EDUCAÇÃO

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Re: EDUCAÇÃO

#856 Mensagem por Bourne » Dom Mar 24, 2019 2:55 pm

Olhe bem, boa parte do dinheiro que o PT colocou na educação foi sugada pelo ensino superior público e pelas grandes grupos privados de uniesquinas. Quando separa gasto ensino fundamental e superior não teve crescimento por aluno tão grande. Aí põe mais um fator que é o Brasil tem renda per capita baixa. Assim, os 5% do gasto de educação no PIB do Brasil é bem menor do que os 5% do gasto em educação do PIB francês ou alemão.

Por que estamos na rabeira do mundo senhor Túlio? Olhe para o lado, cadê o ensino integral para os alunos do ensino fundamental? A estrutura das escolas serem em boa parte precárias? Os professores bem formados, que recebem por desempenho e incentivados a continuar estudando e lendo? Cadê o suporte de ensino e psicológico para os alunos com dificuldades? Entre outros fatores que deixam o Brasil na rabeira comparado mesmo com emergentes.
Censo aponta que escolas públicas ainda têm deficiências de infraestrutura

http://agenciabrasil.ebc.com.br/educaca ... aestrutura
O ensino integral é importante porque força o aluno a ter mais horas aula, fazer atividades complementares e se relacionar contribuindo para maior desenvolvimento em todos os aspectos. A ideia é universalizar o ensino integral como é em boa parte do mundo. Mas pela velocidade só se completa no século XXII.
Ensino integral cai no fundamental e cresce no médio, mostra Censo

De acordo com o Censo, o percentual de matrículas em tempo integral passou de 16,3% no ensino fundamental, nas escolas públicas, em 2017 para 10,9% em 2018. Esse percentual chegou a 19,4% em 2015. Nas escolas privadas, as matrículas tiveram um leve aumento, passando de 2,1% para 2,2% de 2017 para 2018.

No ensino médio, a situação foi oposta. O percentual de matrículas em tempo integral passou de 8,4% em 2017 para 10,3% em 2018, nas escolas públicas. Nas privadas, passou de 3,9% para 4% no mesmo período.

http://agenciabrasil.ebc.com.br/educaca ... stra-censo
Obviamente que tem escolhas públicas muito boas como colégios tradicionais e militares que recebem muito mais dinheiro por aluno do que as comuns. Ou intermediárias que podem formar bons alunos que estão espalhadas nas cidades mais ricas (estudei em uma e passei no vestibular sem cursinho). Em especial, nas cidades pequenas tem um elite local que faz pressão para que seja boa o que faz a prefeitura e até estado gastarem mais na área. Algo bem comum no Sul, regiões de São Paulo e Centro-Oeste.

--------------------------------

Nas universidades, as federais tem uma autonomia baixíssima em relação ao MEC e governo federal. Elas funcionam como autarquias, tudo padronizado e não podem fazer quase nada sozinhas. Já as universidades estaduais de estados ricos (São Paulo, Paraná e, em parte, Santa Catarina) são descentralizadas e tem muito mais autonomia. A diferença é que as universidades estaduais tem uma forte relação com a região, ótima relação com o governo do estado, conseguem contratar melhor e pagam mais, tem flexibilidade para fechar parcerias e conseguir dinheiro. Porque será que o MEC não aceita dar a mesma autonomia ou "estadualizar" as universidades federais?




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Clermont
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Re: EDUCAÇÃO

#857 Mensagem por Clermont » Sex Mar 29, 2019 11:06 am





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Re: EDUCAÇÃO

#858 Mensagem por Bourne » Sex Mar 29, 2019 3:30 pm

Assim que se faz oposição e tritura um ministro.

A mocinha escolheu o nicho da educação, estudou sobre tema, conversa com o pessoal que entende, muito bem assessorada e foi questionar o Ministro. O questionamento foi direto: cadê os dados da situação atual? Qual o projeto e objetivo para os próximos quatro anos? Quais os programas prioritários e os resultados esperados? Custa quanto e como vai ser financiado? Não ganha o debate no grito. Ela quer saber a situação atual e para onde pretende ir. Em especial, devido ao primeiro ano e meses de novo governo é para planejamento e indicar o que pretende fazer e o que deixar para o próximo.

