lá no tópico da economia, quero saber onde você vê política econômica de esquerda nos últimos 30 anos. Aguardo ansiosamente.GIL escreveu: ↑Sáb Mai 25, 2019 8:01 am
Se a esquerda nos ultimos 30 anos tivesse se dedicado a reformar o pais, como deseja fazer o Bolsonaro a sua maneira, em vez de mal gastar, roubar e destruir essa nação.
Então poderiamos estar numa posição economica e financeiramente forte, até privilegiada com nossas estatais sadias, agressivas e com recursos ao estilo das chinesas, quardando as devidas proporções, o pais teria um crescimento sustentavel e até as empresas privadas estariam capitalizadas, e então a esquerda putrefata e seus militantes lobotomizados, poderiam dar lições de moral aos demais.
Chega a ser um espetaculo deploravel ver como um bebado e corrupto que deveria ter levado um tiro na nuca como castigo ao melhor estilo chines, quer ensinar aos demais o que é governar de uma forma honrada e decente desde dentro de uma cela.
Ademais a EMB ainda existe, em outro contexto, se vai bombar ou não vai depender dela mesma e do BR, que le impede agora estando capitalizada em seguir o caminho da Saab que sempre que pode compra industrias tecnologicas de outros, existe alguma lei que nos impeça fazer o mesmo?
Diga-se de passagem, mérito seja dado ao FHC. Quem privatizou a Embraer e permitiu ela ter chegado até aqui foi a política econômica neoliberal do governo dele. Se tem um case de sucesso dos neoliberais no Brasil esse case é do FHC-Embraer.
Quando cita termos como "política econômica neoliberal", me causa uma impressão que boa parte de seu possível material de estudo esteja contaminado por algum tipo de viés. É o mesmo que falar "neossocialismo" ou "neo-keynesianismo".
São coisas que não existem. Apesar de várias políticas liberais do FHC, principalmente no primeiro mandato, o segundo foi recheado por erros, muitos deles longe de ser liberais. Logo depois veio uma política frankestein entre uma minoria de ações um pouco liberais, vindo da cabeça do Henrique Meirelles e com Dilma um Keynesianismo total.
Bom, até onde sei Keynes não é um liberal, apesar de muitos o classificar assim pelo pensamento que ele tinha sobre "livre sociedade", muitas vezes o comparando a Locke. Hutt deixou bem claro isso e as opiniões mercantilistas de Keynes em seus estudos em 38, salvo engano.
Quem se apodera, nas últimas décadas, de medidas Keynesianas são justamente Políticos de Esquerda. Se voltar na época do Sarney, o plano cruzado dele era um plano praticamente Bolivariano, a Dilma implementou muitas medidas de Esquerda, uma delas o congelamento de preços e a impressão de papel moeda para pagamento de dívidas.
O Socialismo não foi implementado no Brasil pela obviedade de não se ter apoio das Forças Armadas pra isso - apesar de que falta de tentativas não houveram, tanto com Lula quanto Dilma -, mas não precisou de uma economia planificada para mostrar a quantidade de medidas econômicas de esquerda e keynesianas implementadas ao longo dos últimos 30 anos.
Editado pela última vez por gabriel219 em Seg Mai 27, 2019 8:56 am, em um total de 1 vez.
- Marcelo Ponciano
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
Então utilizando as informações colhidas do seu material de estudo podemos concluir que os 21 anos de governo militar nós fomos comandados por esquerdistas, certo?gabriel219 escreveu: ↑Seg Mai 27, 2019 8:55 amSem querer me meter, mas já me metendo...Marcelo Ponciano escreveu: ↑Sáb Mai 25, 2019 12:19 pm
De novo o drama dos "30 anos de governos de esquerda". Ainda estou aguardando sua reposta lá no tópico da economia, quero saber onde você vê política econômica de esquerda nos últimos 30 anos. Aguardo ansiosamente.
Diga-se de passagem, mérito seja dado ao FHC. Quem privatizou a Embraer e permitiu ela ter chegado até aqui foi a política econômica neoliberal do governo dele. Se tem um case de sucesso dos neoliberais no Brasil esse case é do FHC-Embraer.
Quando cita termos como "política econômica neoliberal", me causa uma impressão que boa parte de seu possível material de estudo esteja contaminado por algum tipo de viés. É o mesmo que falar "neossocialismo" ou "neo-keynesianismo".