Aí vem os Petistas lacrados ou psolistas gritarem nas comissões do Lula livre, os fascixxxxxxxxtas, que o governo está aparelhado por agentes da CIA, desligar as luzes da sala e fazer birra, etc... Um monte de palavras de ordem e questões genéricas que não servem para nada. Ou melhor, serve para isolar o debate e os representantes do governo esconderem o que estão fazendo.

Sobre o MEC, se tivessem escolhido o Mozart Ramos nada disso tinha acontecido. Porque ele entende da área e é respeitado no meio, possui experiência administrativa no governo e em universidade, tem noção dos problemas e projetos para educação no Brasil, conhece um monte de técnicos e pesquisadores do tema.
Mozart Neves Ramos
Eleito pela revista "Época" como uma das cem pessoas mais influentes do Brasil, em 2008, Mozart Neves Ramos é autor do livro "Educação sustentável" (Altana, 2006) e co-autor de "A urgência da educação" (Moderna, 2011). Foi Secretário de Educação de Pernambuco (2003-2006) e presidente-executivo do Todos Pela Educação (2007-2010). Trabalha nas áreas de Políticas Públicas da Educação e no Estudo de Estrutura de Moléculas. Foi reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) entre 1996 e 1999, e entre 2000 e 2003. Presidiu a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). É membro do Conselho Nacional de Educação. Foi Pró-Reitor Acadêmico da UFPE (1992-1995) e presidiu o Fórum Nacional de Pró-Reitores de Graduação das Universidades Brasileiras (ForGRAD). Graduado em Engenharia Química pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), doutorado em Química pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pós-doutorado em Química pela Politécnica de Milão - Itália. É professor da UFPE desde 1977.

https://www.institutomillenium.org.br/a ... ves-ramos/
Os ministérios da educação, economia (planejamento e fazenda), Saúde, Justiça, Casa Civil são para-raios de desgraça. Isto é, o Ministro precisa entender o que está fazendo, sabe se relacionar com a estrutura da estado (congresso, senado, estados e municípios, outros ministérios, entidades privadas, etc...) e ser bem assessorado. Caso contrário, será triturado e arrasta o governo junto.

Olhem o Ministério da Saúde. Alguém lembra quem é o Ministro da Saúde? Ou de acusações que está sem rumo? Nada. Porque o Luiz Henrique Mandetta tem noção do que é a área, ouve os técnicos e dialoga, vai tocando os programas e fazendo os ajustes. Não se destaca nem para cima e nem para baixo.




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Re: EDUCAÇÃO

#859 Mensagem por J.Ricardo » Sex Mar 29, 2019 5:48 pm

Vamos ser sinceros, os melhores ministros são os que vem da "velha política" e o técnicos, os olavetes estão uma catástrofe, DH, Educação e RE estão um horror.




Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
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Re: EDUCAÇÃO

#860 Mensagem por cabeça de martelo » Sáb Mar 30, 2019 8:41 am

Aprender a pedalar vai fazer parte do currículo escolar

Foco nas crianças e jovens em idade escolar quer “criar condições para uma mudança drástica de comportamentos nas novas gerações”.
Mariana Correia Pinto

Aprender a pedalar será, nos próximos anos, obrigatório para as crianças a partir do ensino básico. A estratégia do Governo vai ao encontro de uma ideia quase consensual: a de fazer das crianças força de mudança de comportamentos. José Mendes, Secretário de Estado Adjunto e da Mobilidade, recorda o que se passou com a reciclagem para explicar a mais recente aposta, agora no que a mobilidade diz respeito. A contaminação, esperam, será grande.

“As crianças têm uma capacidade de sensibilização enorme”, disse ao PÚBLICO. A “pedagogia” à boleia dos mais novos, que no caso da mobilidade e ambiente abarca uma quase “alteração de paradigma”, pode ser uma forma de fazer quem está à volta “copiar” comportamentos. “Todos os alunos terão a oportunidade de aprender a pedalar, num processo de formação faseado ao longo dos vários níveis de escolaridade”, lê-se na Estratégia Nacional para a Mobilidade Activa apresentada nesta quinta-feira. No 1º ciclo as aulas serão em contexto protegido, nos 2º, 3º ciclos e secundário haverá uma passagem para o espaço público.