São coisas que não existem. Apesar de várias políticas liberais do FHC, principalmente no primeiro mandato, o segundo foi recheado por erros, muitos deles longe de ser liberais. Logo depois veio uma política frankestein entre uma minoria de ações um pouco liberais, vindo da cabeça do Henrique Meirelles e com Dilma um Keynesianismo total.
Bom, até onde sei Keynes não é um liberal, apesar de muitos o classificar assim pelo pensamento que ele tinha sobre "livre sociedade", muitas vezes o comparando a Locke. Hutt deixou bem claro isso e as opiniões mercantilistas de Keynes em seus estudos em 38, salvo engano.
Quem se apodera, nas últimas décadas, de medidas Keynesianas são justamente Políticos de Esquerda. Se voltar na época do Sarney, o plano cruzado dele era um plano praticamente Bolivariano, a Dilma implementou muitas medidas de Esquerda, uma delas o congelamento de preços e a impressão de papel moeda para pagamento de dívidas.
O Socialismo não foi implementado no Brasil pela obviedade de não se ter apoio das Forças Armadas pra isso - apesar de que falta de tentativas não houveram, tanto com Lula quanto Dilma -, mas não precisou de uma economia planificada para mostrar a quantidade de medidas econômicas de esquerda e keynesianas implementadas ao longo dos últimos 30 anos.
Porque, veja bem, nesse período fizeram o seguinte:
Aparelharam o estado com funcionários sem concurso público (a CF de 67 exigia concurso, a emenda de 69 permitiu a contratação irrestrita sem concurso)
Criaram dezenas de estatais;
Congelaram preços;
Imprimiram dinheiro indiscriminadamente;
Manipularam dados do crescimento;
Criaram uma previdência monstruosa que permitia que homens se aposentassem com 30 anos de serviço, mulheres com 25, aposentadoria por idade com apenas 5 anos de serviço.
É isso, só pode ser um governo de esquerda (estou com sérias suspeitas que seja um "proto" bolivarianismo, será?).
Em contrapartida, FHC, Lula e Dilma:
Lucros exorbitantes para os bancos;
Isenção de IR para distribuição de lucros de PJ;
Privatizaram inúmeras estatais;
Privatizaram rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, etc;
Reformaram previdência (aumentaram tempo de serviço, criaram fator previdenciário, etc) tirando direitos;
Câmbio livre (até o primeiro governo Dilma*1);
Preços livres (até o primeiro governo Dilma*2);
* 1 A Dilma não manipulou o câmbio diretamente, usou instrumentos previstos em lei para manter ele controlado. Mas concordo considerar isso como algo legitimamente de "esquerda". Ainda assim foi apenas no segundo governo dela.
* 2 A Dilma não congelou preços em geral, fez apenas em relação aos combustíveis. Para os preços em geral (principalmente produtos da cesta básica) ela cortou tributos para controlar a subida dos preços. Mas concordo considerar isso como algo legitimamente de "esquerda". Ainda assim foi apenas no segundo governo dela.
Quem é esquerdista e liberal agora? Explica essa heresia para o cultuado deus Mercado.
Editado pela última vez por Marcelo Ponciano em Seg Mai 27, 2019 10:16 am, em um total de 1 vez.
Tudo estaria perdido se o mesmo homem, ou o mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo exercesse os três poderes: o de fazer as leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar. (MONTESQUIEU. O Espírito das Leis. Livro XI, Cap. VI)
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
21 anos de Governo feito por Positivistas da Linha dura, em que somente no inicio houve políticas mais Liberais e depois dominada por Keynesianismo. A fundação da Bolsa de Valores foi um exemplo. Você falou na área econômica, não foi? Existem Progressistas de Esquerda que defendem medidas Liberais na economia, abraçadas pela Direita.Marcelo Ponciano escreveu: ↑Seg Mai 27, 2019 9:33 am Então utilizando as informações colhidas do seu material de estudo podemos concluir que os 21 anos de governo militar nós fomos comandados por esquerdistas, certo?
Porque, veja bem, nesse período fizeram o seguinte:
Aparelharam o estado com funcionários sem concurso público (a CF de 67 exigia concurso, a emenda de 69 permitiu a contratação irrestrita sem concurso)
Criaram dezenas de estatais;
Congelaram preços;
Imprimiram dinheiro indiscriminadamente;
Manipularam dados do crescimento;
Criaram uma previdência monstruosa que permitia que homens se aposentassem com 30 anos de serviço, mulheres com 25, aposentadoria por idade com apenas 5 anos de serviço.
É isso, só pode ser um governo de esquerda.
Em contrapartida, FHC, Lula e Dilma:
Lucros exorbitantes para os bancos;
Isenção de IR para distribuição de lucros de PJ;
Privatizaram inúmeras estatais;
Privatizaram rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, etc;
Reformaram previdência (aumentaram tempo de serviço, criaram fator previdenciário, etc) tirando direitos;
Câmbio livre (até o primeiro governo Dilma*1);
Preços livres (até o primeiro governo Dilma*2);
* 1 A Dilma não manipulou o câmbio diretamente, usou instrumentos previstos em lei para manter ele controlado. Mas concordo considerar isso como algo legitimamente de "esquerda". Ainda assim foi apenas no segundo governo dela.
* 2 A Dilma não congelou preços em geral, fez apenas em relação aos combustíveis. Para os preços em geral (principalmente produtos da cesta básica) ela cortou tributos para controlar a subida dos preços. Mas concordo considerar isso como algo legitimamente de "esquerda". Ainda assim foi apenas no segundo governo dela.
Quem é esquerdista e liberal agora? Explica essa heresia para o cultuado deus Mercado.
Você quer fazer debate econômico ou engloba isso no ponto de vista ideológico, você escolheu o primeiro. Depois tenta fugir para o campo ideológico, ai fica complicado.
Primeiro de tudo: qual liberal defende capitalização do BNDES e formação de cartéis, como Bancos, Telefonia, Empreiteiras e entre outros? Isso é puro Corporativismo de mercado, como costumo chamar. Você citar isso pra dizer "olha ai, em contrapartida, medida liberal" me faz suspeitar que desconhece obras como Capitalismo e Liberdade de Milton Friedman ou As Seis Lições. Isso explicaria o uso do jargão "Neoliberal".
Sinceramente não entendi o motivo de você citar "lucro de bancos" e tentar dizer que é algo de "liberais". O estímulo ao consumo por via de empréstimos facilitados pelo Governo é medida liberal defendida por qual autor e em qual livro? Liberais focam muito mais na produção do que no consumo, ainda mais quando o Governo participa ativamente para criar setores de cartéis para lhe ajudarem nas campanhas, facilitando o crédito e deixando meia centena de milhão endividadas. Isso é medida liberal?
Outra coisa foram diversas medidas protecionistas na economia, como obrigar empresas produtoras a utilizarem uma determinada porcentagem de produtos nacionais e até taxar produtos importados.
A Dilma ativamente intervia no BC, tanto que é publicamente sabido que o Alexandre Tombini praticamente servia ao Guido Mantega, um sujeito que achava que mexer com alíquotas de imposto supria a carestia de mercado. Ainda há um exacerbado desenvolvimentismo usado para criar campeões nacionais via BNDES, que depois protagonizariam os maiores esquemas de corrupção jamais vistos na história da humanidade. Mesmo se deixar de lado a corrupção, só o fato EXISTIR um BNDES promovendo Desenvolvimento já o torna uma medida anti-liberal.
Você cita meia dúzia de medidas liberais e quer automaticamente classificar como Liberais - ou melhor, como o espantalho que você usa, "neoliberais". Isso é um erro grave, mesmo pelo ponto de vista estritamente econômico, quando a soma dos fatores mostra a obviedade de que o Keynesianismo foi dominante na Nova República, com algumas dozes de Bolivarianismo e de Liberalismo.
Os Liberais mais pragmáticos, conhecidos como Monetaristas como Milton Friedman, defendem que o máximo que o Estado pode chegar na Economia é ser um Juiz para apitar as regras do jogo, impedir formação de monopólios e cartéis e promover a máxima concorrência. Foi isso que vimos no Brasil durante os 30 anos de Nova República?
Ainda fui bonzinho ao citar Friedman, pois se eu citar Mises e Hayek ai a coisa piora.