Este foco nas crianças e jovens em idade escolar quer “criar condições para uma mudança drástica de comportamentos nas novas gerações”. Em resumo: “A educação para a mobilidade activa e sustentável, e para a cidadania rodoviária será providenciada a partir do pré-escolar, e continuada nos níveis seguintes, incentivando o uso partilhado e responsável do espaço público.” E essa formação será “teórica e prática”, reforça José Mendes. “Hoje vemos muita falta de cidadania rodoviária”, lamenta, e a aposta passa, por exemplo, por “ensinar regras” ou conceitos como “condução defensiva”. Tanto a ciclistas como a futuros condutores de automóveis.

Por causa da aposta nos mais novos, está a ser estudado o “alargamento da cobertura do seguro escolar”, havendo a possibilidade de incluir protecção nos acidentes que envolvem alunos que se deslocam para a escola com velocípede.

Os adultos que não sabem pedalar não ficam, ainda assim, de fora. Haverá um “quadro de referência nacional para ensinar a pedalar”, com “desenvolvimento de competências para pedalar em condições de conforto e segurança, em contexto protegido (nível básico) e em meio rodoviário (nível avançado)”. E aqui será preciso, também, formar e certificar monitores.

Outra forma de intervenção é junto de pessoas com deficiência. Porque a actividade física e um estilo de vida saudável são importantes factores de reabilitação e integração e favorecem a auto-estima e autonomia destas pessoas, serão “garantidas condições apropriadas para aprender a pedalar e para a prática em contexto de recreio ou de deslocações quotidianas”. Como? Com “empréstimo de bicicletas, cadeiras de rodas e disponibilização de outros equipamentos adaptados, particularmente em contexto escolar e em instituições do sector”, lê-se no documento.

https://www.publico.pt/2019/03/29/socie ... XhmIvISC5k




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
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Re: EDUCAÇÃO

#861 Mensagem por Clermont » Sáb Mar 30, 2019 10:35 am





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Re: EDUCAÇÃO

#862 Mensagem por Bourne » Sáb Mar 30, 2019 1:39 pm

A Tabata Amaral consegue irritar mais a "esquerda bermelha" do #lulalivre e da zona sul do que MBL. Porque a menina estuda, pensa e dialoga. Essa esquerda não gosta disso, mas prefere discutir generalidades e gritar palavras de ordem. Em parte, ajuda a explicar porque está virando o nicho do nicho. E se continuarem assim nunca mais votam ao poder. Tanto que eles tem rejeição elevada até mesmo em universidade. Seja para grupos mais a direita que colocam livre ou liberdade alguma coisa, quando outros grupos de esquerda mais ponderados.

Por exemplo, essa tal esquerda coloca a Tabata Amaral como um problema. Uma agente da CIA, infiltrada do grande capital e nem é de esquerda. Abaixo o post de um conhecido do PSOL.
QUEM PAGA A BANDA ESCOLHE A MÚSICA Tabata Amaral: uma socialista infiltrada na fundação Lemann ou uma liberal infiltrada na esquerda?

Daqui a pouco a Deputada Tabata Amaral, nosso novo ícone, vai demonstrar, tecnicamente e com modelos estatísticos robustos elaborados pelo Itaú e cia, que a nossa previdência, baseada no regime de repartição, é inviável. Quiçá irá provar, também, que o Estado precisa gastar muito mais com educação, contudo, o deve fazer através de parceria público-privada. O Estado coloca a grana e o eficiente mercado que bancou a camapanha dela executa. Modernidade. Eficiência. "Só a educação pode salvar o Brasil" (apud Kroton)

Ao contrário do boçal Ministro Velez, orientado pelo Olavo de Carvalho, Tabata não tem apenas uma lista de desejos, mas sim um plano bem elaborado, adaptável, executável e mensurável. E não foi ela quem elaborou.

Por fim, antes que alguém me questione: sim, ela é muito eficiente, mesmo que suas falas sejam genéricas. Ou você acha que o mercado banca gente incompetente?

Torço muito ~ e sinceramente ~para que ela prove que estou totalmente errado. Se ela combater, duramente, o projeto de financeirização da educação que a Fundação Lemman defende com muitos milhões, darei o braço a torcer. Digo mais, se a Tabata lutar, ombro a ombro com o povo contra a destruição da previdência, certamente, irei escrever um texto, nesta página, assumindo que fui um otário. E o farei com prazer.