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
[1] Porque o assunto começou em outro tópico e veio parar aqui. Em suma a discussão é se nos últimos 30 anos vivemos um governo de esquerda ou não e como isso se refletiu na economia. Acusa-se com frequência aqui no fórum que estamos há décadas vivendo sob uma ditadura comunista de governos de esquerda que detonaram a economia e não conseguimos nenhum avanço, só atraso. A discussão, na origem em outro tópico, é sim ideológica E econômica ao mesmo tempo. É ideológico porque me recuso a aceitar que Sarney, Itamar, Collor e FHC sejam caracterizados de esquerda, porque não o são. Sarney e Collor, só pra citar dois, compunham a base de apoio político nos estados durante os governos militares. Itamar e FHC, conquanto possam ter levantado bandeiras de militância em suas juventudes, quando atingiram o poder nem de perto defendiam essas ideias. A discussão também é econômica, porque acusação vem sempre acompanhada de "30 anos de esquerda que atrasaram a economia". Em primeiro lugar, se eu aceitar que foram 30 anos de atraso econômico vamos ter que aumentar esse período para no mínimo 50 anos (sendo generoso), pois deve ser colocado na conta o atraso provocado pelas peripécias econômicas dos 21 anos de militares. Segundo porque falar que estamos com 30 anos de economia parada é negar vitórias econômicas inéditas conquistadas entre Itamar até aqui, dentre elas uma moeda forte, uma economia aberta, um câmbio livre, etc, etc. Tudo isso conquistado a duríssimas penas e sacrifício da população brasileira. Veja que, sendo eu uma pessoa de esquerda, ao negar aceitar Itamar e FHC no lado de cá imediatamente estou dizendo que essas conquistas econômica não são da esquerda. Eu poderia muio bem aceitar aqui que eles sejam de esquerda e imediatamente reivindicar os pontos positivos dos governos deles para a esquerda. Mas se eu o fizesse estaria compactuando com uma versão revisionista da verdade, quase como uma "nazismo de esquerda", o que não admito fazer.gabriel219 escreveu: ↑Seg Mai 27, 2019 10:15 am
21 anos de Governo feito por Positivistas da Linha dura, em que somente no inicio houve políticas mais Liberais e depois dominada por Keynesianismo. A fundação da Bolsa de Valores foi um exemplo. Você falou na área econômica, não foi? Existem Progressistas de Esquerda que defendem medidas Liberais na economia, abraçadas pela Direita.
Você quer fazer debate econômico ou engloba isso no ponto de vista ideológico, você escolheu o primeiro. Depois tenta fugir para o campo ideológico, ai fica complicado.[1]
Primeiro de tudo: qual liberal defende capitalização do BNDES e formação de cartéis, como Bancos, Telefonia, Empreiteiras e entre outros? Isso é puro Corporativismo de mercado, como costumo chamar. Você citar isso pra dizer "olha ai, em contrapartida, medida liberal" me faz suspeitar que desconhece obras como Capitalismo e Liberdade de Milton Friedman ou As Seis Lições. Isso explicaria o uso do jargão "Neoliberal".
Sinceramente não entendi o motivo de você citar "lucro de bancos" e tentar dizer que é algo de "liberais". O estímulo ao consumo por via de empréstimos facilitados pelo Governo é medida liberal defendida por qual autor e em qual livro? Liberais focam muito mais na produção do que no consumo, ainda mais quando o Governo participa ativamente para criar setores de cartéis para lhe ajudarem nas campanhas, facilitando o crédito e deixando meia centena de milhão endividadas. Isso é medida liberal?
Outra coisa foram diversas medidas protecionistas na economia, como obrigar empresas produtoras a utilizarem uma determinada porcentagem de produtos nacionais e até taxar produtos importados.
A Dilma ativamente intervia no BC, tanto que é publicamente sabido que o Alexandre Tombini praticamente servia ao Guido Mantega, um sujeito que achava que mexer com alíquotas de imposto supria a carestia de mercado. Ainda há um exacerbado desenvolvimentismo usado para criar campeões nacionais via BNDES, que depois protagonizariam os maiores esquemas de corrupção jamais vistos na história da humanidade. Mesmo se deixar de lado a corrupção, só o fato EXISTIR um BNDES promovendo Desenvolvimento já o torna uma medida anti-liberal.
Você cita meia dúzia de medidas liberais e quer automaticamente classificar como Liberais - ou melhor, como o espantalho que você usa, "neoliberais" [2]. Isso é um erro grave, mesmo pelo ponto de vista estritamente econômico, quando a soma dos fatores mostra a obviedade de que o Keynesianismo foi dominante na Nova República, com algumas dozes de Bolivarianismo e de Liberalismo.[3]
Os Liberais mais pragmáticos, conhecidos como Monetaristas como Milton Friedman, defendem que o máximo que o Estado pode chegar na Economia é ser um Juiz para apitar as regras do jogo, impedir formação de monopólios e cartéis e promover a máxima concorrência. Foi isso que vimos no Brasil durante os 30 anos de Nova República?
Ainda fui bonzinho ao citar Friedman, pois se eu citar Mises e Hayek ai a coisa piora.
[2] Não sei se você reparou, mas tanto nas postagens sobre economia que fiz aqui nesse tópico, como nas postagens que fiz no outro tópico (que fala diretamente de economia), em todos eu usei de ironia para me referir como as coisas são classificadas. Pois o problema, seja ideológico ou econômico, é como as coisas estão sendo classificadas de maneria errônea. Espero que o colega tenha reparado que foi ironia também eu me referir aos 21 anos de militares como de "esquerda", assim como eu falei em culto ao deus Mercado, etc, etc. Lá no outro tópico eu ainda termino com um "é verdade esse bilête" para deixar claro que tudo não passa de ironia. Quando no presente tópico eu usei o termo "neoliberal" eu estava justamente citando e apontando para esse post irônico do outro tópico. Veja que a intenção desde o início foi contrapor o absurdo da frase "30 anos de governo de esquerda que afundaram a economia" fazendo coisas como dizer que os 21 anos de governos militares foram de esquerda. Nem uma coisa e nem outra é verdadeira, mas a minha eu falo com ironia, a outra tem sido falada com verdade. De mais a mais, se eu pequei pela falta de clareza ficam aqui minhas desculpas.
[3] Concordo e nunca discordei (exceto quanto ao termo bolivarianismo, porque seria anacronismo aplicá-lo a períodos em que o termo nem existia). Esse é o ponto, a realidade é muito mais complexa e misturada do que aparenta ser. Tivemos conquistas econômicas relevantes em tanto uma situação como a outra. Podemos negar a importância de estatais como Petrobras, Vale e CSN no desenvolvimento econômico do Brasil dentre 1940 até 2000? Creio que não. Assim como não podemos negar a importância de políticas liberais do Itamar/FHC como a abertura do mercado e do câmbio. Vamos dar a César o que é de César e parar com classificações estapafúrdias como "30 anos de governos de esquerda que afundaram a economia", porque não foram 30 anos de "esquerda" e definidamente não foram 30 anos de "atraso econômico". Esse argumento de "30 anos de esquerda que afundaram a economia do país" só se presta para isentar o Bolsonaro de toda e qualquer participação na chamada "velha política", pois agora ele seria um suposto representante da "nova política", quando na verdade ele está justamente há exatos 30 anos metido em todos os cantos mais obscuros da política brasileira.