Ps.: no programa do Pedro Bial, Tabata disse que não é nem de esquerda e nem de direita. Deixou claro que converge com a esquerda nos costumes e com a direita na economia. E disse que isso é algo novo. Não é não: FHC, na década de 1990, já defena dia a liberalização da maconha por um lado e a agenda neoliberal de outro.
Não vai funcionar colocar a Tabata e outros no mesmo pacote que os #lulalivre e querer bater. O MBL também não estuda e quer ganhar debate no grito. Então, o Kim realmente estuda, muda o foco e entra para o Novo ou aceita desaparecer. Estão no poder e são deputados. Então se portem como tal.




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Re: EDUCAÇÃO

#863 Mensagem por Bourne » Qua Abr 03, 2019 3:24 pm

O problema da educação é muito grave no Brasil. Atinge do básico aos "intelectuais".

Por pressão dos meus amiguinhos progressistas li o livro "A Elite do Atraso" do Jesse de Souza. Aquele sociólogo que chefiou o IPEA durante o governo Dilma II.
Onde está a verdadeira e monumental corrupção, tanto ilegal quanto “legalizada”, que esfola tanto a classe média quanto as classes populares?

A elite do atraso se tornou um clássico contemporâneo da sociologia brasileira, um livro fundamental de Jessé Souza, o sociólogo que ousou colocar na berlinda as obras que eram consideradas essenciais para se entender o Brasil.

Por meio de uma linguagem fluente, irônica e ousada, Jessé apresenta uma nova visão sobre as causas da desigualdade que marca nosso país e reescreve a história da nossa sociedade. Mas não a do patrimonialismo, nossa suposta herança de corrupção trazida pelos portugueses, tese utilizada tanto à esquerda quanto à direita para explicar o Brasil. Muito menos a do brasileiro cordial, ambíguo e sentimental.

No âmago da interpretação de Jessé não está a corrupção política. Para ele, a questão a partir da qual se deve explicar a história passada e atual do Brasil – e de suas classes, portanto – não é outra senão a escravidão.

Sob uma perspectiva inédita, ele revela fatos cruciais sobre a vida nacional, demonstrando como funcionam as estruturas ocultas que movem as engrenagens do poder e de que maneira a elite do dinheiro exerce sua força invisível e manipula a sociedade – com o respaldo das narrativas da mídia, do judiciário e de seu combate seletivo à corrupção.

https://images-na.ssl-images-amazon.com/images/I/81qCGBwu29L.jpg
https://www.amazon.com.br/elite-atraso- ... 8556080421
Em resumo, o livro é horror. O pessoal que pensa que esse livro é best-seller ou serve para alguma coisa merece perder Presidente que fala "sidrome de drau", ministro que fala de "conje", que o problema da educação é o "marxismo cultural".

Três motivos que tornam esse livro uma porcaria:

O primeiro que é uma maçaroca de teoria conspiratória para criar uma teoria que nunca ninguém pensou. Ao mesmo tempo, criar o mal e o bem. O mal representados pelas elites malvadas que tem planos malignos para manter o subdesenvolvimento, endeusando o mercado e atacando o estado. O bem a população que é explorada e percebeu a verdade.

O segundo ele desrespeita os grandes autores brasileiros (sergio buarque, Farao, Freyre, Fernando Henrique, entre outros) e distorce os grandes autores internacionais. Me dá a impressão que ele nunca leu os livros desse pessoal. E, se leu, não entendeu nada. Então, não consegue mostrar a hipótese e a grande ideia dos autores, nem no que eles supostamente falharam.

O terceiro e o que mais me irritou é que ele usa um palavreado chulo que não é adequado para um livro com o objetivo que se propõem. E piora quando ele começa a fulanizar que é o mal que deve ser combatido junto com a maçaroca de teorias conspiratórias.

Um ponto é que afirmação "endeusam o mercado e atacam o estado". O autor não se preocupa em provar esse ponto e joga no meio da argumentação. O Brasil é positivista e não liberal. O estado é visto como central para as elites e sociedade em geral. Enquanto o mercado deficiente e incapaz de prover o desenvolvimento. É um pensamento enraizado no Brasil, está no lema da bandeira "ordem e progresso" e permanece em boa parte até hoje.