Tudo estaria perdido se o mesmo homem, ou o mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo exercesse os três poderes: o de fazer as leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar. (MONTESQUIEU. O Espírito das Leis. Livro XI, Cap. VI)
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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
Eu quis separar a parte ideológica da econômica pelo seguinte problema: o Brasil é um mar de bizarrice!Marcelo Ponciano escreveu: ↑Seg Mai 27, 2019 11:08 am [1] Porque o assunto começou em outro tópico e veio parar aqui. Em suma a discussão é se nos últimos 30 anos vivemos um governo de esquerda ou não e como isso se refletiu na economia. Acusa-se com frequência aqui no fórum que estamos há décadas vivendo sob uma ditadura comunista de governos de esquerda que detonaram a economia e não conseguimos nenhum avanço, só atraso. A discussão, na origem em outro tópico, é sim ideológica E econômica ao mesmo tempo. É ideológico porque me recuso a aceitar que Sarney, Itamar, Collor e FHC sejam caracterizados de esquerda, porque não o são. Sarney e Collor, só pra citar dois, compunham a base de apoio político nos estados durante os governos militares. Itamar e FHC, conquanto possam ter levantado bandeiras de militância em suas juventudes, quando atingiram o poder nem de perto defendiam essas ideias. A discussão também é econômica, porque acusação vem sempre acompanhada de "30 anos de esquerda que atrasaram a economia". Em primeiro lugar, se eu aceitar que foram 30 anos de atraso econômico vamos ter que aumentar esse período para no mínimo 50 anos (sendo generoso), pois deve ser colocado na conta o atraso provocado pelas peripécias econômicas dos 21 anos de militares. Segundo porque falar que estamos com 30 anos de economia parada é negar vitórias econômicas inéditas conquistadas entre Itamar até aqui, dentre elas uma moeda forte, uma economia aberta, um câmbio livre, etc, etc. Tudo isso conquistado a duríssimas penas e sacrifício da população brasileira. Veja que, sendo eu uma pessoa de esquerda, ao negar aceitar Itamar e FHC no lado de cá imediatamente estou dizendo que essas conquistas econômica não são da esquerda. Eu poderia muio bem aceitar aqui que eles sejam de esquerda e imediatamente reivindicar os pontos positivos dos governos deles para a esquerda. Mas se eu o fizesse estaria compactuando com uma versão revisionista da verdade, quase como uma "nazismo de esquerda", o que não admito fazer.
Não é algo contra você, não me leve a mal. No Brasil existe políticos de Esquerda que defendem medidas liberais na economia, políticos de Direita que defendem teorias Keynesianas e até Socialistas. No Brasil a base ideológica com a econômica é muito contraditória em diversos aspectos.
Mas há alguns problemas na sua fala, como por exemplo Brasil ser uma economia aberta. Brasil não é uma economia aberta, é extremamente regulamentada. Veja isso nos principais serviços oferecidos no Brasil, como telefonia, transporte coletivo, gás e óleo, empreiteiras, crédito...
Brasil é um dos países com maior número de regulamentações e ocupa a 144ª posição no Ranking de Liberdade Econômica. Um país que favorece a formação de cartéis, regulamentados pelo Governo e até de monopólios com dinheiro público, como é o caso do grupo J&F.
FHC é ideologicamente de esquerda, ele admite isso e suas teses comprovam que é um Social Democrata, tais quais formam a base de pensamento da SPD e muitos outros partidos por ai. Não significa que seja um cara de esquerda radical, como Dilma e o PT é. Dizer que são de Direita por algumas medidas liberais na economia é como dizer que Castello Branco era um liberal clássico por ter Roberto Campos como Ministro e julgar todo Regime como Economicamente de Direita, coisa que não foi.
Não se trata de revisionismo, se trata de fatos. Quem estipula controle de preços, forma campeões nacionais com dinheiro público, regulamenta formação de cartéis, sobretaxa importação, obriga empresas a utilizarem componentes nacionais e outras bizarrices é de esquerda. Basicamente ninguém com pensamento de Direita na área de economia Liberal, Libertário ou Monetarista concorda com isso!
A única possibilidade de concordar com algum item deste é caso houvesse alguma guerra comercial, como a UE sobretaxar algum produto nosso e nós sobretaxar de volta, ai é aceitável, mas não sobre o pretexto de "proteger a indústria nacional".
Mas eu não questionei a analogia com os governos Militares, tanto que falei o que eles foram: Positivistas.Marcelo Ponciano escreveu: ↑Seg Mai 27, 2019 11:08 am[2] Não sei se você reparou, mas tanto nas postagens sobre economia que fiz aqui nesse tópico, como nas postagens que fiz no outro tópico (que fala diretamente de economia), em todos eu usei de ironia para me referir como as coisas são classificadas. Pois o problema, seja ideológico ou econômico, é como as coisas estão sendo classificadas de maneria errônea. Espero que o colega tenha reparado que foi ironia também eu me referir aos 21 anos de militares como de "esquerda", assim como eu falei em culto ao deus Mercado, etc, etc. Lá no outro tópico eu ainda termino com um "é verdade esse bilête" para deixar claro que tudo não passa de ironia. Quando no presente tópico eu usei o termo "neoliberal" eu estava justamente citando e apontando para esse post irônico do outro tópico. Veja que a intenção desde o início foi contrapor o absurdo da frase "30 anos de governo de esquerda que afundaram a economia" fazendo coisas como dizer que os 21 anos de governos militares foram de esquerda. Nem uma coisa e nem outra é verdadeira, mas a minha eu falo com ironia, a outra tem sido falada com verdade. De mais a mais, se eu pequei pela falta de clareza ficam aqui minhas desculpas.
O mais Liberal deles era Castello Branco, apesar de ter algumas ressalvas, mas houve importantes avanços liberais durante o Governo dele, como a criação da Bolsa de valores, redução do endividamento público cortando gastos, internacionalização da Economia...
Ainda me arrisco a dizer que se a linha do Paeg tivesse seguido, com ou sem Regime Militar após 67, estaríamos muito mais preparados para lhe dar com os dois choques do petróleo na década de 1980, talvez a situação do Brasil hoje tivesse sido outra. Mas isso não muda a linha de pensamento geral: Positivistas com pensamento Keynesiano na Economia, que são políticas abraçadas pela esquerda.
A palavra "Bolivariana" que usei era somente pra mostrar a merda que foi aquele plano do Sarney.Marcelo Ponciano escreveu: ↑Seg Mai 27, 2019 11:08 am[3] Concordo e nunca discordei (exceto quanto ao termo bolivarianismo, porque seria anacronismo aplicá-lo a períodos em que o termo nem existia). Esse é o ponto, a realidade é muito mais complexa e misturada do que aparenta ser. Tivemos conquistas econômicas relevantes em tanto uma situação como a outra. Podemos negar a importância de estatais como Petrobras, Vale e CSN no desenvolvimento econômico do Brasil dentre 1940 até 2000? Creio que não. Assim como não podemos negar a importância de políticas liberais do Itamar/FHC como a abertura do mercado e do câmbio. Vamos dar a César o que é de César e parar com classificações estapafúrdias como "30 anos de governos de esquerda que afundaram a economia", porque não foram 30 anos de "esquerda" e definidamente não foram 30 anos de "atraso econômico". Esse argumento de "30 anos de esquerda que afundaram a economia do país" só se presta para isentar o Bolsonaro de toda e qualquer participação na chamada "velha política", pois agora ele seria um suposto representante da "nova política", quando na verdade ele está justamente há exatos 30 anos metido em todos os cantos mais obscuros da política brasileira.
Mas quem usou esse argumento pra isentar Bolsonaro? Parece que você está criando novamente um espantalho. O pensamento do Centrão é óbvio e evidente, negar isso é como negar que temos uma lua.
Sim, a esquerda atrasou o Brasil economicamente. Isso é mentira? As reformas da previdência feitas foram extremamente brandas e não consertaram os dois maiores problemas: Regime Especial Público, que consegue criar um défict per capita de várias vezes maior que a privada e o Regime de Repartição que possui uma bomba demográfica. Demoramos mais de 30 anos para aprender que não podemos gastar mais do que arrecadamos no ano, com a EC do Teto de Gastos, isso é o básico de uma administração pública, que foi negada por Lula e Dilma. Demoramos 10 anos para aprovar a Lei de Responsabilidade Fiscal.
A questão quando você fala em "desenvolvimento econômico que Estatais proveram" é errônea. Empresa Estatal não consegue prover desenvolvimento sustentável justamente porque não produz riqueza. A Petrobrás teve a sorte de mexer com Petróleo e Gás, que desde o século passado são os negócios mais "fáceis" de gerir, mas mesmo assim a Petrobrás continuara a depender de impostos para cobrir parte do orçamento. Isso é público, basta puxar os dados
O desenvolvimentismo vai bem até certo ponto, depois disso você abre espaço para a iniciativa privada e abre o mercado para concorrência, pois não há sustentabilidade de estatal a longo prazo, a não ser que ela seja feita para dar "prejuízo" - com todas as aspas, já que existe ganho monetário, ganho tecnológico e ganho em know-how/desenvolvimento - e assim por diante.
Se for pegar toda a história da República, a única oportunidade de termos uma economia com Liberalismo em mais de 70% é com Bolsonaro. O próprio FHC já tomou medidas anti-liberais que citei algumas vezes, assim como tomou medidas Liberais. Não se junta por uma ou outra, mas pelo conjunto da obra.
Isso se deve ao pensamento Getulista, de que o Estado tem que prover tudo e felizmente isso está mudando.