Não tem nada de marxista. O marxismo se baseia em analisar relações de dominação dentro do capitalismo. Não existem bem e mal. Não tem conspiração. Não identifico a inspiração porque não se fulaniza ou cria bandidos e mocinhos na história, política ou economia.

O livro é um lixo. Não tem hipótese consistente, a fundamentação na literatura nacional e estrangeira é errada, não tem dados e nem modelos.




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Re: EDUCAÇÃO

#864 Mensagem por Sterrius » Qua Abr 03, 2019 3:42 pm

aplaudo tua paciência pra ler esse livro :mrgreen: .




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Re: EDUCAÇÃO

#865 Mensagem por Bourne » Qua Abr 03, 2019 10:01 pm

Foi uma tortura. Mas precisa argumentar com meus amiguinhos lacradores petistas desesperados. E me falaram que esse é o livro m dos melhores livros do Jesse. Imagina como são os livros ruins.

Vinha de bons livros sobre fascismo, Rússia do Putin, desigualdade nos EUA, biografia do Geisel e o Governo Militar. Agora lendo "Identity: The Demand for Dignity and the Politics of Resentment" mais recente livro do Francis Fukuyama sobre como a democracia liberal anda desandando. A diferença é de um universo. O Fukuyama se preocupa em explicar cada afirmação, amarra tudo bonitinho, busca referência em autores e dados, ponderado para não ser interpretado de forma errada. Os outros autores mais aplicados da política, economia e história fazem a mesma coisa. Eles são livros sérios.



Isso tem tudo a ver com educação. Esses temas e as diversas posições tinham que ser discutidas na escola. Parte da formação para aprender a estudar, debater e dialogar. E principalmente entender que não precisa matar o coleguinha que pensa diferente e que precisa questionar mesmo por quem tem simpatia.




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Re: EDUCAÇÃO

#866 Mensagem por Sterrius » Ter Abr 30, 2019 9:43 pm

-30% de orçamento pra todas as universidades e institutos federais a partir do 2º semestre.




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Re: EDUCAÇÃO

#867 Mensagem por Bourne » Ter Abr 30, 2019 11:27 pm

Só oficializa o que vem acontecendo desde 2015 com Dilma e Temer. Os orçamentos estabilizaram ou estão diminuindo.

E faz isso cortando tudo que é discricionário que é muita coisa. Por exemplo, as verbas de pesquisa de pós-graduação, bolsas de graduação e pós-graduação. Basta não renovar as bolsas, não abrir novos editais ou estabelecer critérios impossíveis de atingir. Em seguida cortar investimentos em infraestrutura e de manutenção. Ao mesmo tempo em que reduziram ou pararam de contratar novos docentes. Seja para consolidação de departamentos ou substituir desistentes e aposentados.

Agora deve aprofundar a redução do número de vagas em pós-graduação (mestrado, doutorado e mestrado profissional) que são mais caros e os alunos são trabalhadores que precisam de bolsa. Já que sem projetos e dinheiro não tem motivo para ter alunos, pos-doc e professores visitantes. Em muitos casos nem o programa de pós-graduação se justifica. Seguida pela redução de vagas na graduação. Em especial, cursos que exigem estrutura e custos como engenharias, saúde e biologia, ciências da terra.

------------------------------------
A visão dos tiozão do zap é que universidade de professor aristocrata e aluno comunista da zona sul. Essas duas coisas não são verificas.

O professor era elitista até idos da década de 1970/1980. Hoje é peãozada que ganha R$ 6,5 líquido após a reestruturação de carreiras e ampliação das universidades públicas a partir da década de 2000. Se quiser ganhar mais que isso tem que fazer consultoria para fora, vender os projetos de pesquisa e ter o currículo muito bom. Um valor que qualquer profissional com curso superior e alguma experiência ganha no setor privado.

O aluno comunista da zona sul também era assim quando a universidade era elitista. Desde a década de 2000 entrou um monte de alunos de escolas públicas e de classe média baixa. Estão mais preocupados em pagar as contas e fazer carreira do que a revolução do iPhone. E menos ainda o pessoal que se encaminha para pesquisa que precisa montar o currículo e ter resultados.

Nesse sistema é uma milagre que tenha produção acadêmica.
99% das pesquisas são feitas pelas universidades públicas
Jornal Primeira Página
O estudo “Pesquisa no Brasil - Um relatório para a CAPES”, realizado pela empresa norte-americana Clarivate Analytics, aponta que a produção científica brasileira é feita quase exclusivamente dentro das instituições públicas de ensino. Segundo o relatório, divulgado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), que reflete dados de 2011 a 2106, foram produzidos no período 250 mil papers que fazem parte da base de dados internacional Web of Science. Papers são ensaios, artigos ou dissertações publicados em periódicos especializados ou nos anais de congressos.

Públicas soberanas

Das 20 Universidades que mais produziram, 15 são federais (entre elas a UFSCar) e 5 estaduais (entre elas USP,UNESP e UNICAMP). A Universidade de São Paulo (USP) é a que possui a maior quantidade de produção e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) é a que possui maior impacto nas citações internacionais de papers. Fora das Universidades apenas a Petrobras e indústrias farmacêuticas realizam investimentos relevantes na área.

Principais pesquisas

As dez principais áreas de pesquisa no país são: agronomia, ciência de plantas e animais, farmacologia e toxicologia, microbiologia, meio-ambiente/ecologia, ciências sociais, medicina clínica, biologia e bioquímica, neurociências e imunologia, segundo dados da Thomson Reuters compilados pelo professor Osvaldo Oliveira Jr. do Instituto de Física da USP de São Carlos.

Preocupação da comunidade

Os dados apresentados pelo relatório são bastante significativos e ao mesmo tempo preocupantes, uma vez que o governo tem anunciado sucessivos cortes no orçamento do setor.

“A predominância absoluta das universidades públicas na produção de Ciência e Tecnologia (C&T) no Brasil deveria implicar em maior

investimento no setor e não no corte de orçamento, que é o que vem fazendo os últimos governos. É também um dos fatores ligados ao

custo das instituições públicas que procuram manter o tripé ensino, pesquisa e extensão”, afirma Epitácio Macário do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN).

A partir de 2013, no bojo do ajuste fiscal implementado por Dilma Rousseff, agora aprofundado pelo governo Temer, houve uma queda drástica nas despesas de ciência e tecnologia que caíram de R$ 11 bilhões em 2013 para 7,7 bi em 2014, 7,2 bi em 2015 e 6,3 bi em 2016.

Banco Mundial na contramão

Em janeiro, o Banco Mundial produziu o relatório “Um Ajuste Justo – Análise da eficiência e equidade do gasto público no Brasil” ressaltando que o custo de um estudante nas “ineficientes” universidades públicas é de duas a cinco vezes maior do que estudantes em universidades privadas.

Para o economista e professor Nilson Araújo de Souza, “gasta-se mais para manter uma universidade pública que uma privada, mas é porque está se investindo em pesquisa. Os hospitais universitários são exemplos disso: Qualifica-se melhor o médico em formação e atende-se à comunidade gratuitamente”.

“Aqui no Brasil, gastamos 3.400 dólares por aluno em um ano. No Chile, apesar da expansão da rede privada, o investimento é de 4.300 dólares por estudante. Na França, esse valor cresce para 10 mil dólares e na Alemanha, para 12 mil dólares”. Para Nilson, isso prova que o Brasil está “longe de gastar demais... em resumo: no Brasil, se gasta com as universidades públicas apenas 38% do que é gasto em média nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), 35 países com maior, igual e menor desenvolvimento”.

Pensando pra frente

Pensar o desenvolvimento do Brasil demanda transformar a forma de produzir, utilizando a técnica e a ciência como ferramentas indispensáveis do progresso. É um investimento que nunca pode ser confundido com gasto ou desperdício. Inovar é um pressuposto para a industrialização, indispensável ao crescimento e a soberania do país.

https://www.investe.sp.gov.br/noticia/9 ... -publicas/
Curioso é como o MEC anunciou os cortes. Parece que as universidades é um bando de curso de sociologia e filosofia, dominados por comunas que não pesquisam e fazem doutrinação ideológica.




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Re: EDUCAÇÃO

#868 Mensagem por Sterrius » Ter Abr 30, 2019 11:48 pm

Bourne escreveu: Ter Abr 30, 2019 11:27 pm .[/i][/u]
O que me entristece é a falta de planejamento dos cortes. Eles são aleatorios, de curto prazo e sem nenhuma real preparação o que ao invés de uma redução controlada vira terra arrasada.
Ae vem os tropeços como arranjar grana de ultima hora pra finalizar o acelerador de partículas, repor o PC que calcula o clima do país, etc.

Quanto a pesquisa a solução que mais escuto de círculos super malucos é que é melhor acabar as faculdades públicas e o investimento público em pesquisa. Sem nenhuma ideia de como transpor pra área privada fora cortar impostos.

Esquecem que ciência privada ta muito longe de ser só um problema de imposto. Buraco é muito mais embaixo.
E não conseguem visualizar o beneficio direto e indireto que empresas como Embrapa dão ao país. Pra eles tudo devia ser fechado.

E o corte vai hilariamente afetar muito mais os cursos de Exatas e biomédica que de Humanas. Já que os primeiros costumam precisar de equipamento, luz e água. O segundo basta 1 professor, 1 livro xerocado e vontade.

UFBA alunos de historia vivem tendo aula fora da sala pq tem vista pro mar e é mais confortável que numa sala sem ar-condicionado. Só se o professor precisar do quadro que ficam na sala :lol:




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Re: EDUCAÇÃO

#869 Mensagem por Bourne » Qua Mai 01, 2019 1:16 pm

Uns 95% dos alunos, departamentos de graduação e pós-graduação, grupos de pesquisa e produção é aplicada e em ciência que pode chamar de ciência.

E muito que chamam de "ciências sociais" cai no direito e economia que comem tudo. A demanda do mercado privado e público é enorme. Talvez o gasto não seja muito produtivo pelo desempenho ruim da justiça e da economia nacional :lol:

Em particular, as áreas de agronomia, saúde e medicina em geral, ciência dura como geologia e mineração, algumas áreas da engenharia saem papers de primeira linha. Os alunos de graduação são obrigado aprender a ler artigo e livros em inglês. As pesquisas publicadas em inglês e com forte cooperação com universidades estrangeiras. Não vão ganhar nobel ao desenhar a política de saúde da família de Maricá-RJ ou como aumentar a produtividade da soja em Cambé - PR. Porém, o objetivo das maioria das pesquisa (no Brasil e mundo) não é ganhar Nobel ou prêmios, mas responder as demandas do país, localidade ou região, empresa que contratou.

Uma coisa chamou atenção esses tempos do atual Ministro da Educação. Em vídeo antigo ele clamava que "as universidades do nordeste tinham que esquecer história e essas bobagens de humanas. Trazer tecnologia de Israel para combater a seca e viabilizar a agricultura".

Esse ser não sabe que agronomia, engenharias e outras áreas ligadas ao agronegócio e meio ambiente são extremamente desenvolvidos nas universidades brasileiras e instituições de pesquisa (Embrapa, por exemplo). O governo federal, estadual e agronegócio põe muito dinheiro e por muitas décadas para que as universidades e os pesquisadores desenvolvessem soluções. Ao contrário, vendem as soluções e dão consultorias para países diversos. Por exemplo, a Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (ESALQ) da USP é considerada o melhor departamento do mundo na área. O pessoal da Austrália, China, África, EUA vem conhecer as pesquisas e buscar cooperação para resolver os problemas deles.




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Sterrius
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Re: EDUCAÇÃO

#870 Mensagem por Sterrius » Qua Mai 01, 2019 2:16 pm

Bourne escreveu: Qua Mai 01, 2019 1:16 pm U....
problema são 2 Bourne. Saindo da importância do gasto onde nós 2 concordamos 110% que deveria continuar e estimula o país a resolver seus problemas.

1-> Ideologia já que na mente deles ciência tem que ser 100% privada. Depende-se do ministro as universidades seriam privatizadas e entidades como a Embrapa também. Se brincar nem colégios e escolas públicas sobrariam.

O fato da medida ter afetado cursos técnicos. Só reforça a ideia que o objetivo de longo prazo é esse.


2-> Lobby dos grupos educacionais do Brasil que tem grande ligação politica hoje. Como não conseguem com suas unesquinas oferecer educação de qualidade é melhor destruir a educação de qualidade que existe no país. Jogando o nível pra baixo eles se destacam.

E é triste ver esses 2 movimentos ganhando força cada vez mais. Porque vai atrasar o país em anos/décadas e a população bate palma pra perpetuação da própria miséria.

Eu ontem tive que escutar pérola que o país é pobre e não devia gastar em ciência até ser rico :roll: :roll: :roll:




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